| Escrito por Adérito Caldeira em 10 Maio 2018 |
Diante da urna do seu antigo presidente Ossufo Momade, lendo a mensagem do partido Renamo, recordou que Afonso Dhlakama foi empurrado para a serra da Gorongosa, onde faleceu por falta de assistência médica, pelos atentados à sua vida que foi alvo em 2012 e 2015 protagonizados Forças de Defesa e Segurança, sob as ordens de Filipe Nyusi.
“Por causa da sua pujança política, do seu espírito de reconciliação nacional, de paz e amor como o seu povo, da sua popularidade, estes factos tornaram o presidente Afonso Dhlakama vítima de intolerância política tendo sucessivamente sofrido ataques perpetrados pelas Forças de Defesa e Segurança a 8 de Março de 2012 em Sathundjira na província de Sofala (NOTA do editor: Filipe Nyusi comandava o Exército como ministro da Defesa), a 12 e 25 de Setembro de 2015 na província de Manica, a 9 de Outubro de 2015 na sua residência na cidade da Beira (NOTA do editor: Filipe Nyusi já como Comandante em Chefe), quando se preparava para deslocar a Maputo a junto do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, encontrar caminhos para o alcance da paz efectiva e duradoura. Esses ataques obrigaram-lhe a socorrer-se das matas da Gorongosa para salvaguardar a sua vida e poder continuar incansavelmente a defender os interesses mais nobres de todos os moçambicanos”, afirmou Momade.
Mas Ossufo Momade disse que o partido Renamo acredita “que os moçambicanos continuarão com essa obra até alcançarem a paz e a reconciliação nacional efectiva”.
“Reafirmo a minha disponibilidade de continuar com o processo de desarmamento, descentralização e reintegração social dos militares da Renamo já iniciada”
Chamando o falecido líder do partido Renamo de “irmão Dhlakama” o Presidente Nyusi reafirmou “que iremos prosseguir a obra que juntos iniciamos isto é: a construção da paz e o reforço da democracia através do aperfeiçoamento da descentralização e desconcentração. Reafirmo a minha disponibilidade de continuar com o processo de desarmamento, descentralização e reintegração social dos militares da Renamo já iniciada”. Os milhares de cidadãos que o ouviam no largo do CFM na capital da província de Sofala aplaudiram.
“Da Renamo esperamos que se assuma o espírito de obra do seu líder e se honre a sua memória em palavras e actos”
Quase magnânimo o estadista moçambicano disse que: “O fecho deste dossier será sempre considerado uma obra colectiva dos moçambicanos, uma obra para a qual Afonso Dhlakama contribuiu até ao final dos seus dias. O tempo que hoje vivemos, tomando como fonte de inspiração e como uma oportunidade para transformar Moçambique numa terra sem ódio, numa Nação que sabe ser unida e forte, mesmo nos momentos mais difíceis e tristes. A sua colaboração no processo de paz mantém-se viva em mim”.
“O povo moçambicano que fique claro que com os moçambicanos irei dar continuidade a todo o processo de construção da paz juntamente com a nova liderança do partido de Dhlakama, respeitando sempre o quadro legal e institucional”, acrescentou Filipe Nyusi.
Nyusi enfatizou que: “A partida prematura do nosso compatriota não deve constituir um revés neste processo de diálogo. Estamos honrando a sua memória se soubermos concluir de forma responsável e célere o diálogo político que agora se centra sobretudo no processo de descentralização, desarmamento, desmobilização e reintegração”.
“Da Renamo esperamos que se assuma o espírito de obra do seu líder e se honre a sua memória em palavras e actos, esperamos prosseguir juntos os caminhos já iniciados para a criação de uma paz efectiva, duradora e sustentável em Moçambique. Esperamos que os dirigentes da Renamo encontrem a serenidade de que precisam para se reerguerem da dor causada por este infortúnio”, desafiou o Chefe de Estado que concluiu afirmando que “O diálogo político implica ajustamentos e cedências, cedências alinhadas com os interesses colectivos dos moçambicanos, o campeão pelo sucesso do diálogo só pode ser Moçambique, o vencedor seremos todos nós e ao vencermos poderemos então recolher os frutos de um Moçambique unido, moderno e próspero”.
|
quinta-feira, 10 de maio de 2018
“Esbofeteado” pelo ónus da morte do líder da Renamo, o Presidente Nyusi prometeu “dar continuidade a todo o processo de construção da paz juntamente com a nova liderança do partido de Dhlakama”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário