sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Supremo dá SEGUNDA NEGA de liberdade condicional ao filho de Guebuza Ndambi sem paz!

Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 08 de Agosto de 2019 l Ano XIV l nº 867 50,00 z E mt Sai às quintas amb Onde a nação se reenc e ontra z Comercial TABELA DE PREÇOS Abertas assinaturas para 2019 MAIS INFORMAÇÕES Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181 Email: esmelifania2002@gmail.com ZAMBEZE 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt período trimestral semestral ANUal TABELA DE PREÇOS Abertas assinaturas para 2019 MAIS INFORMAÇÕES Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181 Email: esmelifania2002@gmail.com ZAMBEZE 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt período trimestral semestral ANUal Supremo dá SEGUNDA NEGA de liberdade condicional ao filho de Guebuza Ndambi sem paz! Nyusi e Ossufo sem desconfiança nem traição Química resulta em paz A.Munguambe, E. da Graça, F. Esteves e L. Cumbe 2 | zambeze Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | destaques | Com assinatura do Acordo de Paz O povo pediu, Nyusi e Ossufo deram os megabaites da paz Os órgãos eleitorais devem deixar de ser fonte de conflitos entre os moçambicanos. Esta foi a mensagem vincada pelo governo e pelo partido Renamo, no âmbito do acordo definitivo de paz, assinado esta terça-feira, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade. Os resultados pós- -eleitorais não devem nunca definir o estado de paz em Moçambique. Segundo o Presidente da República, Filipe Nyusi, o processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR) da força residual da Renamo é irreversível. Não deve, considera Nyusi, haver mais derramamento de sangue entre irmãos só por conta das diferenças de pensamento. O PR diz estar ciente de que nem tudo será um mar de rosas, mas assumiu que os moçambicanos são capazes de encontrar soluções para a resolução dos seus problemas e, de acordo com o estadista moçambicano, este acordo pretende capitalizar os aspectos positivos do Acordo Geral de Paz. Sustentar a paz é mais difícil do que sustentar a guerra O PR realça que temos de dar o máximo para que a paz seja consolidada. “Temos de proteger a conquista”, asseverou o Presidente da República acolhendo aos que chamou de ”irmãos da Renamo” para a sua reintegração na sociedade. Para o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, a paz efectiva implica a eliminação de todos elementos que alimentam os conflitos entre os moçambicanos. Os partidos políticos devem desenvolver as suas actividades sem recurso a violência. “O Acordo de Paz antecedeu a lei de amnistia”, lembrou o estadista moçambicano, dizendo também que não devia haver mais mortes entre irmãos. Uma verdadeira lição Para o líder da Renamo, Ossufo Momade, o acordo deixa uma lição de que em momentos de desentendimento podemos encontrar soluções e ultrapassar os nossos problemas. O líder da Renamo saudou o estadista moçambicano pelo seu empenho em afastar as influências negativas que minavam o processo de paz. Para o líder da perdiz, é preciso manter a paz e a reconciliação nacional e união entre os moçambicanos. “O cessar-fogo marca uma era de aceitação das diferenças políticas, a boa-fé deve continuar entre as partes” salientou, asseverando que Moçambique é um estado de direito democrático e o acordo veio para ficar, mas devemos despartidarizar o estado, porque Moçambique é um país uno e indivisível”. Por último, o líder da Renamo disse que o cessar-fogo surge numa altura em que o país espera a chegada do sumo pontífice, momento que constituirá ocasião para a purificação dos nossos corações. “Quer a Renamo quer o governo obrigam-se a cumprir os acordos, criando um ambiente propício para as eleições justas e transparentes” disse. Anúncio de uma nova era -Embaixador dos EUA A Embaixada dos Estados Unidos em Maputo considerou a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional entre o Governo e a Renamo um anúncio de uma nova era para o país. “A assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação entre o Governo e a Renamo [na terça-feira], poucos dias após a assinatura do cessar-fogo permanente, anuncia para esta grande nação uma nova era”, lê-se num comunicado distribuído à imprensa. Para a embaixada norte- -americana, a assinatura do acordo abre a oportunidade para “uma vida melhor” para os moçambicanos, que, apesar deste marco, têm ainda desafios pela frente Jacinto Veloso, ex-membro da equipa do diálogo político- -militar, representando o governo, disse que a paz deve ser definitiva e a reconciliação está em curso. Jacinto Veloso apela para a não violação dos acordos entre as partes. A reconciliação está em curso Dennis Walter Hearne Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | destaques | zambeze | 3 “É isto que queremos: um Governo que assente numa ética que coloca a vida e a dignidade humana acima do lucro. Um programa que coloca a saúde e a educação na liderança. Um governo que privilegia a paz, a paz, a paz, e prioriza o diálogo acima de disputas domésticas pelo poder. Um governo que privilegie a solidariedade acima da competição desleal. Uma governação que pense nas gerações futuras, e por isso entende a importância de agir ecologicamente na exploração de recursos naturais” (extracto do discurso de Filipe Nyusi na cerimónia de investidura a 15 de Janeiro de 2015). Para quê mais palavras? Não servirão estas para homenagear um país que quer encontrar na paz a sua identidade? O que está a acontecer por estes dias, no domínio político, é sem dúvida histórico, inimaginável há poucos meses atrás. Um encontro de paz pelo qual os moçambicanos rezaram incessantemente. No informe, na Assembleia da República, sobre o estado do país, Filipe Nyusi fez uma avaliação positiva, reafirmando momentos verdadeiramente históricos e importantes que marcam o início de um caminho ainda longo e árduo, mas sobre o qual há esperanças, o que mostra uma mudança de atitude de ambas partes. As palavras fogo e fúria serão substituídas no quotidiano por palavras que falam de paz, de relacionamentos baseados em concórdia, cheios de esperança e confiança, mostrando que, quando existe vontade entre os homens para encontrar caminhos de entendimento, nada é impossível. A assinatura deste acordo histórico entre Frelimo e Renamo abre caminho para a paz, numa comunidade que protagonizou uma das mais violentas guerras civis, um conflito que desgraçou Moçambique, colocando o mundo perplexo. A negociação sempre foi o melhor dos caminhos. Após a superação de duríssimas dificuldades, um acordo foi atingido. Não é o fim de todos os problemas, mas é o começo de uma solução, haverá por enfrentar ainda muitos obstáculos, mas o importante é a prevalência da vontade comum de se abandonar as armas da destruição e negociar soluções. Os cépticos podem dizer que a paz ainda está muito distante, lembrando da existência de uma Junta Militar e quejandos, mas isto não entra nas novas contas políticas, pois, mais do que nunca, o povo moçambicano está próximo da paz. O mais difícil era chegar ao primeiro aperto de mãos, deixando caças bombardeiros (migs) e caça às bruxas de entremeio, como era apanágio no tempo do outro.  Está aberto o caminho para a pacificação, o estrondo do avanço alcançado é irreversível, se as duas partes mantiverem acesa a chama da vontade e da paz. Já era sem tempo. O povo chora pela paz. As aves não voam seguras. Os abutres e os corruptos passeiam a classe. Chegou o tempo da bonança. Moçambique é de todos, digam o que disserem os caluniadores do sossego. O discurso de 2015 ainda mora nos corações do povo, passados cincos anos. São palavras que reactivam a esperança, matam o divisionismo, deixam as crianças sonharem como lhes compete por natureza. Quem está contra a paz? O último que apague a luz… É isto que queremos! A paz não é apenas o calar das armas - Gilberto Correia Instado a comentar sobre o Acordo da Paz e Reconciliação, entre o Governo e Renamo, o advogado Gilberto Correia disse que a paz não se pode cingir apenas ao calar das armas, mas se deve também descobrir eresolver todos os aspectos que, eventualmente, possam colocar em causa o processo de pacificação e reconciliação, daqui para diante. Gilberto Correia adianta ainda que a eclosão dos conflitos, entre as partes envolvidas, ocorrem porque existem certos focos de conflitos que precisam ser sanados. Daí a necessidade das partes (Governo e Renamo) prestarem maior atenção a estes aspectos. ‘’Senão forem tomados em consideração os aspectos levantados pelo grupo dos envolvidos em conflitos, temos a máxima certeza que este acordo apenas ficará firmado no papel e vamos assistir, de seguida, os contornos de novos conflitos’’- referiu Gilberto Correia, para de seguida apelar aos envolvidos no processo a prestar maior atenção quanto as reais motivações que geram conflitos neste país. Momento de orgulho - Lourenço Bulha, cabeça-de-lista da Frelimo em Sofala Para o cabeça-de- lista da Frelimo em Sofala, Lourenço Bulha, o Acordo de Paz e Reconciliação significa um momento de orgulho e satisfação para os moçambicanos. Segundo Bulha, a guerra nunca fez bem a ninguém, acabando por matar, destruir e atrasar o desenvolvimento do país e a vida dos cidadãos. Daí haver maior razão para os moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, sentirem-se orgulhosos e satisfeitos pela celebração deste acordo que constitui um momento impar e histórico do nosso país. Contudo, a fonte recomendou ao Governo e a Renamo a cumprirem na íntegra os pontos acordados ‘’como forma de eliminar os focos de conflitos pós-assinatura deste acordo e, com isso, garantir uma paz efectiva e duradoira para os moçambicanos’’- referiu Bulha. Traduzido em reformas profundas Venâncio Mondlane, mandatário da Renamo, entende que é importante que o processo de paz seja traduzido em reformas profundas na máquina do estado. O quadro eleitoral, segundo Mondlane, deve reflectir o espírito do acordo, pois, se virmos, os últimos relatórios indicam que Moçambique regrediu muito na economia. Por exemplo, continua Mondlane, o último relatório do repórteres sem fronteiras (RSF) apontava para um risco de o país se tornar autoritário. “Mas, mais do que isso, temos que manter o processo de reconciliação, pois no meu ver o acordo é um trampolim”, disse. Renamo, garante, está preparado para ser um partido genuíno, olhando para o simbolismo desse acontecimento. “Uma nação não é feita por pontualidades, mas sim por processos. É preciso definir os reais problemas do país e evitar os superlativos do absurdo, pois são esses que podem suscitar as desconfianças”, disse. Questionado sobre a necessidade de revisão do quadro eleitoral, Venâncio Mondlane explicou que já existem matérias sobre as reformas do quadro eleitoral e uma delas é a do Instituto dos Estudos Sociais e Económicos (IESE), que propõe a reforma desde o recenseamento até a própria fiscalização do processo eleitoral. Mondlane entende que os partidos não devem fiscalizar sozinhos o processo eleitoral. A sociedade civil pode também fiscalizar, pode também um número de 10 eleitores fiscalizar o processo. órgãos eleitorais não são os que praticam desmandos O presidente da Comissão Nacional de Eleições, Abdul Carimo, afirmou que os órgãos de gestão eleitoral não são os que praticam desmandos. Abdul Carimo explicou que os órgãos eleitorais devem desempenhar o seu papel sem beneficiar um partido em detrimento dos outros. “Não podemos fazer a gestão eleitoral, disse, se um determinado partido ao não aceitar os resultados, recorre as armas. Há um dispositivo eleitoral que os órgãos eleitorais se orientam”, sublinhou. Carimo entende que o processo eleitoral envolve os partidos políticos, os órgãos de comunicação social e outros interessados em acompanhar o processo, reconhecendo que, vezes sem conta, têm havido pequenas irregularidades. Em relação a reclamação de algumas organizações da sociedade civil que se dizem excluídas do processo devido a não acreditação pelos órgãos eleitorais, Abdul Carimo sacudiu a poeira, afirmando que, em algumas vezes, as organizações da sociedade civil submetem o pedido de acreditação faltando, por vezes, 48 horas para o início da votação, o que, segundo ele, faz impossível a emissão das credenciais, pelo facto de os órgãos eleitorais estarem ocupados com outras tarefas. A fonte salientou ainda que os pedidos de acreditação já estão abertos, quer para as organizações da sociedade civil quer para a comunicação social, bastando apenas aproximarem-se aos órgãos competentes, evitando deixar as coisas para o último dia. Abdul Carimo fez ouvidos de mercador, quando questionado sobre a situação do governador de Cabo-Delegado, Júlio Parruque, actual cabeça-de-lista ao cargo de governador da província de Maputo, pelo partido Frelimo, que, segundo a Renamo, está repleta de irregularidades. 4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 “Há fenómenos escondidos que podem minar acordos de paz” O académico e analista político Severino Ngoenha entende que há aspectos por detrás dos acordos de cessação definitiva das hostilidades e reconciliação nacional, ora assinados entre Governo e a Renamo, que dado a sua pertinência não se podem ignorar, desde denúncias de falcatruas do processo eleitoral às fricções na Renamo, passando pelos ataques em Cabo Delgado, sob risco de minar a paz que se espera definitiva. Falando a jornalistas no debate subordinado ao tema “Uma análise à cobertura eleitoral dos media em contexto de crises”, Severino Ngoenha disse existirem fenómenos escondidos e ignorados por detrás dos acordos assinados entre as partes, como resultado das negociações, que podem constituir potencialidades que levem o país a novos conflitos. Ngoenha entende que há uma necessidade de todos os actores, incluindo a sociedade no geral, bem como a classe jornalística, tudo fazer no sentido de promover a democracia e a paz, elementos fundamentais para o desenvolvimento do país. No entanto, chama atenção para questões que considera fundamentais não se passar por cima delas, no contexto dos acordos, desde as fricções dentro da Renamo, um dos actores fundamentais dentro das negociações aos ataques em Cabo Delgado, que continuam como um dos elemento a manchar a paz no país. Fez notar que os conflitos pós- -eleitorais caracterizam o processo de eleições. No entanto, as eleições de Outubro próximo, acrescenta Ngoenha, têm a particularidade de já terem sido manchadas ainda no processo de recenseamento eleitoral, o que que eleva nivel de possivel conflito pós- -eleitoral. “Há uma paz desejada, mas ao mesmo tempo minada por fenômenos escondidos por detrás dos acordos assinados”, considerou. Ninguém deve ficar de fora Para o presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, a paz é um factor-chave. Ninguém deve ficar de fora, mas para isso é preciso que tenham a consciência de que não há vencedores nem derrotados. Daviz Simango diz que os grandes conflitos no país surgem depois das eleições, daí que espera para o presente ano harmonia e que o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) deixe de ser a fonte de conflitos. Em relação ao conflito interno que o partido Renamo está atravessar, Daviz Simango sugere a separação das águas, pois, para ele, uma coisa é a organização interna do partido e a outra são pessoas que estiveram sempre com a “perdiz”, durante a guarda-civil, essas pessoas, ainda segundo o líder do partido do galo, não podem ser rejeitadas agora. “Não faz sentido também dizer que são desertores, porque quando estavam nas matas a lutar e depois a salvaguardar as bases não eram desertores, só agora que há um benefício são vistos como desertores pelo partido”, disse. Simango sugere que a Renamo aproxime-se dos contestatários e abra uma janela para a resolução do conflito sob o risco de os conflitos arrastarem-se a zona centro. Cada moçambicano é dono e responsável pela paz Por último, o deputado municipal Atul Laxmissanur disse que o país está de parabéns por ter alcançado a paz definitiva. O que resta, ainda segundo a fonte, é o mantimento desta paz através da humildade, paciência e muito diálogo. “Que cada moçambicano se sinta dono e responsável pela paz. Somos adversários apenas no campo. Mas depois que terminamos o jogo não há inimigos é desta forma que quero ver o meu país e será possível”finalizou. Segunda nega para Ndambi Guebuza AJustiça moçambicana, através do Tribunal Supremo,acaba de negar o “habeas corpus” a Ndambi Guebuza, filho de Armando Guebuza; mas negou também o deAntónio Carlos do Rosário,um antigo dirigente dos serviços secretos, alegando perigo de fuga e perturbação das investigações. Segundo fontes do Tribunal, Ndambi Guebuza e António Carlos do Rosário, antigo director da Inteligência Económica do Serviço de Informação e Serviço e Estado (SISE), vão continuar detidos, após o Tribunal Supremo ter negado provimento ao pedido de “habeas corpus” que submeteram há uma semana. Este é o segundo pedido de “habeas corpus” negado a NdambiGuebuza e a António Carlos do Rosário, depois de lhes ter sido recusado no início de Julho um outro pedido de liberdade provisória. O filho de Armando Guebuza e o antigo dirigente do SISE estão detidos desde Fevereiro deste ano, acusados de envolvimento em actos de corrupção relacionados com subornos pagos com o dinheiro das chamadas dívidas ocultas.O Tribunal Supremo negou igualmente a liberdade provisória a Sérgio Alberto Namburete, também implicado no caso das dívidas ocultas.O acórdão do Tribunal Supremo aponta o risco de fuga e perturbação das investigações como fundamentos para a manutenção da prisão preventiva. O processo sobre estas dívidas está relacionado com os avales, prestados secretamente pelo anterior Governo moçambicano, de mais de dois mil milhões de dólares, entre 2013 e 2014, a favor de empresas públicas de pesca e segurança marítima.A justiça nacional e a justiça norte-americana consideram que parte desse dinheiro foi usado para o pagamento de subornos a cidadãos moçambicanos e estrangeiros. Pedido de liberdade provisória Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | Destaque | zambeze | 5 Jornal Publico-Pt 6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad Celebração ou reflexão? Deus diz no Al- -Qur’án, Cap. 40, Vers. 39: “Ó Meu povo! Certamente esta vida mundana é apenas um gozo (temporário), enquanto o Além é que é a Morada Permanente”. Na vida de qualquer pessoa há duas coisas que têm um grande potencial de desânimo: Cada início de um novo ano, e cada data de aniversário que se presencia. À luz desta asserção, isto pode ser um peso sobre nós, tão enorme quanto uma grande montanha. Mas ironicamente isso são apenas dois dias na vida de maior parte das pessoas que vêm neles motivos