Convergência e semelhanças?...
Por: Noé Nhanthumbo
Em nome de partidos ou de alegados Observatórios Eleitorais, muita gente sabido governar-se à custa da democracia que se quer implantar no país. Muitos doadores(MBS) e chancelarias estrangeiras custeiam o funcionamento de determinadas máquinas políticas moçambicanas que na hora da verdade não mais que um apêndice do regime do dia.
Quando se pensava que o reino da vergonha tinha regressado ao país chamado Moçambique eis que somos surpreendidos com pronunciamentos desprovidos de sentido e oportunidade.
Não é de bom tom nem é politicamente correcto que organizações que deveriam se situar a margem e a uma distância indesmentível dos processos que dizem observar, optam por antecipar-se e oferecer opiniões que soam a veredictos.
Quanto aos líderes ou supostos líderes de partidos que volta e meia viram a apoiantes do partido no poder muita coisa já se disse e a história registará nas sua páginas de que se tratou de uma vaga de moçambicanos que como outros usaram as seitas religiosas por si criadas, estes usaram a facilidade legal de criar partidos políticos para a partir daí resolverem os seus problemas materiais. Que política nos trazem Sibindi ou Miguel Mabote? Brazão Mazula não será o “eterno” bem colocado e prenunciador de palavras estrategicamente convenientes? Também pagas a peso de ouro? A julgar pelos “benefícios” que sua carreira tem tido?
Alguma da admiração em torno de posições de políticos e académicos de nomeada surge porque não equacionamos os termos como deveríamos. Muitos de tais académicos nem tanto assim de académicos possuem.
Os políticos quase nada de político possuem. Temos de subir a fasquia para obtermos resultados gerais melhores e com maior impacto positivo na vida dos moçambicanos.
O que se passou antes e depois de 28 de Outubro de 2009 foi todo um conjunto de situações e procedimentos visando assegurar a manutenção de um status. As coisas tinham que ficar como estavam e isso foi antecipadamente dito por figuras proeminentes do regime do dia.
Este regime que parece do “dia e da noite” tudo fez para as coisas realmente permanecessem imutáveis.
O uso circunstancial de pronunciamentos de figuras como Brazão Mazula para dar um ar de credibilidade a resultados obtidos por outras vias já havia sido ensaiado e utilizado nas eleições anteriores.
Miguel Mabote quando se oferece de bandeja ao Comité Central da Frelimo e aí dança pela vitória da Frelimo mostra a quanto pode chegar um indivíduo sem escrúpulos guiado pela ambição e vontade de satisfazer a todo o custo suas necessidades. A mediocridade de Mabote decerto que não é comungada pelos seus membros que não devem ser muitos. Na Beira publicamente não conheço nenhum membro do partido Trabalhista. Que partido é este cujo líder vai dançar com o secretário de Propaganda do partido no poder? Ou será que tem mesmo membros este partido?
Sibindy, que dirás e que farás a partir daqui? Entrar numa célula de base da Frelimo? Manuel dos Santos, quem te vê e quem te viu?
Uma viragem e tantos. A barriga fala mais alto ou algo grave condicionou seus pronunciamentos? Quando se tem o rabo preso acaba-se por sofrer. E quando não há cultura de honrar quem somos, quando é mais fácil continuar pelo caminho da imoralidade e falta de ética acabamos por entrar em jogos obscuros. Será isso que aconteceu com o ex-edil da Renamo em Nacala, transformado membro da Frelimo aquando das últimas eleições?
A situação não é moralmente sã no país.
Quando um organismo criado sob a áurea de integridade e independência se inclina tanto ao poder do dia corre-se o risco de se perder toda e qualquer referência moral e política num país que disso tanto precisa.
A Frelimo não precisa da ajuda do Observatório Eleitoral para se manter no poder.
Também não precisa da política de “Adiatando de Galiza do PS e seu chefe e do PR português”. O vencedor das eleições moçambicanas ainda não tinha sido anunciado pela CNE e muito menos validado pelo Conselho Constitucional e já se recebiam de Lisboa saudações pela vitória.
Para quê? É para ajudar a Soares da Costa?...
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 13.11.2009
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