A Anadarko e a retirada preventiva dos seus colaboradores do acampamento de Palma
Numa altura em que as questões de segurança mostram sinais de deterioração acentuada, os milionários projectos de exploração de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, norte de Cabo Delgado, começam, de alguma forma, a ressentir-se, realidade que obriga as multinacionais a tomarem algumas medidas de precaução.
Nesta lógica está a multi-nacional americana, Anadarko, que, semana passada, decidiu praticamente fechar o seu acampamento em Afungi, distrito de Palma. A evacuação dos trabalhadores, pelo que soubemos, foi a prioridade definida pela empresa, numa atitude tida como preventiva.
A empresa, contactada na tarde de ontem, pelo mediaFAX, deu simplesmente a conhecer que leva muito a sério qualquer tipo de ameaça, pelo que algumas medidas de segurança já tinham sido activadas.
“Levamos muito a sério qualquer potencial ameaça à segurança dos nossos colaboradores e continuamos a monitorade perto a situação na área de Palma” – refere a empresa, sem dizer, de forma objectiva, que tipo de medidas de segurança foram e estão sendo implementadas.
A Anadarko Moçambique Área 1, Lda, subsidiária integral da Anadarko Petroleum Corporation, opera a ÁreaOffshore 1 com uma participação de 26,5%. O empreendimento inclui os parceiros ENH Rovuma Área Um, S.A. (15 por cento), Mitsui E & P Moçambique Área 1 Ltd. (20 por cento), ONGC Videsh Ltd. (10 por cento), Beas Rovuma Energy Moçambique Limited (10 porcento), BPRL Ventures Mozambique BV (10 por cento) e PTTEP Moçambique Área 1 Limited (8,5 por cento).
De acordo com informação a que o mediaFAX teve acesso, desde sexta-feira da semana passada, os seguranças do acampamento têm ordens expressas para não permitir a saída ou entrada de qualquer viatura, como medida preventiva depois de sinais de ameaça concreta terem sido detectadas.
Assim, a retirada de trabalhadores iniciou, exactamente na sexta-feira e esta segunda-feira continuou com recurso a meios aéreos (helicópteros), tendo em conta o perigo de se recorrer a viaturas que pudessem transportar os colaboradores a partir do acampamento até ao aeroporto de Mocímboa da Praia.
Entretanto, a empresa não dá qualquer detalhe do que efectivamente está a acontecer, limitando-se apenas com a disponibilização de informação essencialessencial, segundo a qual “a nossa principal prioridade continua a ser a segurança dos nossos colaboradores e, por essa razão, não discutimos detalhes das nossas medidas de segurança.”
Ainda relacionada com a deterioração acentuada de questões de segurança, a companhia canadiana Wentworth anunciou semana passada a suspensão da actividade de avaliação do potencial de gás numa concessão na Mocímboa da Praia em Cabo Delgado, devido à violência associada a supostos grupos de inspiração islâmica.
O Governo moçambicano viu-se obrigado a estender a licença da Wentworth por mais um ano, tendo em conta que expirava este mês, escreve o Zitamar.
“A situação impede um acesso seguro à área aos nossos trabalhadores e trabalhadores de empresas contratadas”, anunciou em comunicado a companhia canadiana.(Ilódio Bata
MEDIA FAX – 12.06.2018
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