quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quando Xanana deixou de ser o nosso querido guerrilheiro


O governo de Timor expulsou magistrados portugueses para impedir o julgamento da ministra das Finanças. O tratamento cor-de-rosa, paternalista e com uma boa dose de culpa com que o jornalismo português sempre tratou Timor alimentou equívocos em relação a Xanana, que tem revelado muitos toques autoritários. Já o ex-primeiro-ministro e líder da oposição, Mari Alkatiri, que salvou Timor da gula, nunca teve direito a imagens românticas. Não correspondia ao boneco sexy do combatente nas montanhas que os portugueses queriam receber daquelas paragens. Boa lição sobre os enganos que o jornalismo das causas consensuais pode alimentar.
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 Última atualização há 49 minutos
Cinco juízes, um procurador e um oficial da PSP foram expulsos de Timor-Leste pelo governo de Xanana Gusmão. Mais do que assomos patrióticos, até porque a sua presença resulta de um convite para ajudar a organizar uma Nação que pertence aos timorenses, há motivos de preocupação com os crescentes sinais da construção de um poder autoritário no território. É que a expulsão teve como principal objetivo proteger membros do Governo de investigações e julgamentos por crimes económicos. Entre os expulsos estão algumas das pessoas que, na justiça, têm tido um papel central no combate à corrupção no território.

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