domingo, 4 de fevereiro de 2018

ESTARÁ ANA RITA SITHOLE CONTRA O PRESIDENTE NYUSI?


A caminho da rentrée política temos sido bafejados por génios e bestas, ou então por acontecimentos bons, razoáveis ou maus. A semana que findou é disso exemplo. Fomos “bafejados” por uma “grande” entrevista à uma política e “académica”, Ana Rita Sithole (não confundir com shithole), cujo cerne, para mim, foi a manifestação de um desagrado pela nomeação de José Pacheco ao cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros, com uma espécie de ajuste de contas com Oldemiro Baloi, ao meio, e um manto de “non senses”.
Porque devoto da liberdade de expressão, nada obsto a opinião, nem a entrevista, e muito menos ao semanário (que cumpre o seu hiato de informar), detenho-me apenas a essência da própria entrevista, que em suma me parece inoportuna e incoerente pelos motivos que se seguem:
1. A entrevistada goza de um fórum privilegiado para se ter oposto a nomeação de José Pacheco. 
2. José Pacheco foi nomeado pelo Presidente da República e da FRELIMO, cujos poderes para o efeito se extraem da constituição, dentro daquilo que o PR elege como seus TOR’s e do seu PQG. À quem os membros do partido, sobretudo dos órgãos, devem solidariedade. 
3. Pelo que, aquele que tiver o privilégio de poder opiniar e mostrar-se contrariado, e vier a terreiro opor-se, parecerá estar, necessariamente, a mostrar o seu desagrado directo e “frontal” contra quem tomou a decisão, em concreto contra o Presidente Nyusi. 
4. Por outra banda, falar, como se de novidade se tratasse, de diplomacia económica, é insultar Baloi, que foi quem dirigiu os negócios estrangeiros aquando de grandes investimentos para o país. 
5. Ademais, Baloi, agora “desempregado”, é apetecível para qualquer empresa cujo o escopo seja ganhar dinheiro, sem precisar da política para o efeito. Dúvidas que se impõe em relação a entrevistada fora da política, ainda que “académica” (e é preciso clarificar que ser dono de padaria não significa ser padeiro).
6. Pregar evolução na tolerância, principalmente na relação entre bancadas, é negar que as ditas bancadas, outrora, registaram assinaláveis consensos (leis eleitorais, de amnistia...) e sinal de que deseje capitanear a Bancada... bastando, para o efeito um pedido directo ao Presidente do Partido, no lugar de o atacar em público a jeito de “chantagem”...

E assim faço a minha rentrée
PS. Às vezes é fácil dizer: eu quero isto, no lugar de dizer que aquele não merece isto.
Comentários
Manish Cantilal Jornal adulterou as palavras ...
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Isalcio Mahanjane Todas as palavras?
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Manish Cantilal Nem 1 kakakkakkaakakka
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Taty Zandas Manish Cantilal,eu ja ia dizer o mesmo,kkkkkkkk,o que me espanta é que esses jornais nunca sao processados,porque será? Kkkkkkkk
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Domus Oikos Não concordo com Dr. Isalcio Mahanjane 
Quando diz:

"3. Pelo que, aquele que tiver o privilégio de poder opiniar e mostrar-se contrariado, e vier a terreiro opor-se, parecerá estar, necessariamente, a mostrar o seu desagrado directo e “frontal” contra quem tomou a decisão, em concreto contra Presidente". Cito o seu post

