Maputo, Quinta-Feira, 20 de Janeiro de 2011:: Notícias
Trata-se de um conjunto de episódios, narrações e vivências dos
combatentes durante a guerra contra o colonialismo português. O director
do centro, Carlos Jorge Silyia, disse em entrevista ao “Notícias” que o
objectivo é contribuir para que haja literatura sobre a história da
luta de libertação nacional que possa ser consumida pela sociedade, bem
como reforçar a consciência patriótica dos moçambicanos quanto à sua
gesta. A seguir transcrevemos o teor da entrevista que Carlos Silyia
concedeu a este jornal.
Notícias (N) – O que ditou a criação do Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional? Quais são as suas atribuições e o que é que já se fez?
Carlos Silyia (CS) – O Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional aparece como resposta a tanta preocupação, a tanto interesse da sociedade moçambicana em ver escrita e divulgada a história da luta de libertação nacional. Já houve muitos esforços a nível do país, o nosso Governo sempre estimulou a necessidade da sociedade moçambicana se envolver nos estudos da história da luta de libertação nacional, porque, uma vez feitos, esses estudos vão reforçar a consciência patriótica dos nossos cidadãos do que foi a luta de libertação nacional e isso irá também reforçar a luta que estamos a travar contra a pobreza.
Notícias (N) – O que ditou a criação do Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional? Quais são as suas atribuições e o que é que já se fez?
Carlos Silyia (CS) – O Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional aparece como resposta a tanta preocupação, a tanto interesse da sociedade moçambicana em ver escrita e divulgada a história da luta de libertação nacional. Já houve muitos esforços a nível do país, o nosso Governo sempre estimulou a necessidade da sociedade moçambicana se envolver nos estudos da história da luta de libertação nacional, porque, uma vez feitos, esses estudos vão reforçar a consciência patriótica dos nossos cidadãos do que foi a luta de libertação nacional e isso irá também reforçar a luta que estamos a travar contra a pobreza.
É nesta perspectiva que foi criado o Centro de Pesquisa da História da
Luta de Libertação Nacional por Decreto 3/2008, de 9 de Abril, pelo
Conselho de Ministros para a nível do Ministério dos Combatentes haver
uma instituição específica que se dedique ao estudo e pesquisa do que
foi a luta de libertação nacional e divulgar a sua história, bem como as
biografias dos combatentes. É também função do centro fazer a
localização das bases da Frelimo nas zonas libertadas e fazer delas
locais de interesse histórico e turístico para que a sociedade
moçambicana conheça onde foi o cenário militar da Frelimo. Também é a
função do centro cuidar da documentação da Frelimo durante a luta de
libertação nacional. Por exemplo, várias reuniões da Frelimo, as
reuniões do Comité Central, o II Congresso, a documentação da Frelimo
nos seus escritórios em Dar-es-Saalam, nos centros-pilotos de educação
de Bagamoyo, Tunduru assim como do centro de preparação
político-militar. O centro tem também uma biblioteca especializada em
livros que falam sobre a luta de libertação nacional ou então a guerra
colonial, incluindo obras vindas de outros países de expressão
portuguesa que também fizeram a guerra. Isso tudo para permitir que o
Centro de Pesquisa seja também um local onde nós acumulamos a
documentação da história da luta de libertação nacional, onde
estudiosos, jovens que queiram fazer a pesquisa da história da luta de
libertação nacional possam lá ir realizar o seu trabalho e contribuir
para as suas teses sobre a História de Moçambique. Mas o Centro de
Pesquisa, quando foi criado, estava a enfrentar muitos problemas. Um
deles é a falta de recursos financeiros e humanos. Os primeiros
funcionários do centro saíram do Ministério dos Combatentes, foram
afectos para dar andamento a alguns trabalhos, mas sem orçamento. O
Estado disponibilizou o dinheiro para o funcionamento do centro a partir
de 2010. Uma das primeiras coisas que fez foi o estudo do quadro do seu
pessoal. Em segundo lugar, realizou o primeiro encontro de estudo e
reflexão sobre as melhores formas de coordenação da pesquisa da história
da luta de libertação nacional, em Julho de 2010. Nós tínhamos
consciência de que esta missão não pode ser monopolizada unicamente pelo
Ministério dos Combatentes, porque em Moçambique há várias instituições
com experiência de pesquisa sobre a história da luta de libertação
nacional. Por exemplo, a Universidade Eduardo Mondlane já fez muitas
pesquisas sobre a figura de Eduardo Mondlane, já fez muitas pesquisas
através do Centro de Estudos Africanos, do Arquivo Histórico de
Moçambique e o Arquivo Histórico é agora o maior somatório e onde nós
podemos encontrar a documentação sobre a luta de libertação nacional.