suficientes para alegria e celebração. E muitos de entre nós não nos coibimos no que toca à celebração desses dois dias. Vamos ao máximo, não só abstendo-nos da poupança, como até gastando o que não temos, e dando início aos preparativos com uma grande antecedência. Os festejos nesses dias vão ao mais extremo dos limites. E agimos assim porque simplesmente falhamos ao não prestar atenção ao significado tão profundo quanto fundamental que esses dois dias encerram. Cada novo ano e cada aniversário falam-nos de algo acerca das nossas vidas. Transmitem- -nos uma mensagem reverente e séria. Falam-nos de uma passagem rápida do tempo, juntamente com o fim de cada um de nós a aproximar-se de forma rápida. Apenas as pessoas dotadas da verdadeira inteligência e de uma visão profunda conseguem captar tais mensagens. Como é que nos podemos regozijar na vida sabendo que os dias estão a eliminar os meses, e os estes estão a devorar os anos? E quando os anos tiverem finalmente eliminado a nossa existência, a morte estará lá, esperando para nos fazer entrar na inevitável destruição das nossas vidas. Toda a nossa existência é constituída por um grande ou pequeno conjunto de dias e noites. E à medida que cada dia e noite passam, as nossas vidas também passam, pois à semelhança do cubo de gelo que se vai derretendo, as nossas vidas também se vão derretendo. Sem que nos apercebamos, as noites e os dias acorrentam-nos a todos nós, e encarceram-nos. Assim como cada noite nos transporta para outro dia, cada dia nos transporta para a noite seguinte, e de uma forma algo subtil ambos acabam sendo os veículos que nos transportam para os nossos túmulos. A morte acena-nos a cada dia que passa, e à medida que tal vai acontecendo, a vida gradualmente vai desaparecendo por detrás de nós. Um verdadeiro crente só vê de uma forma a passagem do tempo e a aproximação do seu fim, e isso motiva-o a preparar-se para a residência em direcção à qual está a caminhar, ao invés de se concentrar naquilo que o está a deixar para trás. O Ser Humano é muito estranho, pois enquanto a sua vida se vai reduzindo todos os dias, ele não se preocupa com isso, mas quando a sua riqueza tende a reduzir, aí ele preocupa- -se, não obstante a riqueza ser recuperável e a vida não. Por cada dia que passa o Homem avança alguns metros em direcção ao Além, distanciando- -se do Mundo também alguns metros, mas mesmo assim ele não se preocupa com o Além que é eterno, assim como se preocupa com este Mundo que um dia findará. A pessoa tem de olhar para o Mundo desta maneira, e só assim a sua vida tornar-se-á numa jornada preocupada na preparação do Outro Mundo, garantindo que se mantenha à distância deste Mundo com todos os seus prazeres. Só assim cada novo ano e cada aniversário tornar-se-ão motivo para uma maior reflexão do ano que findou, e numa maior motivação para uma melhor preparação dos dias que restam. Nenhuma pessoa mentalmente sã celebra a perda de algo. Como então nos permitimos celebrar a perda do tempo que cada novo ano nos traz? Estamos nas vésperas de mais um Eid-Ul-Ad’há, que significa a passagem de mais um ano nas nossas vidas. É bom que cada um de nós compreenda que cada Eid que vem, cada ano que passa, cada respiração que tomamos, indicam-nos a aproximação do nosso fim. Por isso, é bom percebermos o significado da passagem do tempo. À todos, desejos de Um Feliz Eid-Ul-Ad’há. Não há greves populares Osindicalismo “ s e l v a g e m ” floresce onde o sindicalismo bem-comportado não tem resultados. Misteriosamente, o PS já nem importância dá aos seus dirigente sindicais, colocando-os de fora das listas de deputados – o que é uma absoluta novidade num partido que se integra na história dos partidos trabalhistas europeus. Marcelo Rebelo de Sousa veio ontem fazer a sua tentativa de apaziguamento relativamente à iminente greve dos motoristas. O argumento mais forte do Presidente – que já protagonizou uma sessão de “afecto” com motoristas em Dezembro passado, quando viajou a bordo de um camião – é que os trabalhadores se arriscam a perder popularidade (que nunca tiveram). “Se de repente há na sociedade portuguesa um sentimento, uma reacção”, se a sociedade se “sentir refém da luta, deixa de se identificar com a luta”. A posição de Marcelo Rebelo de Sousa é uma variação mais suave da que foi já expressa pelo primeiro-ministro, que afirmou existir, contra a greve dos motoristas, “um claro sentimento nacional de revolta e de incompreensão”. A questão aqui é que este argumento tem valor idêntico para o caso dos motoristas de matérias perigosas como para outro sector de que dependa a vida das pessoas normais: médicos, enfermeiros, professores, trabalhadores dos transportes públicos… A história não retém um caso de uma greve popular. Costa acha a greve injusta, porque é desencadeada no meio de um processo negocial; Marcelo admite a justeza das reivindicações, ou pelo menos aceita que “os fins sejam legítimos”. “Há que ter atenção que não basta que os fins sejam legítimos, que as aspirações sejam legítimas ou justas, é preciso depois que os meios não venham a prejudicar os fins”, disse o Presidente. É verdade que estava a decorrer um processo negocial em resultado da greve da Páscoa e a convocação deste novo round de paralisações vem dar o dito por não dito por parte dos motoristas. Por alguma razão (eleições, como apareceu naquele vídeo que foi divulgado?), o sindicato que o advogado lidera – mas não só esse – decidiram estragar o Agosto aos portugueses. Mas uma exigência de 900 euros de vencimento-base em 2022, numa profissão de especial desgaste e responsabilidade, é assim tão absurdo? O sindicalismo “selvagem” floresce onde o sindicalismo bem-comportado não tem resultados. Misteriosamente, o PS já nem importância dá aos seus dirigente sindicais, colocando-os de fora das listas de deputados – o que é uma absoluta novidade num partido que se integra na história dos partidos trabalhistas europeus. Depois de o primeiro- -ministro, foi a vez de o ministro das Infra-Estruturas, o mais à esquerda deste Governo, admitir que se tem de “revisitar” a lei da greve. Pedro Siza Vieira, o ministro da Economia, mais recentemente disse que a revisão da lei da greve “é uma questão que tem de ser equacionada do ponto de vista político e os protagonistas políticos têm de ponderar a necessidade de rever a lei da greve”. Uma coisa sabe este Governo: esta greve e todas as outras são impopulares e quanto mais duro for com os grevistas, mais ganha na opinião pública. Margaret Thatcher também sabia. Zambeze, como se sabe, é nome de um dos maiores rios de África, na verdade o 4º, com 2,693 km, que flui de oeste para o leste e “esvazia-se” no Oceano Índico, depois de percorrer países como Zâmbia (onde nasce), Zimbabwe, Botswana, Moçambique, Namíbia e Angola. É este Zambeze, que deu nome a este Jornal. É neste Zambeze, no caso o Jornal, onde irei, a partir de hoje e durante o tempo que Deus me conceder, navegar, o mesmo é dizer, verter as minhas lucubrações sobre os mais variados temas da vida social, política, económica, social, entre outros, do nosso país e do mundo. Escolhi, para nome da rubrica, através da qual entrarei em contacto consigo caro leitor, “Ontem, hoje e amanhã”. E não foi por acaso. Não foi por distracção. Não porque precisava apenas de um nome. Desde que fosse nome. Escolhi-o pelo seu significado, que é abrangente, que transmite, na minha opinião, a ideia do “todo”. De facto, semana sim, semana sim, procurarei falar de coisas do passado. De coisas do presente. E das coisas do futuro. Pois, é preciso lembrar, por exemplo, que eu, tu, e todos os outros, temos passado. Estamos no presente. Pensamos todos os dias no futuro. É também importante lembrar que o mundo, é o que é porque tem como referência o passado e é lá (no passado) que estão alicerçadas todas as coisas, todas as ideias que fizeram com que ele (o mundo) chegasse onde chegou e é desse passado, e do presente que será passado, que o mundo será o que será amanhã… Por isso, é importante falar das coisas de ontem, das coisas de hoje, das coisas de amanhã. E por falar das coisas de ontem, de hoje e de amanhã, junto-me hoje, humildemente, àqueles que saúdam os esforços do governo de Moçambique e do Partido Renamo, de criação de alicerces para uma paz efectiva, duradoira e definitiva, para o país. Saúdo particularmente dois acontecimentos recentes, marcantes: a aprovação, pela Assembleia da República, da Lei da Amnistia, um instrumento através do qual se “convida” a Nação moçambicana a perdoar alguns dos seus filhos que, durante largos anos, estiveram de costas voltadas contra o ordenamento jurídico vigente no país, servindo-se de armas para fazer valer as suas ideias políticas. Segundo acontecimento: a assinatura do acordo de cessação definitiva das hostilidades militares. São eventos importantes e determinantes, que nos conduzirão à estabilidade política, social e económica, rumo ao desenvolvimento que todos almejamos. Voltarei a este tema na próxima edição. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | opinião | zambeze | 7 A paz, aqui ao virar da esquina TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos) Idosos “minhados” (excluídos) completamente do processo eleitoral pelo STAE de Felisberto Naife! Os ciclos eleitorais têm sido marcados por altos índices de abstenção, sobretudo desde1999, quando a nossa gloriosa Frelimo começou a ganhar “milagrosamente”! Apesar desta fraca participação de eleitores, o STAE não se tem preocupado em incentivar especificamente uma grande franja da população, que regularmente se exime de participar no processo eleitoral: as pessoas idosas! Constituindo este grupo 5% da população, a sua participação podia reduzir os níveis de abstenção... É verdade que o STAE fez alguns muitos spots a convidar aos cidadãos para que se recenseassem, mas uma vez que as pessoas idosas têm características próprias, aquele organismo devia ter inserido spots especificamente dirigidos a elas! Quando apresentei esta preocupação pessoalmente ao STAE, chegou a parecer-me que tinha levado em conta este aspecto, tanto assim que pensei que um dia desses seria surpreendido com um spot na TV a convidar especificamente as pessoas idosaspara promoverem a sua inscrição, mas nada! Os responsáveis do STAE, FelisbertoNaife e Helena Garrine,só estavam a gozar com a minha cara... Querem lá saber se osmadalas votam ou não... Agiram como quem diz: “Nós já contratamos o Stewart para convidar todos os cidadãos, agora se os madalas se auto-excluem é com eles, não fazem falta!”. Mas uma vez que as pessoas idosas constituem 5% de toda população, deviam ter sido instadas especificamente a promoverem a sua inscrição para tomarem parte em todo processo: elegerem e serem eleitos!Sabe-se que muitas pessoas idosas se eximem de tomar parte no pleito alegando as mais diversas razões. Por exemplo, algumas (muitas) pessoas daquele escalão etário são indocumentadas e que, por conseguinte, têm sido excluídas no usufrutode muitos dos seus direitos sociais, como, por exemplo, a percepção do Subsídio Social Básico(SSB), a isenção de pagamento nos transportes públicos, etc. Alguns acabam se acomodando na exclusão e, por conseguinte, acabam se auto-excluindo do processo de recenseamento e, consequentemente, da votação, porque ignoram que é possível recensear-se para as eleições sem qualquer documento, recorrendo apenas ao suporte de 2 testemunhas e desse modo cumprir um dever e gozar de um direito: votar e ser votado! Outras se abstêm pelo receio de enfrentar as filas, ignoram que gozam de prioridade; ora porque crêem que para votar é preciso ser alfabetizado para conseguir fazer o “X” muito apregoado pelos políticos que muitas vezes se esquecem de dizer que os não alfabetizados também podem votar com simples aposição de impressão digital. Outros ainda se abstêm pela simples indiferença, porquanto não crêem que o seu voto influencie o fiel da balança no escrutínio, quando na verdade faz toda a diferença, uma vez que as pessoas idosas representam 5% de toda população. Em nosso entender, o STAE devia ter tentado desconstruir todas essas ideias erradas, concebendo mensagens especificamente dirigidas às pessoas idosas de modo a sentirem-se tocadas como parte importante do processo. Mas o STAE preferiu mandá-las à fava... Paciência! Recentemente, terminou a inscrição dos partidos que se propõem a concorrer nestas VI eleições, que terão lugar no dia 15 de Outubro de 2019, mas duvido que essas filiações partidárias terãoincluído o nome dalgum idoso, porque a condição para eleger e ser eleito é estar recenseado, ecomo muitas pessoas idosas não se recensearam, porque não foram incentivados para tal, acabaram ficando fora das listas dos partidos e pelo mesmo motivo também no próximo dia 15 de Outubro não poderão votar... Que pena nós idosos termos que nos sujeitar aos dirigentes que os outros escolherão por nós, se calhar votarão nos que jamais devessem ser escolhidos...Fico com uma vontade incontida de exigir a demissão do Director-Geral do STAE, mas tenho medo de pronunciar tal reivindicação, pois receio ser conotado com a RENAMO e daí em diante começar a ter a minha vida ainda mais negra! Já aprendemos que é isso que acontece a todos que se confundem com a perdiz! Para ter bom tacho,convém ser confundido com a nossa gloriosa Frelimo, que libertou a pátria do jugo colonial para o afundar nas dívidas ocultas eque,quando não ganha as eleições na urna, as ganha “milagrosamente”... Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com Papa Francisco: a visita que honra todos moçambicanos… Map utadas Francisco Rodolfo Avinda a Moçambique do Papa Francisco, anunciada pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, levou de júbilo todo povo Moçambicano, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Oceano Índico. De lá para cá a Humanidade não conhece Moçambique pelas calamidades naturais, destacando-se nos últimos tempos o Idai seguido do seu irmão também mortífero, o Kenneth, que assolaram as províncias de Sofala, Manica, Tete e parte da província de Inhambane, bem como o segundo, que flagelou Nampula, Cabo Delgado e Zambézia e pela guerra de desestabilização implantada pelos regimes racistas do apartheid e do tabaqueiro Ian Smith, numa tentativa de “para os ventos da libertação com as mãos. Num momento em que os moçambicanos estão a saborear os adventos da Paz Efectiva e Duradoira que foi alcançado no passado dia 1 de Agosto de 2019, com a Assinatura do Acordo Secessão Definitiva das Hostilidades Militares em Gorongosa, Parque de Chitengo, pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto NYUSI e pelo Presidente da RENAMO, General Ossufo MOMADE, não entendemos aqueles que querem mais uma vez, desviar- -nos a atenção escrevendo mesmo que a visita devia ter sido adiada e não ser no ano eleitoral. Quer dizer, pretendiam impor a agenda do Sumo Pontífice, o Papa Francisco à sua “agenda caseira” do tipo: “O Papa devia vir também para Beira”; “devia ir a todas as Provinciais”; “devia ir à minha aldeia…”; “não devia vir agora porque favorece a FRELIMO nas eleições de 15 de Outubro”; “a igreja não foi consultada”. Esquecem os que andam a inundar maliciosamente os whatsApps que o Santo Padre, Papa Francisco (escolheu o nome Francisco, de Francisco de Assis, lutador dos pobres) pela sua simplicidade, pela sua força e coragem, que está a transformar o tradicionalismo retrógrado que sempre caracterizou a Igreja Católica, sobretudo em Moçambique, onde alguns jovens nem sabem que antes da Independência Nacional em 25 de Junho de 1975, não havia nenhum Bispo preto aqui em Moçambique. O Cardeal D. Alexandre Maria dos Santos, por exemplo, provavelmente não passaria de Padre Superior, porque mesmo para Padre Superior, onde estivesse dois padres numa Paróquia, o “Superior” era o branco, estando o seu colega preto relegado para o segundo plano, se não fosse a Independência Nacional, cujo sucesso escusado será dizer que foram graças à luta armada de libertação nacional desencadeada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). Para alterar a situação foi necessário produzir reformas, com D. Manuel Vieira Pinto, Bispo de Nampula (branco) que tinha sido expulso pela PIDE/DGS (Polícia Internacional de Defesa de Estado – Direcção-Geral de Segurança) no período colonial, bem como muitos padres Colombianos e os da Beira, que implicaram o encerramento do “Diário de Moçambique”, que foi adquirido pelo Engenheiro fascista, amigo de Salazar, Jorge Jardim, que comprou a “Companhia Editora de Moçambique”, transformando-o em “Notícias da Beira”, isto é, mantendo este matutino. O Monsenhor Padre Martins “foram recambiados” para Portugal, matando para sempre o sonho de D. Sebastião Soares de Resende, Primeiro Bispo da Beira, patrono do “Diário de Moçambique”, jornal que sempre sofreu encerramentos impostos pela PIDE/ DGS, por estar a combater o regime colonial e fascista português, esse regime que não só deixou atrasado o povo moçambicano, mas também o povo português. É esta a realidade, vivida na altura, que certamente muitos jovens são bombardeados pela desinformação querem-nos desviar desta grande vitória dos moçambicanos pela vinda do Papa Francisco a Moçambique. Moçambique deve estar de júbilo para receber o Santo Padre, pois não faça como durante o colonialismo, quando Samora Moisés Machel foi recebido pelo Papa no Vaticano, ainda no período colonial e vieram vozes da Igreja Católica, gritando: “O Papa não devia ter recebido um turra”.