Eu não li a entrevista. Mas a sua dedução silogistica não está correcta. 
1. Quem tiver opinião diferente da do presidente não significa que está contra Presidente. 
2. Quem duvidar de uma escolha do presidente não está contra Presidente. 
3. O próprio presidente dúvida das suas próprias escolhas por isso há exonerações e outras novas nomeações.
4. O presidente não é um ser infalível. Ele é humano.
Muitos inclusive eu duvidamos da nomeação de Pacheco e não será por isso que alguém possa ser alcunhado de frontalidade ao presidente. 
5. Saiba que todos os cidadãos porque delegaram o seu poder ao presidente são conselheiros do presidente. Tem o direito de questionar as acções e decisões do presidente. Não temos e nem pretendemos ter em Moçambique um Rei a maneira de Luís XIV. Um inquestionável.
6. A democracia se nutre de opiniões e quando mais divergentes melhor. Significa que as pessoas pensam, existe mais cérebros. 
7. A diferença entre súbdito e cidadão (em Thomas Hobbes) está no facto de o súbdito dizer que autoridade tem sempre razão, ou seja, o subdito não tem opinião própria. Pensa com cabeça dos outros, melhor, não pensa. 
Bem haja senhora Ana Rita 
N.b. Quando todos estão sempre de acordo significa que ninguém pensa, ou seja, naquel grupo ou sociedade um só pensa. 
O conhecimento científico e filosófico nasce da dúvida.
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Elisio Macamo com licença, mas não vejo o que está errado no argumento do Isalcio Mahanjane do ponto de vista lógico. a sua premissa maior é que quem tem um forum privilegiado como a comissão política devia falar lá, caso contrário tem algo contra o presidente. o argumento é impecável mesmo se a gente não concordar com ele. não significa que ele esteja contra a liberdade da senhora de falar.
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Domus Oikos Então deve-se questionar o fórum onde foi dizer é "inapropriado" o que disse se ela tem o privilégio de dizer a mesma coisa e ser ouvida entre os camaradas. 
Outra possibilidade é que lá onde deveria dizer não se sinta confortável. Logo pode demitir-se. 
A terceira possibilidade é de o jornal fazer uso instrumental da entrevista manipulando pra poder melhor vender. Tive este azar. O jornal Zambeze fez-me uma entrevista com manchete naquilo que nem eu mesmo sabia ou podia dizer.
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Elisio Macamo é exactamente isso que o post diz. que o fórum é inapropriado, por isso supõe-se que haja outras motivações por detrás da sua escolha. mais uma vez, a gente pode achar que ele devesse questionar a ausência de espaço de articulação na comissão política, mas o argumento como foi colocado me parece impecável.
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Domus Oikos Concordo consigo Prof. Elisio Macamo. Depois do esclarecimento concordo com Dr. Isalcio Mahanjane.
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Egidio Vaz Interpelação pontual e oportuna. Terei que ler a entrevista também
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Dino Foi Kakakaka. Manish você fuma.
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Egidio Vaz O mais velho Manish Cantilal não quer problemas com ninguém. É do estilo #amatodos e sempre no benefício da dúvida
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Dino Foi Egidio Vaz : kikikiki. Sobre o assunto (ainda não li a entrevista) às tantas a MCP A.R.S. está a dizer que votou contra, se isso existe.
Eu às tantas sou um ditador mas se me derem o martelo do Nyusi simplesmente vou informar à comissão política sobre as minhas escolhas que poderão ter sido auscultadas ou não em sede própria. A arte de dirigir e liderar não é necessariamente uma espécie de comissão. É que o meu sonho sobre Moçambique nem se quer a mulher que vive comigo sabe! É meu sonho, são minhas ideias e até partilho mas a extensão ou a magnanimidade desse sonho só está na minha cabeça.
Portanto, se Nyusi acerta uma nomeação é dele a “culpa”, se erra também é dele a culpa.
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Manish Cantilal Irmao EV tem toda razao, estou bem nu meu canto kikiki
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Manish Cantilal Dino Foi desde sexta ainda n fumei kkk
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Bitone Viage Uma coisa é estar contra o presidente e a outra é estar contra uma decisão.
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Rui Jose de Carvalho Há gente com mente de tripa. O jornal adulterou...
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Alexandre Chivale Capaz Ana Rita ser considerada colega de partido de Paulo Vahanle.
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Dino Foi Como tu e eu nas tocovadas.
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Domus Oikos Estou seguro que estes do jornal instrumentalizaram a pobrezinha. Fizeram isso uma vez Chivale
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Alexandre Chivale Domus Oikos, instrumentalizar uma pessoa da academia? Madona mia🤔
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Alexandre Chivale Assim estou a bolar um plano para instrumentalizar malta Dino FoiElisio Macamo...para me concederem uma entrevista 😎
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Muhamad Yassine Kkkkkkkk ela que venha
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Calton Cadeado Essa entrevista tem muitos problemas. Muitos problemas, mesmo! Eu só vou destacar 3 problemas!
Primeiro, o facto de a membro da Comissão Política usar a identidade de Acadêmica, quando não é Acadêmica. Ao que se sabe, ela não vive NA academia, DA academia e PARA a academia. Neste contexto, é politicamente relevante perguntar por que será que fez esse recurso indevido a identidade Acadêmica? .
Segundo, é absolutamente falso dizer que a diplomacia econômica começou neste novo ciclo de governação do Presidente Nyusi. Quem prestou atenção ao anterior governo do Presidente Guebuza notou que as visitas presidenciais tinham mais (wo)men de negócios do que membros do governo. Isto é um claro sinal de diplomacia econômica. Além disso, quem prestou atenção aos discursos de Oldemiro Baloi e do Presidente Guebuza, vai notar que a palavra diplomacia econômica aparece lá, pela primeira vez. Eu até sei quem colocou o termo e porquê colocou.
Terceiro e último, o conteúdo da entrevista mostra um exercício de culto de personalidade, que a protagonista da entrevista tanto criticou, em espaços midiáticos, quando se tratava do anterior governo do Presidente Guebuza. Mas, nesta entrevista, o conteúdo é uma autêntica glorificação do Presidente Nyusi. Ao Presidente Nyusi só se reconhece mérito. Por que será? A protagonista da entrevista não fez referência pública a nenhuma falha, tal como não fez quando o Presidente Guebuza estava no poder. Será que no próximo governo de outro Presidente da Frelimo, vamos ver outra entrevista com a mesma protagonista a criticar o Presidente Nyusi?🤔
Ps: na política existe uma lei muito importante que diz o seguinte: elogia o chefe em público e critica em privado;
Ps: os chineses dizem que se queres conhecer o verdadeiro carácter de alguém, da-lhe poder.
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Egidio Vaz O comentário do Calton Cadeado parece-me mais "protecionista". Protecionista no sentido de vigilância e protecção ao legado do Presidente Guebuza, a quem a história registou tudo sem esquecer nada. Ou seja, mesmo que amanhã venha alguém dizer que foi ele o inventor das presidências abertas, o termo será cunhado à Guebuza mas é com Samora que a prática iniciou. Está a ver? Igualmente, o termo "diplomacia económica “não é algo novo na história das relações internacionais nem ele próprio Calton Cadeado pode afirmar com toda segurança que é obra do Presidente Guebuza. By economic diplomacy we mean "the use of the full spectrum economic tools of the state to achieve its national interest.". O termo e a prática datam do Sec XVII (período westefaliano). Portanto, nada de novo quando as pessoas começam a repetir palavras sem, contudo, se vislumbrar alguma estratégia coerente. Dizer "diplomacia económica " durante um brinde ou churrasco de carne de cabrito não significa nada. A diplomacia económica entanto que um instrumento de política externa se ancora em três eixos principais: 1. Diplomacia comercial e ONGs; 2. Políticas estruturais e acordos bilaterais de comércio e investimento: e 3. Organizações internacionais. 
Não se ensina o pai-nosso ao vigário, sendo Calton Cadeado o próprio vigário. O que queria com essa interpelação é (1) dizer que a popularidade do termo em Moçambique só peca por ser anacrónico. Todos os estados possuem em maior ou menor grau um foco na diplomacia económica. Seja Nyusi, Guebuza, Chissano ou mesmo Samora, sendo este último, o melhor (enviou estudantes ao exterior quando precisava; conseguiu acordos com Cuba e outros estados para apoiar em sectores-chave que sustentaram a economia no momento crucial do nascimento da nação moçambicana)-mesmo assim, o termo diplomacia económica não era ouvido, mas na prática era diplomacia económica em marcha. Samora também preparou os primeiros passos para a transição do pais do sistema socialista para a democracia multipartidária, quando conseguiu negocia a adesão do pais as instituições financeiras internacionais-FMI e Banco Mundial. 