Para além disso, o Arquivo do Património Cultural, o ARPAC, também fez
muitos trabalhos, publicou muitas biografias dos combatentes e tantas
outras instituições. Tínhamos consciência que o trabalho do trabalho do
centro só teria sucesso se conseguisse encontrar-se com outras
instituições públicas ou privadas que também fazem a investigação, para
nós estudarmos a melhor forma de levarmos esta missão avante. Foi uma
reunião muito importante, porquanto houve propostas no sentido de se
reunir um conselho científico de especialistas de várias instituições
assim como individualidades que periodicamente iriam avaliar o trabalho
desenvolvido em várias áreas. Propôs-se também que o Centro de Pesquisa
definisse a estratégia a ser implementada em todo o país sobre a
pesquisa da história da luta de libertação nacional que permitiria que
várias instituições trabalhassem com base numa pesquisa orientada mas
que periodicamente houve da nossa parte uma avaliação, para se saber a
que passos andamos.
CENTRO DE PESQUISA NÃO É INSTITUIÇÃO DE CENSURA
Maputo, Quinta-Feira, 20 de Janeiro de 2011:: Notícias
(N) – Estive nesse encontro. Alguns pesquisadores
manifestaram-se contra a existência de um centro de pesquisa justamente
adstrito ao Ministério dos Combatentes. Consideraram-na uma espécie de
censura ao trabalho deles. Esse cepticismo já foi dissipado?
(CS) – Eu acho que as pessoas que levantaram essas dúvidas tinham as suas razões, porque pensaram que o Centro de Pesquisa era um organismo de censura ou de controlo do que está sendo feito. Nós explicamos que a investigação é pluralista. Qualquer instituição pode fazer investigação, pois qualquer instituição tem o seu perfil. Nós não vamos interferir no trabalho que está sendo feito por várias outras instituições. O que nós queríamos, e ainda continuamos a defender esta tese é que a história da luta de libertação nacional não pode ser escrita sem alguma orientação do que nós queremos que seja escrita. Isso para alguns é uma censura, mas para o Centro de Pesquisa é uma instituição do Estado e, por conseguinte, defende uma política do Estado. O Estado moçambicano, neste momento sob o Governo da Frelimo tem as suas balizas já definidas. Quando nós estamos a dizer antigas bases da Frelimo que foram criadas durante a luta armada, esta foi uma orientação. Então, a nossa investigação está orientada. Quando estamos a falar das biografias, a nossa investigação está orientada. Agora, nós não estamos a dizer que as pessoas têm que escrever a história da Frelimo como ela quer. Estamos a dizer que queremos recolher episódios e narrações dos combatentes. Eu acho que chegamos a alguma conclusão: o centro tem que investigar da sua parte e não usar a capa de coordenador. Ficou claro que nós não vamos coordenar nenhum trabalho de outras instituições. O centro tem as suas funções, vai continuar a fazer a sua investigação e publicar. Mas vamos continuar a defender que quanto à história da luta de libertação nacional haja uma metodologia de trabalho. É por isso que vamos definir uma estratégia de pesquisa que será aprovada pelo Conselho de Ministros.
