quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A CARTA QUE NÃO MANDEI À DIVA MARRABENTA

Photo: A CARTA QUE NÃO MANDEI À DIVA MARRABENTA

Bem, no desejo desta missiva encontrá-la em exemplares condições de saúde, anexo-te aqui um abraço, ao nosso caloroso jeito moçambicano. Sei que és, dentre a classe das nossas celebridades, muito simples e acessível, tanto que não te importas com a mistura do meu cheiro de suor e o teu das galáxias. 

Bem, chamei-te de Diva e confesso que foi no costume dos demais porém, não queria aqui alimentar alguma polémica com esse assunto. Querida, é que no meu “Ego” não cabe que tu sejas realmente uma Divindade feminina da nossa inviolável Marrabenta, apesar de estarmos num país cujos adjectivos são sonhados e dia para dia seguinte serem atribuídos a outrem, sem devida explicação, tal como é do “filho mais querido da nação” e da “Geração da Viragem”. Espero que me percebas ao longo da tua digressão em cada uma das palavras desta carta. 

Neyma Júlio Alfredo, não me vou escorar em nada, nem no facto de ser apenas um, no meio de tantos que acompanham a tua carreira desde os tempos do “Fantástico”. Isso pouco importa, embora me faz reclamar, por isso, de alguma legitimidade – quase que absoluta – de te dirigir estas palavras. 

Na verdade, te escrevo para denunciar o meu mau espírito de repúdio à tamanha grosseria que tu, na tua coragem bélica embrulhada em palavras, tiveste a coragem de expor na prateleira dos grandes equívocos. Te situo: no programa televisivo “Moçambique em Acção”. 

De tanta coisa boa que pude ouvir e ver de ti – confessando que admiro-te como mulher –, te escrevo muito a propósito da tua nova música intitulada “Dji Kin dji – Como anima marrabenta”. A minha mente fotográfica faz-me lembrar em Alta Definição (HD) estas, tuas palavras: “(…) Este é um estilo novo que fiz a partir da Marrabenta. Esta música na verdade, não é Marrabenta como muitos acham e andam por aí a falar (…)”

Bem, podemos até concordar que não é Marrabenta e de facto, não é. Aliás, nem a 01 de Abril podemos conceber um entendimento requintado que transforma aquela música numa simples Marrabenta. Ademais, nem na China nem no mercado Estrela pode ser vendida com o mesmo rótulo. Não entendo muito de padaria, mas voluntariamente posso sem técnica alguma separar o trigo do joio.

Neyma, no palácio do engano, todo mundo tem o dever de achar que esta música em porfia é Marrabenta das boas. Mas falar a toa, é que não. 
Se bem que foste tu a compor a música e não a tua filha como muitos dizem, podes extrair dela as seguintes palavras: “Entra nesta dança, aqui ninguém aguenta (porque) sou de Moçambique. Esta é a Marrabenta e como anima (est)a Marrabenta”. 

Não precisamos ressuscitar o Camões para nos explicar que a Neyma inculcou nas pessoas o brutal entendimento de que estamos perante uma Marrabenta. Não entendo hoje, porque a Neyma tem de aparecer à Mc Roger dizer que o povo moçambicano – pese embora analfabeto em grande número – fala a toa. 
Mais, entraste na discordância dedutiva ao referir que esta música “serve para mostrar que Marrabenta pode ser dançada em qualquer estilo”. Honestamente, tive esquisitas dificuldades em alcançar esta filosofia porém, para não cair do prédio da razão, questiono: o que é um estilo de música para a Marrabenta não pertencer à classe e, ainda, para ser dançada em outros estilos?


Mas voltando à tua razão, concordo que esta é uma música diferente da marca Neyma e de todas que já, na sede da tua criatividade, concebeste. Mas na tua opinião como cantora, a que estilo pertence mesmo? 

Entenda tu, querida Neyma que é correcta a criatividade e que o país, quiçá, precisa de alternativas musicais, como aliás foi Pandza – que para a sua própria infelicidade pereceu na história da sua pirueta. Mas agora, querer agredir a nossa Marrabenta porque te abraçou na voz do povo como a sua (i)legítima Diva, exterminando mulheres como Mingas, Zaida Lhongo, Elsa Mangue e companhia, é demais. Te superas a ti mesma, ao extremo da tua reconhecida humildade, sobretudo quando dizes por meia-volta, que este mesmo povo fala à toa, quando por ti foi influenciado ao teu próprio erro. Correcto que foi na ressaca de querer publicamente retratar-se, por um erro grosseiro.

Sabemos o que somos e não precisamos de ninguém para cá vir nos lembrar. Mas nem com isso deixarei te apreciar e adquirir os teus trabalhos.

Com os melhores cumprimentos de PenTSC…

Bem, no receio desta carta ser lida antes de chegar a ti, por ignorância das vias, decidi arquivá-la. Até porque o meu medo engrandeceu quando pensei que seria apelidado de “invejoso” pelos padrinhos invertebrados do sucesso musical. Aliás, iria, como virou moda, decepcionar a tantos outros sentados no banquete instintivo da auto-estima da praxe.
 


