quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

‘Rainha do Marfim’ condenada a 15 anos de prisão na Tanzânia


EPA

Yang Fenglan, chinesa de 70 anos, era considerada uma das maiores traficantes no continente africano. Foi condenada por traficar presas de quase 900 elefantes

Conhecida como a “Rainha do Marfim”, a chinesa Yang Fenglan, de 70 anos, foi condenada a 15 anos de prisão na Tanzânia, pelo tráfico de 860 presas de elefante. A mulher manteve a atividade entre 2000 e 2014, com um lucro avaliado em quase 6,5 milhões de dólares (quase 5,8 milhões de euros), informaram esta terça-feira fontes judiciais do país.
Considerada uma das maiores traficantes no continente africano, Fenglan ouviu a sentença junto a dois outros acusados, de origem tanzaniana. O tribunal deu como provado que os três lideravam uma das maiores redes de contrabando de marfim, enviado para a Ásia.
Os réus foram também condenados a mais dois anos de prisão, ao abrigo da Lei de Proteção à Vida Selvagem da Tanzânia, pena que pode ser convertida numa multa equivalente a duas vezes o valor do marfim que são acusados de ter contrabandeado.
De acordo com a investigação, Yang Fenglan chegou à Tanzânia em 1975, como tradutora para uma empresa chinesa encarregada de construir um troço de caminho de ferro. Em outubro de 2015, quando foi detida, ocupava um alto cargo no Conselho Empresarial para as relações entre a China, África e a Tanzânia.
Um ano antes, numa entrevista ao “China Daily”, dizia ter-se apaixonado pelo país, onde também abriu um restaurante, que usava como cobertura para os seus negócios ilegais. A partir do estabelecimento, a mulher estabeleceu uma rede de fornecimento internacional de marfim, fazendo sair do país toneladas deste material.
Notícias locais dizem que chegou a enterrar presas de centenas de elefantes nos jardins das suas duas residências, tendo até financiado caçadores ilegais que operavam em áreas protegidas.
A Tanzânia tem sido duramente criticada por grupos defensores das espécies ameaçadas pela sua alegada incapacidade de impedir a caça ilegal aos seus elefantes. O país perdeu 60% do total deste animais, entre 2009 e 2014, revelam relatórios oficiais.

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