segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Al-Sissi rejeita que europeus lhe deem lições de direitos humanos


O Presidente egípcio disse que os europeus devem "respeitar os valores" do país e falou do caso da execução de 9 jovens pelo assassínio do procurador-geral e justificou-a como parte da cultura".
O chefe de Estado egípcio justificou ainda o recurso à pena de morte como consequência dos inúmeros atentados terroristas no país
KHALED ELFIQI/EPA
Autor
  • Agência Lusa
O Presidente egípcio, Abdelfatah Al-Sissi, anfitrião da cimeira de países da Liga Árabe e da União Europeia, pediu esta segunda-feira aos europeus que respeitem “os valores” do seu país e não lhe deem lições de direitos humanos.
O chefe de Estado egípcio disse na conferência de imprensa de encerramento da cimeira realizada na cidade de Sharm el-Sheikh que os europeus devem “respeitar os valores” do Egito.
Vocês não nos ensinarão a nossa humanidade. Respeitem as nossas moralidades e valores tal como nós respeitamos os vossos valores”, afirmou Al-Sissi, que subiu ao poder através de um golpe de Estado, em 2013, e tem sido criticado por várias organizações não-governamentais por violações dos direitos humanos, incluindo tortura, detenções ilegais e execuções.
Perante perguntas de jornalistas sobre a situação dos direitos humanos no Egito, Al-Sissi falou do caso da execução na passada quarta-feira de nove jovens pelo assassínio do procurador-geral e justificou-a explicando que a pena de morte “é parte da cultura” da região. “Esta é a nossa cultura, a cultura que existe na região”, disse o líder egípcio.
Al-Sissi manifestou o seu apreço pelo facto de a pena de morte ter sido eliminada na Europa, mas pediu que “não se imponha ao Egito” o mesmo critério.
Explicou ainda que enquanto nos países europeus ocorrem poucos atos terroristas, o Egito “está exposto a centenas ou milhares de atos terroristas”. “Então, como é que acham que os combatemos?”, perguntou.
“Quando a prioridade nos países europeus é procurar o bem-estar, aqui a prioridade é proteger o país do colapso. Por isso, são questões diferentes”, sublinhou Al-Sissi.
O Presidente egípcio argumentou ainda que “com um só ato terrorista em Sharm el-Sheikh, a cidade pode transformar-se numa cidade fantasma durante quatro ou cinco anos”.
O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Ahmed Abulgeit, pediu para responder a uma pergunta dirigida a Al-Sissi sobre direitos humanos e assegurou que durante a cimeira, a parte europeia não se mostrou “insatisfeita” quanto a este assunto.

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