quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ligação de Nyusi a Guebuza pode limitar presidência, dizem analistas moçambicanos


MAIS DE 15 MIL MOÇAMBICANOS EM RISCO DE CEGUEIRA




Maputo, 14 Nov (AIM)  O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, afirma que mais de 15 mil cidadãos moçambicanos nas províncias das regiões centro e norte estão em risco de cegueira devido a tracoma triquíase e necessitam de cirurgia para correcção do seu problema.

Para reverter o cenário, Manguele sublinhou a necessidade de haver união de esforços para eliminar, até 2020, a prevalência do tracoma folicular que nos distritos mapeados, nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Manica e Tete, apresentaram índices superiores ou iguais a 10 por cento.

Manguele lançou o desafio hoje, em Maputo, durante a cerimónia de lançamento da Campanha denominada 
Queen Elizabeth Diamond Jubilee TRUST, que visa ajudar a controlar a cegueira evitável e eliminar o tracoma no país até ao ano 2020.

O titular da pasta da saúde disse que o Ministério da Saúde (MISAU) vem implementando a iniciativa Visão para todos até ao ano de 2020, denominada 
VISÃO 2020, estratégia definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visando coordenar os esforços na luta contra a cegueira evitável, eliminando as suas principais causas.

O ministro apontou, por outro lado, que o MISAU através do Programa Nacional de Oftalmologia, no seu Plano Estratégico 
VISÃO 2020, para o próximo quinquénio 2015/19, prevê reduzir a prevalência da triquíase tracomatosa para menos de um caso por um milhão de habitantes.

Para o efeito, estão em curso acções que vão desde a formação e reciclagem dos recursos humanos em oftalmologia (nomeadamente Oftalmologistas e Técnicos de Oftalmologia), no diagnóstico e tratamento do Tracoma e em cirurgias de triquíase Tracomatosa; expansão dos cuidados primários de saúde ocular a nível do país.

No pacote de acções do pelouro figura igualmente a melhoria no fornecimento de equipamentos, consumíveis e medicamentos para a área de oftalmologia; massificação das actividades de informação e educação em saúde e do envolvimento comunitário para a promoção de saúde.

A OMS estima que cerca de 1.3 milhões de pessoas, no mundo, estejam cegas devido ao Tracoma, e 1.8 milhões tem deficiência visual, e destes, 90 por cento encontram-se em países em vias de desenvolvimento, sendo a triquíase tracomatosa a causa directa de cegueira.

Moçambique é um dos 55 países do mundo em que o tracoma é considerado problema de saúde pública. 

(AIM) - LE/DT

quinta-feira, 13 de Novembro de 2014

Moçambique: Estudo sobre o processo eleitoral desvenda o que chama de “possíveis esquemas”



Fraude eleitoral

O estudo indica que Filipe Nyusi foi o maior beneficiado, com cerca de 100 mil votos

Um relatório produzido pelo Centro de Integridade Pública (CIP), com base na observação eleitoral do EISA e do Observatório Eleitoral, revela o que chama de “possível esquema de fraude”, baseado no enchimento de votos nas últimas eleições gerais de 15 de Outubro.

O estudo, divulgado pelo boletim sobre o processo eleitoral daquela organização da sociedade civil, em conjunto com a Associação de Parlamentares europeus (AWEPA), parte do princípio de que hoje, efectivamente, a fraude eleitoral terá beneficiado alguns concorrentes no processo.

“O estudo identificou dois grupos de assembleias de voto onde, de acordo com os dados, se suspeita que tenha havido enchimento de urnas: onde houve uma grande afluência às urnas; onde houve um número significativamente maior de votos para as presidenciais do que para a Assembleia da República”, revela a fonte.

De acordo com o estudo, os esquemas usados poderão ter resultado na introdução de cerca de 105 mil votos, cerca de um terço dos que foram amealhados pelo candidato do MDM, Daviz Simango. “Esta análise dos dados do PVT (contagem paralela) sugere que poderão ter existido mais de 105 mil votos “extra”. Isto pode ter sido uma mistura de duas técnicas, a introdução de boletins de voto “extra” nas urnas (forma física) ou, provavelmente, a mais comum, a alteração dos números nos editais no momento em que ninguém estava a fiscalizar. Neste artigo consideram-se as duas técnicas de enchimento de urnas”, revela o estudo.