Quanto ao ser académica ou não - a minha definição não é a mesma que a do Calton Cadeado. Ele tem razões de sobra quando chama os outros de não-académicos por não viverem da academia, na academia e para academia. Em termos concretos, é académico quem em primeiro lugar estiver associado à instituição académica, seja ela de ensino ou pesquisa. Em segundo lugar é académico quem exerce parcial ou integralmente uma actividade académica ou de docência ou de pesquisa. E em terceiro, é igualmente académico quem publica (alias, a pesquisa deve ser aliada a publicação) trabalhos académicos. Existem muitos faxineiros e pessoal técnico administrativo que VIVE NA ACADEMIA, PARA ACADEMIA E DA ACADEMIA. Mas não são académicos. Posto isso, Ana Rita Sithole é intelectual. Não é académica, a não ser que novas informações nos cheguem sobre a sua filiação à instituições académicas nacionais e/ou internacionais ou de pesquisas cientificas que estejam a serem levadas a cabo por ela e sua equipa.
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Rui Jose de Carvalho Phambene... chá de limão
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Eu acho forçado o seu argumento. O termo Diplomacia econômica você não vai encontrar nos discursos do Presidente Chissano. Essa coisa de dizer que estava lá, é algo forçado. Isso é igual a dizer que eu fazia, mas não sabia que esse era o termo científico. Ademais, durante o "reinado" do Presidente Chissano, a diplomacia estava claramente orientará e dominada por assuntos politico-diplomáticos e politico-militares. Esse era o foco da diplomacia. O mesmo se pode dizer em relação ao "reinado" do Presidente Samora Machel. 
No "reinado" do Presidente Guebuza, goste-se ou não, a verdade manda dizer que a diplomacia econômica apareceu de forma explícita nos discursos e nas accoes, enquanto se trabalha(va) para tornar isto institucionalizado nos documentos de política externa de Moçambique 🇲🇿! 
Quanto a questão da academia, lamento imenso que inclua incorretamente faxineiros na sua explanação. Ao fazer isso, está a fazer um erro que ignora o sentido de "classe". Eu estou a falar da academia como uma "classe", tal como existe a "classe" dos jornalistas que convivem com faxineiros! Mas percebo a importância do exemplo que coloca!
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Egidio Vaz Sobre faxineiros eu bem alertei que não eram académicos ilustre. Sobre o termo diplomacia económica, não haja dúvida, qualquer presidente moçambicano a praticou
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Eu gostaria de acrescentar só um dado importante! Quando Armado Guebuza foi eleito secretário geral da Frelimo e candidato às eleições, houve muito debate sobre o tipo de Presidente que ele seria. Nessa altura, houve muitas vozes que disseram, claramente, que Guebuza iria usar a veia empresarial para governar Moçambique 🇲🇿. Hoje, mais do que nunca, tenho motivos para especular que isso pode ter inspirado a diplomacia econômica de Moçambique. 
Por último, a diplomacia econômica é um "fenômeno" marcadamente pos guerra fria. Por isso, não vais encontrar na literatura anterior ao fim da guerra fria, forte discussão sobre diplomacia econômica. Ademais, durante a guerra fria, os estados usavam mais os instrumentos econômicos no âmbito da sua diplomacia como, por exemplo, a diplomacia do dólar, mas ainda assim, somente depois da guerra fria é que se consolida a diplomacia econômica como saber e como pratica.
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Eduardo Zuber Muito interessante a sua reflexao meu caro e muito objectiva. Nao li a entrevista, mas isso eh verdade estamos numa situacao complicada. Prk essa ilustre eh membro do comite central e ascendeu agora a comissao politica. Deve a lealdade abdoluto ao presidente e o partido. Seja conversa eh de academicos ou cozinheiros.
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Alexandre Chivale Depois de lida a entrevista e o que está no espírito da mesma, vou ser curto e grosso: Presidente Nyuzi, nomeie esta mamã para Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e ma nada. Assim ela se esquece que é académica ou deixa de desconfiar das suas nomeações.

Caso contrário, lá para malta 2022, vai dizer que diplomacia económica começou com o candidato a successor de Nyuzi. Lhe aguardem😎

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