(N) – As tarefas acometidas ao centro são enormes, a medir pelo que disse. Isso implica, naturalmente, um elevado nível de organização e também recursos suficientes para o alcance dos objectivos para os quais foi criado, não?
(CS) – Não há dúvidas. Toda a investigação de um período tão importante como este exige muitos recursos. E até agora o Orçamento do Estado para o Centro de Pesquisa é quase insignificante. Por isso, nós estamos a tentar encontrar outros recursos fora do Orçamento do Estado. Para além de recursos financeiros, há também os recursos humanos. Nós precisamos de investigadores, historiadores com experiência e não somente porque fizeram a sua universidade mas que têm experiência prática. O Centro de Pesquisa precisa neste momento de ser munido de técnicos capazes de fazer avançar esta missão histórica de pesquisa. Para 2011, temos um projecto que denominamos publicações de memórias do combatente. O que isso é? Pretendemos publicar episódios e narrações sobre vários cenários da luta de libertação nacional pelos combatentes. Não estamos a dizer escrever a história, pois isso cabe aos historiadores. Queremos publicar as vivências dos combatentes.
(N) – E isso inclui as vivências do momento actual que vivem?
(CS) – Naturalmente. O que os combatentes viveram, o que é que foi esse cenário da luta de libertação nacional. Por exemplo, sobre a ofensiva “Nó Górdio”. O que foi precisamente a ofensiva “Nó Gordio”? Quais são os comandantes que estiveram em Cabo Delgado, em Niassa, em Tete? Como é que a população se organizou para enfrentar um Exército tão forte? Nós queremos divulgar esses episódios, essas vivências para permitir que haja uma literatura ao público moçambicano sobre a luta de libertação nacional. Isso vai fazer com que se eleve a consciência patriótica dos cidadãos, para saberem que esta pátria se conquistou à custa de muito sacrifício. Há medida que vamos publicar essas memórias, vamos também publicar as biografias desses combatentes. As pessoas vão começar a saber quem é o Chongo, quem é Chipande, quem é Pachinuapa, quem é Bonifácio Gruveta, etc. As pessoas ouvem falar dos nomes mas não conhecem quando é que eles foram para a Frelimo, o que fizeram, etc., e tantos outros moçambicanos que se distinguiram, por exemplo, na frente da educação, porque a luta de libertação não foi somente disparar, na frente da saúde, na frente diplomática. Nós também vamos publicar essas experiências. Na frente da educação, como é que a educação se instalou nas zonas libertadas? Temos aqui pessoas que foram professores, directores das escolas. Temos aqui o Roque Vicente, que é o secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional. Temos o Caínde, temos o Muiambo, temos tantos outros. Temos pessoas na frente diplomática como é o caso de Sérgio Vieira, Panguene, o próprio antigo presidente Joaquim Chissano, que foram figuras que desenvolveram bastante a diplomacia da Frelimo durante a luta de libertação nacional. Também nós queremos divulgar como é que esses moçambicanos que libertaram a pátria viveram após a independência nacional. O Centro de Pesquisa recebeu uma nova tarefa de também estudar aquilo que foi o cenário da defesa da pátria e da integridade territorial. Aqueles combatentes que após a independência nacional defenderam esta pátria contra a invasão estrangeira, a luta de desestabilização. Esses momentos fazem parte da história do nosso povo. Portanto, nós também vamos divulgar o que foram os momentos difíceis da nossa história na luta pela defesa da pátria contra o “apartheid”, a guerra da Renamo de desestabilização, essas questões todas. Elas fazem parte da história e tem aí muitos episódios importantes que esta nova geração deve aprender para saber que a pátria deve se amar, deve-se defender. Nós estamos a apostar a divulgação dessas memórias logo no primeiro trimestre de 2011.
(N) – Trata-se de memórias que já foram sistematizadas?
