Um
dia depois de “O País” ter noticiado a existência de documentos
colocados a circular pela justiça brasileira que indicam que o antigo
PCA da LAM, José Viegas, e o ex-gestor da Sasol, Mateus Zimba, receberam
suborno para facilitar a compra de aeronaves da Embraer, Teodoro Waty,
jurista que substituiu o engenheiro José Viegas, disse que, após assumir
o posto, não notou irregularidades na gestão da empresa. “Os jornais
não são um tribunal, não tenho provas de que o que se diz é verdade.
Confio no meu antecessor. Enquanto
estive lá, não vi indícios do que foi noticiado. O melhor é aguardar
que ele se pronuncie e sejam apresentadas provas”, defendeu Waty,
segundo o qual cabe à justiça esclarecer o caso.
“Da
justiça moçambicana, esperamos que faça o seu papel. Acredito que
intervirá, será imparcial, equidistante, justa e célere para o
esclarecimento do que terá acontecido”, concluiu.
Celeridade
é o que pedem outros juristas ouvidos sobre este caso. Filipe Sitoe,
que falava em representação da Ordem dos Advogados, disse que as
instituições devem agir, sim, mas sem ferir os direitos dos implicados.
“Os órgãos do judiciário devem fazer o trabalho como lhes compete e com
todo o respeito pelos direitos dos suspeitos”, terminou.
Os
deputados da Assembleia da República também reagiram ao caso. As
bancadas da oposição exigem investigação e responsabilização, e dizem,
também, que o país não pode perder credibilidade por acções de algumas
pessoas. Já a bancada da Frelimo diz que é preciso esperar pelas
investigações, porque os implicados gozam de presunção de inocência.
Egídio Vaz diz que o caso explica por que o bilhete da LAM é caro
O
analista político Egídio Vaz diz que são estes tipos de esquemas que
tornam o transporte aéreo muito caro no país. “Primeiro, estou chocado
com estas informações, tinha neles os expoentes da moral e exemplo de
sucesso na carreira e, quando aparecem nessas situações menos honrosas,
choca-me. Segundo, essa pode ser a justificação por que o bilhete da LAM
é caro. Na altura em que o engenheiro Viegas era PCA, com apenas quatro
aeronaves, recebia 25 mil dólares, muito mais que o PCA da south
african airways, uma companhia com muito mais aeronaves.
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