Morreu em Marínguè o “vice-presidente Djakata”
Maputo (Canalmoz) – Faleceu em Maríngue o Major-General da Renamo, João Fombe Djakata, que usava o nome de guerra: Macie Fombe. Oriundo de Manica, Fombe foi dos primeiros combatentes a integrar as fileiras da Renamo.
Ascendeu ao posto de vice-comandante das forças da Renamo quando estas eram dirigidas pelo comandante André Matadi Matsangaíce, primeiro presidente da organização a quem viria a suceder o actual presidente, Afonso Dhlakama.
“Djakata era vice-presidente da organização desde a sua fundação”, segundo vários oficiais superiores da Renamo.
Após a morte em combate de André Matsangaíce, em Outubro de 1979, em combate na Vila da Gorongosa, Fombe continuou o manter o cargo, altura em que o movimento passou a ser chefiado por Afonso Dhlakama.
João Fombe Djakata foi combatente da luta de libertação nacional pela Frente de Libertação de Moçambique, tendo recebido formação em armas pesadas e artilharia anti-aérea. Depois da independência nacional entrou em contradição com a direcção da Frelimo e viria a fundar com André Matsangaice, outro dissidente da FRELIMO, o Movimento de Resistência Nacional (MNR), em 1976, pouco depois da proclamação de Independência Nacional.
Na segunda metade de 1979, período em que o exército guerrilheiro da Renamo estabelece-se permanentemente em território moçambicano até ao fim da guerra civil, João Fombe Djakata chefiou o batalhão estacionado na região de Mabate, a sul do Rio Mussapa, na Província de Manica.
Fombe evidenciou-se no ano seguinte na contra-ofensiva lançada pelas forças da Renamo para fazer frustrar a “Operação Leopardo” das tropas governamentais (FAM-FPLM) do regime monopartidário, a qual teve como epicentro a base se Sitatonga, nas imediações da fronteira com o Zimbabwe.
Em 1981, Fombe havia criado as condições na Província de Manica para que a guerrilha da Renamo pudesse iniciar a marcha de Chicarre (Garágua) em direcção à margem sul do Rio Zambeze, através de Tete e da região da Gorongosa.
Em 1982, a Renamo atravessava esse rio dando assim início à sua acção na Província da Zambézia.
Com a consolidação das zonas da Renamo na Província de Manica, a direcção do movimento atribuiu a João Fombe Djakata o cargo de chefe nacional de agricultura como forma de assegurar a sobrevivência das populações a viver em áreas sob seu controlo e o apoio logístico ao exército guerrilheiro.
Os restos mortais de João Fombe Djakata serão de transportados de Marínguè para Manica onde deverão repousar em Catandica, sua terra natal, soube o Canalmoz de fontes ligadas ao Partido Renamo.
Afonso Dhlakama não irá participar nas exéquias fúnebres do malogrado. Manter-se-á no seu reduto em Vunduzi, na serra da Gorongosa, para onde se transferiu em Outubro de 2012.
Momad Issufo, secretário da Defesa da Renamo representará a organização na última homenagem a João Fombe Djakata. (Redacção)
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