* O Vaticano reconheceu a luta de libertação dos povos das ex-colónias e por isso, fica claro, que há reminiscência de alguns sacerdotes em Moçambique, que não tiraram o passado colonial nas suas cabeças, como um pároco de Nampula que não se cansa de desviar-nos das atenções, enviando cartas para jornais, com a sua “Opinião”, querendo desvirtuar o trabalho dos moçambicanos no alcance da PAZ EFECTIVA e DURADOIRA, que brevemente será “selado” com o “Acordo de Paz de Maputo”, pelo Presidente da República Filipe NYUSI e o Presidente da RENAMO, General Ossufo MOMADE. Queremos que a “guerra” seja coisa a ensinar na História de Moçambique aos nossos filhos e netos, bem como gerações vindouras. Visita do Papa Francisco: honra todos os mo Papa Francisco: a visita que honra todos moçambicanos… - faça desta visita momento de comemoração e momento de reconciliação e de PAZ entre moçambicanos. Turra* - designação que em plena guerra colonial era dado aos “guerrilheiros” da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). • Jovens que nasceram ontem não sabem que certos sectores da Igreja Católica em Moçambique estavam mancomunados com o “colonialismo português”… • Os da Igreja Católica que eram excepção pagaram bem caro a “violência” do Regime de Salazar/Caetano… 8 | zambeze Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA z E FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA amb Onde a nação se reenc eontra z FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA Grafismo: NOVOmedia, SARL Fotografia: José Matlhombe Revisão: AM Expansão: Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 82-578 0802 (PBX) 82-307 3450 Publicidade: Esmeralda do Amaral Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 | 82-307 3450 (PBX) esmelifania2002@yahoo.com.br Impressão: Sociedade do Notícias S.A Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584 (E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido e Luís Cumbe Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, Francisco Rodolfo e Samuel Matusse Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544 (E-mail: munguambe2 @hotmail.com Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Propriedade da NOVOmedia, SARL Gestora Administrativa Esmeralda do Amaral, Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 esmelifania2002@gmail.com D i r e c ç ã o , R e d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Av. 25 de Setembro, N. 1676, 1o Andar, Portas 5 e 6 Cell: 82-307 3450 (PBX) zambeze.novomedia@hotmail.com | opinião | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 zambeze | 9 Editorial O povo gritou: viva, viva a paz. O povo já vinha pedindo o aumento dos incentivos para a paz. Nyusi e Ossufo não se fizeram de rogados. Respeitaram a vontade popular. Afinal, como dizia o outro, o povo é patrão. Assim sendo, viva o patrão que, a partir de terça-feira, beneficia de todos os ingredientes para a colheita da paz. Moçambique está ao rubro. Já não era sem tempo! Posto isto é imprescindível criar todas as condições para que a paz se mantenha com êxito, pois a experiência demonstra que os Estados que se encontram em paz precisam de se preparar contra todas as contingências e, sobretudo, têm a necessidade de garantir a estabilidade política e o desenvolvimento económico e social. Apesar de alguns sectores da sociedade, em que pontificam comentadores e políticos, defenderem a ideia de nem tudo são rosas, atirando setas em diferentes direcções, a estes temos que dizer, de uma vez por todas, que somos moçambicanos e devemos dar um voto de confiança aos mentores da paz. Basta de sermos fatalistas, fantoches e apregoadores da má sina, devemos assumir que os que assim cogitam estão redondamente enganados. Moçambique reconquistou a paz em 2019 na sequência de um processo longo. O acordo de terça-feira suscitou a admiração de todo o mundo, como sendo um bom exemplo de tolerância e de diálogo entre irmãos desavindos há já bastante tempo. Filipe Nyusi e Ossufo Momade, em tempo recorde, mostraram ao mundo que eram capazes de, eles próprios, resolverem os seus problemas, desafiando uma metamorfose de consolidação de uma cultura de paz e reconciliação nacional. A paz, queridos irmãos, é um bem essencial para a vida dos povos, pois só com esta é possível trabalhar para aumentar permanentemente a qualidade de vida dos cidadãos. A paz cria condições para o crescimento económico e desenvolvimento, por isso vale sempre a pena lutarmos pela sua preservação, o mundo precisa de políticos que saibam promover a concórdia e a paz, cultivando o respeito pela realidade cultural do seu país. O Estado é, seguramente, um exemplo claro de como se deve preservar a paz, a harmonia nas relações e, sobretudo, o reforço de várias formas de cooperação. O caminho está aberto. Cada moçambicano deve assumir a paz como seu tesouro, sua relíquia, e fazer de tudo para garantir o bem-estar das gerações vindouras. O povo está satisfeito. Foi feita a sua vontade. Viva a democracia! O povo pediu a paz. E os negociadores ofereceram megabaites deste precioso bem social! Txuna paz! Editorial O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, principal partido da oposição, Ossufo Momade, assinaram em Maputo o terceiro Acordo final de Paz desde a independência do país, cujo grande teste será a 15 de outubro O acordo de paz assinado na tarde desta terça-feira na Praça da Paz, em Maputo, na presença de altos dignitários nacionais e estrangeiros — entre os quais a secretária de Estado portuguesa dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro, e Alta Representante da União Europeia para a política externa, Federica Mogherini — tem de ser ratificado pelo Parlamento moçambicano até ao final do mês. A cerimónia da assinatura culmina vários anos de negociações entre o Governo moçambicano e a Renamo, processo iniciado ainda com o líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama, falecido em maio de 2018. As negociações de paz foram mediadas pela comunidade internacional, através do denominado Grupo de Contacto, presidido pela Suíça e composto pelos EUA, China e União Europeia, entre outros. O acordo foi no entanto contestado por um grupo residual de antigos combatentes da Renamo que não aceitam a liderança de Ossufo Momade, por considerarem que está a “entregar as armas ao inimigo”. Na base desta contestação está um dos principais pontos do Acordo, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo. No entanto, em declarações feitas há algum tempo ao Expresso, Ossufo Momade afirmou que, ao substituir o líder histórico, limitou-se a seguir o plano já desenhado por Afonso Dhlakama para o futuro do partido, porque era sua vontade que Moçambique alcançasse uma paz efetiva e duradoura. A assinatura deste Acordo final de Paz antecede o início da campanha para as eleições legislativas e presidencial de Moçambique, agendadas para 15 de outubro, e irá permitir que os candidatos possam participar ativamente nesta campanha. Segundo vários analistas, estas eleições irão ser um verdadeiro teste aos compromissos assumidos neste que é o terceiro Acordo de Paz (o primeiro foi assinado em 1992 e o segundo em 2014) em Moçambique desde a independência do país, em 25 de Junho de 1975. Um Acordo de Paz com um pequeno óbice e um grande teste à vista | opinião | Sílvia Fernandes Stress hídrico desafia humanidade Os países em que a água já é um recurso em falta QQuase um terço da população global - 2,6 bilhões de pessoas - vive em países em situação de stress hídrico extremamente alto.O crescimento populacional, o aumento do consumo de carne e a intensificação da actividadeeconómica vêm pressionando os recursos hídricos do mundo.Habitantes de quase 400 regiões do planeta já estão vivendo sob condições de “extremostress hídrico”, segundo um novo relatório do WorldResourcesInstitute (WRI), um centro de pesquisa sediado em Washington. O temor é que a escassez de água possa causar o deslocamento de milhões de pessoas, gerando conflitos e instabilidade política.Do México ao Chile, passando pelas áreas da África e pontos turísticos no sul da Europa e no Mediterrâneo, o nível de “stress hídrico” – a quantia de água extraída de fontes terrestres e superficiais em comparação com o total disponível – está atingindo níveis preocupantes. Problema global O Turismo vem colocando pressão sobre recursos hídricos de alguns países mediterrâneos. Quase um terço da população global – 2,6 bilhões de pessoas – vive em países em situação de stress hídrico “extremamente alto”, incluindo 1,7 bilhão em 17 nações classificadas como “extremamente carentes de água”, segundo o WRI.Enquanto os países do Oriente Médio são considerados os de maiorstress hídrico, o estudo também destaca que a Índia vem “enfrentando desafios críticos sobre seu uso e gestão da água que afectam tudo, desde a saúde ao seu desenvolvimento económico”.Paquistão, Eritreia, Turcomenistão e Botswana também são considerados extremamente carentes de água. Más notícias e boas surpresas Os dados foram compilados a partir da plataforma Aqueduct 3.0 do WRI, que analisou vários modelos hidrológicos e calculou o quanto de água é retirada dos suprimentos de águas superficiais e subterrâneas disponíveis em cada região em comparação com o total de água disponível. Quando a proporção excedia 80%, as áreas eram consideradas “extremamente carentes de água”. “Como alguém que trabalha com dados, tento ser bastante imparcial sobre o que esperar dos números, mas fiquei surpreso com a situação ruim na Índia”, diz RutgerHofste, principal autor do estudo, à BBC.A Índia é o 13º país do mundo com maior stress hídrico, à frente do seu vizinho, o Paquistão.Nove dos seus 36 Estados e territórios são classificados como extremamente carentes de água e Chennai (antiga Madras), a capital do Estado de TamilNadu, no sul do país, sofreu recentemente com inundações e secas. “A contínua crise hídrica na principal cidade de Chennai demonstra os tipos de desafios que grande parte da Índia enfrentará nos próximos anos, exacerbada pela má gestão da água e pelas crescentes demandas por água tanto da indústria quanto das pessoas”, diz o relatório.Segundo o WRI, o México enfrenta uma situação tão grave quanto a da Índia, se nenhuma medida for tomada. Quinze dos 32 estados do país são classificados como extremamente carentes de água e Hofste aponta que a capital, a Cidade do México, em particular, tem um “sistema de água muito frágil”.Dez das 16 regiões do Chile também foram classificadas como “extremamente carentes de água”, incluindo a capital, Santiago. As capitais chinesa e russa, Pequim e Moscovo, também são classificadas como “extremamente carentes de água”, embora os países não sejam.“Algumas outras surpresas”, segundo Hofste, foram encontradas no sul da Europa, incluindo Itália e Espanha, onde o turismo representa uma pressão adicional sobre os sistemas de água durante os meses mais secos do ano.Mais da metade das 20 regiões da Itália foi considerada “sob stress hídrico extremo”, bem como um terço (27) das 81 províncias da Turquia. A Cidade do Cabo, na África do Sul, passou por drástico desasbatecimento de água em 2018 e restrições foram implementadas. No entanto, a Cidade do Cabo, na África do Sul, dez dos 17 distritos do Botswana e partes da Namíbia e Angola são considerados “extremamente carentes de água”. Brasil O Brasil, por outro lado, não vive a mesma realidade. Segundo o estudo, a maior parte do país tem um baixo risco de stress hídrico.Apesar disso, o Distrito Federal é o Estado em situação de maior stress hídrico do Brasil (médio-alto), de acordo com a pesquisa. Em seguida, vêm os Estados do Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e Pernambuco. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o Brasil possui cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta, mas a distribuição natural desse recurso não é equilibrada.A região Norte, por exemplo, concentra aproximadamente 80% da quantidade de água disponível, mas representa apenas 5% da população brasileira. Já as regiões costeiras abrigam mais de 45% da população e apenas 3% dos recursos hídricos do país. Consumo explosivo Entre 1961 e 2014, a taxa global de retirada de água, ou a quantidade de água doce extraída de fontes de água subterrâneas e superficiais, aumentou 2,5 vezes.A demanda por água para irrigar plantações mais do que dobrou no último meio século, diz o WRI, e a irrigação responde por cerca de 67% da água consumida a cada ano.As indústrias em 2014 consumiram três vezes mais água do que em 1961 e agora respondem por 21% do total de retiradas brutas. Enquanto isso, as famílias respondem por 10% das retiradas de água, o que representa um aumento de mais de seis vezes em relação a 1961. Apenas uma pequena percentagem de água retirada de fontes hidrológicas se destina à pecuária. No entanto, Hofste ressalva que a água usada para irrigar plantações que eventualmente servem de alimento para o gado é responsável por 12% do uso global da água de irrigação, de acordo com um estudo de 2012 realizado por pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda. Em meio à tendência de aumento da demanda por produtos de origem animal, ele diz acreditar que a redução da ingestão de carne pode ajudar a aliviar os recursos hídricos do mundo.“Essa é provavelmente a solução milagrosa se você me pedir para resolver a crise global da água”, diz Hofste “Usamos muitas terras agrícolas para plantar comida e alimentar os animais. Então, quando você pensa em transformar esses recursos em calorias, não se trata da maneira mais eficiente.” De acordo com o estudo holandês de 2012, a pegada hídrica de qualquer produto animal é maior do que a pe10 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 gada hídrica de produtos agrícolas com valor nutricional equivalente. Clima e conflito Várias agências das Nações Unidas já alertaram que a mudança climática vai tornar a disponibilidade de água menos previsível em alguns lugares.A previsão é que o aumento das temperaturas e chuvas mais variáveis reduza a produtividade das culturas em muitas regiões tropicais em desenvolvimento, onde a segurança alimentar já é um problema, diz a Organização Mundial da Saúde (OMS). E de acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, baseada nas tendências existentes, a escassez de água em alguns lugares áridos e semiáridos causará o deslocamento de 24 milhões a 700 milhões de pessoas até 2030.Alguns países em situação de stress hídrico estão zonas de conflito, e água pode ser um factor que contribui para confrontos, diz estudo. O WRI também diz que muitas áreas extremamente e altamente carentes de água estão em zonas de conflito, e esse recurso pode ser um factor que contribui para os conflitos. Essas áreas incluem Israel, Líbia, Iêmen, Afeganistão, Síria e Iraque.Muitas áreas que precisam absorver um grande número de pessoas deslocadas, como a Jordânia e a Turquia, também sofrem muito com o stress hídrico. Mas os dados do WRI também mostram que mesmo os países que não são particularmente sujeitos a stress hídrico são vulneráveis à ocorrência de secas, que é definida como precipitação abaixo de 10% do nível normal. A Moldávia e a Ucrânia, por exemplo, são definidas como países de baixo a médio nível de stress hídrico, mas estão no topo do ranking de países expostos a riscos de seca. Em seguida, está Bangladesh, onde o nível de stress hídrico é classificado como baixo.Além disso, os pequenos agricultores nesses países são menos flexíveis a variações no abastecimento de água em comparação com agricultores na Califórnia. Experiências positivas Mas Hofste diz que os dados do Aqueduct 3.0 também mostram que, onde os factoressocioeconómicos são os principais propulsores do stress hídrico do mundo, eles podem ser mitigados a partir de uma boa gestão da água. Singapura, por exemplo, construiu um abastecimento de água sustentável que o governo chama de “Quatro Torneiras”: um sistema de grandes proporções de colecta de água (especialmente para a pequena área da ilha); importações de água; água recuperada de alta qualidade conhecida como Newater; e água dessalinizada. Israel é outro líder mundial em tecnologias avançadas de água e gerenciamento do recurso.Hofste diz que os países que enfrentam desafios relacionados à água, como a Índia, podem reagir seguindo esses exemplos para enfrentar as suas próprias crises. “O stress hídrico é um indicador importante, mas não representa um destino imutável”, disse Hofste à BBC.“Depende muito da resposta do país e há exemplos de nações que enfrentaram crises hídricas com sucesso”. Arrancou campanha de Educação Cívica Eleitoral Os agentes de educação cívica eleitoral estarão distribuídos pelos sete distritos municipais que compõem a cidade de Maputo. A informação foi avançada este sábado pela presidente da Comissão de Eleições da cidade de Maputo, Ana Chemane, na Escola Secundária Noroeste 1, que acolheu a cerimónia de lançamento da campanha de educação cívica eleitoral nesta urbe. Segundo Ana Chemane, a campanha consiste na mobilização, sensibilização e educação cívica eleitoral dos munícipes e dos potenciais eleitores naquilo que é necessário para poder votar e a importância do voto. “Com este acto, nós esperamos que a população receba a principal mensagem de que, no dia 15 de Outubro, deva ir cedo votar e que os eleitores percebam que só temos um único dia para votar, também que votar é um direito cívico e de cidadania”, disse. De acordo com a presidente da Comissão de Eleições da cidade de Maputo, os agentes de educação cívica eleitoral são o principal veículo da necessidade de eleger o futuro Presidente da República e deputados da Assembleia da República. Disse esperar que várias actividades, enquadradas na campanha de educação cívica, aconteçam nos próximos dias para que se possa ter nível de abstenção Arrancou, oficialmente, no sábado, 03 de Agosto, a campanha de educação cívica eleitoral para as eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, agendadas para dia 15 de Outubro próximo. Na cidade de Maputo, a capital do país, 240 agentes de educação cívica eleitoral estão envolvidos na mobilização 700 545 mil potenciais eleitores inscritos nesta autarquia. “Zero”. Para tal, os agentes de educação cívica deverão ir às igrejas e outros locais de concentração populacional na perspectiva de educar os cidadãos para que exerçam o seu dever cívico. “Eles portam a mensagem de que o direito a voto é um dever cívico, um dever de cidadania e que todos os eleitores devem se aproximar às mesas e votar. Devem eleger os seus titulares, porque, se não elegem, vão reclamar. Também lembra- -los delevar consigo o cartão de eleitor.Essa é a mensagem principal”, disse. Refira-se que a Campanha de Educação Cívica Eleitoral terá duração de 29 dias, de 03 a 30 de Agosto do corrente ano. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 11 A Fiscalização Prévia - FP (através do visto) corresponde ao exercício do poder de controlo financeiro ou da legalidade de determinados actos administrativos antes da sua prática. A FP é entendida como a forma de controlo das despesas públicas que mais polémica causa, no seio das instituições públicas sujeitas à jurisdição dos tribunais administrativos, cujo processo de tramitação pode estar a conduzir a prática de actos de corrupção por parte dos funcionários que intervém nas suas diversas etapas, conducentes à decisão por parte do juiz. Éimportante sublinhar, a propósito da FP, que esta se exerce através da concessão ou recusa do visto nos actos ou contratos submetidos à apreciação do Tribunal Administrativo (TA) e dos tribunais administrativos. Trata-se de um escrutínio da actividade financeira do Estado, isto é, de um mecanismo de prevenção da prática de actos que não estejam em consonância com o estabelecido na lei ou cujos encargos não tenham cabimento financeiro (orçamental), ou quando se está perante dúvidas sobre se os referidos actos observam condições favoráveis para o Estado. A FP ou visto reveste-se de uma importância central no quadro das finanças públicas e na vida diária da Administração Pública, de tal forma que lhe foi conferida dignidade constitucional. A Administração Pública é directamente abrangida por esta actividade. A FP condiciona a eficácia global dos actos e contratos celebrados pela Administração Pública, viabilizando-os, nos casos de concessão do visto, ou determinando a sua inexequibilidade e a insusceptibilidade de produção de quaisquer efeitos financeiros, nos casos da sua recusa. O visto é, por conseguinte, uma forma privilegiada de evitar que sejam realizados gastos ilegais e irregulares. Quadro legal Um primeiro passo para a análise do processo de controlo prévio é observar o que a legislação estabelece sobre a matéria (Lei n.