quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

AFONSO DHLAKAMA: É PRECISO CORRIGIR "IRREGULARIDADES FORTES" NAS ELEIÇÕES EM MOÇAMBIQUE



Afonso_Dhlakama2O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, disse hoje em entrevista à Lusa que é necessário corrigir "irregularidades fortes" por parte do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), sob pena de porem em causa o processo de paz no país.
"Há irregularidades fortes que têm de ser combatidas, porque, se continuarem assim, o esforço que estamos a fazer de reconciliação pode não resultar em nada para o povo", referiu.
Dhlakama falava ao fazer uma avaliação da eleição municipal intercalar de Nampula, realizada em Janeiro e que terá uma segunda volta entre os candidatos da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), considerando que as falhas detectadas reflectem um mal nacional de partidarização dos órgãos de gestão eleitoral pela Frelimo.
A análise é feita a oito meses de se iniciar um novo ciclo eleitoral, com as autárquicas agendadas para 10 de Outubro e eleições gerais a decorrerem em 2019 - sendo que o recenseamento eleitoral deverá arrancar daqui a três semanas, a 01 de Março.
O líder da Renamo defende que o STAE se subordine à Comissão Nacional de Eleições, ao invés de trabalhar isolado.
"O problema é que temos dois órgãos independentes" e enquanto a Renamo está representada na CNE, no STAE só entra "no tempo eleitoral".
Os outros membros do órgão "ficam cinco anos sozinhos a cozinhar fraude e tudo aquilo" a que Dhlakama chama de "confusão", que diz ter sido visível na eleição em Nampula - em linha com as críticas tecidas por organizações da sociedade civil, nomeadamente quanto às falhas nos cadernos eleitorais.
O líder da Renamo disse à Lusa que o partido vai exigir que o STAE, a todos os níveis hierárquicos (central, provincial, distrital e de cidade) seja um corpo de "elementos técnicos recebendo ordens e subordinando-se" à CNE, para assim ser possível "controlar a situação".
Dhlakama queixa-se do facto de, em Nampula, ter havido residentes que "perderam os cartões" de eleitor, porque eram os mesmos de 2014 "e as pessoas pensam que em cada eleição é preciso receber um novo cartão" - mas para a eleição intercalar não houve recenseamento.
"Muita gente já não tinha o cartão" e não foi facilitada a votação a quem, em alternativa, se identificava com o bilhete de identidade, como prevê a lei, referiu.
Noutros casos, houve "nomes trocados de propósito" nos cadernos, no que classifica como um conjunto de problemas detectados, sobretudo em bairros que costumam apoiar a Renamo, disse.
"Foi isto que aconteceu em Nampula" e que impediu que o principal partido da oposição vencesse na primeira volta, considerou Dhlakama, que quer ver os cadernos corrigidos para a segunda ronda - cuja data está ainda por anunciar.
O líder da Renamo quer também ver o partido a ter um papel activo na fiscalização do próximo recenseamento eleitoral.
LUSA – 08.02.2018

Moçambique | Eleições Gerais 2014 (de: Savana)
AFONSO DHLAKAMA AVANÇA SOLUÇÃO
PARA QUE O PAÍS NÃO RESVALE PARA O CAOS
-"Governo de unidade nacional não, de gestão sim" - Dhlakama explica-se
-- “Apelo à calma. Todos sabemos o que aconteceu. Não é preciso que gritemos muito. Não é preciso chorarmos alto. Que consigamos manter emoções mas sempre nos afirmarmos como lutadores para o nosso país. Que não haja inimigos permanentes em política e que tentemos reduzir inimizades entre nós para que Moçambique saia a ganhar e que seja o exemplo da África Austral
-- “Aquilo que o muçulmano (presidente da CNE) se sentiu obrigado a fazer, é aquilo que o Gamito vai fazer. Todos vão referir que houve irregularidades, mas não afectam os resultados. Isto é um insulto à sociedade moçambicana e é pecado”
-- “Acredito que o STAE recebeu ordens para estrategicamente retirar os nomes porque aquela gente vota maioritariamente na oposição, mas mesmo assim a oposição no centro e norte resistiu, particularmente a Renamo. Aquilo ficou como se fosse um Estado autogovernado do centro e norte"
-- “(....) se o presidente Guebuza quiser brincar comigo
e disser Dhlakama vai passear longe, eu fico aqui (em casa). Não preciso de ir a Satunjira. A Frelimo vai ter que procurar capacidades de aguentar com tudo. Mas não venham no meio da confusão e dizer irmão vai ajudar. Estou cansado de apagar o fogo”
Por: Francisco Carmona / Fotos: Ilec Vilanculo
iN: Semanário Savana, Nº 1087, 07-11
Uma semana depois da divulgação formal dos resultados das eleições gerais de 15 de Outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Afonso Dhlakama, líder da Renamo, deu a sua primeira grande entrevista ao SAVANA na qual mostrou confiança numa saída política para resolver o diferendo pós-eleitoral e se evite que o país volte a precipitar-se no caos. Num tom animado, indiciador de que acredita numa saída pacífica, Afonso Dhlakama fez notar que não gosta da solução “Governo de Unidade Nacional”, sugerido em alguns sectores, porque é uma fórmula perigosa, mas aceita um “Governo de gestão”, onde seriam integrados ministros e governadores sugeridos pela Renamo e Frelimo. Clarificou que pessoalmente não faria parte do Governo, mas garantiu que aceita o estatuto de líder da oposição a ser reconhecido constitucionalmente, ideia que foi lançada por Armando Guebuza aquando da assinatura do acordo de cessação das hostilidades em Maputo. As negociações no Centro de Conferências Joaquim Chissano e um eventual encontro com Filipe Nyusi foram alguns dos temas abordados por Dhlakama. A polémica em torno de um alegado encontro conspiratório com o embaixador norte-americano, Douglas Griffiths, muito alimentado por alguns dos mais fanáticos elementos da cartilha do G40, grupo criado pelo regime para diabolizar a Renamo, foi incontornável. Acompanhe algumas das partes mais relevantes da entrevista concedida numa modesta residência, onde agora mora Afonso Dhlakama, no Sommershild II, paredes-meias com o populoso bairro da Polana Caniço.