Bem, no desejo desta missiva encontrá-la em exemplares condições de saúde, anexo-te aqui um abraço, ao nosso caloroso jeito moçambicano. Sei que és, dentre a classe das nossas celebridades, muito si...mples e acessível, tanto que não te importas com a mistura do meu cheiro de suor e o teu das galáxias.

Bem, chamei-te de Diva e confesso que foi no costume dos demais porém, não queria aqui alimentar alguma polémica com esse assunto. Querida, é que no meu “Ego” não cabe que tu sejas realmente uma Divindade feminina da nossa inviolável Marrabenta, apesar de estarmos num país cujos adjectivos são sonhados e dia para dia seguinte serem atribuídos a outrem, sem devida explicação, tal como é do “filho mais querido da nação” e da “Geração da Viragem”. Espero que me percebas ao longo da tua digressão em cada uma das palavras desta carta.

Neyma Júlio Alfredo, não me vou escorar em nada, nem no facto de ser apenas um, no meio de tantos que acompanham a tua carreira desde os tempos do “Fantástico”. Isso pouco importa, embora me faz reclamar, por isso, de alguma legitimidade – quase que absoluta – de te dirigir estas palavras.

Na verdade, te escrevo para denunciar o meu mau espírito de repúdio à tamanha grosseria que tu, na tua coragem bélica embrulhada em palavras, tiveste a coragem de expor na prateleira dos grandes equívocos. Te situo: no programa televisivo “Moçambique em Acção”.

De tanta coisa boa que pude ouvir e ver de ti – confessando que admiro-te como mulher –, te escrevo muito a propósito da tua nova música intitulada “Dji Kin dji – Como anima marrabenta”. A minha mente fotográfica faz-me lembrar em Alta Definição (HD) estas, tuas palavras: “(…) Este é um estilo novo que fiz a partir da Marrabenta. Esta música na verdade, não é Marrabenta como muitos acham e andam por aí a falar (…)”

Bem, podemos até concordar que não é Marrabenta e de facto, não é. Aliás, nem a 01 de Abril podemos conceber um entendimento requintado que transforma aquela música numa simples Marrabenta. Ademais, nem na China nem no mercado Estrela pode ser vendida com o mesmo rótulo. Não entendo muito de padaria, mas voluntariamente posso sem técnica alguma separar o trigo do joio.

Neyma, no palácio do engano, todo mundo tem o dever de achar que esta música em porfia é Marrabenta das boas. Mas falar a toa, é que não.
Se bem que foste tu a compor a música e não a tua filha como muitos dizem, podes extrair dela as seguintes palavras: “Entra nesta dança, aqui ninguém aguenta (porque) sou de Moçambique. Esta é a Marrabenta e como anima (est)a Marrabenta”.

Não precisamos ressuscitar o Camões para nos explicar que a Neyma inculcou nas pessoas o brutal entendimento de que estamos perante uma Marrabenta. Não entendo hoje, porque a Neyma tem de aparecer à Mc Roger dizer que o povo moçambicano – pese embora analfabeto em grande número – fala a toa.
Mais, entraste na discordância dedutiva ao referir que esta música “serve para mostrar que Marrabenta pode ser dançada em qualquer estilo”. Honestamente, tive esquisitas dificuldades em alcançar esta filosofia porém, para não cair do prédio da razão, questiono: o que é um estilo de música para a Marrabenta não pertencer à classe e, ainda, para ser dançada em outros estilos?


Mas voltando à tua razão, concordo que esta é uma música diferente da marca Neyma e de todas que já, na sede da tua criatividade, concebeste. Mas na tua opinião como cantora, a que estilo pertence mesmo?

Entenda tu, querida Neyma que é correcta a criatividade e que o país, quiçá, precisa de alternativas musicais, como aliás foi Pandza – que para a sua própria infelicidade pereceu na história da sua pirueta. Mas agora, querer agredir a nossa Marrabenta porque te abraçou na voz do povo como a sua (i)legítima Diva, exterminando mulheres como Mingas, Zaida Lhongo, Elsa Mangue e companhia, é demais. Te superas a ti mesma, ao extremo da tua reconhecida humildade, sobretudo quando dizes por meia-volta, que este mesmo povo fala à toa, quando por ti foi influenciado ao teu próprio erro. Correcto que foi na ressaca de querer publicamente retratar-se, por um erro grosseiro.

Sabemos o que somos e não precisamos de ninguém para cá vir nos lembrar. Mas nem com isso deixarei te apreciar e adquirir os teus trabalhos.

Com os melhores cumprimentos de PenTSC…

Bem, no receio desta carta ser lida antes de chegar a ti, por ignorância das vias, decidi arquivá-la. Até porque o meu medo engrandeceu quando pensei que seria apelidado de “invejoso” pelos padrinhos invertebrados do sucesso musical. Aliás, iria, como virou moda, decepcionar a tantos outros sentados no banquete instintivo da auto-estima da praxe.

1 comentário:

Anónimo disse...

You actually make it seem so easy with your presentation but I find this matter to be really something which
I think I would never understand. It seems too complex and extremely broad for me.

I am looking forward for your next post, I'll try to get the hang of it!

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