quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Venezuela. Libertado jornalista da Telemundo, dado como desaparecido em Caracas


O jornalista Jorge Ramos (esq.) foi expulso de Caracas, bem como toda a equipa da Univisión, depois de uma entrevista incómoda ao Presidente Nicolás Maduro
CARLOS GARCIA RAWLINS/REUTERS

O jornalista da estação de televisão norte-americana Telemundo foi dado como desaparecido pelo SNTP depois de ter fotografado o exterior do hotel onde se encontrava uma equipa da Univisón

Um jornalista da Telemundo, dado como desaparecido na terça-feira, foi libertado depois de ter ficado detido durante oito horas, anunciou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).
"Daniel Garrido, repórter da Telemundo News, reapareceu ao fim de oito horas e depois de ter estado incomunicável, por ter sido sequestrado por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência [SEBIN, serviços secretos venezuelanos], indicou o SNTP na conta da rede social Twitter.
O SNTP acrescentou que Garrido "foi libertado por funcionários do SEBIN na Cota Mil", a autoestrada que une, pelo norte, o leste com o centro de Caracas.
O jornalista da estação de televisão norte-americana Telemundo foi dado como desaparecido pelo SNTP depois de ter fotografado o exterior do hotel onde se encontrava uma equipa da Univisón, que na segunda-feira esteve detida depois de fazer perguntas incómodas no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
"Daniel Garrido, repórter do Telemundo News, está desaparecido desde as 07h (11h em Lisboa), quando registou em fotografias a presença do Serviço Bolivariano de Inteligência, no exterior do hotel em que se encontrava a equipa de Univisión expulsa", explicou na terça-feira o SNTP, também através do Twitter.
O sindicato publicou ainda uma fotografia do hotel, onde no exterior se vê uma viatura preta do SEBIN, acompanha pela mensagem "esta é a última foto enviada por ele (Daniel Garrido)".
A Telemundo é uma cadeia de televisão norte-americana, que transmite em idioma castelhano, principal concorrente, na mesma língua, da Univisión.
"Nos primeiros dois meses de 2019, registaram-se pelo menos 30 detenções de jornalistas e trabalhadores da imprensa", disse o SNTP.
Na terça-feira, as autoridades venezuelanas expulsaram cinco de sete membros de uma equipa de jornalistas do canal de televisão norte-americano Univisión que esteve detida, na segunda-feira, durante três horas, no palácio presidencial de Miraflores, segundo o SNTP.
A equipa foi detida, "dentro de Miraflores, depois de entrevistarem" o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a quem terão feito "perguntas incómodas", indicou o SNTP. O material da equipa foi confiscado, acrescentou.
A detenção foi confirmada pela Univisión, que divulgou na terça-feira imagens de um vídeo gravado pela equipa, com pessoas a alimentarem-se do lixo, o que terá, alegadamente, incomodado Maduro.

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