SAVANA (S): A CNE divulgou os resultados há uma semana que dão vitória à Frelimo e Filipe Nyusi. Como é que olha para estes resultados. Continua a considerar que o escrutínio foi uma fantochada?
AFONSO DHLAKAMA (AD): Era de esperar a atitude da CNE. Este sempre foi o comportamento deste órgão. Em 94, 99, 2004 e 2009 foi a mesma coisa. Estas são as quintas, portanto, a CNE nunca anunciou os resultados depois de uma aturada investigação ou depois de decifrar. Isto é, depois de retirar os votos desconfiados de enchimento e contabilizar os verdadeiros. Nunca houve isso em Moçambique. Não é só a Renamo. É o MDM, PDD, sociedade civil e até figuras importantes nacionais que já vieram dizer que estas eleições são as piores de sempre. Porque conseguimos apanhar provas, enquanto no passado os que roubavam votos conseguiram esquivar-se. Falava-se como se se tratasse de um boato, agora não. Foram apanhadas urnas com votos a favor do candidato da Frelimo e da própria Frelimo. Foram apanhados boletins já assinalados a favor do candidato da Frelimo e da própria Frelimo. Foram apanhadas muitas pessoas que confessaram que recebiam boletins de votos nos comtés do partido Frelimo. Aliás, não é a Renamo que está a dizer isso. É a sociedade em geral em Moçambique. Por isso não fiquei nervoso desta vez. Porque, enfim, conseguimos provar que aquilo que já dizíamos há 20 anos continua. Se fosse a Renamo a dizer sozinha que descobriu a fraude, os de má-fé iriam dizer que a Renamo quer justificar a derrota. Já não se trata de Dhlakama e Renamo. São todos os jovens que votaram em Dhlakama e Renamo. É a própria sociedade, intelectuais, organizações moçambicanas ligadas ao Estado que, por razões de segurança, não se podem manifestar publicamente. Esta não é uma fraude que a gente tem que levar tempo a procurar especialistas para analisarem. Agora fala-se de publicação dos resultados pela CNE. Sim ouvi aquele senhor (Sheik Abdul Carimo) religioso, islâmico, muçulmano. Foi pena porque os muçulmanos têm o princípio de não admitirem brincadeiras, porque eles fazem juramento ao alcorão. Acredito que aquele pecou, dentro da religião ficou sujo, porque ele não é analfabeto. Estudou e sabe que estava a enganar pessoas. Há uma coisa que também gostava de dizer. Ele pelo menos teve a coragem de falar de irregularidades graves, sinais de enchimento. Ele estava a repetir aquilo que os políticos andaram a dizer. A concordar com os políticos, a concordar com as nossas afirmações. De facto, alguém obrigou-o a publicar resultados e a dar vitória à pessoa que vai ganhar com fraude.
S: A Renamo exigiu paridade para ir às eleições de 2014. Mas depois da realização das eleições alega fraude. O que é que falhou neste sistema?
AD: Não falhou. Foi por causa deste sistema que conseguimos descobrir a fraude. Meu amigo, foi por causa da paridade que foi fácil apanhar as pessoas que cometeram a fraude. Se estivessem sozinhos tudo seria secretamente. Seria uma grande festa.
S: Esses alegados enchimentos de urnas, sobretudo em alguns distritos de Gaza, significa que aí a Renamo não conseguiu colocar membros nas mesas?
AD: Fomos proibidos, por isso uma das coisas que eu vou dizer ao presidente Guebuza é que vou fazer guerra com o Conselho Constitucional até acetar. A solução é anular os resultados de Gaza. Porque outros partidos não são permitidos naquela província. Pessoas que nós indicámos lá, em nome dos órgãos eleitorais, não foram permitidas trabalhar. Em Chicualacuala, em Mabalane, em Massangena, em Chibuto, em Guijá, os nossos elementos foram corridos. A Frelimo fez festa. A própria Frelimo diz e pensa que Gaza é dela. Porque tem medo da Renamo, ou do MDM e doutros? Não posso aceitar que todos os mandatos de Gaza sejam da Frelimo, quando lá não é permitida a concorrência. Senão eu também agitaria a minha província Sofala a dizer que isto é do Dhlakama e não há outro partido. Isto tem que terminar. Uma das coisas que vou negociar ainda esta semana, primeiro com o próprio Presidente da República, porque se ele quisesse teria parado com isto, ele é que comanda, vou dizer-lhe com respeito que meus amigos eu nunca vou considerar os mandatos de Gaza. Ou vamos dividir ao meio, 50% Renamo e outra parte Frelimo. Senão retiremos Gaza e será contbilizado nas próximas eleições. Isto no âmbito de uma conversa cordial, suave e política. Porque eu não vou chamar maioria à Frelimo se naquela província não sou admitido. Se não estaríamos a agitar os líderes naturais das outras províncias. Um dia aparece um zambeziano a dizer que eu aqui não quero a Frelimo, sou machuabo e ponto final. Eu Dhlakama fazendo isso estaria a destruir a democracia e a tal Unidade Nacional. E porquê a Frelimo faz isso em Gaza contra nós. Você como jornalista pode acreditar que aquela campanha que fiz em Gaza, aquela enchente em Chibuto, eu a falar em changana, as pessoas a aplaudirem e não ter nenhum deputado. Ai yena, vangani kanganyisse (Não me aldrabem).