(CS) – Já foram sistematizadas. Uma das memórias diz respeito a vários seminários realizados pelos combatentes, por exemplo sobre a frente do Niassa, Manica e Sofala, sobre a ofensiva “Nó Górdio” e várias outras investigações que foram feitas e que estavam por aí. Também vamos começar a divulgar cadernos de fotografias de grandes momentos da luta de libertação nacional, de grandes momentos após a independência nacional, com destaque para os grandes momentos que destacaram também a vida do Presidente Samora Machel.
(CS) – Eu acho que as pessoas que levantaram essas dúvidas tinham as suas razões, porque pensaram que o Centro de Pesquisa era um organismo de censura ou de controlo do que está sendo feito. Nós explicamos que a investigação é pluralista. Qualquer instituição pode fazer investigação, pois qualquer instituição tem o seu perfil. Nós não vamos interferir no trabalho que está sendo feito por várias outras instituições. O que nós queríamos, e ainda continuamos a defender esta tese é que a história da luta de libertação nacional não pode ser escrita sem alguma orientação do que nós queremos que seja escrita. Isso para alguns é uma censura, mas para o Centro de Pesquisa é uma instituição do Estado e, por conseguinte, defende uma política do Estado. O Estado moçambicano, neste momento sob o Governo da Frelimo tem as suas balizas já definidas. Quando nós estamos a dizer antigas bases da Frelimo que foram criadas durante a luta armada, esta foi uma orientação. Então, a nossa investigação está orientada. Quando estamos a falar das biografias, a nossa investigação está orientada. Agora, nós não estamos a dizer que as pessoas têm que escrever a história da Frelimo como ela quer. Estamos a dizer que queremos recolher episódios e narrações dos combatentes. Eu acho que chegamos a alguma conclusão: o centro tem que investigar da sua parte e não usar a capa de coordenador. Ficou claro que nós não vamos coordenar nenhum trabalho de outras instituições. O centro tem as suas funções, vai continuar a fazer a sua investigação e publicar. Mas vamos continuar a defender que quanto à história da luta de libertação nacional haja uma metodologia de trabalho. É por isso que vamos definir uma estratégia de pesquisa que será aprovada pelo Conselho de Ministros.
(N) – As tarefas acometidas ao centro são enormes, a medir pelo que disse. Isso implica, naturalmente, um elevado nível de organização e também recursos suficientes para o alcance dos objectivos para os quais foi criado, não?
(CS) – Não há dúvidas. Toda a investigação de um período tão importante como este exige muitos recursos. E até agora o Orçamento do Estado para o Centro de Pesquisa é quase insignificante. Por isso, nós estamos a tentar encontrar outros recursos fora do Orçamento do Estado. Para além de recursos financeiros, há também os recursos humanos. Nós precisamos de investigadores, historiadores com experiência e não somente porque fizeram a sua universidade mas que têm experiência prática. O Centro de Pesquisa precisa neste momento de ser munido de técnicos capazes de fazer avançar esta missão histórica de pesquisa. Para 2011, temos um projecto que denominamos publicações de memórias do combatente. O que isso é? Pretendemos publicar episódios e narrações sobre vários cenários da luta de libertação nacional pelos combatentes. Não estamos a dizer escrever a história, pois isso cabe aos historiadores. Queremos publicar as vivências dos combatentes.
(N) – E isso inclui as vivências do momento actual que vivem?
