sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O que fez Nikolas Cruz nos minutos entre o massacre e a detenção


Depois de matar 17 pessoas num liceu da Flórida, Nikolas Cruz escondeu a arma, misturou-se com os outros jovens e saiu da escola. Foi a um hipermercado e, depois, a dois restaurantes de "fast food".
Imagem: Arresting Law Enforcement Agency/TMZ
Depois de disparar dezenas de balas com a arma semi-automática AR-15, matando 17 pessoas num liceu da Flórida, Nikolas Cruz conseguiu sair da zona porque abandonou a arma (e o saco de ginásio onde a trazia) e misturou-se com os outros jovens, como se também ele estivesse a tentar fugir de uma ameaça iminente. Quando se apanhou fora dali, foi a um supermercado e, depois, a dois restaurantes de fast food, antes de ser apanhado pela polícia. Já foi presente a tribunal e o advogado diz que tem reforços.
O primeiro local onde Nikolas se refugiou foi num supermercado da cadeia Walmart, onde passou alguns minutos. Não há registo de que ali tenha comprado alguma coisa, antes de sair. Sempre a pé, desse Walmart passou para uma loja da Subway, uma cadeia de venda de sanduíches, onde comprou um refrigerante.
Segundo novas informações divulgadas pelo xerife de Broward, Scott Israel, Cruz seguiu viagem e voltou a entrar num espaço movimentado. Passava um minuto das três da tarde e o autor confesso do massacre na escola entrou num restaurante do McDonald’s, onde passou alguns minutos sentado.
Foi quando saiu do restaurante, que Cruz foi apanhado pela polícia — às 15h41 — quando caminhava numa zona residencial. Depois do crime, andou sempre a pé (mas tinha chegado à escola apanhando um carro da Uber, às 14h19).
A polícia está a investigar o percurso de Nikolas Cruz, que já tinha feito vários avisos em redes sociais de que queria cometer um crime com os contornos do que acabou, mesmo, por cometer, como já confessou à polícia. Para “identificar os seus motivos, as pessoas com quem interagia e o curso de eventos até ao crime”, a polícia está a “investigar toda a atividade [de Cruz] nas redes sociais, as suas movimentações, as conversas que teve antes do tiroteio, bem como outras pistas que possam existir”.
[Veja no vídeo as imagens e sons do tiroteio. E o especialista em contra-terrorismo da CNN que chorou em directo]
 
Nikolas Cruz já apareceu em tribunal, mas ainda não declarou se se apresenta como culpado ou com outra alegação. O advogado descreveu o jovem como um “ser humano partido”, garantindo que está triste e que sente remorsos pelo que fez. Está detido sem possibilidade de fiança.
O conteúdo publicado por Nikolas Cruz nas redes sociais foi descrita pelo xerife do condado de Broward como sendo “muito, muito perturbador”. Na sua conta de Instagram, entretanto eliminada, o suspeito publicava maioritariamente fotos de armas, aparecendo a empunhar uma caçadeira, uma pressão de ar e várias facas. Uma fotografia mostrava uma caixa repleta de munições e outra várias espingardas espalhadas pela cama.
No YouTube e noutros sites, de acordo com a CNN, Cruz deixou comentários como: “eu quero matar pessoas com a minha AR-15”, “eu quero morrer a lutar, a matar uma tonelada de pessoas” e “eu vou matar forças da autoridade um dia, se eles foram atrás das pessoas boas.”
Há mais de três meses, no dia 1 de novembro de 2017, a mãe adoptiva de Nikolas e do irmão (também adotivo) morreu vítima de pneumonia. Kathie Blaine, prima de Lynda Cruz, conta que “Nikolas estava por sua própria conta” após a morte da mãe. Segundo Jim Lewis, advogado, Nikolas foi acolhido pela família de um amigo seu após a morte da mãe. Lewis, que representa a família no caso, contou à CNN que “eles ofereceram-lhe uma casa e tentaram ajudar o miúdo porque ele não tinha mesmo mais nenhum sítio onde ficar”.

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