“O CC sempre vai chumbar o recurso da Renamo"
S: Já que há poucas possibilidades de o CC acolher o recurso da Renamo, o que vai fazer com todas as irregularidades arroladas nas eleições?
AD: Eu sou muito frontal. Moçambique já conhece quem é Dhlakama. Não só pela coragem de lutar pela democracia e pelo bem estar do povo de Moçambique, mas também sou inteligente. Sou político e conheço a situação. As instituições do Estado até a esta data não são isentas. Não são profissionais. Não têm nada ver com gente que está lá. São intelectuais, académicos, estudaram no país e fora, mas como estas instituições estão ligadas ao regime monopartidário da Frelimo, deste a independência, queira ou não, o Gamito (Hermenegildo Gamito, presidente do Conselho Constitucional) sempre vai chumbar o recurso que a Renamo vai submeter. Mas nós, como somos democratas e queremos demonstrar que somos um partido que quando estiver no Governo irá também seguir a lei, vamos lá. Eu não quero acreditar e não me quero enganar a mim próprio. Aqulo que o muçulmano (presidente da CNE) se sentiu obrigado a fazer é aquilo que o Gamito vai fazer. Todos vão referir que houve irregularidades, mas não afectam os resultados. Isto é um insulto à sociedade moçambicna e é pecado. É contra isto que eu Dhlakama, a partir de agora, tenho que lutar pacificamente, ensinando aos intelectuais, ensinar aos moçambicanos, que se eles não conseguem fazer política, que sejam professores, que sejam machambeiros, que sejam outra coisa. Mas se querem de facto chegar ao poder através da democracia, eleições, devem saber que não há democracia para negros, para África e democracia real para os europeus. Portanto, reconheço o Gamito, é um intelectual, mas já pecou. Já disse. Eu li na imprensa, Gamito a apelar aos partidos para que aceitem os resultados.
S: Há condições para que se mantenha a calma, mesmo depois do Conselho Constitucional validar os resultados?
AD: Claro que há. Senão já estaríamos a estragar tudo. Se metemos o recurso no CC é apenas para seguir a tramitação legal para que não sejamos acusados de ser políticos que no futuro não iremos respeitar as instituições. Eu repito. O Gamito já apelou aos partidos para respeitarem os resultados, quando ele é presidente do CC. Já tem ordens para daqui a 40 dias chumbar o nosso recurso. Por isso, o diálogo político é mais importante.
“Estou disposto a ajudar o país".
S: O que queria dizer quando disse publicamente que era preciso diálogo e negociar?
AD: Eu disse aquilo porque sabia que fui roubado e o meu partido foi roubado. Houve desvio, que as eleições não foram transparentes e que as pessoas não votaram. Por exemplo, na Zambézia e noutras províncias do Centro, mais de 50% das pessoas não votaram, porque quando chegaram às suas assembleias de voto não apanharam os seus nomes nos cadernos. Acredito que o STAE recebeu ordens para estrategicamente retirar os nomes porque aquela gente vota maioritariamente na oposição, mas mesmo assim a oposição no centro e norte resistiu, particularmente a Renamo. Aquilo ficou como se fosse um Estado autogovernado do centro e norte. É a capacidade de resistência da Renamo, porque o objectivo era dar à Renamo e Dhlakama apenas cinco por cento dos votos cada, mas fiquei com 35%. Estou muito emocionado e satisfeito. Demonstrei que sou o líder com mais votos. 35% a nível de Moçambique, mais ou menos o correspondente a 1.8 milhão de votos quase dois milhões. Isto é o que restou, o que não foi roubado. Agora o meu amigo (Filipe) Nyusi está com 57%. Tudo falsificado. De editais falsos, de actas falsas, enchimentos. Ele próprio não conhece qual é a percentagem real dele. Se tem 1.0% ou três. Eu pelo menos sei que tenho 35% legitimado pela população.
S: Mas o que é que o Sr. presidente pretende negociar. É um Governo de Unidade Nacional ou de inclusão?
AD: Praticamente esses governos, como por exemplo, Unidade Nacional, são perigosos, porque significa pegar partidos com ideologias diferentes. Mas admite-se, não só em África, mesmo na Europa, quando um país está em crise política. Quando num país está iminente uma situação que pode levá-lo a um caos, as pessoas podem fechar os olhos e formar um governo. Não tenho o termo agora, mas Unidade Nacional não.
S: Um governo de inclusão?
AD: Um governo, diria eu, de gestão. Para gerir o país num período determinado.
S: Por quanto tempo?
AD: Neste caso seria Fevereiro ou Março de 2015 em que o Governo toma posse até 2019. Esse Executivo desaparece com a tomada de posse do Governo que sairá das eleições de 2019.
S: E quem é que dirigiria esse Governo de gestão?
