Se os Estados Unidos "optarem pela via militar, temos uma força militar, um povo, uma milícia nacional que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de ganhar", salientou Jorge Arreaza.
A Venezuela está pronta para resistir em caso de um ataque militar dos Estados Unidos, disse esta segunda-feira o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, após uma reunião com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, em Moscovo.
“Estamos prontos para todos os cenários. O primeiro é a diplomacia, o diálogo, a paz”, mas se os Estados Unidos “optarem pela via militar, temos uma força militar, um povo, uma milícia nacional que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de ganhar”, salientou Jorge Arreaza, em conferência de imprensa.
“Vamos dialogar!”, exortou o chefe da diplomacia venezuelana, indicando que “a oposição não pode conversar” com o Governo de Nicolás Maduro “uma vez que não tem a permissão dos Estados Unidos”.
O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guiadó, disse à BBC que avaliará “todas as opções” para destituir Nicolás Maduro e que está a considerar pedir aos Estados Unidos uma intervenção militar.
No domingo, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, advertiu que uma intervenção militar na Venezuela teria “consequências catastróficas” para o sistema de segurança internacional.
“Com os nossos parceiros venezuelanos coincidimos que todo o uso da força sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU pode ter consequências catastróficas para toda a segurança internacional”, disse Lavrov.
Na sua reunião com Arreaza, o ministro russo também condenou a “campanha” dos Estados Unidos para derrubar o Governo venezuelano e exortou Washington a renunciar a “planos irresponsáveis” face ao país latino-americano.
A situação política agravou-se na Venezuela após uma tentativa de levantamento militar liderada pelo opositor Juan Guaidó, apoiado na primeira linha pelos Estados Unidos e reconhecido Presidente interino por cerca de 50 países.
O Governo dos EUA desencadeou uma ofensiva generalizada para aumentar a pressão sobre o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Neste contexto, o secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que o Presidente dos EUA, Donald Trump, estava preparado, se necessário, para ordenar uma intervenção militar norte-americana na Venezuela.
Pompeo considerou que os russos “devem sair da Venezuela”, e acrescentou que “todos os países que interferem com o direito do povo venezuelano a restaurar a sua democracia devem partir”.