A caminho da rentrée política temos sido bafejados por génios e bestas, ou então por acontecimentos bons, razoáveis ou maus. A semana que findou é disso exemplo. Fomos “bafejados” por uma “grande” entrevista à uma política e “académica”, Ana Rita Sithole (não confundir com shithole), cujo cerne, para mim, foi a manifestação de um desagrado pela nomeação de José Pacheco ao cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros, com uma espécie de ajuste de contas com Oldemiro Baloi, ao meio, e um manto de “non senses”.
Porque devoto da liberdade de expressão, nada obsto a opinião, nem a entrevista, e muito menos ao semanário (que cumpre o seu hiato de informar), detenho-me apenas a essência da própria entrevista, que em suma me parece inoportuna e incoerente pelos motivos que se seguem:
1. A entrevistada goza de um fórum privilegiado para se ter oposto a nomeação de José Pacheco.
2. José Pacheco foi nomeado pelo Presidente da República e da FRELIMO, cujos poderes para o efeito se extraem da constituição, dentro daquilo que o PR elege como seus TOR’s e do seu PQG. À quem os membros do partido, sobretudo dos órgãos, devem solidariedade.
3. Pelo que, aquele que tiver o privilégio de poder opiniar e mostrar-se contrariado, e vier a terreiro opor-se, parecerá estar, necessariamente, a mostrar o seu desagrado directo e “frontal” contra quem tomou a decisão, em concreto contra o Presidente Nyusi.
4. Por outra banda, falar, como se de novidade se tratasse, de diplomacia económica, é insultar Baloi, que foi quem dirigiu os negócios estrangeiros aquando de grandes investimentos para o país.
5. Ademais, Baloi, agora “desempregado”, é apetecível para qualquer empresa cujo o escopo seja ganhar dinheiro, sem precisar da política para o efeito. Dúvidas que se impõe em relação a entrevistada fora da política, ainda que “académica” (e é preciso clarificar que ser dono de padaria não significa ser padeiro).
6. Pregar evolução na tolerância, principalmente na relação entre bancadas, é negar que as ditas bancadas, outrora, registaram assinaláveis consensos (leis eleitorais, de amnistia...) e sinal de que deseje capitanear a Bancada... bastando, para o efeito um pedido directo ao Presidente do Partido, no lugar de o atacar em público a jeito de “chantagem”...
E assim faço a minha rentrée
PS. Às vezes é fácil dizer: eu quero isto, no lugar de dizer que aquele não merece isto.
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