AD: Isso não sei. Por exemplo, eu tenho essa ideia de Governo de gestão. Eu não posso formar governo com 35%, embora seja uma percentagem realmente reconhecida. Podia reivindicar assim, mas não posso. Juridicamente não consegui 50%+1, mas também o meu amigo Nyusi não tem legitimidade para formar Governo. Todos nós estamos contra ele. Até a comunidade internacional está contra o roubo. Portanto, com que cara ele vai pretender ser chamado vencedor e formar Governo? Tem de haver meio termo. O país é que se beneficiaria. Ninguém votou nele. Mesmo na sua terra ninguém votou nele. É meia dúzia de macondes em Muidumbe, Nangade e Mueda que nem 30 mil chegam. Encheram as urnas. A maioria lá é macua e mwani, etc., conheço bem geograficamente aquilo. Tudo é uma fantochada. Ele sabe que não ganhou eleições. Pesa-lhe a consciência. Aliás, mesmo o meu amigo Guebuza sabe que não será fácil que Nyusi seja chamado presidente. Tem de haver aqui uma negociação. Não exijo que seja apenas a Renamo. Podem entrar outros partidos. Mas com o peso que tem a Renamo, a Frelimo tem que sentar seriamente com a Renamo e desenharmos uma estratégia de como sobrevivermos até 2019. Estou disposto a ajudar o país.
S: O senhor Afonso Dhlakama vai entrar neste eventual Governo?
AD: Eu Afonso Dhlakama quero aproveitar o SAVANA e declarar que não vou entrar nesse governo. Ainda bem porque o Presidente da República, aquando da assinatura do acordo de cessação das hostilidades em Setembro, ele publicamente anunciou o interesse do país implementar a ideia de criar um estatuto de líder da oposição. Isso eu posso exigir. Mesmo amanhã.
S: Mas esse estatuto é apenas criado para acomodar Dhlakama?
AD: Não. Mas que haja esse estatuto. O dia que entrar um outro líder da oposição fica ele. Não é para escrever na constituição, Afonso Dhlakama líder da oposição. Até parece que daqui a 500 anos vou continuar líder da oposição. Mas começar o processo com
Dhlakama, sim.
S: Voltando ao Governo de gestão, como o Sr. presidente chama, isso passaria por também a Renamo propor governadores nas províncias onde ganhou?
AD: Talvez não seria uma posição radical do tipo onde ganhamos indicamos governadores. Poderia chegar até aí, mas para que as coisas sejam doces seria Renamo x Frelimo. Eu posso fornecer a lista dos ministros, directores nacionais. Porque quer queiramos, quer não, o Governo do presidente Guebuza tem que termnar. Não há alguém que tem que ficar. Tudo tem que cair. Se calhar vão ficar
os embaixadores. Já que de princípio os embaixadores não pertencem a governos, mas aqueles que fazem propaganda do regime têm que sair, porque o país tem que começar a criar a imagem de um país simpático e diferente dos outros. Eu nesse jogo entro para ajudar Moçambique. Iriam pedir, por exemplo, a Dhlakama que fornecesse uma lista de pessoas competentes, pessoas com elevado grau de profissionalismo para os ministérios, para governadores e depois vamos estudar nos distritos qual é que seria o processo, já que a democracia ainda não tem pernas. A Frelimo também apresentaria as suas propostas e negociaríamos. Por exemplo, eu diria que o meu homem chamado João vai para os Negócios Estrangeiros, o Pedro quero que vá aos Transportes. Não
vou dar só a lista e a Frelimo seleccionar como quiser.
S: Negociar uma acomodação com o Governo após eleições não põe em causa a relevância dos escrutínios e a tal democracia, cuja paternidade em Moçambique o Sr. presidente reivindica?
AD: Não. É um sinal de que as coisas não andaram bem. Porque isso já devia ter acontecido em 94, eu é que não quis fazer isso. Já devia ter acontecido em 99. Sabe que em 99 eu ganhei as eleições com 69%. Todo o mundo sabe. Pergunte ao ex-presidente do Tribunal Supremo, Mário Mangaze. Pergunte ao próprio Joaquim Chissano, ele sabe. Sentiu que esse jovem (Dhlakama) ganhou com 69%. Depois manipularam tudo e me deram 49%. Eu fiquei calado, porque a minha luta não para ser presidente. É pela democracia. Fizeram isto também com Guebuza em 2004 e 2009. Agora porquê estou a pensar na alternância? Porque Chissano passou por aí, Guebuza passou por aí e agora já vem o Nyusi e depois de amanhã vem o outro. Não, isso não. Se o povo quisesse assim, não votava genuinamente, eu sou democrata, sei que quem ganha forma governo. Eu não ganhei porque estragaram tudo. O Nyusi ganhou com fraude. Não queremos chamar presidente a alguém eleito por fraude, então temos que fazer este meio termo. Evita problemas. Só um exemplo, deste que houve eleições a 15 de Outubro, eu durmo tarde. Às 23 horas e levanto às cinco horas. Só a atender os nossos líderes religiosos, políticos, activistas e desmobilizados. É a primeira entrevista que dou depois das eleições. Eles exigem e dizem claramente que não votamos Nyusi. Como é que nos vai governar? Chega. Dizem também que se eu aceitar isso devo sair da liderança ou posso continuar presidente da Renamo, mas eles vão tomar conta sozinhos. Dizem que não têm medo da polícia. `Vão matar-nos, mas as balas vão acabar.´ Isto vem de todos os quadrantes. Em Nampula, Zambézia, Niassa, Sofala, etc. Mesmo aqui no sul, apesar de não ser em tom ameaçador, mas na Matola, Massinga, etc., dizem Presidente Dhlakama não aceita porque nós votamos em si, apesar de sermos do sul. Essa coisa de dar à Renamo dois mandatos em Inhambane é mentira. Isso sai das bocas de matswas, bitongas, machopes. O povo não quer saber. Por exemplo, se o presidente Guebuza quiser brincar comigo e disser Dhlakama vai passear longe, eu fico aqui (em casa). Não preciso de ir a Satunjira. A Frelimo vai ter que procurar capacidades de aguentar com tudo. Mas não venham no meio de confusão e dizer irmão vai ajudar. Estou cansado de apagar o fogo.