°8/2015 de 6 de Agosto, que altera os artigos 1, 4, 5, 6, 7, 13, 14, 138 da Lei n.°14/2014 de 14 de Agosto (que altera e republica a Lei n° 14/2014, que aprova a Lei da Organização, Funcionamento e Processo Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo). A fiscalização prévia da legalidade das receitas e despesas públicas abrange a concessão ou recusa do visto nos actos, contratos e demais instrumentos emanados pelas entidades públicas e que para a sua eficácia careçam do mesmo, traduzindo-se na análise da sua legalidade e cabimento orçamental e, relativamente aos contratos, na indagação da observância de condições mais favoráveis para o Estado. Com efeito, se o tribunal entende que os elementos atinentes à legalidade administrativa e à legalidade orçamental estão preenchidos, então deve “conceder o visto”, que é a condição “sine qua non” para a eficácia do acto e que torna regular a despesa a ser realizada. O visto, neste caso particular, tem a força de uma verdadeira sentença homologatória (autorizando, por conseguinte, a realização da despesa requerida). Importa referir que o visto pode ser atribuído para os contratos ou outros actos a serem praticados pela Administração Pública e não só, mas também para a contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e prestação de serviços ao Estado segundo o estabelecido no Decreto n.º5/2016 de 8 de Março (que aprova o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado). Actualmente, tem-se lançado críticas de diversa natureza ao processo de concessão do visto por parte dos órgãos administrativos. A principal crítica é que o processo pode constituir um entrave ou retardamento ao funcionamento normal da Administração Pública, particularmente devido à sua morosidade. Este facto tem, muitas vezes, agastado os cidadãos/empresas quando procuram os serviços do TA e tribunais administrativos provinciais. Função da fiscalização prévia A FP tem as seguintes funções essenciais: • Controlar a legalidade das despesas públicas e a existência de cabimento orçamental; • Concorrer para uma gestão correcta dos fundos públicos visando a salvaguarda do interesse da colectividade (interesse público). A natureza do visto e os seus efeitos, de acordo com o art. 61 da Lei nº 14/2014, constitui um acto jurisdicional condicionante da eficácia global dos actos e mais instrumentos legalmente sujeitos à fiscalização prévia. Assim sendo, de acordo com o art. 62 da lei acima citada, a fiscalização prévia envolve cinco tipos de apreciação, com metodologia distinta, nomeadamente: • Visto • Visto tácito • Urgente conveniência de serviço • Anotação • Julgamento 3. Prazo para a concessão do visto Após o registo da entrada do processo na respectiva secretaria- -geral, o TA dispõe de trinta (30) dias para a concessão do visto, salvo se forem solicitados elementos ou informações complementares (n.º 1 do art. 35 da Lei n.°14/2014), sendo que, no mesmo prazo, devem ser feitos os referidos pedidos de elementos ou informações. Nos casos em que sobre os actos, contratos e demais instrumentos sujeitos ao visto não houver decisão de concessão ou recusa de visto, depois de 45 dias contados a partir da data do registo de entrada, todos os pedidos consideram-se visados. Trata-se, no caso, do visto Tácito. Os processos instruídos e declarados como sendo de urgente conveniência de serviço devem ser enviados ao TA e aos tribunais administrativos provinciais nos 30 dias subsequentes à data do Despacho de Autorização, sob pena de cessação dos respectivos efeitos (n.º 3 do art. 73 da Lei nº14/2014). 4. Distribuição dos processos sujeitos à Fiscalização Prévia Primeiro: Os processos de visto que dão entrada são encaminhados juiz de semana, devidamente informados pela contadoria, até ao primeiro dia útil da semana seguinte ao registo de entrada na secretaria-geral do tribunal competente (art. 33 da Lei n°14/ 2014, de 14 de Agosto). De acordo com o nº 1 do art. 34 da lei 14/2014, de 14 de Agosto, a sequência da instrução do processo é a seguinte: • Por ordem de registo de entrada, salvo nos actos de urgência; • Por iniciativa própria ou por requerimento de qualquer entidade, os juízes podem declarar a urgência de qualquer processo, mediante despacho fundamentado. : Após a submissão feita na secretaria-geral do TA e nas dos tribunais administrativos, o processo é enviado para o Cartório do Visto. Já no Cartório do Visto faz-se a inserção no sistema, de alguns dados relativos ao processo. Terceiro: É a fase do visto propriamenA importância da Fiscalização Prévia* 12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 te dito, onde o processo é analisado com a profundidade necessária. É nesta fase que se faz a submissão ao contador verificador - chefe. Este pode concordar ou não com a proposta de submissão. NOTA: Concordando com a proposta de submissão, o processo segue para outra fase, na qual é analisado pelo Juiz Conselheiro. Caso este não concorde, o processo é devolvido ao contador verificador-chefe para sanar eventuais vícios nos termos previstos no artigo 33 da 3 lei n º 8/2015, de 6 de Outubro. É de salientar que, para além do Juiz Conselheiro, o técnico tem a prerrogativa de devolver o processo. O assessor do juiz faz uma análise ao processo antes do mesmo ser submetido ao Juiz Conselheiro para efeitos de análise (é uma espécie de análise prévia). Salientese que o juiz, por sua vez, pode mandar devolver o processo caso observe a prevalência de algum vício. O Juiz Conselheiro é quem decide pela concessão ou recusa do visto, dependendo do processo estar isento, ou não, de vícios. Os vícios, que podem levar a que o visto não seja concedido, podem decorrer da falta de algum documento essencial. Instrução de processos não relativos a pessoal (contratos) De acordo com o art. 64 da Lei nº 14/2014, a instrução de processos não relativos a pessoal (contratos) deve ser efectuada mediante apresentação dos documentos exigíveis, em duplicado, devidamente autenticados com o selo branco em uso no respectivo serviço: • Aviso de abertura de concurso público ou autorização de dispensa do mesmo; • Caderno de encargos, sendo caso para isso; • Acta de abertura das propostas; • Prova de cumprimento das obrigações fiscais, designadamente do pagamento do imposto de selo; • Despachos de adjudicação e outros, devidamente autenticados pelos serviços remetentes. Os contratos definitivos são, ainda, acompanhados de documentos onde constem: • A identificação do ministério ou outra instituição onde se insere o serviço ou organismo; • A data da sua celebração; • Identificação dos outorgantes; • O prazo de validade; • O objecto e o valor do contrato; • A informação de cabimento de verba. 1 Processo no valor abaixo de 5 milhões de meticais Exemplos de actos ilícitos Em qualquer das fases de tramitação de processos de concursos no TA e nos tribunais administrativos podem ocorrer actos de corrupção. São várias as “artimanhas” feitas no processo para a obtenção de benefícios próprios. Destas, são de destacar as seguintes: ofertas feitas no final do ano, senhas para a compra de cabazes, senhas para o abastecimento de combustível, etc. A seguir descrevemos um caso concreto que pode ser provado com base em documentos, que ocorreu da seguinte forma: A Vale Serviços interpôs junto ao TA um processo de contratação de empreitada de obras públicas para fins de obtenção de visto. Neste caso tratava-se de uma anotação. As obras teriam lugar no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), mas o processo foi “retido” no tribunal para fins ilícitos desconhecidos. Como tal: o processo deu entrada no dia 13 de Setembro de 2018, tendo sido distribuído no dia 14 de Setembro de 2018. No entanto, o seu despacho só foi procedido no dia 3 de Outubro de 2018. Ora, pese embora o prazo normal para a concessão do visto ser de 30 dias, não se compreende tamanha morosidade neste caso, pois tratava-se de um processo de simples apreciação e de simplificação do visto. Assim, pelo facto deste processo ter sido retido por algum (s) funcionário (s), o requerente teve de submetê-lo novamente ao TA para que a fiscalização prévia tivesse lugar. Observou- -se que na segunda submissão não aconteceu o anterior constrangimento, tendo o visto sido concedido dentro do prazo legal para o efeito. O que aconteceu foi que, na primeira submissão do processo, o requerente recebia frequentemente telefonemas de funcionários do tribunal a informá-lo que o mesmo teria vícios, os quais tornariam impossível a sua tramitação até ao final. Mas o processo em referência não se achava “ferido” de qualquer vício que obstasse a sua apreciação, até porque obedecera a todos os requisitos legais para a obtenção do visto, requisitos estes que são: Certificado de Inscrição no Cadastro Único nº6644/PE/PS (vide anexo). De acordo com o nº 1 do artigo 35 da lei nº8/2015, de 6 de Outubro (sobre os prazos), os processos de anotação obedecem à regra geral dos prazos, que são de 30 dias. A contagem inicia após a sua submissão à secretaria-geral. *Texto do CIP. Título da responsabilidade do Zambeze Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 zambeze | 13 Ana Munguambe | NACIONAL | Logo que o sol se anuncia, sai de casa. Antes de chegar a baixa da cidade de Maputo, passa do Albasine para comprar vegetais a grosso que revenderá a retalho. Há dez anos, esta é a rotina de Regina Machangane, que tira das ruas da capital o seu sustento. Na esquina da Avenida Karl Marx e Zedequias Manganhela, encontramos Regina Machangane, 27 anos, residente no bairro de Intaka, vendedora ambulante num dos corredores da baixa da cidade de Maputo. Há 10 anos faz o negócio nos corredores da cidade, mas os ganhos não lhe permitem uma vida confortável. “Tem sido muito difícil ganhar algum lucro, porque somos muitas aqui a vender as mesmas coisas”, disse ela a apontar para as bancas lado-a-lado que vendem alface, tomate, cenoura, feijão verde, e repolho. Referiu ainda que a vida na capital do país não tem sido fácil pelas enormes taxas que lhes são impingidas. “O mesmo dinheiro que consideramos lucro levamos para pagar a nossa taxa diária à polícia municipal, caso contrário confiscam nossos produtos”, indica. Mesmo estando ciente dos riscos que corre ao vender na rua, a dona Regina não pretende deixar de vender, pois é a única fonte de sustento que ela tem. “Mas acredita um dia a vida pode vir melhorar”, acredita. Por isso, continua a sonhar em poder um dia abrir um negócio grande, e ter um espaço seguro para passar a vender meus produtos, ser fornecedora de grandes restaurantes , deixando para trás todo sufoco que vive agora. Regina gaba-se por ter conseguido fidelizar os seus clientes. “Os restaurantes que sempre vêm fazer o seu rancho na minha banca”, disse a vendedora. O que pode mudar se a ameaça do Policia Municipal se cumprir. “Não sei onde vou vender se isto acontecer”, lamenta. Como qualquer outra mulher empreendedora, Regina tem passado por muitas dificuldades, desde onde adquirir os seus produtos ao transporte dos mesmos. Algumas vezes, conta, não consegue levar nada para sustentar a filha de 6 anos. “ Isso é uma grande frustração”, disse. Jovem faz nas ruas o seu sustento Chibuto Município implementa programa para redução dos impactos da erosão Assumiu a pasta da edilidade pela primeira vezido do Instituto Nacional de Acção Social-Distrito de Xai-xai. Henriques Machava, primeiro edil de Chibuto,tem vários problemas por corrigir, a começar pela ocupação de espaços impróprios para a venda, por parte dos informais, a recusa ao pagamento das taxas e licenças por parte dos comerciantes formais. Acredita ele que vai resolver alguns. Mas a problemática da erosão que assola parte daquela autarquia vai tirando sono ao edil que, com a experiência no INAS, tenta colocar em prática o Programa Acção Social Produtiva para o combate aos efeitos extremos da erosão. Odistrito de Chibuto está situado na parte sul da província de Gaza. O acesso ao distrito pode ser feito atráves do distrito de Guijá, Chilembene, Limpompo e Chongoene. Apesar desta facilidade de entrada, Chibuto não foge a regra de tantos outros distritos da parte central e norte da província de Gaza:ciclicamentesofrecom a seca e cheias, o que ensombra os esforços de desenvolvimento, um pouco por toda a província de Gaza, e não só. É dentro deste âmbito que a edilidade de Chibuto combinou o PASP, para fazer face à situação naquele espaço geográfico. O Programa Acção Social Produtiva (PASP) abrangeu cerca de 900 munícipes oriundos dos 14 bairros de Chibuto. O município, em pareceria com o Instituto Nacional de Acção Social, ocupou-se da compra de instrumentos para a limpeza, abertura de ruasuniformes,de modo a tornar o município asseado, como também a reduzir a pobreza dos munícipes através de um valor mensal que não ultrapassa os 1200 meticais. Um dos secretários do bairro disse a nossa reportagem que o arruamento dos bairros é uma questão que deve ter solução urgente, pois sempre que acontece um infortúnio, em algum quarteirão, é complicado que a viatura dos serviços funerários aceda à residência para a remoção do corpo do finado, quer pela interrupção das vias ou a existência de ruas demasiado estreitas que apenas permitem o movimento de poucas pessoas em filas. Durante os três anos de execução, a edilidade prevê o combate efectivo à erosão de solos.O presidente do Conselho Municipal de Chibuto,HenriqueMachava, não tem dúvida que o combate à erosão exige acções mais estruturadas, que passam pela criação de um sistema de controlo das águas das chuvas. É preciso criar mecanismos que regulem as águas com impacto nas infra-estruturas de desenvolvimento. É que, segundo Machava, se as águas não tiverem um sistema de retenção nas zonas mais altas,acabam descendo violentamente às zonas baixas e, como consequência, os munícipes perdem suas culturas e o gado bovino, factores que, dalgumaforma,regride o desenvolvimento do município. Com as estratégias desenhadas para o desenvolvimento destas actividades, o município de Chibuto querreduzir,em grande medida, os efeitos da erosão. Portanto, vai lutar para E. da Graça e L. Cumbe 14 | zambeze Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Legenda José Matlhombe Zoom | NACIONAL | conter os efeitos deste fenómeno. Da ocupação dos bairros em expansão a falta de energia Os bairros da Autarquia de Chibuto foram crescendo de forma frenética sem, no entanto, ter o acompanhamento de uma rede de distribuição de energia estruturada, incluindo os bairros de expansão, um cenário que compromete a qualidade deste recurso a nível da urbe. Com vista a reverter este quadro, a edilidade tem vindo a desenvolver acções estratégicas, no sentido de criar estrutura básica para prover qualidade de energia. Numa primeira fase,poderáincidirnos bairros que não tenham uma cobertura total de energia, nomeadamente Mudada e Chimundo. Se, por um lado, a falta da corrente eléctrica em alguns bairros da urbe não só mantém a tradição do uso dos candeeiros (xiphefo) e velas,por outro, compromete a rede de distribuição de água que ainda se apresenta deficitária.É que parte dos residentes para poder ter o precioso líquido recorre aos privados que, até esta parte, são os maiores fornecedores de água, embora o município tenha, através da Assembleia Municipal, aprovado a criação de uma Empresa Municipal de Abastecimento de Água e Saneamento cujos encargos já fazem com que o municípiopondereaextinguir. A população da cidade de Chibuto, explica estudo da Direcção Nacional de Águas,por muito tempo consumiu água imprópria, dado que parte dos solos contém bromo devido a ocorrência das areias pesadas. Planos são o que não falta na agenda do autarca Machava, que acredita que a problemática da água tenha dias contados com a inauguração de um sistema de abastecimento de água de raiz, prevista para os finais do mês de Agosto corrente. Este sistema, ainda segundo o autarca, será gerido pelo fundo de investimento e abastecimento de água (FIPAG). “Para manter a sustentabilidade, oo sistema, que vai servir a população, resolvendo de forma definitiva o problema de água na cidade, poderá ser gerido por uma entidade com capacidade já reconhecida, o FIPAG”, indicou. Recolha dos estudantes do curso nocturno Um pouco por toda a urbe, os bairros apresentam vias interrompidas,facto associado aos efeitos da erosão. A circulação de pessoas e bens é garantida pelos transportadores semicolectivos afectos ao núcleo da ASTROGAZA-Chibuto e os serviços de táxi, que vão nascendo para complementar as rotas que os semicolectivos não acedem. Arriscar a minibus, quer do modelo Quatum, quer doSuperGl, é oneroso para aqueles transportadores, pois o serviço de transporte é insustentável, com as vias de acesso em péssimas condições. Quem paga o prejuízo são os estudantes do curso nocturno que, devido a falta de transporte no período entre 20 e 21 horas, se mobilizam em grupos para a longa ou pequena caminhada, desde a escola secundaria de Chibuto até ao bairro Mudada ou aldeia Samora Machel. Caminhar, segundo os estudantes, permite que entre eles troquem impressões e evitem roubos, até porque a iluminação pública quase que não existe nos bairros aludidos nos parágrafos anteriores. O autarca reconhece esses problemas, contudo, ao seu jeito tenta reunir com os transportadores de modo a garantir a recolha dos estudantes no período nocturno. “São poucos com possibilidades de subir táxitodosdias, aliás, este serviço é oneroso. Tentamos ao nosso nível reunir com os transportadores, alguns já desempenham a actividade de recolha dos estudantes, embora em um número reduzido. Como edilidade vamos através das nossas acções corrigir estes problemas dos solos”. A dificuldade na colecta de receitas por parte dos munícipes e comerciantes é apontado como factor que tem contribuído para a demora no melhoramento das vias de acesso, que é o que o município de Chibuto pretende, numa primeira fase, atacar. Segundo a vereadora dos transportes e comunicações, CharmilaMussa, a edilidade tem o projecto de melhoramento das vias cuja mobilidade é impossível. As estradas de terra batida, segundo a vereadora, seriam uma alternativa para permitir a ligação entre a urbe e os bairros. Aliás, a dificuldade das vias de acesso tem condicionado a criação de algumas rotas. Segundo o e município, se os munícipes não mudarem de atitudes, pagando as diversas taxas que o município afixa na sua vitrina, o projecto de criação de uma empresa municipal de transporte não será para tão breve. A vereadora dos transportes, jura de pés juntos, que não há défice para o transporte dos munícipes. O que sucede, disse, são inquietações dos munícipes de alguns bairros com uma densidade populacional reduzida, lá os semicolectivos dificilmente acedem. “Sabemos que o município e o distrito têm problemas sérios de erosão e isso condiciona o transporte, portanto, pretendemos abrir mais rotas,entretanto, acaba sendo difícil exactamente pelas vias de acesso que não permitem. São alguns exemplos de zonas problemáticas, Chimundo, Samora Machel, Mudada, Mudumeia, Nhocane”,disse, reconhecendo que para além das vias, a rede móvel para a comunicação é um das dores de cabeça, mas que há esforços que vão sendo conjugados no sentido de as operadoras resolverem estas questões. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 15 | centrais | Lançado primeiro pilar Cabo Delgado O Presidente da República, Filipe Nyusi, lançou, esta segundafeira, no Distrito de Palma, Cabo Delgado, a primeira pedra que marca o início do Projecto Mozambique LNG (Gás Natural Liquefeito), liderado pela petrolífera americana Anadarko. O empreendimento é referente ao gás descoberto na Área 1 da bacia do Rovuma, são aproximadamente 75 triliões de pés cúbicos de gás natural recuperável em terra. Recorda-se que a 18 de Junho passado, a Anadarko anunciou a sua intenção de investir perto de 23 biliões de dólares no projecto de exploração de gás natural, Área 1. Falando na ocasião, Filipe Nyusi disse que o lançamento da primeira pedra constitui uma demonstração da forma inequívoca de exploração do Gás natural que promete ser fundamental para a dinamização da economia nacional. “As acções desenvolvidas neste projecto enquadram-se em três pilares, dos cincos que definimos para este quinquénio, nomeadamente: o desenvolvimento do capital humano e social, produção de emprego e produtividade e desenvolvimento de infra-estruturas económicas e sociais”, explicou o Presidente da República. Nyusi acrescentou que a implementação do projecto da Anadarko vai também ao encontro da estratégia nacional de industrialização, que se traduz na transformação local dos recursos em produtos de valor destinados aos mercados nacionais e internacionais. Num outro desenvolvimento, Filipe Nyusi disse que a instalação daquela infra-estrutura industrial vai ser determinante na criação de outra cadeia de produção, particularmente na instalação de outros empreendimentos industriais que vão prestar suporte ao da Anadarko, tendo falando também da necessidade de se desenvolver a componente social, como a construção de escolas, hospitais, entre outros. Refere-se para além do lançamento da primeira pedra para a construção da fábrica, Filipe Nyusi também procedeu a abertura da Vila de Quitumba, onde Gás natural é fundamental na dinamização da economia - Presidente da República, Filipe Nyusi Actualmente a mão-de-obra moçambicana representa 96 por cento dos trabalhadores”, disse a fonte tendo acrescentado que “continuamos a criar oportunidades para as empresas locais. 16 | zambeze Egídio Plácido Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | centrais | Lançado primeiro pilar Cabo Delgado estão reassentadas as populações retiradas da onde está a ser construída a fábrica do Projecto Mozambique LNG. Oportunidades com o projecto Por seu turno, o vice-presidente da Anadarko, Steve Wilson, disse que a construção da fábrica vai trazer inúmeros benefícios para o país, como um todo, e Palma em particular. A fonte acrescentou que, quando o projecto estiver funcional, espera-se que o PIB nacional venha a duplicar para além de que as empresas nacionais puderam ter uma carteira de 150 milhões de dólares em fornecimento de meios de construção, tais como pedra ou cimento. “Actualmente a mão-de-obra moçambicana representa 96 por cento dos trabalhadores”, disse a fonte tendo acrescentado que “continuamos a criar oportunidades para as empresas locais”. Afinal, como vai funcionar a fábrica? A fábrica de GNL, a primeira do género no solo moçambicano, vai consistir na instalação de entrada, dois módulos de GNL, estabilização do condensado, armazenamento e carregamento do GNL e do condensado, e utilidades associadas, tais como água, ar e nitrogénio. Na explicação dada pelos responsáveis do Anadarko, o gás de alimentação vai chegar às instalações de entrada através de três gasodutos submarinos e onshore (em terra). Depois da separação de gás e outros líquidos como água, o gás será enviado aos Módulos de GNL, para extracção do Mono Etileno Glicol (MEG) que é usado para inibir a formação de hidratos e para remover o vapor de água. Após o pré-tratamento, o Modulo GNL comprime e expande o gás, que congela progressivamente a uma temperatura de 162º C negativos. Seguidamente, o GNL será armazenado em dois tanques com capacidade de cento e oitenta metros cúbicos cada, equivalente a cerca de 1,1 milhão de barris. Posto essa fase, o gás será exportando através de petroleiros gigantes solados para as instalações de regaseificação nos países importadores, onde será aquecido e expandido, voltando novamente ao seu estado gasoso, podendo a partir daí ser transportado através de gasodutos para consumidores domésticos e industriais. Nova vila abre novos horizontes Entretanto, para dar lugar a construção da fábrica a Anadarko levou a cabo o processo de reassentamento de cerca 560 famílias abrangidas pelo traçado do projecto. A nova Vila de Quitumba, construída de raiz e inaugurada pelo Presidente da República, possui várias infra-estruturas sociais, entre elas um centro de saúde, administração, posto policial, Escola e centro comunitário. As casas construídas são de tipo três, numa área de cerca 71 metros quadrados. Gás natural é fundamental na dinamização da economia Nyusi acrescentou que a implementação do projecto da Anadarko vai também ao encontro da estratégia nacional de industrialização, que se traduz na transformação local dos recursos em produtos de valor destinados aos mercados nacionais e internacionais. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 zambeze | 17 Defende académico Brazão Mazula Integridade eleitoral passa pela educação ética dos actores O antigopresidente da Comissão Nacional de Eleições,o professor catedráticoBrazãoMazula, defendeque a integridade dos processos eleitorais em Moçambique passa, necessariamente,por uma educação dos gestores dos processos eleitorais e actores políticos, que os leve a primar por princípios éticos e, sobretudo, pela sabedoria e transparência no seu agir. Mazula, que falava durante a palestra sobre a “integridade dos processos eleitorais: lições e desafios para as eleições gerais e provinciais”, promovida pelo Instituto para a Democracia Multipartidária(IMD), sublinhou que os órgãos eleitorais nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições(CNE) e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral(STAE) são cruciaispara a integridade da credibilidade do processo,por serem órgãos que têm autoridade perante à nação e o público em geral. “Por isso apelamos aos órgãos de gestão eleitoral a primarem pela ética na sua actuação. Mesmo que os partidos políticos tentem corrompê-los devem ter coragem de dizer não. Não obstante sabermos que a vida é difícil, a dimensão ética deve ir ao de cima”, disse Mazula,explicando que há necessidade de os dois órgãos de gestão eleitoral cooperarem ao invés de cada um procurar protagonismo nos processos eleitorais”. Mazula explicou que os órgãos de gestão eleitoral devem promover a simplicidade eleitoral, uma vez que “fenómenos não abonatórios que temos verificado nos processos eleitorais no nosso país são propiciados pelas clivagens e desinteligências entre a CNE e o STAE”. Durante a sua alocução, oprofessor Mazula comentou sobre os dados contraditórios do recenseamento eleitoral na província de Gaza, tendo instado a CNE e o STAE a serem fieis aos dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, um órgão do estado fiável, quando se trata de dados populacionais. “Devem corrigir isso e devolverem a justiça ao povo. A população de Gaza não tem culpa nenhuma sobre o sucedido”. O professor Mazula instou, igualmente, aos partidos políticos a não corromperem aos membros tanto da CNE, assim como do STAE,mas sim contribuir para que estes órgãos trabalhem de forma imparcial sem coacção nem a nível interno nem externo. “À Polícia da República de Moçambique (PRM) e aos militares apelamos que não aceitem que sejam partidarizados. Em qualquer parte do mundo, eles servem ao estado e não aos partidos políticos, por isso apelamos que garantam a ordem, segurança e tranquilidade pública no processo eleitoral, sobretudo, no processo de votação”, disse Mazula, para quem a PRM não deve estar no centro de conflitos eleitorais e nem é sua função bater, matar, nem carregar urnas de votos, devendo ficar equidistante, observando apenas os comandos estabelecidos por lei. Num outro desenvolvimento, o professor catedrático recordou a necessidade de maior atenção na escolha dos membros da Assembleia de Voto, que para ele não devem ser ignorantes, ladrões nem aldrabões, mas sim pessoas íntegras capazes de garantir transparência no processo de contagem dos votos, dando actas correctas. Outro círculo social que mereceu menção do palestrante são as religiões que, segundo explica, não devem se deixar instrumentalizar pelos partidos políticos neste processo eleitoral,devendo se manter equidistantes dado que as religiões não têm cores partidárias. Por seu turno, o Bastonário da Ordem dos Advogados, Flávio Menete, corroborou com a ideia da necessidade de observância, pelos actores políticos, de princípios éticos para a integridade do processo eleitoral, princípios estes que devem assentar no respeito pela diferença, ordem e observância da lei, bem como na disseminação de mensagens que impilam à tolerância e ao respeito pela paz. “Há responsabilidade dos partidos políticos e dos cidadãos reflectirem e perceberem que há livre escolha dos dirigentes e que não há motivos de pancadaria para quem pensa diferente”, disse Menete, ajuntando que a observância da Ética vai contribuir para que não tenhamos destruição de cartazes de campanhas eleitorais, choques entre caravanas “o que contribuirá para que o processo seja limpo e credível”. Maior capacitação dos Membros das Assembleias de Voto (MMV), em matéria de legislação eleitoral, que define a eleição do Presidente da República, dos deputados da Assembleia da República, bem como dos governadores provinciais é vista pelo Bastonário como um imperativo para o sucesso doprocesso. Na ocasião, Menete criticou as cíclicas revisões da legislação eleitoral, sobretudo, nas vésperas da realização de eleições, porque, segundo ele, “não dá tempo para os actores políticos se apropriarem dos instrumentos, podendo haver alguns que até poderão basear as suas posições, em casos de litígios ou ilícitos, na Lei revogada”, por isso apelou ao maior estudo e capacitação sobre a legislação em vigor para o bem, tanto dos próprios partidos políticos, dos seus membros nas assembleias de voto, como do processo em geral. Quanto a actuação da Polícia, Menete foi categórico ao afirmar que “a Polícia deve cumprir escrupulosa e exclusivamente a lei e não cumprir ordem ilegais. Isto é, deve haver actuação ética de todos os intervenientes para reduzir espaços de conflito”. A palestra sobre “integridade dos processos eleitorais: lições e desafios para as eleições gerais e provinciais” tinha, entre vários propósitos, o de lançar alertas sobre os desafios do processo eleitoral.O Director Executivo do IMD, Hermenegildo Mulhovo, disse “queremos que, no fim dos processos eleitorais, consigamos dizer, sim, identificamo-nos com os resultados eleitorais e que o processo foi conduzido de uma forma transparente e sem conflitos”. Para Mulhovo, o IMD tem visto com grande apreço os acordos assinados pelo Chefe de Estado moçambicano e o presidente da Renamo, para o alcance de uma paz efectiva no país, “daí que entendemos que os processos eleitorais devem fazer jus a este processo, olhando de forma séria a questão da integridade na gestão e administração dos processos eleitorais”. “Da leitura que fazemos quanto à gestão e justiça eleitoral denotamos que os níveis de confiança são baixos. Temos que ter acções visíveis que devolvam a confiança aos cidadãos na gestão das eleições de melhor forma e que isso deverá contribuir para a paz definitiva”, disse Mulhovo para quem não se trata de discutir a questão da legalidade, mas sim o processo de gestão e de justiça eleitoral que deva produzir resultados credíveis e aceitáveis. Segundo Hermenegildo, a integridade torna a democracia saudável e forte, por isso torna-se premente a reflexão sobre a integridade dos processos eleitorais para se evitar ou consciencializar os políticos e a sociedade no geral a contribuir para que não tenhamos conflitos armados como tem acontecido, vezes sem conta,após os processos similares que o país já promoveu. Participaram no evento várias personalidades nacionais dentre eles, corpo diplomático, representantes de partidos políticos parlamentares e extraparlamentares, académicos e membros da sociedade civil, bem como membros de órgãos de gestão eleitoral nacionais. 18 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | NACIONAL | zambeze | 19 Entre juiz e procurador da República Magistrados debatem limites Os limites na articulação funcional entre o juiz e o procurador da República foram objecto de debate, numa mesa redonda, promovida, na sexta-feira, 2 de Agosto, em Maputo, pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária, em parceria com a Associação Moçambicana de Juízes (AMJ), com vista a melhorar, cada vez mais, a articulação entre as instituições do sector, no país. Trata-se de uma acção enquadrada nas actividades do Centro de Formação Jurídica e Judiciária, que coincide com os objectivos da AMJ, no contexto da elevação constante do nível de conhecimento técnico dos juízes em Moçambique. A propósito, Carlos Mondlane, presidente da AMJ, referiu que os limites na articulação funcional entre o juiz e o procurador da República têm sido temas de debate um pouco por todo o mundo e Moçambique não podia ser uma excepção: “Há quem diz que, muitas vezes, as nossas ligações exacerbam aquilo que ditam as leis, os códigos de ética e deontologia das profissões, e para discutirmos, trazendo uma perspectiva não só nacional, num evento que reúne juízes, procuradores, advogados e outros actores jurídicos, como professores e estudantes”, disse, destacando que as conclusões da mesa redonda vão contribuir para a melhoria do quadro jurídico nacional, no que toca à articulação entre as instituições. Um dos principais oradores da mesa redonda, Walter ClaudiusRothenburg, membro do Ministério Público Federal do Brasil, sustentou que a articulação entre o Ministério Público e a magistratura dos juízes é uma conversa absolutamente normal e espontânea que as pessoas de boa-fé devem ter também com os advogados e com a sociedade civil, mas sempre pautada pela legalidade e pela ética. “Se verificarmos, por meio desta articulação, que há comprometimento, por exemplo, da impessoalidade, da separação de poderes, isso, do ponto de vista jurídico, pode ser tão grave que pode ensejar a nulidade de um processo e pode inclusive ensejar a responsabilização pessoal das partes envolvidas”, sublinhou. Por sua vez, UbiratanCazetta, procurador da República no Estado de Pará, Brasil, explicou que a intenção é debater o que é o limite dos dois agentes do Estado, em busca do melhor resultado e daquilo que de alguma forma possa prejudicar o réu ou arguido. “A experiência brasileira demonstra que há um limite visível em que o importante é lembrar sempre o interesse colectivo da sociedade, sempre protegendo a defesa, o arguido, para que ele tenha direito a uma justiça real”, enfatizou. Em casos em que a defesa seja prejudicada, conforme argumentou UbiratanCazetta, é necessário reconhecer que a justiça não se fez: “Então é importante que nós estejamos muito claros que o facto de termos em actuação dois agentes do Estado, o magistrado do Ministério Público e o magistrado judicial, não significa que eles estejam livres da amarra ética que nos separa e que garante ao cidadão o direito de ser julgado com equidade, com distância e que garanta aos advogados a capacidade de exercer uma defesa completa”, concluiu. Depois de exigir demissão e processo-crime contra o STAE MDM defende prorrogação do mandato da CNE A bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) votou a favor da prorrogação do mandato dos membros da Comissão Nacional de Eleições (CNE), mesmo depois de exigir a demissão e instauração de um processo-crime contra o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), alvo da contestação pública devido ao processo de recenseamento eleitoral na província de Gaza. O presidente do MDM, Daviz Simango, tem lançado duras críticas a liderança do director geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naífe (órgão de apoio da CNE), sobretudo, por causa dos polémicos resultados de recenseamento eleitoral da província de Gaza. Daviz Simango defende a demissão de todo o staff do STAE, aliás, segundo Simango, o STAE devia ser mesmo levado à barra da justiça. “Nos encontros passados, pedi aos magistrados, quer judiciais quer da procuradoria, que investiguem esses casos, porque não podemos hipotecar aquilo que os moçambicanos procuram construir com muito sacrifício por causa de um punhado de pessoas”, disse Simango, recentemente, na Zambézia, citado pelo O país. Entretanto, já na capital, a Assembleia da República aprovou recentemente, o Projecto de Lei atinente a revisão pontual da Lei Orgânica da CNE, um dispositivo que visa prorrogar o mandato dos actuais membros da CNE. O documento foi aprovado com 135 votos das bancadas da Frelimo e do MDM contra 60 votos da bancada da Renamo, que também exige a demissão em “bloco” dos membros da CNE. Em contacto com o Zambeze, o MDM, na voz do seu deputado parlamentar Fernando Bismarque, defende que o partido do galo votou a favor da prorrogação do mandato da CNE por que “não é possível mudar agora que estamos no ciclo eleitoral faltando 75 dias para o processo eleitoral”. Para Bismarque, trocar agora os vogais da CNE seria um pretexto falacioso para que no período pós-eleições, qualquer anomalia que acontecesse se alegasse que os membros são novos. “É importante que avancemos com os membros contestados que estão lá e que têm o conhecimento de causa, para que, em Abril do próximo ano, se faça a reforma da CNE. Não faz sentido trocar os membros da CNE nesta fase em que estamos em velocidade do cruzeiro”, explicou Bismarque. Refira-se ainda que a Comissão Permanente da Assembleia da República (CPAR), reunida recentemente na sede do Parlamento, na 10ª Sessão Extraordinária, deliberou a perda de mandato do antigo deputado do MDM, Ricardo Frederico Tomás. Segundo apuramos, a vaga de Ricardo Tomás foi preenchida, no dia 30 de Julho, pelo deputado suplente do MDM, eleito pelo círculo eleitoral de Tete, Celestino Bento. DÁVIO DAVID 20 | zambeze | desporto| Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Mambas voltam a decepcionar A equipa de todos nós, Mambas, voltou a claudicar no Estádio Nacional de Zimpeto, ao aceitar, mesmo tendo marcado três golos, dois tentos do Madagáscar, depois de ter perdido em Antananarivo por uma bola a zero. Aselecção nacional entrou bem no jogo, tendo marcado três golos ainda na primeira parte, mas no reatar da segunda parte do jogo, a nossa defensiva não conseguiu assegurar o resultado e sofreu dois golos em menos de seis minutos da etapa complementar. Daí em diante, não se viu mais a nossa selecção até ao apito final. Os Mambas nunca tinham marcado três golos num jogo de qualificação e, mesmo com essa vitoria de três a dois, não se qualificam pela derrota na primeira-mão em Madagáscar. “No intervalo, eu falei com os jogadores para estarem atentos aos lances laterais, mas a equipa não cumpriu e também, em algum momento,a equipa tremeu “, admitiu Victor Matine, seleccionador nacional, que falou a imprensa depois do jogo. Por sua vez, o presidente da FederaçãoMoçambicana de Futebol (FMF), Alberto Simango jr., disse, visivelmente embirrado, “a federação deu tudo que os Mambas precisavam, estágio, transporte, campo de treino, etc.”