(CS) – Naturalmente. O que os combatentes viveram, o que é que foi esse cenário da luta de libertação nacional. Por exemplo, sobre a ofensiva “Nó Górdio”. O que foi precisamente a ofensiva “Nó Gordio”? Quais são os comandantes que estiveram em Cabo Delgado, em Niassa, em Tete? Como é que a população se organizou para enfrentar um Exército tão forte? Nós queremos divulgar esses episódios, essas vivências para permitir que haja uma literatura ao público moçambicano sobre a luta de libertação nacional. Isso vai fazer com que se eleve a consciência patriótica dos cidadãos, para saberem que esta pátria se conquistou à custa de muito sacrifício. Há medida que vamos publicar essas memórias, vamos também publicar as biografias desses combatentes. As pessoas vão começar a saber quem é o Chongo, quem é Chipande, quem é Pachinuapa, quem é Bonifácio Gruveta, etc. As pessoas ouvem falar dos nomes mas não conhecem quando é que eles foram para a Frelimo, o que fizeram, etc., e tantos outros moçambicanos que se distinguiram, por exemplo, na frente da educação, porque a luta de libertação não foi somente disparar, na frente da saúde, na frente diplomática. Nós também vamos publicar essas experiências. Na frente da educação, como é que a educação se instalou nas zonas libertadas? Temos aqui pessoas que foram professores, directores das escolas. Temos aqui o Roque Vicente, que é o secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional. Temos o Caínde, temos o Muiambo, temos tantos outros. Temos pessoas na frente diplomática como é o caso de Sérgio Vieira, Panguene, o próprio antigo presidente Joaquim Chissano, que foram figuras que desenvolveram bastante a diplomacia da Frelimo durante a luta de libertação nacional. Também nós queremos divulgar como é que esses moçambicanos que libertaram a pátria viveram após a independência nacional. O Centro de Pesquisa recebeu uma nova tarefa de também estudar aquilo que foi o cenário da defesa da pátria e da integridade territorial. Aqueles combatentes que após a independência nacional defenderam esta pátria contra a invasão estrangeira, a luta de desestabilização. Esses momentos fazem parte da história do nosso povo. Portanto, nós também vamos divulgar o que foram os momentos difíceis da nossa história na luta pela defesa da pátria contra o “apartheid”, a guerra da Renamo de desestabilização, essas questões todas. Elas fazem parte da história e tem aí muitos episódios importantes que esta nova geração deve aprender para saber que a pátria deve se amar, deve-se defender. Nós estamos a apostar a divulgação dessas memórias logo no primeiro trimestre de 2011.
(N) – Trata-se de memórias que já foram sistematizadas?
(CS) – Já foram sistematizadas. Uma das memórias diz respeito a vários seminários realizados pelos combatentes, por exemplo sobre a frente do Niassa, Manica e Sofala, sobre a ofensiva “Nó Górdio” e várias outras investigações que foram feitas e que estavam por aí. Também vamos começar a divulgar cadernos de fotografias de grandes momentos da luta de libertação nacional, de grandes momentos após a independência nacional, com destaque para os grandes momentos que destacaram também a vida do Presidente Samora Machel.
COMBATENTES DA RENAMO TAMBÉM ABRANGIDOS
Maputo, Quinta-Feira, 20 de Janeiro de 2011:: Notícias
(N) – A componente guerra da Renamo inclui também narrações de episódios protagonizados pelos combatentes do ex-movimento?
(CS) – Naturalmente. Como deve saber, foi criado o Ministério dos Combatentes que inclui a luta de libertação nacional e a luta pela defesa da soberania, integridade territorial e democracia, como vem expresso na própria Constituição da República. Nós temos consciência de que a História de Moçambique tem que ser escrita tal e igual como aconteceu. Então, nós descrevermos por exemplo o que é que foi a guerra em Marínguè, os vários combates que lá aconteceram, isso é bom para esta sociedade conhecer. É bom que a sociedade moçambicana conheça qual é a diferença entre a guerra da luta de libertação nacional e a guerra que a Renamo fez. Qual é a diferença entre a guerra que o Ian Smith desencadeou contra Moçambique e a guerra de libertação nacional, que o ”apartheid” realizou contra o nosso país e a de libertação nacional e como é que este povo resistiu.
(N) – A pesquisa da história, dos episódios da luta de libertação nacional inclui também as fases conturbadas da Frelimo?