“A Renamo é um partido forte. Temos que reconhecer"
S: O que esteve por detrás dos bons resultados alcançados pela Renamo nestas eleições?
AD: A Renamo já não é um partido de ganhar cinco ou seis províncias. É um partido forte. Temos que reconhecer. A Renamo já não pode entrar nos debates daqueles analistas na tv, que dizem Dhlakama 35%. Não. A Renamo tem que ser vista como um partido-Estado. Se não acontece, é porque alguém está a retardar isso. Agora, respondendo à sua pergunta, mas não quero puxar a brasa para a minha sardinha. Eu ouvi até comentaristas a dizerem que a Renamo não está a fazer campanha, está à espera do chefe. De facto não havia moral para iniciar com uma campanha forte antes do chefe sair. O chefe é chefe. Não é porque o chefe é ditador. O chefe sempre vai à frente e os outros seguem. Na nossa terra dizemos que a galinha, por mais que chova se não entra na capoeira, os pintainhos sem pre ficam a apanhar chuva. De facto quando saí de Satunjira, a campanha já havia iniciado a 31 de Agosto, antes do acordo. Quando começo com a campanha em Chimoio quase já íamos na terceira semana, sem condições, mas conseguimos superar. É verdade que tinha duas avionetas, mas não eram helicópteros, onde podia aterrar nas machambas. Tinha que aterrar em sedes distritais com aeródromos em condições. Muitos aeródromos em Moçambique têm capim e covas e não pude passar em vários distritos. Mas senti que estava a fazer campanha. Em cinco, seis dias, eu já estava a pegar os outros dois candidatos, pelo menos em termos de afluência. Agora porquê a Renamo teve bons resultados? Eu notei que os resultados seriam bons. Eu fiz campanha como candidato da Renamo em 94, 99, 2004 e 2009 e nunca vi o que vi agora. Essa revolução da população fez-me acreditar que ela pode fazer coisas que a Frelimo nunca viu. Vi a raiva dos jovens que queriam ver a alternância governamental. Eu não sei quem andou a mobilizar aquela multidão toda de jovens a partir dos 20 anos para cima. Quando estava a fazer campanha sabia que já éramos Governo. Se não tivesse havido esta fraude eu estaria a preparar a lista de Governo e para ser presidente de Moçambique, sem falarmos de Governo de Unidade, mas da minha política de pretender governar com todos os moçambicanos capazes. Eu até lancei isto na minha campanha e não era propaganda política. Eu prometi que mesmo os elementos do partido Frelimo capazes, com cartão do partido Frelimo, sendo moçambicanos capazes de se comprometerem com o meu programa de boa governação, eu governaria com eles.
S: O que vai dizer à faixa do eleitorado que votou na Renamo e na oposição em geral? Este banho de multidão que acompanhou Afonso Dhlakama...
AD: Eu já estou a falar com eles. Amanhã (quarta-feira) vou começar cá no sul. É um sistema que uso para dialogar. São encontros partidários para falarmos sobre aquilo que aconteceu durante a campanha e até nos resultados, no âmbito de tentativa de acalmar as emoções dos simpatizantes e a população, sobretudo, do centro e norte que queriam demonstrar o seu descontentamento com a fraude e dizer basta. Eu disse que não. Acreditem em mim. Sou o vosso porta-voz. Estou preparado para sentar com o presidente Guebuza, tomarmos café, falarmos e termos uma solução. Agora o que é que eu vou dizer a eles? Vou dizer foi aquilo que viram. Eles é que estão a dizer a mim. Desta vez não estou a perder tempo a dizer que fui roubado. São eles que dizem chefe nós vimos. Apanhámos editais falsifcados e secretários da Frelimo a meter votos. Já não sou eu a falar disso. Vou acalmar as pessoas, porque o país não pode parar. Em Janeiro, Armando Guebuza vai sair. Não podemos dizer que Guebuza continua mais cinco anos. Acabou o mandato. Temos que arranjar dentro do país uma fórmula para que os investimentos nacionais e estrangeiros continuem. Não podemos criar um ambiente que perturbe os investimentos. Qualquer confusão pode levar o país ao caos. Estou muito preocupado com isso. Imaginem os americanos abandonarem a prospecção de gás na bacia de Rovuma, os italianos, que gastam por dia um milhão de dólares. É verdade que levam os lucros. Mas pagam impostos, que o Governo usará para construir estradas, boas escolas e hospitais e pagar bons salários aos moçambicanos. Isto tudo é para o desenvolvimento do país. São interesses importantes que devem ser mantidos. O Dhlakama não pode dizer eu não estou no Governo, eu vou agitar as pessoas para tudo parar. O que é que vou ganhar? Tenho filhos crescidos, já sou chamado avô. Quero que as minhas netas estudem em boas escolas, com professores bem pagos, bem educados. Não esses corruptos que ganham pouco e depois andam a pedir às crianças.
Reunião com embaixadores
S: Falou de americanos e europeus. A propósito teve algum encontro nos últimos dias com embaixadores? Recebeu algum conselho dos embaixadores?