O País (mz)

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EMPRESÁRIO MOÇAMBICANO BACHIR SULEMANE RAPTADO EM MAPUTO




O proprietário do maior centro comercial da capital moçambicana foi raptado, quarta-feira, numa das zonas mais movimentadas de Maputo. Momade Bachir Sulemane foi classificado pelos EUA como um "barão da droga", em 2010.

O proprietário do Maputo Shoping Center foi raptado por homens armados. Os raptores ficaram no local durante seis horas até Momade Bachir Sulemane sair do Maputo Shoping Center, também conhecido por edifício MBS (Momade Bachir Sulemane).

Testemunhas relatam que desconfiaram de alguns indivíduos que supostamente controlavam todos os movimentos do empresário, de 56 anos, desde as primeiras horas da manhã.

Segundo uma testemunha, que falou à DW África na condição de anonimato, o empresário despedia-se de amigos e familiares quando foi raptado. “Estava a lavar um carro aqui. Quando isso aconteceu de repente, fiquei assustado”, conta.

Cenário de pânico

O cenário foi de pânico quando o empresário foi abordado por dois homens armados que de seguida o arrastaram para uma viatura, relata ainda a testemunha.

Outra testemunha, um polidor de viaturas na zona baixa da cidade de Maputo, conta que os raptores ficaram à espera do empresário, enquanto lavavam o seu próprio carro.

“Chegaram aqui e disseram que queriam lavar o carro. Disseram que pagavam qualquer preço. Enquanto o rapaz lavava, um dos homens entrou na viatura a mexer o telemóvel e de repente vimos mais dois homens a saírem com o empresário do estabelecimento.”

Familiares de Momed Bachir Sulemane confirmaram o rapto num comunicado de imprensa, sem avançar detalhes

“Barão da droga” segundo EUA

O empresário foi associado ao tráfico de drogas pelos Estados Unidos da América (EUA), que o classificaram como um barão da droga, em 2010. Acusaram-no, então, de importar droga da Índia e do leste da Ásia que tinha como destino a Europa.

O Departamento de Tesouro norte-americano congelou, a partir de então, todos os bens que Momade Bachir Sulemane possuía nos EUA.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique investigou o caso, mas num relatório tornado público em 2011 disse não ter encontrado provas que sustentassem as acusações dos Estados Unidos.

Romeu da Silva (Maputo) – Deutsche Welle

Ligação de Nyusi a Guebuza pode limitar presidência, dizem analistas moçambicanos




Filipe Nyusi será o primeiro chefe de Estado que não será, simultaneamente, presidente da Frelimo.

Ramos Miguel – Voz da América

Analistas dizem que a influência que o presidente da Frelimo Armando Guebuza detém no actual quadro político moçambicano e o ascendente que o mesmo terá sobre o seu substituto, fazem prever que o recém-eleito Presidente da República, Filipe Nyusi, poderá ter um papel secundarizado na liderança do país.

Filipe Nyusi será o primeiro chefe de estado que não será, simultaneamente, presidente da Frelimo, e analistas dizem que se ele quiser afastar-se da presidência do partido ficará muito fragilizado.

Lázaro Mabunda, analista afecto ao Centro de Integridade Pública(CIP), diz que o facto de Filipe Nyussi não ser presidente da Frelimo significa que ele vai ficar fragilizado.

Segundo Mabunda, o presidente do partido dirige a comissão política "e é esta que aprova o Governo e toma decisões importantes sobre a vida da nação, pelo que, se Nyusi se afastar do presidente da Frelimo fica muito fragilizado".

Por seu turno, o analista político Luís Loforte recordou que no período que precedeu as eleições de Outubro findo, a sociedade fez violentas críticas á Frelimo, e não acredita que Nyusi venha a ser surdo em relação a essas críticas.

Referiu que ao longo da sua campanha, Nyusi recuperou muitos aspectos dessas críticas, " e isso "e sinal de que ele não poderá, no futuro, virar as costas áquilo que eram as substâncias dessas críticas".

Luís Loforte disse que um desses erros foi a excessiva ostentação de um poder pessoal "mas ostentação através da acumulação, através da exibição e através do excessivo culto à riqueza".

O analista Faustino Caetano Mondlane afirmou também esperar que Filipe Nyusi consiga encorajar os líderes da Frelimo a deixarem de acumular fortunas pessoais com fundos resultantes da exploração de recursos naturais.

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