A mobilização por conta do texto da Stéfani não é um caso isolado. Como eu disse, o que nós queremos é impacto! É por isso que você estão conosco nessa, não é mesmo?
Outra boa história que contamos é a do Houssan Nour, refugiado que trabalhava por mais de 14 horas como motorista de aplicativo com o objetivo de juntar dinheiro e trazer sua família da Síria para o Brasil. Depois da publicação, leitores criaram uma vaquinha para Houssan que arrecadou R$ 4 mil com o objetivo de ajudar nos trâmites da viagem.
Mas talvez o caso mais emblemático tenha sido o do professor Pedro Mara. Ele estava na lista das pessoas pesquisadas por Ronnie Lessa, o PM acusado de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
Pedro tem uma história de luta na educação do Rio de Janeiro e diante das ameaças buscou apoio na Comissão de Direitos Humanos da Alerj, na OAB e no Sepe-RJ. Apesar do apoio desses órgãos, o professor passou a enfrentar um processo de exoneração por ter faltado duas semanas de aula na qual cumpria um protocolo de segurança. Correndo sério risco de vida, Pedro ficou afastado da escola e sem salário.
Nós o convidamos para compartilhar sua história, que foi inclusive contada em vídeo. A repercussão foi bastante positiva e contribuiu para a luta que Pedro já enfrentava. Semanas depois ele foi reintegrado aos quadros da secretaria estadual de educação, e o processo, extinto.
É gratificante fazer parte do Intercept Brasil por essas e muitas outras histórias. O Brasil tem muito para nos contar e queremos ser o megafone. Quem sabe ainda contamos a sua história?
Em tempos tão difíceis como estes que estamos vivendo, o que me motiva é fazer um jornalismo que preza pelos ideais democráticos, de justiça social e igualdade. Porque não há jornalismo sem democracia – e vice-versa. Não é à toa que a imprensa é a primeira a ser atingida quando regimes autoritários assumem o poder.
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