AD: Não recebi nenhum conselho. Aliás, não é possível eu moçambicano, candidato presidencial, líder de um partido, ter aconselhamento de um embaixador estrangeiro sobre como me comportar. Contudo, no âmbito dos contactos diplomáticos já me encontrei com um grupo do corpo diplomático europeu no dia 17 de Outubro, aqui na sede da União Europeia para explicar a minha posição. Depois encontrei-me com o americano (embaixador) que vinha acompanhar a senhora assistente (Shannon Smith, Secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos). Encontrei-me com ela. Falámos da questão da saúde em Moçambique. Como é que os EUA vão continuar nesses programas sociais, educação e saúde.
S: O que significa que foi uma invenção a notícia de que se reuniu com o embaixador americano, que aconselhou Afonso Dhlakama a não aceitar os resultados divulgados pela CNE e partir para a violência
AD: Por amor de Deus. Eu até sinto pena do meu país. Eu já tenho 61 anos. Sou chefe de família. Africanos, sobretudo, moçambicanos, deixem de fazer propaganda barata. Não ganhamos nada com isso.
S: Sente que há uma tentativa de diabolização da Renamo por parte da Frelimo como um todo ou de um núcleo de radicais guebuzistas?
AD: Não sei. Não sou jornalista. Sou político e fiz ciências políticas. Não faço política assim em teoria. Conheço a política. Sei o que é publicidade comercial. Aquilo que o Nyusi fazia aqui, não era campanha. Era publcidade comercial. Foram milhões e milhões dos nossos impostos. Aquilo foi crime. Nunca houve um país que tenha gasto milhões de dólares naquele tipo de publicidade. Eu andei pelo país e em todo o lado eram placas publicitárias de Nyusi. Em cada
esquina da cidade estava cheio de reclames. Quem devia fazer aquilo era uma empresa como a coca-cola para publicitar o seu produto. Campanha de um homem para ser eleito, não. Eu sinto pena do meu país. Eu não sei quem é que dá ordens a este grupo (G40). Se é um núcleo de radicais ou é o próprio partido Frelimo, que está a prever manifestações populares contra o voto, mas essa pessoa está a desenhar uma estratégia vergonhosa. Eu tenho lido nos jornais e visto na tv. Estão a atacar o português, o italiano e o americano. Por amor de Deus. Eu nunca fui aconselhado por estrageiros, nem moçambicanos. Antes diziam que Dhlakama tinha brancos em Satunjira a aconselhá-lo porque voltou muito inteligente. Eu nunca tive assessores na minha vida. Esforço-me muito. Estudo muito por correspondência. Continuo a estudar. Sinto que sou capaz. Esta é a minha ambição. Continuar a aprender. Ninguém está a agitar ninguém. Nem a mim e nem membros do meu partido. Aliás, esses estrangeiros que dizem que estão a agitar tem investimentos aqui em Moçambique. Eles sabem muito bem, que qualquer confusão que provocarem os milhões deles aqui investidos estarão perdidos. Não acredito que haja um país americano ou europeu que esteja interessado em agitar seja quem for, porque os investimentos param. Os lucros param. Portanto aquilo é propaganda barata a querer ofender pessoas amigas de Moçambique.
S: Está pronto para encontrar-se com Filipe Nyusi?
AD: Sem problemas. Se há um assunto que é importante para o bem-estar da população de Moçambique quem é Filipe Nyusi para não se encontrar com Dhlakama. Eu fiz a paz e aguentei durante 20 anos com Chissano, que substituiu Samora Machel. Agora quem é o Nyusi. Assinei o acordo agora no dia 05 de Setembro com Guebuza que até mandou tropas para me matarem em Satunjira. Esqueci. Agora quem é o Nyusi, um novo. Posso encontrar-me com ele. Depende da agenda.
S: Após a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares com Armando Guebuza voltaram a falar?
AD: Sim. Temos falado por telefone.
S: Sobre o quê?
AD: Conversar. Como estás, tudo bem? Como descansou? Não podemos violar o acordo..... ah está bem, está bem..
S: As negociações no Centro de Conferência Joaquim Chissano estão tranquilas?
AD: Sim. Estão num bom caminho
S: Vão prosseguir independentemente do dossier eleições?
AD: Vão continuar.
S: Sempre vão continuar?
AD: Sim. Para aqueles dois pontos que ficam, nomeadamente, a despartidarização da administração pública e distribuição correcta da riqueza. Estão a andar. Tem estado lá o Macuiana.
S: Mas a delegação governamental anunciou, há algumas semanas, ter disponíveis 300 vagas para o enquadramento dos homens armados da Renamo nas FADM e na PRM. Contudo, a Renamo condiciona a entrega das listas à aprovação do modelo que irá nortear a integração dos homens. Afinal o que está a acontecer?
AD: São duas coisas separadas. O Pacheco é um fala barato. É um mufana (miúdo) lá da minha terra. Não está prevista a quantidade das pessoas. Ele fala que a Renamo vai meter seus homens nas FADM. Não. A Renamo não vai meter nenhum homem nas FADM. A Renamo vai pegar a sua gente que já está nas FADM a ser marginalizada, gente que está escravizada. Para reactivá-los, promovê-los, nomeá-los no âmbito do acordo político. Temos os nossos lá, que andam a varrer nos quartéis, que são moleques e são chamados de assessores. Não é preciso que a Renamo traga mais. Estão cheios lá.
S: Quantos estão lá? Tem o número?
