Governo acusa Renamo de violação do acordo de paz
O Governo acusou esta segunda-feira a Renamo, maior partido de oposição, de violação do acordo de cessação de hostilidades, assinado no dia 05 de Setembro pelas duas partes, ao impedir a circulação de empreiteiros na região da Gorongosa.
"Foram registadas situações que transparecem haver violação dos acordos, onde empreiteiros foram impedidos de circular para os locais das obras, onde cidadãos foram barrados por postos de controlo da Renamo", disse hoje o chefe da delegação governamental, no final da 86.ª sessão de diálogo com o principal partido de oposição.
Segundo José Pacheco, a alegada violação dos acordos aconteceu na última semana em Vunduzi e na serra da Gorongosa, na província de Sofala, cenário dos confrontos militares durante 17 meses entre o exército e o braço armado da Renamo e que só terminaram formalmente a 05 de setembro, com um número desconhecido de vítimas.
"Decidimos instruir os observadores militares internacionais para verificar os factos na perspetiva de esclarecer o sucedido e devolver a paz a Moçambique", disse Pacheco.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, afirmou por seu lado que a acusação do Governo não passa de "uma manobra dilatória" e que, num momento em que a cessação de hostilidades está a ser acompanhada por peritos militares internacionais e pelas duas partes, "esta atitude revela que algo estranho pode estar a acontecer".
O processo de diálogo conheceu um impasse nas últimas semanas, motivado pela ausência de uma lista dos militares da Renamo a incluir nas forças de defesa e segurança de Moçambique e o principal partido de oposição a sustentar que, antes disso, é preciso definir um modelo de integração.
Na última ronda de diálogo, há uma semana, a Renamo também acusara o Governo de violação do acordo, após uma visita do vice-ministro do Interior a Vunduzi, no distrito da Gorongosa, onde o líder da Renamo se manteve refugiado durante o conflito militar.
Macuiana contestou a deslocação de José Mandra, bem como declarações no local sobre a prontidão das suas forças, considerando que a visita, sem a supervisão das equipas do Governo e da Renamo, era uma violação do acordo de cessação de hostilidades.
No entanto, para o chefe da delegação governamental, o vice-ministro tem a prerrogativa de visitar qualquer lugar onde se encontrem forças por ele tuteladas.
Hoje foi também dado a conhecer pelo Governo que o processo de cessação de hostilidades tem um custo total de 400 milhões de meticais (dez milhões de euros).
Além da supervisão das partes negociais, o acordo, entretanto transformado em lei aprovada no parlamento, implica a observação internacional de peritos da África do Sul, Quénia, Cabo Verde, Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Itália, Zimbabwe e Botswana.
O processo de diálogo prossegue num período em que Governo e Renamo também estão separados pelas leituras que fazem das eleições gerais de 15 de outubro e cujos resultados oficiais dão a vitória ao partido no poder, Frelimo, e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
A Renamo alega que o processo foi fraudulento e hoje foi anunciado que o seu líder, Afonso Dhlakama, vai iniciar na terça-feira uma viagem pela região centro para expor às populações as alegadas irregularidades que levaram o seu partido a pedir a anulação das eleições junto do Conselho Constitucional.
Lusa – 24.11.2014
O Governo acusou esta segunda-feira a Renamo, maior partido de oposição, de violação do acordo de cessação de hostilidades, assinado no dia 05 de Setembro pelas duas partes, ao impedir a circulação de empreiteiros na região da Gorongosa.
"Foram registadas situações que transparecem haver violação dos acordos, onde empreiteiros foram impedidos de circular para os locais das obras, onde cidadãos foram barrados por postos de controlo da Renamo", disse hoje o chefe da delegação governamental, no final da 86.ª sessão de diálogo com o principal partido de oposição.
Segundo José Pacheco, a alegada violação dos acordos aconteceu na última semana em Vunduzi e na serra da Gorongosa, na província de Sofala, cenário dos confrontos militares durante 17 meses entre o exército e o braço armado da Renamo e que só terminaram formalmente a 05 de setembro, com um número desconhecido de vítimas.
"Decidimos instruir os observadores militares internacionais para verificar os factos na perspetiva de esclarecer o sucedido e devolver a paz a Moçambique", disse Pacheco.
O chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, afirmou por seu lado que a acusação do Governo não passa de "uma manobra dilatória" e que, num momento em que a cessação de hostilidades está a ser acompanhada por peritos militares internacionais e pelas duas partes, "esta atitude revela que algo estranho pode estar a acontecer".
O processo de diálogo conheceu um impasse nas últimas semanas, motivado pela ausência de uma lista dos militares da Renamo a incluir nas forças de defesa e segurança de Moçambique e o principal partido de oposição a sustentar que, antes disso, é preciso definir um modelo de integração.
Na última ronda de diálogo, há uma semana, a Renamo também acusara o Governo de violação do acordo, após uma visita do vice-ministro do Interior a Vunduzi, no distrito da Gorongosa, onde o líder da Renamo se manteve refugiado durante o conflito militar.
Macuiana contestou a deslocação de José Mandra, bem como declarações no local sobre a prontidão das suas forças, considerando que a visita, sem a supervisão das equipas do Governo e da Renamo, era uma violação do acordo de cessação de hostilidades.
No entanto, para o chefe da delegação governamental, o vice-ministro tem a prerrogativa de visitar qualquer lugar onde se encontrem forças por ele tuteladas.
Hoje foi também dado a conhecer pelo Governo que o processo de cessação de hostilidades tem um custo total de 400 milhões de meticais (dez milhões de euros).
Além da supervisão das partes negociais, o acordo, entretanto transformado em lei aprovada no parlamento, implica a observação internacional de peritos da África do Sul, Quénia, Cabo Verde, Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, Itália, Zimbabwe e Botswana.
O processo de diálogo prossegue num período em que Governo e Renamo também estão separados pelas leituras que fazem das eleições gerais de 15 de outubro e cujos resultados oficiais dão a vitória ao partido no poder, Frelimo, e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
A Renamo alega que o processo foi fraudulento e hoje foi anunciado que o seu líder, Afonso Dhlakama, vai iniciar na terça-feira uma viagem pela região centro para expor às populações as alegadas irregularidades que levaram o seu partido a pedir a anulação das eleições junto do Conselho Constitucional.
Lusa – 24.11.2014
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