quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Danielle fotografa os seus amantes com uma câmara na vagina

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Danielle fotografa os seus amantes com uma câmara na vagina

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É um processo fotográfico "erótico, terno, imprevisível, vulnerável". É, "ao mesmo tempo, familiar e estranho". "É desconcertante e, em determinados momentos, confrangedor – é algo que eu adoro. É simultaneamente divertido e carregado de intimidade." Danielle Lessnau fundiu o seu corpo com uma câmara para criar Extimité, uma série de retratos dos seus amantes feita a partir do ponto de vista da sua vagina. "Criei oito câmaras estenopeicas (pinhole) a partir de velhos cartuchos fotográficos e instalei-lhes um obturador eléctrico que pode ser controlado pela minha mão", explica ao P3.
"Fotograficamente", uma pinhole, sem objectiva nem visor, é "o instrumento perfeito". Cada disparo realizado pela fotógrafa de 33 anos, residente em Brooklyn, Nova Iorque, durou entre um e dois minutos. "Ao usar a vagina para segurar a câmara permiti que a minha própria respiração se tornasse um actor invisível", diz. O movimento natural do corpo desestabiliza a captura e dá origem a um efeito de desfoque na imagem que se revela particularmente útil na preservação da identidade dos retratados, homens que Danielle descreve como "amantes com quem partilhou histórias únicas" e que, garante, receberam a sua proposta de colaboração com "amor e avidez". "É um processo colaborativo que implica que eu me torne vulnerável, que entregue o controlo", descreve a jovem, que estudou na famosa escola de fotografia do International Center of Photography de Nova Iorque. 
Danielle Lessnau não criou Extimité para transmitir uma mensagem específica. Deseja, antes, que seja o espectador a atribuir-lhe um significado pessoal. "Eu quis materializar aquilo que sinto, as minhas visões e excitações, quando estou num espaço privado com outra pessoa", realça. "Quando olho para alguém, o meu corpo inteiro reage. [Durante a captura das imagens] ambos desejámos e fomos desejados, ambos fomos poderosos e vulneráveis. Eu quis explorar estes papéis, esta distância e proximidade, e jogar com esta teia de olhares." Aqui, a câmara é um instrumento, mas também um símbolo "da penetração do seu corpo por amantes e luz".

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