AD: Estão lá, com os praças e tudo. Não tenho o número agora, mas é o que se pretende. Apesar dos outros terem sido expulsos, os que estão lá são suficientes. Estão lá como se não existissem. O Pacheco sabe o que a Renamo pretende quando fala das FADM. Quanto à Polícia, sim. É novidade. Lá em Roma não discutimos o número que a Renamo devia meter na Polícia. Discutimos que a Renamo teria a sua segurança. É essa segurança que temos até hoje. Só que com o melhoramento dentro da PRM, ou seja, se a PRM começar a ser uma polícia apartidária, profissional, a Renamo não teria o perigo na sua segurança. O Dhlakama, voluntariamente, pegaria os seus homens e entregaria para serem integrados na Polícia. Ora, durante os 22 anos não aconteceu porque a Polícia ao invés de melhorar, reconhecer a Renamo, considerar os homens da Renamo como cidadãos, tornou-se inimiga número um da Renamo. Então, nós dissemos que se as coisas continuassem assim, a nossa segurança é esta. E por isso andavam a interpretar mal, a dizer que somos um partido armado. Nunca fomos um partido armado. Aquela guarda que a Renamo tem é coberta pelo Acordo Geral de Paz, com o conhecimento da ONU. Agora, o que vai acontecer? Como a Frelimo chateou-nos muito com a Polícia, aproveitámos Satunjira e dissemos que temos que meter na Polícia todos os nossos desmobilizados com idade e fortes.
S: Então são aqueles que estavam com Sr. presidente em Satunjira durante aqueles dois anos de tensão político-militar...
AD: Não. Eu só tinha meia dúzia. São outros desmobilizados. Depois destes entrarem na Polícia, vou fazer uma cerimónia para despedir-me daqueles chamados seguranças da Renamo. Dizer que as armas estão aqui e entregar à polícia republicana, técnica e profissional. Porque esta polícia ainda é Frelimo. Por isso andaram a disparar contras as populações em Nampula e na Beira. Violaram o acordo. Guebuza violou o acordo. Uma das coisas que está no nosso acordo é que não pode haver uma força política em Moçambique que usa a polícia para fins particulares. Então, a Polícia foi chamada para ir encobrir as urnas ... mas pronto já passou.
Ha jovens no partido que me podem substituir
S: Se os resultados das eleições gerais forem validados pelo Conselho Constitucional, será a quinta derrota oficial para Afonso Dhlakama. Pretende concorrer a uma sexta eleição ou estará disponível para abrir um processo sério de sucessão para permitir a emergência de uma nova liderança no partido e de um novo candidato às eleições de 2019?
AD: Não sei se me candidataria. É cedo demais para responder a essa pergunta. Nem sei se vou chegar lá. Mesmo chegando, se calhar cansado. Há jovens no partido. Eu poderei me voluntariar para não ser candidato. Estou cansado em lutar pela democracia no meu país, mas ao mesmo tempo estou satisfeito porque estou a conseguir o que os outros líderes africanos não conseguiram.
(Editado, do formato PDF, por Magazine CRV, daqui:http://macua.blogs.com/files/savana-1087.pdf)
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17 comentários
Comentários
Jamal José José A CNE é um órgão FANTASMA que vive por dependência do partido FRELIXO,por isso o Lambebota ABDUL CARIMO põe Malaia só para tapar cara o povo Moçambicano.Más ALLAH vai resolver isso com esse Lumpero,Delinquente,Indeciso,Gatuno,Mentiroso Abdul Carimofrelixo. ISHA ALLAH
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Jamal José José A Frelixo não quer sair do poder porque sabe que tarde que seja alguns lambebotas irão nas barras dos Tribunais para prestarem Depoimento em prol da má governação.
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Shedi Brito Concordo
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Pachequito Alberto Nao estou a favor! Porem, sou de opiniao.
UPS: So se for para o bem dos Mocambicanos.
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Lazaro Jamine Palavras de um verdadeiro líder, força
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Lizele Isaque Isaque Lindo entrevista
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Abdul De Dulas Mansuba Sao palavras sabias dum lider politico
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Cuzafas D Chimoio Chimoio Apoiad papa dlhakama, conta comigo para sempre até libertar o povo desses sangue suga
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Pita Junior Muito obrigado paizao
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Ivandro Cardoso Com mta coerencia e didatica,ja ha muito n o via xplanar assim. Xta de parabenx sr.Afonso....
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Ismael Luis Francisco Ya. Mas eu Rendo homenagem ao Marchal da Democracia do povo Moçambicano. AGENT WITHOUT PROBLEM
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Isaias Nyamunda Nao a violência
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Yaqub Sibindy Nós, o Partido Inteligente de Moçambique, saudamos o distanciamento do Líder da Renamo com as posições obstrutivas de VAMPIROS políticos que estavam a afiar dentes para voltar a sugar o sangue dos inocentes cidadãos moçambicanos, sob o pretexto de repúdio aos presentes reultados! 

O diálogo político que o visionário Presidente Afonso DLHAKAMA, sublinha nesta sua longa didáctica entrevista construtiva, permite sem duvidas a emissão de um certificado a favor dele, como um verdadeiro homem comprometido com a PAZ, conjugado com as suas típicas características de um político com a devida cultura de Estado! 

Nós, o PIMO/Partido de Orientação Construtiva, sugerimos que o Presidente da Renamo, reconheça Filipe Nyusi como PR, e desafie lhe publicamente a provar a sua repetida promessa de formar um governo inclusivo que tenha uma agenda prioritária: adopção de mecanismos eleitorais que vão duma vez para sempre erradicar desconfianças da gestão dos processos eleitorais, por via de diálogo político extensivo a todos outros partidos políticos e aos demais compatriotas interessados!

SAUDAÇÕES CONSTRUTIVAS para o histórico Líder da Oposição Moçambicana, Afonso DLHAKAMA, por ter escolhido o caminho da PAZ e pela manutenção dos órgãos e autoridade do Estado, no lugar de agitar o seu eleitorado para optar por vandalismo político!..

