A principal ideia consiste na criação do fundo europeu de investimentos estratégicos, composto por 315 biliões de euros, o que, segundo os ideólogos do projeto deve conduzir ao saneamento da economia europeia e tornar-se um impulso para o desenvolvimento. Mas os economistas, tal como parte dos deputados europeus, olham com ceticismo para esse projeto, pondo em causa a eficácia de semelhantes medidas.
Charles Sannat, economista francês, comentou a situação econômica na Europa, analisando, em entrevista, vias possíveis de saída da crise.
– Jean-Claude Junker apresentou um plano de saneamento da economia europeia. Ele propõe criar um fundo de investimentos estratégicos para estimular a economia da UE. Que pensa que se seguirá a isso?
– Penso que nada. Recentemente, vi velhos documentos e descobri um plano de estímulo da economia europeia de 2008, que previa investimentos no valor de 200 biliões de euros. Hoje vemos um quadro análogo, mas, na realidade, nada acontece.
Recordemos o FESF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), MES (Mecanismo de Garantia da Estabilidade Europeia), o primeiro plano Barroso de 2008 e, depois, o plano análogo seguinte de 2010, que previa o investimento de 130 biliões de euros. Não houve nenhum resultado.
Desde o início da crise de 2007 que os especialistas analisam a questão das vias de saída da crise. Analisam-se duas possíveis vias. A primeira prevê a transformação da Europa nunsEstados Unidos da Europa, ou seja, um estado único ao nível da legislação, da gestão, de uma taxa europeia única de imposto sobre o rendimento, etc.
A segunda conduz invariavelmente à desintegração da Europa devido às enormes diferenças entre as economias nacionais. Neste momento, a força da repulsa mútua prevalece. Hoje, temos consciência de que o momento de opção rapidamente se aproxima e claro que os adeptos da união irão apoiar até ao fim a ilusão do funcionamento normal da economia europeia.
Sem dúvida que a Europa unida é uma ideia muito bonita, mas a Europa, tal como a vemos hoje, não é capaz de funcionar como um todo. E, segundo os meus cálculos, antes de ver algum resultado das injeções de investimentos, a Europa enfrentará uma profunda crise, que conduzirá à queda do sistema de moeda única.
Em 2010, François Hollande convenceu Angela Merkel a juntar-se ao acordo que exige uma mobilização anual de 1% do PIB europeu para a realização dos problemas da zona do euro e garantir a saída da crise, mas isso não levou a nada. Tudo isso são apenas promessas e artimanhas. Desse modo, no futuro também não haverá um milagre, porque temos 28 países com diferentes modelos econômicos, com diferente posição geopolítica, ou seja, 28 países que não conseguem encontrar uma solução que agrade a todos sobre nenhuma questão.
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