. Entretanto, Moçambique volta a entrar em competições, quando defrontar o Ruanda a 11 de Novembro próximo, no Estádio Nacional do Zimpeto para o Chan–2021, que se realizará nos Camarões. José Matlhombe ÁngelDi Maria recorreu à sua página de Instagram para deixar um longo desabafo sobre os sacrifícios que ele e tanto outros futebolistas fizeram para chegar ao patamar em que se encontram. “O que fizeste na segunda- -feira? Fui treinar. O que fizeste na terça-feira? Fui treinar. O que fizeste na quarta- -feira? Fui treinar. O que fizeste na quinta- -feira? Fui treinar. O que fizeste na sexta- -feira? Fui treinar. Fazemos algo no fim-de- -semana? Não posso, tenho jogo. O treino acaba, paramos e olhamos o campo, com terra, pedras, erva, o lugar onde jogamos. Essa terra e essas pedras onde já caímos e raspamos os joelhos, as costas, os cotovelos, as mãos... Essa terra e essas pedras que nos ficavam dentro das chuteiras e nos incomodavam durante os jogos. A terra que fez com que sujássemos a casa toda e com que a nossa mãe nos dissesse: ‘tira essas chuteiras e meias e vai já directo para o banho’ O que nos dá força a cada ano para arrancar um campeonato? Todos te dizem que ao domingo gostam de dormir. ‘É melhor o futebol de cinco’, dizem os teus amigos. ‘Nunca estamos juntos’, diz a tua namorada. ‘Pensa em estudar e trabalhar’, dizem os teus familiares. Pensas por dentro e sorris. Que sabem eles sobre o que o futebol significa para ti... Que sabem eles da tensão e dos nervos que não te deixam dormir num dia de jogo? Que sabem eles dos jogos que já disputaste lesionado ou doente?Que sabem eles do que sentes quando marcas e os teus companheiros te abraçam desesperadamente?Que sabem eles das vezes em que foste atrás do autocarro ou dos cinco quarteirões que correste para não chegar atrasado ao treino? Que sabem eles do quão profundo é o momento em que o treinador te chama? Que sabem eles de como é estar a morrer de calor em Fevereiro a fazer a pré-temporada, quando todos os teus amigos estão de férias a divertir-se? Que sabem eles de reunir-se TODOS os dias com as pessoas que marcam a tua vida: os teus amigos, dos risos e das lágrimas? Que sabem das vezes que treinaste à chuva? Terra, pedrinhas, ervas, dez pessoas do teu lado, outras onze do outro, uma bola e um apito longo e seco. Esta é a nossa vida. De que sabem eles? Muita gente diz que o futebol não tem nada a ver com a vida... Não sei o quanto sabem da vida, mas de futebol... não sabem nada!”. Di Maria abre o coração em carta que está a correr mundo Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 |desporto | zambeze | 21 Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o antigo avançado dos dragões e leões manifestou o desejo de regressar a Portugal, sublinhando que os problemas com o álcool e as drogas fazem parte do passado. E m entrevista ao Desporto ao Minuto, o antigo avançado dos dragões e leões manifestou o desejo de regressar a Portugal, sublinhando que os problemas com o álcool e as drogas fazem parte do passado. Mário Jardel Almeida Ribeiro, conhecido no mundo do desporto como Super Mário, aceitou o convite do Desporto ao Minuto para uma conversa sem tabus. Uma entrevista onde reconheceu o desejo de regressar a Portugal já no próximo ano. Se as “oportunidades surgirem” espera conseguir um posto de trabalho em Alvalade ou no Dragão. Actualmente no Brasil, o antigo avançado de FC Porto e Sporting recordou a sua relação com Cristiano Ronaldo “antes de ser um fenómeno mundial” e deixou uma curiosa avaliação sobre quanto valeria o Jardel de 2002 no mercado actual: “Entre 250 a 300 milhões de euros”. Não podia começar a entrevista de outra forma. Retirou-se dos relvados há 11 anos, não tem saudades de pisar um campo de futebol? Claro que tenho, é lógico que fica uma enorme saudade quando ligamos a televisão e vemos os jogadores em acção. A saudade está lá, mas a vida segue e nós não conseguimos vencer o tempo. O Jardel preferiu enveredar pela política, após pendurar as chuteiras, em detrimento do futebol. Porquê é que tomou esta decisão? Recebi um convite e aceitei. Foi uma coisa do momento e decidi aceitar naquela altura, mas não foi muito agradável essa visita ao mundo da política. Uma página que faz parte do passado e que quero esquecer. Está preparado então para regressar ao futebol? Com certeza, já avaliei algumas possibilidades e quem sabe não vá trabalhar em algum clube português, como treinador de avançados. A oportunidade ainda não surgiu mas teria um enorme gosto de regressar a Portugal para treinar um clube grande como FC Porto, Sporting ou Sp. Braga. Mas já recebeu alguma proposta formal? Infelizmente, não. Eles [clubes] não pensam da mesma forma que eu e não querem aproveitar este talento que está aqui parado. Podemos acreditar que a breve trecho vamos ter Mário Jardel a treinar um clube em Portugal ou no estrangeiro? Pode ser, pode ser... Espero que apareça essa oportunidade, para poder vencer, tal como aconteceu dentro das quatro linhas. E qual era o clube que mais gostaria de treinar? Primeiro tem de aparecer a proposta, depois tenho de analisar. A opção que for mais viável para mim, eu aceito. Recuando aos tempos em que começou a jogar futebol. Quais são as maiores dificuldades que um jogador, vindo de classes com menos recursos, enfrenta quando parte para esta aventura? No futebol brasileiro não existem boas estruturas, por isso o jogador é forçado a trabalhar muito, apanhar dois ou três autocarros para ir para os treinos, pedir dinheiro emprestado e sacrificar-se muito para vencer. Hoje em dia, já há muitos jogadores qualificados, mas que não querem vencer na vida, porque o futebol está muito fácil. Hoje, os jogadores têm telemóveis, desde tenra idade, os pais vão levar e buscar os meninos aos treinos. Antigamente, não. Antes, os jogadores venciam por conta própria. Promovida pelo Standard Bank Segunda edição de massificação de ténis movimenta 3000 crianças O Standard Bank lançou, segunda-feira, 5 de Agosto, na Escola Primária Completa (EPC) de Guaxene, no distrito autárquico da Katembe, em Maputo, a segunda edição do projecto “Massificação de Ténis”, que vai abranger três mil crianças de 12 escolas primárias da província e cidade de Maputo. Esta edição, segundo Alfredo Mucavela, director de Marketing e Comunicação do Standard Bank, representa o alargamento da base de descoberta de talentos, bem como a continuidade do projecto, pois as seis escolas da primeira edição vão, igualmente, participar na prova. “A nossa filosofia de trabalho não muda. Através da Federação Moçambicana de Ténis continuaremos a providenciar todas as condições logísticas para o sucesso do projecto. Para nós, Standard Bank, massificação significa trazer o ténis de onde tradicionalmente se tem praticado, para onde as pessoas estão. Este movimento é para ensinar as crianças a praticarem o ténis de forma massiva”, referiu o director de Marketing e Comunicação. Por sua vez, Jonas Alberto, vice-presidente da Federação Moçambicana de Ténis (FMT), agradeceu o esforço notável do Standard Bank ao promover a massificação da modalidade, cujos frutos já se fazem sentir. “Cada vez mais atletas têm visitado o Clube de Ténis de Maputo por causa da mediatização do Standard Bank e gostávamos que continuassem a apostar em nós. Estamos motivados e empenhados para que o projecto seja um sucesso”, considerou Jonas Alberto. José Seiuane Júnior, secretário Permanente do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH), disse que a iniciativa do banco é louvável, porque desdramatiza a elitização da modalidade e incentivou aos alunos da EPC de Guaxene a praticarem o ténis, porque o Standard Bank já criou todas as condições para o efeito, que mostra o cometimento e o desiderato na massificação de ténis, nas escolas. “O sector de educação louva este gesto do Standard Bank, porque o projecto vai criar incentivo nos alunos em ter gosto pelo desporto”, frisou José Seiuane. Gizelda Valeriano, aluna beneficiária do projecto de massificação, mostrou-se feliz com a iniciativa do Standard Bank, ao abranger a sua escola, tendo na ocasião apelado aos gestores do banco, para a necessidade de envolver mais escolas do seu distrito autárquico. Importa referir que na primeira edição o projecto de massificação de ténis abrangeu 6 escolas e 800 alunos, dos 6 aos 14 anos de idade, que foram apoiados por professores de educação física e monitores da FMT, tendo os melhores alunos sido apurados para participar no Standard Bank Open. A presente edição do projecto de massificação de ténis conta com a participação das escolas EPC 4 de Outubro, EPC Tunduro, Christian Academy in Mozambique, EPC Guaxene, EPC Acordos de Roma, EPC Guava, EPC Lhanguene Centro, EPC Lhanguene Piloto, EPC Minkadjuine, EPC Bagamoyo, Escola Primária Amilcar Cabral e EPC Wiryamu. Jardel: “Gostava de treinar FC Porto ou Sporting. Liguem e contratem-me” Membros da oposição no Ruanda desaparecem misteriosamente Vários membros do partido da oposição Forces DemocratiquesUnifiées (FDU) foram encontrados mortos ou desapareceram de forma misteriosa no Ruanda. E ninguém sabe o que poderá ter acontecido aos críticos do governo. Há alguns anos que a FDU, a coligação de partidos de oposição ao Presidente Paul Kagame, se vê confrontada com casos misteriosos de desaparecimento de militantes. O caso de Eugene Ndereyimana é um dos últimos conhecidos. O jovem político de 29 anos, desapareceu no dia 15 de Julho, quando se preparava para viajar para um encontro do partido na cidade de Nyagatare no nordeste do país. Ele nunca chegou ao congresso do partido e não se sabe do paradeiro do jovem político, pai de duas crianças. Investigações sem resultados Em declarações à DW África, a presidente da FDU, VictoireIngabireUmuhoza, afirmou que já tentou por várias vezes contactar os serviços de investigação, mas não recebeu qualquer informação. “Quem conhece os serviços de investigação do Ruanda sabe que eles são bastante competentes. Ninguém pode simplesmente desaparecer, sem que eles venham a saber onde ele está. Isso não é possível. Eles podem me dizer que não sabem onde ele está, mas ninguém acredita. Eles sabem quem matou o membro da oposição. Eles sabem, mas não nos querem dar a informação”, reclamou Victoire. JustinBahunga, um dos vice-presidentes da coligação, também está céptico em relação a esta situação. “Talvez se trate de uma acção deliberada pelo Estado, que visa impedir que qualquer oposição opere no Ruanda. Nesse caso, é difícil pensar que conseguiremos receber qualquer informação. Esse é o pior cenário possível”, afirmou JustinBahunga. Oposição perseguida Há muito que opositores do Ruanda enfrentam intimidação, violência, prisão ou desaparecem, quando expressam as suas opiniões críticas sobre o Presidente Kagame e contra seu partido no poder, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), afirma Sarah Jackson, vice-diretora da Amnistia Internacional para a África Oriental. “Na ausência de investigações confiáveis, é muito difícil saber o que aconteceu. Como Amnistia Internacional, pedimos às autoridades do Ruanda que abram essas investigações e que elas sejam credíveis, para que saibamos o que aconteceu realmente. É incrivelmente preocupante ver esses casos de desaparecimentos a crescer e o impacto que isso tem no contexto político no Ruanda”, afirma com preocupação Sarah Jackson. Os opositores ao regime de Kagame não têm facilidades mesmo além das fronteiras do Ruanda. Em 2014, Patrick Karegeya, ex-chefe dos serviços secretos do Ruanda e mais tarde um dos fundadores do Congresso Nacional de Ruanda, crítico do regime, foi estrangulado no seu quarto de hotel na África do Sul. Em 2010, tinha dado entrevistas ao jornal ugandense “TheObserver” e à BBC, nas quais classificava Kagame de “ditador que não desiste do poder”. Além disso, Karegeya acusara Kagame de ordenar uma série de assassinatos políticos. Quando Kagame foi questionado sobre o possível envolvimento do governo na morte de Karegeya, disse: “O Ruanda não matou essa pessoa, mas não nego que eu gostaria que o Ruanda tivesse feito isso”. Kagame também enviou uma advertência: “Qualquer sobrevivente que conspirar contra Ruanda, seja ela quem for, pagará o preço”. Alguns dos membros da FDU que foram vítimas destas perseguições são: AnselmeMutuyimana, que foi encontrado morto no meio da selva; BonifaceTwagirimana, vice- -presidente da FDU¬ que está desaparecido; Jean Damascene Habarugira, encontrado morto num hospital com sinais de mutilação; e IllumineeIragena, que continua desaparecida. Até 2030 no combate à tuberculose Parlamento Pan-Africano quer orçamentos musculados Parlamentares africanos pediram compromissos colectivos e aumento dos orçamentos dos Estados na área da saúde para combater às causas e eliminar a tuberculose do continente até 2030. Parlamentares africanos pediram compromissos colectivos e aumento dos orçamentos dos Estados na área da saúde para combater às causas e eliminar a tuberculose do continente até 2030. Os pedidos foram feitos durante a abertura da reunião descentralizada do parlamento Pan-Africano (PAP) e da III Cimeira Africana sobre a Tuberculose, que decorrem esta semana na cidade da Praia.De acordo com a deputada cabo-verdiana Lúcia Passos, presidente da Comissão de Género, Família, Juventude e Pessoas com Deficiência do PAP, a tuberculose é uma doença infecciosa, mas que tem tratamento, pelo que o desafio é começar a fazer uma diplomacia parlamentar para aumento dos orçamentos dos países e inserir o combate à doença no Plano Nacional de Saúde. “Cabo Verde é um exemplo disso, praticamente quase já não falámos na tuberculose, porque o país decidiu implementar uma política efectiva de combate à doença. Neste momento, temos cerca de 220 casos por ano, o que é ínfimo, comparando com o que é a morte diária no mundo, que é de 438”, salientou Lúcia Passos. Para a deputada, a ideia é ver as experiências de países que já estão mais avançados, como Cabo Verde, para partilhar com aqueles que ainda têm alguma dificuldades e desafios nessa matéria. É neste sentido que, indicou, o PAP incentivou a criação do grupo mundial dos parlamentares para discutir a questão da tuberculose, por entender que “há uma necessidade de empreender uma política mais efectiva no seu combate”. Quem também defendeu o aumento dos orçamentos para o combate à tuberculose foi o deputado AurélienZingas, da República Centro- -Africana, que pediu uma “intervenção colectiva” dos Estados e uma colaboração técnica dos parceiros para combater a doença. O também presidente da Comissão de Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais do PAP sublinhou ainda a importância dos cuidados de saúde primários, considerando que a vacinação é “uma das intervenções mais rentáveis” no que diz respeito à saúde pública. AurélienZingas notou que há no mundo mais de 20 vacinas eficazes e que um dos grandes desafios é fazer com que essas vacinas sejam acessíveis a vários grupos, como os migrantes, as pessoas que vivem em zonas de conflitos, as afectadas pelas catástrofes e as que vivem em zonas remotas. O presidente da Comissão de Saúde, Trabalho e Assuntos Sociais do PAP, Estephen Mule, disse que é “um sonho” erradicar a tuberculose do continente até 2030, mas para isso defendeu ser necessária a intervenção de todos. O deputado da Zâmbia referiu que a tuberculose é uma das 10 doenças que mais pessoas matam em todo o mundo, com cerca de 1,6 milhões anualmente. A sessão foi aberta pelo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Jorge Santos, em substituição do Presidente da República, afirmando que “África tem feito progressos consideráveis a nível do combate à tuberculose, à semelhança do resto do mundo”, mas que “não tem investido o suficiente para eliminação das causas da doença”. “Já não é momento para grandes discursos, é momento para acção, de traduzir essa vontade política em orçamento de Estado”, para financiar a saúde pública, pediu o chefe da casa parlamentar cabo- -verdiana. Entre as causas da doença, Jorge Santos apontou a pobreza, a má nutrição, habitação insalubre, falta de saneamento básico e de saúde materno infantil, bem como o aumento das catástrofes naturais, como a seca. A reunião conta com a presença da cerca de 30 membros do grupo Parlamentar Africano e da plataforma do Parlamento Pan-Africano para debater a tuberculose, sendo que quase 40% das mortes devido à doença a nível mundial ocorrem em África. 