Revista de Imprensa | Moz (De: "Lusa/Sapo")

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----- >> O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, disse hoje em entrevista à Lusa que é necessário corrigir "irregularidades fortes" por parte do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), sob pena de porem em causa o processo de paz no país.
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De: Lusa
IN: https://noticias.sapo.mz (com foto)
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Beira (Magazine CRV) -- "Há irregularidades fortes que têm de ser combatidas, porque, se continuarem assim, o esforço que estamos a fazer de reconciliação pode não resultar em nada para o povo", referiu.
Dhlakama falava ao fazer uma avaliação da eleição municipal intercalar de Nampula, realizada em Janeiro e que terá uma segunda volta entre os candidatos da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), considerando que as falhas detectadas reflectem um mal nacional de partidarização dos órgãos de gestão eleitoral pela Frelimo.
A análise é feita a oito meses de se iniciar um novo ciclo eleitoral, com as autárquicas agendadas para 10 de Outubro e eleições gerais a decorrerem em 2019 - sendo que o recenseamento eleitoral deverá arrancar daqui a três semanas, a 01 de Março.
O líder da Renamo defende que o STAE se subordine à Comissão Nacional de Eleições, ao invés de trabalhar isolado.
"O problema é que temos dois órgãos independentes" e enquanto a Renamo está representada na CNE, no STAE só entra "no tempo eleitoral".
Os outros membros do órgão "ficam cinco anos sozinhos a cozinhar fraude e tudo aquilo" a que Dhlakama chama de "confusão", que diz ter sido visível na eleição em Nampula - em linha com as críticas tecidas por organizações da sociedade civil, nomeadamente quanto às falhas nos cadernos eleitorais.
O líder da Renamo disse à Lusa que o partido vai exigir que o STAE, a todos os níveis hierárquicos (central, provincial, distrital e de cidade) seja um corpo de "elementos técnicos recebendo ordens e subordinando-se" à CNE, para assim ser possível "controlar a situação".
Dhlakama queixa-se do facto de, em Nampula, ter havido residentes que "perderam os cartões" de eleitor, porque eram os mesmos de 2014 "e as pessoas pensam que em cada eleição é preciso receber um novo cartão" - mas para a eleição intercalar não houve recenseamento.
"Muita gente já não tinha o cartão" e não foi facilitada a votação a quem, em alternativa, se identificava com o bilhete de identidade, como prevê a lei, referiu.
Noutros casos, houve "nomes trocados de propósito" nos cadernos, no que classifica como um conjunto de problemas detectados, sobretudo em bairros que costumam apoiar a Renamo, disse.
"Foi isto que aconteceu em Nampula" e que impediu que o principal partido da oposição vencesse na primeira volta, considerou Dhlakama, que quer ver os cadernos corrigidos para a segunda ronda - cuja data está ainda por anunciar.
O líder da Renamo quer também ver o partido a ter um papel activo na fiscalização do próximo recenseamento eleitoral. (Redacção, extraído daqui:https://noticias.sapo.mz/…/afonso-dhlakama-e-preciso-corrig…)
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1 comentário:

Pedro disse...

SE OS GOVERNADORES PROVINCIAIS PASSAREM A SER ELEITOS NAS ACEMBLEIAS PROVINCIAIS E, OS ADMINISTRADORES DOS DISTRITOS PASSAREM A SER PROPOSTOS PELOS GOVERNADORES PROVINCIAIS A TRANSPARÊNCIA VAI NASCER E COMEÇAR A CRESCER, O CONCELHO DE MINISTROS TERÁ OPOSIÇÃO NO SEU INTERIOR.A EGIMONIA DA FRELIMO VAI COMEÇAR A ACABAR.
ELES, OS DA FRELIMO JÁ VIAM ISTO HÁ MUITO TEMPO. É POR ISSO QUE MATARAM O GILE cISTAC, É POR ISSO QUE MATARAM O NEGOCIADOR DA RENAMO, É POR ISSO QUE CRIARAM ESQUADRÕES DE MORTE, É POR ISSO QUE EXPLUÇARAM OS MEDIDORES.
A PERGUNTA QUE SE COLOCA É:
DE OMDE VEIO A FORÇA QUE OBRIGOU A FRELIMO A CEDER?
Para além da Renamo, O trabalho da FMI, comunidade internacional, ultimamente ONU que está a reclamar apoio económico que Moçambique está a conceder a coreia do norte e o pior com o dinheiro fornecido pelos doadores. O governo de Moçambique tem vindo a recurtar empresas coreanas para implementar projetos financiados pela comunidade internacional como forma de ajuda a coreia do norte a levar a cabo os seus programas de construção de armas atómicas.
Perante esta última revelação da ONU a frelimo ficou desesperada.
Ninguém pode enganar toda gente em todo o tempo.
E também ninguém pode lutar contra toda gente do Mundo como é o caso da ONU.
Por outro lado, a Frelimo já não tem onde roubar dinheiro para comprar armas.
Por isso não está em condições para continuar a sustentar guerras como é o seu hábito.
Já estão a lutar entre eles.
Estes são os motivos que levaram a Frelimo a ceder.
Mas a Renamo não deve cobrir-se de emoções. Deve trabalhar com cautela. Sempre com cautela.
A renamo não deve criar situações de mudança de moscas na mesma merda.
O Pais está completamente destruído.
O povo fortemente pobre.
A formação intelectual completamente desorganizada.
O indice da mortalidade muito alto e crescente.
São estes desafios com que a renamo terá que enfrentar nas Províncias onde tiver seus governadores a partir de 2020.