(CS) – Naturalmente. A Frelimo nunca deixou de falar de momentos de crise, por exemplo nos anos 68 e 69. A Frelimo nunca deixou de falar da crise após o II Congresso. Foram momentos marcantes. A Frelimo nunca deixou de falar sobre os momentos marcantes que levaram com que houvesse a necessidade de firmeza na unidade nacional como a arma fundamental da vitória. Por exemplo, neste momento eu acho que é bom estudar como é que se ultrapassam as crises. Neste momento estamos numa crise económica internacional, a vida está cara no país. Há muitas experiências da luta de libertação nacional que nos ensinam como fazer quando estamos perante uma situação de crise. Lutamos entre nós ou sentamos e analisamos? Há muita coisa que a Frelimo pode ensinar para aguentarmos as crises que nós temos neste momento para a luta contra a pobreza e a crise mundial que afecta o custo de vida dos moçambicanos. Eu acho que nada temos a esconder, pelo contrário vai ajudar a entender a história da melhor forma.
(N) – Alguns dos protagonistas da história da luta de libertação nacional vivem hoje fora do país. Serão contactados, para efeitos de pesquisa?
(CS) – Os principais combatentes que podem falar sobre a história da luta de libertação nacional estão em Moçambique. Agora a maior parte vive em Maputo, mas também nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Tete e Manica e Sofala. Alguns que ainda estão, por exemplo, na Tanzania, não eram combatentes directos, eram aqueles que apoiaram a Frelimo e que ficaram refugiados naquele país. Mas aqueles que foram comandantes das bases, das várias frentes, esses são localizáveis. Nós sabemos onde é que eles estão. O único problema que se lamenta é que grandes figuras já não estão entre nós. Há pouco tempo faleceu o comandante Daniel Polela, que foi um dos comandantes que abriu a luta armada na província do Niassa e um dos grandes comandantes na província de Cabo Delgado. Faleceu Cândido Mondlane, que era o chefe das operações militares em Cabo Delgado, o grande homem que defendeu a ofensiva “Nó Górdio”, e tantos outros que nós estamos a perder. Infelizmente, essas pessoas já não existem e pouco deixaram sobre o conhecimento deles. Por isso mesmo esse trabalho tem que ir com muita velocidade, porque os combatentes estão ficando velhos, alguns deles estão doentes e vamos perder muita biblioteca com a sua morte.
(CS) – Naturalmente. Como deve saber, foi criado o Ministério dos Combatentes que inclui a luta de libertação nacional e a luta pela defesa da soberania, integridade territorial e democracia, como vem expresso na própria Constituição da República. Nós temos consciência de que a História de Moçambique tem que ser escrita tal e igual como aconteceu. Então, nós descrevermos por exemplo o que é que foi a guerra em Marínguè, os vários combates que lá aconteceram, isso é bom para esta sociedade conhecer. É bom que a sociedade moçambicana conheça qual é a diferença entre a guerra da luta de libertação nacional e a guerra que a Renamo fez. Qual é a diferença entre a guerra que o Ian Smith desencadeou contra Moçambique e a guerra de libertação nacional, que o ”apartheid” realizou contra o nosso país e a de libertação nacional e como é que este povo resistiu.
(N) – A pesquisa da história, dos episódios da luta de libertação nacional inclui também as fases conturbadas da Frelimo?
(CS) – Naturalmente. A Frelimo nunca deixou de falar de momentos de crise, por exemplo nos anos 68 e 69. A Frelimo nunca deixou de falar da crise após o II Congresso. Foram momentos marcantes. A Frelimo nunca deixou de falar sobre os momentos marcantes que levaram com que houvesse a necessidade de firmeza na unidade nacional como a arma fundamental da vitória. Por exemplo, neste momento eu acho que é bom estudar como é que se ultrapassam as crises. Neste momento estamos numa crise económica internacional, a vida está cara no país. Há muitas experiências da luta de libertação nacional que nos ensinam como fazer quando estamos perante uma situação de crise. Lutamos entre nós ou sentamos e analisamos? Há muita coisa que a Frelimo pode ensinar para aguentarmos as crises que nós temos neste momento para a luta contra a pobreza e a crise mundial que afecta o custo de vida dos moçambicanos. Eu acho que nada temos a esconder, pelo contrário vai ajudar a entender a história da melhor forma.
