Uma semana depois da passagem do ciclone Kenneth foram identificados 14 casos de cólera no norte do país, na província de Cabo Delgado.
Um surto de cólera eclodiu no Norte de Moçambique, uma semana depois da passagem do ciclone Kenneth, e numa região onde a doença é frequente na época das chuvas, anunciaram as autoridades.
No total, 14 casos foram detetados na província de Cabo Delgado: 11 na capital provincial, Pemba, e três no distrito de Mecúfi, anunciou Anastácia Lidimba, diretora provincial de Saúde na quinta-feira.
Os dois locais não foram diretamente atingidos pelo ciclone, mas foram dos que mais sofreram com as chuvas intensas e as inundações que se seguiram, sendo que a cólera (uma doença tratável) se propaga através de água e alimentos contaminados.
As autoridades já tinham anunciado na segunda-feira a reabertura do centro de tratamento de cólera, recinto habitualmente instalado no pátio central do Hospital de Pemba, antecipando o eclodir de um surto.
Foi também anunciado que estavam a decorrer contactos com parceiros para iniciar uma campanha de vacinação a administrar nos distritos de Pemba, Mecúfi, Ibo Quissanga e Macomia.
O surto de cólera que surgiu após o ciclone Idai, em março, no centro do país, infetou cerca de 4.000 pessoas e provocou oito mortes, sendo que uma campanha de vacinação imunizou 900.000 pessoas.
O ciclone Kenneth foi o primeiro a atingir o norte de Moçambique, a 24 de abril, e foi classificado com um grau de destruição de categoria quatro (numa escala de um a cinco, do mais fraco ao mais forte).
A tempestade matou 41 pessoas, segundo o levantamento provisório das autoridades, e afetou cerca de 166.000 pessoas.
Moçambique foi pela primeira vez atingido por dois ciclones na mesma época chuvosa (de novembro a abril), depois de o ciclone Idai, de categoria três, ter provocado 603 mortos.