sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Banco Mundial na recapitalização/venda do Moza Banco para dar “transparência”

Banco Mundial entra na recapitalização do Moza

Objectivo é garantir transparência no processo
O Banco de Moçambique diz que convidou o Banco Mundial para fazer parte da comissão responsável pelo processo de recapitalização e venda do Moza Banco, com o objectivo de garantir a transparência no processo. Falando ontem a jornalistas, o administrador do Banco Central, Alberto Bila explicou que uma das principais missões do conselho de administração provisório do Moza é estabilizá-lo e depois prepará-lo para a sua recapitalização ou venda. “A fase que se segue é justamente esta missão e para que este processo tenha a maior transparência e isenção, então foi constituída uma comissão que é presidida pelo conselho de administração provisório, terá um elemento da administração do Banco de Moçambique e encontramos nessa instituição (IFC, do Banco Mundial) também alguém que possa representar.
Em comunicado recente, o Banco de Moçambique disse que se está a aproximar o fim da primeira fase de intervenção no Moza Banco. Neste momento, espera-se pelo relatório final da KPMG, para que seja constituída a Comissão de Avaliação que vai liderar a recapitalização ou venda do Moza.  
“Tendo em consideração a aproximação da conclusão da primeira etapa do referido processo (designadamente a entrega do relatório final da KPMG sobre os trabalhos de Diagnóstico e Revisão Independente às Demonstrações Financeiras do Banco, com referência a 30 de Setembro de 2016), urge estabelecer mecanismos com vista à consagração de procedimentos transparentes, céleres e eficazes”:
Os procedimentos, segundo o Banco de Moçambique, passam pela nomeação de uma Comissão de Avaliação que vai liderar o processo de recapitalização ou venda do Moza Banco, logo após a apresentação do relatório da KPMG.
Caberá a esta comissão apreciar o “Memorandum Informativo” a ser preparado pela KPMG e pela Direcção Financeira do Moza Banco para depois ser remetido aos accionistas, habilitando-os à tomada de decisão sobre o aumento de capital, a deliberar pela Assembleia Geral.
O Banco de Moçambique acrescenta que a comissão deverá acompanhar os resultados da votação da Assembleia Geral do Moza Banco e promover a sua execução.
A Comissão de Avaliação será constituída por um presidente, que é o actual presidente do Conselho de Administração Provisório do Moza Banco, João Figueiredo, e dois Vogais, designadamente um administrador do Banco de Moçambique e um representante do International Finance Corporation do Grupo Banco Mundial.
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Destaques - Nacional
Escrito por Adérito Caldeira  em 09 Dezembro 2016
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Foto de Adérito CaldeiraDevido a cada vez maior falta de confiança que o Banco de Moçambique(BM) inspira não só aos depositantes moçambicanos mas principalmente à potenciais investidores da banca um representante do Banco Mundial foi indicado para se juntar a Comissão de Avaliação que liderará o processo de recapitalização/venda do Moza Banco.
Pouco mais de dois meses após a intervenção que o banco central realizou no Moza Banco SA, devido a degradação e insustentabilidade da sua situação financeira, a instituição Reguladora do sector bancário moçambicano anunciou na passada segunda-feira(05) que está para breve a nomeação de uma Comissão de Avaliação que liderará o processo de recapitalização/venda, logo após a apresentação do relatório da KPMG.
Competirá a essa Comissão, que será presidida por João Figueredo, o actual presidente do conselho de administração provisório, “Apreciar o “Memorandum Informativo” a ser preparado pela KPMG e pela Direção Financeira do Moza Banco para posterior remessa aos accionistas, habilitando-os à tomada de decisão sobre o aumento de capital a deliberar pela Assembleia Geral; e Acompanhar os resultados da votação da Assembleia Geral e promover a sua execução”, informa um comunicado do BM.
Além de João Figueredo a Comissão de Avaliação será composta por um 1º Vogal, que será um Administrador do Banco de Moçambique e um 2º Vogal que será um representante do International Finance Corporation(IFC), um braço do Banco Mundial de investimento no sector privado.
Em resposta a uma pergunta do @Verdade, Alberto Bila, administrador do pelouro Jurídico, Regulamentação, Licenciamento e Recursos Humanos do Banco de Moçambique, clarificou a presença do representante da instituição de Bretton Woods no Moza Banco, “encontramos nesta instituição alguém possa trazer maior transparência que é desejável nestes processos, foi essa a principal razão”.
Fundado em 2008, o Moza Banco é detido em 50,9% pela Moçambique Capitais e em 49% pela instituição portuguesa Novo Banco.
Aparentemente o ainda quarto maior banco de Moçambique está estabilizado tendo inclusivamente inaugurado quatro novas agências nas cidades de Maputo e Matola.
“O Moza tem a 3ª maior rede bancária do País, composta por mais de 50 unidades de negócio. Estamos presentes em todas as províncias e somos actualmente o único banco com balcões no interior de mercados informais. A nossa carteira de clientes ultrapassa os 100 mil”, disse na ocasião João Figueiredo.

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