(N) – Alguns dos protagonistas da história da luta de libertação nacional vivem hoje fora do país. Serão contactados, para efeitos de pesquisa?
(CS) – Os principais combatentes que podem falar sobre a história da luta de libertação nacional estão em Moçambique. Agora a maior parte vive em Maputo, mas também nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Tete e Manica e Sofala. Alguns que ainda estão, por exemplo, na Tanzania, não eram combatentes directos, eram aqueles que apoiaram a Frelimo e que ficaram refugiados naquele país. Mas aqueles que foram comandantes das bases, das várias frentes, esses são localizáveis. Nós sabemos onde é que eles estão. O único problema que se lamenta é que grandes figuras já não estão entre nós. Há pouco tempo faleceu o comandante Daniel Polela, que foi um dos comandantes que abriu a luta armada na província do Niassa e um dos grandes comandantes na província de Cabo Delgado. Faleceu Cândido Mondlane, que era o chefe das operações militares em Cabo Delgado, o grande homem que defendeu a ofensiva “Nó Górdio”, e tantos outros que nós estamos a perder. Infelizmente, essas pessoas já não existem e pouco deixaram sobre o conhecimento deles. Por isso mesmo esse trabalho tem que ir com muita velocidade, porque os combatentes estão ficando velhos, alguns deles estão doentes e vamos perder muita biblioteca com a sua morte.
- Felisberto Arnaça
19/01/2011 in História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Política - Partidos | Permalink
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Sera que ninguem na Renamo pensa nisto ou que o titio Dhlakama Afonso nao pensou nisto e preferem que a historia da Renamo seja contada pela Frelimo como sempre foi o caso?
Espero que o senhor José carlos Cruz avançara a ideia com outra gente da Renamo ou com o itito Dhlakama. A Frelimo ja nos disse muita e tanta coisa do seu gosto e nunca jamais o que nao é do seu gosto sobre si propria e sobre a Renamo.
E esta piada que se prepara nao sera diferente. Sera gastar recursos para nada em vez de emprega-los para melhor combater a dita probreza absoluta.
antes que tudo temos que concertar os termos precisos da linguagem a utilizar, dos classificativos usados para nos entendermos, isto é, falarmos assertivamente as mesmas coisas, com o mesmo, preciso, significado.
"Libertação"??? Como???
Então o regime totalitário, ditatorial, autoritário, repressivo, persecutório, sangrento/sanguinário, intolerante, tribal, racista, comunista,...esse nefando regime, que perseguiu, torturou, roubou, espoliou, assassinou,..., centenas de milhares de cidadãos;
esse regime totalitário que causou, é responsável pela guerra civil com o cortejo de destruição do tecido económico/social do País, com um saldo de 1,5 a 2 milhões de mortos, e cerca de 3 a 4 milhões de deslocados/refugiados/exilados
esse regime, isto é, a frelimo
é de libertação???
Fachavôr, esperem lá que vou ali, e já venho.
A URSS já denunciou os crimes da URSS/CCCP, Putin foi muito claro acerca dos crimes do regime de Estaline. Muito claro, mesmo.
Nikita Khrushchev, a seu modo, e como pôde, na altura, fez o mesmo.
Mikhail Gorbachev deu uma forte estocada de morte nesse execrável regime.
Para isso é necessário ter consciência cívica, ser bem formado intelectualmente, ter respeito por si próprio, pelos seus concidadãos, e pela Pátria.
E o mínimo de respeito pela Vítimas, e suas Famílias.
Guerra de Independência sim.
De "libertação", não, jamais, nunca.
Veritas invicta - A verdade não é vencida. A verdade tudo vence.
Magna est veritas, et prevalebit - Magna é a verdade, e prevalecerá. Grande é a verdade, e prevalecerá
A LUTA É CONTÍNUA.