22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Ameaça atrás de ameaça Coreia do Norte continua com os testes de armamento A Coreia do Norte ameaçou realizar mais testes de armas, depois de disparar novos mísseis, no quarto ensaio em 12 dias, e ainda denunciou o início de exercícios militares entre Seul e Washington Oressurgimento da tensão na península coreana parece comprometer ainda mais o processo diplomático, entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos da América, iniciado em 2018.A Coreia do Norte referiu que as manobras militares entre os EUA e os sul- -coreanos foram uma “flagrante violação” dos esforços de paz e reflectiram a falta de “vontade política”. Os exercícios militares inevitavelmente provocaram a fúria do regime norte-coreano, mas é raro que Pyongyang realize testes de mísseis durante essas manobras. A velocidade com que as autoridades norte- -coreanas anunciaram os novos testes de armas é também fora do comum, pois normalmente esperam 24 horas para fazer o anúncio. A Coreia do Norte disparou na província de Hwanghae do Sul, na costa oeste do país, “dois projécteis suspeitos de serem mísseis balísticos de curto alcance”, informou o Estado-Maior Conjunto Sul- -Coreano (JCS). No 74.º aniversário de bombardeamento atómico Hiroshima pede eliminação de armas nucleares Horas depois da cerimónia oficial marcar a data na cidade japonesa, na Coreia do Norte foi efectuado mais um teste de armamento. Hiroshima assinalou o 74.º aniversário do bombardea - mento atómico da cidade japonesa, com o autarca da cidade a renovar pedidos para a eliminação das armas nucleares.O prefeito KazumiMatsui manifestou, durante o discurso de paz, a preocupação sobre a ascensão da “política egocêntrica no mundo” e instou os líderes a trabalharem firmemente para alcançar um mundo sem armas atómicas. Por outro lado, exigiu que o Governo do Japão represente as vontades dos sobreviventes do bombardeamento atómico e assine um tratado da ONU de proibição de armas nucleares. O ataque dos Estados Unidos a Hiroshima, no 06 de Agosto de 1945, matou 140 mil pessoas. Uma outra bomba caiu três dias depois, em Nagasaki, matando mais 70 mil, antes da rendição do Japão acabar com a II Guerra-Mundial. Horas depois da cerimónia oficial, a Coreia do Norte efectuou mais um teste de armamento, que traduz o impasse nas negociações sobre a desnuclearização da península coreana. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | Internacional | zambeze | 23 24 | zambeze | nacional| Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Crédito de USD 2 biliões para financiar participação da ENH na Área 1 será fechado em Setembro O acordo de financiamento de dois biliões de dólares à Empresa Nacional de Hidrocarbonetos deverá estar fechado próximo mês. A garantia foi dada esta quarta-feira, em Maputo, pelo PCA da da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá. Em 2018, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, ENH, solicitou ao Governo uma garantia soberana para financiar a sua participação no projecto do gás natural da Área 1, da Bacia do Rovuma, cujas obras de construção da fábrica de liquefacção arrancaram na segunda-feira. Esta quarta-feira, o PCA da ENH revelou que o acordo está para breve. Omar Mithá explicou ainda os contornos deste empréstimo bilionário com garantia soberana. Para financiar a sua participação na Área 4 da Bacia do Rovuma, cujo projecto em terra é liderado pela gigante norte-americana Exxon Mobil, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos vai seguir o mesmo modelo da Área 1, ou seja, recorrer a mais um empréstimo com garantia soberana do Estado. (o País) Escolas de Manica atingidas pelo Idai voltam à normalidade Sector da Educação aumentou a carga horária dos docentes nas escolas afectadas pelo ciclone e introduziu aulas aos fins-de-semana para recuperar o tempo perdido. Resultado foi positivo: aulas já decorrem sem sobressaltos. Na província de Manica, no centro do país, as aulas em escolas destruídas de forma parcial ou total pelo ciclone Idai, em Março, já estão a decorrer sem sobressaltos, segundo os estudantes. O setor da Educação e Desenvolvimento Humano na província de Manica traçou estratégias para a recuperação dos temas perdidos. A carga horária dos docentes nas escolas afetadas foi aumentada e foram introduzidas aulas aos fins-de-semana. Também não houve férias no mês de abril para os alunos dos distritos atingidos pelo Idai em Manica, com objetivo de acelerar os conteúdos perdidos enquanto as escolas estiveram encerradas. Sussundenga Um dos distritos mais afetados pelo ciclone em Manica foi Sussundenga. No posto administrativo de Dombe, 43 escolas ficaram sem aulas num período de uma semana durante a passagem da tempestade tropical. Alguns alunos do distrito comentaram as estratégias adotadas para recuperar o ano letivo. Manuel Baptista António, aluno da 8ª classe, disse que depois que as aulas recomeçaram, uma semana depois do Idai, não houve férias e nem interrupção de uma semana como em outras regiões do país. Porém, o estudante não soube precisar se o conteúdo perdido foi recuperado nas aulas. Segundo António, ao retomarem as aulas, outros temas foram iniciados e não foi possível precisar o que foi perdido. “Quando iniciámos, passámos para outros temas e não conseguimos verificar quantas aulas perdemos”, diz. Aulas sem sobressaltos Mas Mateus José Caero, outro estudante também da 8ª classe, disse que depois do Idai, as aulas têm estado a correr sem sobressaltos e que não nota diferenças em relação às outras escolas. “Estamos juntos com outras escolas. Foram-nos dado cópias [das brochuras], para que cada um lesse em casa, e recuperasse as aulas que perdemos”, conta. O diretor do Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia de Sussundenga (SDEJT), em Manica, garante que foi possível recuperar os conteúdos perdidos e que não foi preciso interromper as aulas nas 43 escolas de Dombe. “Não interrompemos as aulas durante o primeiro trimestre, o que significa que durante uma semana conseguiram recuperar todos os conteúdos. Nós conseguimos por ter aumentado a carga horaria, por exemplos, os que tinham dois tempos já dávamos três tempos até sábado. Nós temos apoio da UNICEF que esta a construir em Dombe algumas tendas”, assegura. Fonte: Portal Sapo Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 zambeze | 25 A NOVOMÉDIA, SARL, PROCURA AGENTES PARA VENDER O JORNAL EM TODAS AS PROVÍNCIAS DO PAÍS CONTACTOS: 823073450/ 847714280 ZAMBEZE Comercial Quinta-feira, 07 de Fevereiro de 2019 | naCionaL | zambeze | 15 PRM neutraliza traficantes de drogas Esta informação foi avançada pelo Comando- -Geral da PRM no seu habitual briefing semanal das principais ocorrências no país. De acordo com o comunicado sobre as principais incidências criminais no país, no período em análise foram registados 125 delitos de natureza criminal contra 144 de igual período do ano transacto, havendo uma redução em 19 crimes, correspondentes a 13%. De acordo com a PRM, o desempenho policial situou-se em 88%, mercê do esclarecimento de 110 dos 125 crimes, contra 87 de operatividade policial obtida em igual período comparativo de 2018. Relativamente à tipologia dos 125 crimes registados, 32 são contra as pessoas, 80 contra o património, 10 contra a ordem, segurança e tranA Polícia da República de Moçambique (PRM) neutralizou na semana finda, no bairro da Mafalala, na cidade de Maputo, sete indivíduos que se dedicavam ao tráfico e consumo de estupefacientes, tendo apreendido na sua posse 60 quilogramas de canábis-sativa, vulgo soruma. Ainda na semana passada, a PRM apreendeu no bairro Ribânguè, distrito da Manhiça, na província de Maputo, uma arma de fogo de tipo AK-47 contendo 30 munições. A arma tinha sido abandonada num canavial por indivíduos não identificados e foi recuperada graças à denúncia popular. quilidade públicas, um crime de perigo comum e dois contra exercício de funções. Foram detidos em território nacional 1.260 indivíduos, sendo 1040 por violação de fronteiras, dois por imigração ilegal e 218 por práticas de delitos comuns. No que diz respeito à segurança rodoviária, a PRM registou um total de 24 acidentes de viação, contra 30 do igual período de 2018, tendo resultado na morte de 18 pessoas, 22 feridos graves, 5 feridos ligeiros e danos materiais. Destes acidentes, 13 são do tipo atropelamento, cinco de choque entre carros, quatro despistes e capotamento, dois de choque entre carro e moto. Ainda no período em análise, foram fiscalizadas 50.706 viaturas e apreendidas 94, 266 cartas de condução, 151 livretes, 4.266 multas aplicadas, 15 condutores detidos por condução ilegal e 12 por tentativa de suborno. Foram apreendidas igualmente cinco armas de fogo, das quais uma AK47, três pistolas e uma de pressão de ar, nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, respectivamente. Foram recuperadas 26 viaturas, 14 motorizadas, 90 telemóveis, oito computadores, 70 cabeças de gado bovino, 31.6 quilogramas de soruma, dois quilogramas de cocaína, duas mil pedras preciosas tipo granada e 31.400 meticais e numerário. z INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA VAGAS PARA CORPO DOCENTE 2019 Áreas de Formação: Direito Turismo e Hotelaria Educação e Serviço Social Psicologia Social Ciências Exactas Relações Internacionais Filosofia Para candidatura, são necessários os seguintes documentos: Carta de apresentação Cópia do certificado de habilitações ou diploma do último grau obtido Curriculum Vitae Cópia do documento de identificação Obs: Candidaturas abertas até ao dia 02/02/19 Endereço: Avenida Emília Daússe, 1990, casa da Educação da Munhuana, Alto Maé -1100 Maputo. Mestres e Doutores Total de vagas Corpo Docente 18 8 Total de Cursos Nr. vagas de mestres e doutores Mestres Inteiro H M H M H M H M Parcial Inteiro Parcial Doutores 2 1 2 3 3 3 2 2 Comercial Comercial dOUtOR MUANA (CABEÇA dE VElHO) EStA NA CApItAl dE MApUtO E CURA VÁRIAS dOENÇAS COM RAíZES ENdEREÇO: paragem do Alto Maè, AV. de Angola. Contactos: 84 2236478 | 86 0275161 | 82 2227611 1 - ZIMBA pOWER – Serve para aumentar sexo masculino e aumenta a potência sexual 2 - MWItA – Cura doenças com injecção urinária, período prolongado, paralisia 3 - tEMBOSHA – Trata mulher que tem dificuldades de engravidar, e outras que tem falta de vontade de fazer sexo. 4 - KACHElA – Ele serve para tirar espíritos maus no seu corpo, sua casa, seu terreno, etc. E muito mais como: recuperação de amor perdido, dores de coração, dores de útero, diabetes, hemorróides, mau cheiro na boca, comichão no corpo, deixar de fumar e fazer xixi na cama, sonecar de qualquer maneira. | comercial | ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Aqui está a boa nova. O ISFIC faz parte dos membros da  Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP),  uma ONG internacional que promove a cooperação e troca de informações entre universidades e institutos superiores. A admissão aconteceu no mês de Julho, durante o XXIX Encontro dos Membros da AULP, que decorreu, em Portugal, sob o lema “Arte e Cultura na Identidade dos Povos”. Constituída por mais de 140 membros dos oito países de língua oficial portuguesa –  Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,  Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor – e Macau a AULP tem como missão facilitar a comunicação entre os membros em prol do desenvolvimento colectivo do ensino e da língua portuguesa no mundo,  estimular a investigação e o intercâmbio de alunos e docentes, propor uma reflexão contínua através da divulgação diária de notícias e organização de conferências e eventos. Bem-haja família ISFIC. Na imagem, Arminda Janfar, Administradora do ISFIC à direita, exibindo o troféu! ISFIC entrou na família académica da AULP Aqui está a boa nova. O ISFIC faz parte dos membros da  Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP),  uma ONG internacional que promove a cooperação e troca de informações entre universidades e institutos superiores. A admissão aconteceu no mês de Julho, durante o XXIX Encontro dos Membros da AULP, que decorreu, em Portugal, sob o lema “Arte e Cultura na Identidade dos Povos”. Constituída por mais de 140 membros dos oito países de língua oficial portuguesa –  Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,  Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor – e Macau a AULP tem como missão facilitar a comunicação entre os membros em prol do desenvolvimento colectivo do ensino e da língua portuguesa no mundo,  estimular a investigação e o intercâmbio de alunos e docentes, propor uma reflexão contínua através da divulgação diária de notícias e organização de conferências e eventos. Bem-haja família ISFIC. Na imagem, Arminda Janfar, Administradora do ISFIC à direita, exibindo o troféu! Nova hidroeléctrica no horizonte O Governo vai seleccionar este ano um consultor para a estruturação legal e financeira do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, uma nova barragem a ser construída a 60 quilómetros de Cahora Bassa, segundo a Lusa. Acontratação do consultor deverá decorrer este ano, por forma a imprimir celeridade no processo de contratação do parceiro estratégico para o desenvolvimento do empreendimento. O período de recepção e abertura de propostas das nove empresas pré-qualificadas para prestação de serviços de consultoria terminou a 01 de Agosto.As nove concorrentes resultam de um concurso público em que 18 entidades manifestaram interesse.”O concurso obedece a boas práticas, regras e procedimentos de ‘procurement’ internacional, para assegurar transparência, competitividade e credibilidade ao processo. A entidade seleccionada trabalhará com o Gabinete de Implementação do ProjectoHidroeléctrico de MpandaNkuwa, em todo o processo de resolução de aspectos pendentes. A empresa a ser seleccionada deverá, ainda, prestar assessoria de toda a natureza, actualização dos estudos técnicos identificados como críticos e para a selecção do parceiro estratégico, que se deverá juntar à Electricidade de Moçambique (EDM) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) no desenvolvimento das infra-estruturas do projecto. Espera-se que o projecto possa criar, no decurso da sua implementação, milhares de empregos, quer directos quer indirectos, representando um forte estímulo para o empresariado nacional industrial, comercial, agrícola e de prestação de serviços. O plano de construção de MphandaNkuwa foi aprovado em Setembro de 2007, passando desde então por várias parcerias, mas sem nunca se concretizar o projecto. O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou no dia 22 de Agosto de 2018 que a empresa EDM e a HCB estão encarregues de revitalizar o projecto da barragem de MphandaNkuwa e da linha.O empreendimento está avaliado em 2,3 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros).Espera-se que produza 1.500 megawatts de energia eléctrica, dos quais 80 poderão ser para exportação. Mafambisse Maus dias para fábrica de açúcar Cerca de 3.500 trabalhadores da Açucareira de Mafambisse, na província de Sofala, temem ficar desempregados. Má gestão é a justificação apontada para a saída da TongaatHulett, principal accionista da empresa. S egundo anuncia a DW África, os funcionários da Açucareira de Mafambisse foram informados verbalmente pela direcção da empresa que a detém, a holding sul-africana TongaatHulett, que, após o fecho da actual campanha de processamento de açúcar, aquela gerência se irá retirar da unidade fabril de Mafambisse, da qual é a maior accionista. O secretário do comité sindical da fábrica de Mafambisse, António Bassopa, adianta que a retirada da TongaatHulett está relacionada com o baixo rendimento da empresa e com as dívidas acumuladas pela holding em Moçambique e na África do sul. “Eles falam de três coisas... Falam de problemas de terras na África de Sul, do problema do dólar do Zimbabué, o tal bond que foi desvalorizado, para além da má gestão” da unidade moçambicana, indica o sindicalista. Incerteza e medo Com a anunciada retirada da empresa sul-africana, aumentou a situação de incerteza dos cerca de 3.500 trabalhadores da fábrica de Mafambisse. Mário Paulo trabalha, há sete anos, naquela fábrica de açúcar. Com medo de perder o emprego, apela ao Governo moçambicano, como accionista minoritário da unidade, que procure parceiros para o negócio. “É só esperar que o Governo lute para encontrar um novo patrocínio para que a fábrica não fique parada, senão muitas pessoas daqui de Mafambisse vão ficar a chorar”, explica o trabalhador. “Estamos a sentir tristeza no momento”, comenta Domingos Rafael, outro funcionário da açucareira. “Como no campo não há rega e este ano não houve admissão [de trabalhadores], não sabemos o que vai ser depois. Não se está a trabalhar como antes, não há rega, não há sacha, não há planeamento... Não sei o que vai ser”, lamenta. “Estamos parados, sem trabalhar, sem vencimento”, acrescenta. A açucareira é detida em 85% pela sul-africana TongaatHulett e em 15% pelo Estado moçambicano, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE). Localizada na província de Sofala, a empresa deixou de lado o cultivo da cana para a produção de açúcar e está a manter a actividade apenas com a matéria-prima produzida em 2018. “Não temos mão- -de-obra, porque o trabalho de campo é feito por [empregados] sazonais, que não foram admitidos. Os poucos homens que nós tínhamos no campo foram para reforçar a fábrica, porque também na fábrica não admitiram ninguém”, descreve António Bassopa. O representante sindical da Açucareira teme que, além do desemprego causado, a TongaatHulett retire maquinaria da unidade. “A nossa grande tarefa é mobilizar todos os trabalhadores para, apesar dessas palavras de abandono, mantermos firmes a nossa fábrica e todas as infra-estruturas que existem aqui em Mafambisse”, adverte.”Por mais que a TongaatHulett queira abandonar, pelo menos que deixe as coisas em condições para que outro accionista encontre as coisas (...) a funcionar bem”, apela o líder sindical. 26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 IGEPE vende Medimoc O Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE), entidade que gere as participações do Estado, colocou à venda a empresa Estatal de Importação e Distribuição de Medicamentos (Medimoc). O IGEPE refere que pretende alienar a Medimoc a uma entidade nacional ou estrangeira, técnica e financeiramente capaz de dar continuidade ao negócio da empresa. O IGEPE procura concorrentes que já tenham realizado negócios similares e com capacidade técnica e financeira comprovada. O anúncio não refere o preço de venda da companhia estatal de medicamentos. A Medimoc é uma sociedade anónima com capital social de 59 milhões de meticais e com três delegações nas cidades de Maputo, sul, Beira, centro, e Nampula norte. O Estado detém 65% da empresa e a Midigest, que representa os gestores, técnicos e trabalhadores, têm os restantes 35%. Segundo o instituto, a alienação da Medimoc enquadra-se na reestruturação do sector empresarial do Estado, visando o saneamento financeiro das companhias estatais, muitas das quais se encontram estagnadas. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 |ECONOMIA| zambeze | 27 Gestores de empresas capacitam-se em matérias de Segurança Social Um total de 34 gestores de recursos humanos e representantes de empresas, contribuintes do Sistema de Segurança Social, localizadas no distrito municipal KaMubukwana, na cidade de Maputo, beneficiaram, recentemente, de uma capacitação promovida pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Ainiciativa, segundo Felicidade de Sousa, delegada distrital do INSS, no distrito Municipal KaMubukwana, insere-se nas acções que visam a divulgação do Sistema a mais utentes e a partilha de informação sobre as reformas tecnológicas introduzidas pelo INSS. A delegada distrital do INSS disse, na ocasião, que a inclusão do regime dos Trabalhadores por Conta Própria (TCP) permitiu que mais cidadãos moçambicanos, que exercem actividades rentáveis, passassem a ser integrados no Sistema de Segurança Social e assim salvaguardar a sua protecção social. Na sua intervenção, a delegada distrital referiu ainda que o Regulamento de Segurança Social Obrigatória, que entrou em vigor em Janeiro de 2018, trouxe inovações em benefício dos utentes do Sistema, assim como os avanços do processo de informatização do Sistema permitem, dentre vários aspectos, a flexibilização na atribuição de prestações, a declaração electrónica das contribuições; a emissão da certidão de quitação automatizada; a consulta da situação contributiva, a submissão de requerimentos e simulação do valor das prestações através da plataforma M-Contribuição (Minha Contribuição, Meu Benefício), bem como a realização da prova de vida biométrica. A delegação distrital de KaMubukwana, cujas instalações foram inauguradas em 2018 pelo Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, atende igualmente o distrito KaMavota, possuindo em acumulado, até o primeiro semestre de 2019, 125.428 trabalhadores e 2.224 empresas inscritos. Barclays Bank Moçambique apoia programa Networking PME Cerca de 100 Pequenas e Médias Empresas moçambicanas aderiram, no passado dia 30 de Julho, na cidade de Maputo, a um programa de orientação e aconselhamento sobre como navegar o sector bancário e as soluções de financiamento a curto, médio e longo prazo, existentes para garantir a continuidade dos seus negócios. Barclays Bank Moçambique apoia programa Networking PME SAPO Notícias Trata-se do programa Networking PME, implementado pelo Instituto Para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas (IPEME) e apoiado pelo Barclays Bank Moçambique. Neste programa, as PME apresentaram os seus serviços e produtos, estabeleceram novos contactos e tiveram oportunidade de analisar com o banco, sobre como ultrapassar as suas adversidades e ainda, como funciona o sistema financeiro bancário. Esta é mais uma iniciativa de suporte e impulso ao segmento das PME, apoiada pelo Barclays Bank Moçambique, como provedor de soluções financeiras e de investimento. Menino tem mais de 500 ‘dentes’ removidos em cirurgia Garoto de sete anos se queixava de fortes dores na mandíbula e passou por cirurgia para tirar massa preenchida por microdentes de dentro da boca. Num caso raro na odontologia, médicos indianos retiraram 526 dentes da boca de um menino de sete anos que se queixava de dores na mandíbula. Segundo a agência de notícias Reuters, a criança, identificada apenas como Ravindran, se queixava de desconfortos na região bucal desde os três anos. Em cirurgia , os dentistas encontraram um volume de cerca de cinco centímetros. Dentro dele, havia mais de 500 “microdentes” de diversos tamanhos. “Foi aí que descobrimos que havia mais de 526 dentes dentro da bolsa removida” afirmou o cirurgião da criança, DrSenthilnathan. O menino apresentava uma condição médica chamada odontoma, espécie de tumor formado por tecidos dentários mineralizados. Apesar do nome assustador, a condição é benigna e o menino passa bem. Witzel quer que usuários de drogas sejam condenados a catar lixo na praia “Não vai ser fácil a vida de quem quiser transgredir a lei”, prometeu o governador do Rio de Janeiro em entrevista à actriz AntôniaFontenelle O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, quer que usuários de drogas como maconha e cocaína identificados pela polícia sejam condenados a catar lixo na praia . O plano foi revelado em entrevista à actriz AntôniaFontenelle.As declarações surgem após Witzel ter dito que conduziria imediatamente para a delegacia “ quem fuma maconha na praia ou usa qualquer entorpecente “. Na entrevista publicada, ele lembrou o artigo 28 da Lei Federal 11343 para justificar a medida. O texto prevê que quem adquirir, guardar ou transportar substância entorpecentes para consumo pessoal fica a sujeito a penas de advertência, medida educativa de comparecimento a programa ou curso e prestação de serviços à comunidade. A norma não estabelece penas de prisão (ou privação de liberdade) nesses casos. “Nós estamos trabalhando junto aos juízes para que essa prestação de serviço à comunidade seja catar lixo na areia da praia. Então, será uma atividade muito importante ter lá um apenado, que é usuário de substância entorpecente, catando lixo na praia. É uma das possibilidades de prestação de serviço. Durante cinco meses, ele vai trabalhar uma vez por semana durante uma ou duas horas”, afirmou ele. “Se não prestar, será multado e, toda vez que for surpreendido, vai ser conduzido à delegacia, conduzido ao juiz. Ou seja, não vai ser fácil a vida de quem quiser transgredir a lei e nós vamos exercer com rigor aquilo que a lei determina”, completou. O governador explicou a série de procedimentos previstos antes do cumprimento da pena. Uma vez identificado com a droga, o usuário será conduzido a uma delegacia, onde será fichado, cadastrado e terá marcada uma audiência com o juiz. “O juiz de direito, no Juizado Especial Criminal, vai fazer uma advertência para ela não usar mais a substância entorpecente e oferecer ajuda para tratamento em alguma clínica especializada. Além disso, vai impor a esse infrator a prestação de serviço à comunidade”, disse Witzel . Brasil Rapaz quebrou um braço ao ficar preso em telhado enquanto tentava fugir de policiais militares Um homem suspeito de furto precisou pedir ajuda à polícia na cidade de Rolândia, no interior do Paraná, após ficar preso no telhado. Segundo o canal RPC, a Polícia Militar foi accionada após o alarme de uma ópticaa disparar. Chegando ao local, os policiais perceberam que a loja estava arrombada e um suspeito tinha acabado de fugir. Durante perseguição , o suspeito ficou preso no telhado de uma escola e só foi encontrado pelos policiais porque pediu socorro. Os agentes filmaram o rapaz preso no telhado e chamaram o Corpo de Bombeiros para retirá-lo. 28 | zambeze |INSÓLITO| Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Comercial Cão apanha autocarro sozinho no Brasil Durante a viagem, de cerca de três quilómetros, o animal acabou por se tornar o centro das atenções. Um cão decidiu viajar sozinho e apanhou um autocarro na cidade de Curitiba, no Brasil.Durante a viagem, de cerca de três quilómetros, o cão acabou por se tornar o centro das atenções. Foi fotografado e mimado por vários passageiros, que ficaram surpreendidos com a sua presença dentro do veículo. O ‘rebelde’ de quatro patas não esteve para se aborrecer e até se meteu à janela. Quando chegou à estação de destino, o animal desceu e seguiu a sua vida. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | CULTURA| zambeze | 29 Incêndios no Franco, Victor de Oliveira culpado Beleza e dor são o que Incêndios nos propõe vivenciar, nesta sexta-feira, 09, e sábado, 1o, pelas 19h, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, com encenação de Victor de Oliveira, num texto original de Wajdi Mouawad. Ahistória começa literalmente da morte, morte de Nawal e a leitura do seu testamento. Os seus filhos, Joana e Simão, devem partir para o país natal da mãe e encontrar o pai que julgavam estar morto e o irmão de que nunca tinham ouvido falar. Segue-se então uma viagem iniciática para ambos, viagem ao passado da mãe e às suas próprias origens. O teatro de Wajdi Mouawad é um teatro do íntimo com formas épicas, ele atravessa a História, mesmo esta com H maiúscula. As personagens estão em busca perpétua das suas origens e a guerra serve como um pano de fundo desses pedaços de vida aqui contados. Uma guerra como muitas outras que se parece com aquelas que nós vemos através dos ecrãs dos nossos televisores, mas também uma guerra imemorial. “Eu poderia dizer que a história do espectáculo Incêndios começou no momento em que voltei pela primeira vez a Moçambique, o meu país natal, em 2006. Desde então, voltei cá por várias vezes, mas esta é a primeira vez em que venho para a criação de um espectáculo e hoje tenho a impressão de que um fio invisível teceu todos os eventos que ocorreram até chegar aqui”, diz o encenador. Afinal, três acasos juntaram-se para que o encenador fizesse este espectáculo. O primeiro foi o que lhe levou ao texto de Wajdi Mouawad, que lhe trouxe reminiscências terríveis do princípio da guerra civil em Moçambique; o segundo as correspondências que começou a trocar com o dramaturgo sem que ainda se conhecessem pessoalmente; o último foi o ser contratado para trabalhar, como actor, num versão de um encenador francês de Incêndio, que o levou, finalmente, a conhecer Wajdi pessoalmente. Desde a primeira leitura à mesa, há pouco mais de um ano, impuseram-se os actores que chamou para este espectáculo. Um grupo de três gerações de actores moçambicanos, que vai dos consagrados aos acabados de sair da ECA, passando pelos actores da diáspora moçambicana. Estamos, considera ao encenador, face a um texto em que sentimos cada palavra como se elas viessem de nós próprios e, ao mesmo tempo, sentimos que há lá uma matéria de trabalho que não cessará de nos interrogar, de nos animar. Ela, esta matéria, pensa ainda o encenador, é ao mesmo tempo poética e límpida, dirigindo-se directamente às pessoas, ao íntimo de cada um. “Chegar ao íntimo de cada um de nós foi o que este texto nos pediu durante os ensaios. Partir do íntimo para falar do universal, partir de nós para chegarmos ao outro”, disse, e o resultado pode ser visto amanhã, sexta-feira e, logo depois, no sábado. 30 | zambeze | cultura | Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 Orfeu nos Infernos abre série de Concertos do Xiquitsi Com uma rica programação, a segunda série de Concertos do Xiquitsi decorre, entre 09 e 16 de Agosto, em 3 cidades: Maputo, Matola e Pemba. Asérie abre com a Ópera Orfeu nos Infernos, no Teatro Avenida, pelas 19h30, no dia 9 de Agosto. No dia 10 de Agosto será a Noite Clássica na Casa Mafurra (Matola), também pelas 19h30. Já no dia 11 de Agosto, o concerto é reservado a Tarde Para Pais e Filhos, no Teatro Avenida, pelas 16h00. O último dia é o Concerto de Descentralização, na Sala Magna do Campus da Unilúrio – Pemba. A ópera de abertura - Orfeu nos Infernos – é uma sátira ao mito de Orfeu, com música de Jacques Offenbach (1819– 1880), na qual surge o tema que tornou o compositor e esta ópera dignos de notoriedade internacional: o Can-Can. Orfeu e a sua mulher Eurídice não fazem uma típica vida de casal, estão cansados um do outro e, por isso, já nenhum deles é fiel aos votos do matrimónio. Enquanto Orfeu se encanta pelas suas belas alunas, Eurídice jura amor a Aristeu. Depois de descoberta a traição e em prol da sua imagem, Orfeu prepara a morte do amante da mulher e esta corre para lhe contar os planos do marido. Aristeu (que, na verdade, é Plutão disfarçado) atrai Eurídice, que toma uma poção venenosa em nome do amor que sente por ele. Ela morre e é conduzida por Aristeu/Plutão para o inferno. Orfeu fica feliz com a morte da mulher, mas, para seu infortúnio, a opinião pública exige-lhe que a vá salvar... Está assim lançado o repto para uma história emocionante, musicalmente retratada. A Directora Artística do Xiquitsi, Kika Materula, destaca a produção da ópera como uma obra histórica do Xiquitsi. “Será a maior produção de Ópera desde o início do projecto xiquitsi, juntamos uma série de artistas moçambicanos entre coreógrafos, encenadores, cenografistas, figurinistas e envolvemos maior parte de solistas do Xiquitsi. É um concerto histórico, esperamos um resultado bastante positivo”. Outro momento igualmente importante para o Xiquitsi é o concerto da cidade de Pemba, em Cabo Delgado, onde para além da tradicional Noite Clássica, serão feitas apresentações em escolas públicas com os mais pequenos, uma aposta do Xiquitsi no processo de ensino e inclusão que o projecto aposta. Esta segunda série de concertos afigura-se como a série de descentralização, visto que se fará em três cidades. A mesma junta para além de artistas de Moçambique, artistas de Espanha, Portugal, Japão, Suécia e África do Sul. Importa referenciar que a grande componente da temporada 2019 constitui-se por linguagens musicais mais contemporâneas, por acreditar que a contemporaneidade na linguagem artística e académica confere o garante de continuidade e esse é o olhar do Xiquitsi: o futuro. Esta é a visão que guia a sexta edição deste ambicioso projecto. O Xiquitsi, projecto da Associação para o Desenvolvimento Cultural – Kulungwana, conta hoje com cerca de 200 alunos entre crianças e jovens das escolas públicas da grande Maputo, que provém das mais diversas camadas sociais e que têm acesso livre e gratuito ao ensino de música. “Asas da Água”, o segundo voo de Nelson Lineu “Asas da Água” marca continuidade ao projecto literário de Nelson Lineu, iniciado há cinco anos. O livro será lançado, nesta quinta-feira, 08 de Agosto, pelas 18h, no Centro Cultural Brasil-Moçambique. “Confesso que nunca pensei que ficaria tanto tempo sem publicar” é assim que respondia, logo no início do ano, quando chamado para uma reportagem, nestas páginas do Zambeze, sobre os planos que tinha para este ano. Disse-nos, na mesma altura, que este livro sairia no primeiro trimestre deste ano, depois de ter falhado ano passado. Mas contaram- -se os primeiros três meses do ano, depois mais três e nada do livro… Até que seríamos surpreendidos no início deste Agosto com o anúncio de que seria finalmente desta que o livro sairia do prelo. Já cá fora está e tem o lançamento oficial nesta quinta-feira. Este por sair, já nos havia adiantado, é um livro de poesia, e talvez funcione como atractivo (com todos os defeitos dos concursos) a menção honrosa do prémio 10 de Novembro 2018. Pensávamo-lo intitulado “ A Cor do Voo”, mas não é mais. Agora, que já foram feitas as provas, sabemos que chega sob o título “Asas da Água”. O que mais se poderá dizer? Tem, outra vez, a influência da formação do autor em filosofia. Se no primeiro livro NL “fez de tudo” para que não houvesse influência, embora não tenha conseguido. Neste novo livro procurou complementaridade, mas a poesia sempre como bandeira maior. “Li alguns autores com a mesma formação ou inclinação, acho interessante o exercício” pensa. Disse que o existencialismo teria lugar cativo. “É das correntes filosóficas que mais me identifico, eu resumiria em condição humana”. E a poesia na esteira disto surge, para NL, como o outro ar que se deve respirar no meio do caos dos nossos dias, mas sem mascarar a verdade, mostrando “todas as faces da vida humana”, do belo ao feio. Segundo Gilberto Matusse, no prefácio, este livro marca a continuidade do seu livro de estreia, em que “o poeta se alinha como herdeiro de uma certa tradição da poesia moçambicana, a do lirismo intimista”. Com recurso a versos curtos, faz notar Matusse, combinados em poemas breves, o sujeito de Asas da Água busca-se a si mesmo e busca entender o mundo que o envolve, deixando-se embalar em três elementos, que correspondem também às três secções com quinze poemas cada em que se divide o livro: o rio, a folha e a ave, elementos que se ligam pela sua fluidez e leveza. Quinta-feira, 08 de Agosto de 2019 | cultura | zambeze | 31 Pensamento da Semana: A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos. Albert Einstein Museu de Cinema expõe antigas salas “Antigas salas de cinema de Maputo” é uma exposição que propõe aos visitantes a repensarem a importância patrimonial destes espaços arquitectónicos e sociais, convidando a sociedade à reflexão. A exposição a ser inaugurada na próxima semana, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, cidade de Maputo. Aexposição instiga à partilha de responsabilidades e perspectivas sobre as salas de cinema, que representam uma época tecnológica e socialmente distinta, em risco de desaparecimento. A mostra, organizada pela Associação Amigos do Museu do Cinema, é resultado de um trabalho de pesquisa e documentação, desenvolvido em colaboração com o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC), ex-Instituto Nacional de Audiovisual e Cinema (INAC) e a Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane (FAPF-UEM). Em representação da Associação Amigos do Museu de Cinema (AAMCM), Diana Manhiça refere que a mostra é organizada para complementar a abordagem do tema central do seminário Museu de Cinema. A exposição é resultado de um trabalho que envolve a inventariação dos processos de licenciamento da construção, a sua digitalização, visitas aos edifícios, registo videográfico, desenhos, maquetes e a reconstituição das plantas das antigas salas, usando software de desenho tridimensional. Além das imagens estáticas, foram realizadas duas dezenas de entrevistas com antigos trabalhadores do Instituto Nacional de Cinema, afectos às salas de cinema da capital e a algumas áreas de produção. “Esta exposição exibe uma parte desses materiais, trazendo alguns documentos originais dos acervos da Biblioteca Nacional e do INICC e faz uma identificação geográfica da distribuição desses edifícios, actualmente fechados, destruídos, readaptados a outras funções, ou ainda, em morosos e adiados processos de reabilitação física”. Iniciado em 2016, como uma associação de profissionais de cinema, história, educação, design e património, a AAMC desenvolve o projecto Museu do Cinema, que tem vindo a apresentar os resultados do trabalho com regularidade. “Iniciamos, este ano, mais três colaborações com a Associação Scala, FAPF, UEM, e com o Centro Inter-disciplinar de História, Cultura e Sociedade da Universidade de Évora (CIDEHUS), para além do registo do regresso de antigos parceiros. Também estreitamos relações de colaboração e cooperação, e perspectiva-se a concretização de alguns projectos antigos”, detalhou Diana Manhiça. Ver, ouvir... e não calar Ângelo Munguambe Homenagem ao Ângelo de Oliveira No mundo da graduação: sem palavras Renovação de assinaturas para 2019 Comercial Renovação de assinaturas para 2019 z Av. 25 de amb Onde a naçã Setembro, Nr. 1676 l Cell: 82 30 73 450 o se reenc l esmelifania2002@gmail.com e ontra zl Maputo E Comercial

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