Brian Gitta: o inventor do dispositivo de teste de malária sem sangue
Brian Gitta é o primeiro vencedor do Uganda e o mais jovem a ganhar o "African Prize", o maior prémio de África dedicado à inovação em engenharia.
Tem apenas 24 anos, é do Uganda e inventou o dispositivo de teste de malária sem sangue. Brian Gitta é o responsável por essa inovação que ganhou o prémio “African Prize” de Inovação em Engenharia, no valor de 33 mil dólares, em 2018.
Matibabu é a palavra em Swahili que significa “tratamento”, e é o nome do dispositivo que tem como objetivo detetar a doença sem o uso do sangue. Até agora, para saber se alguém tinha ou não malária eram necessárias pequenas amostras de sangue retiradas do pacientes em hospitais ou farmácias mas, com o dispositivo desenvolvido por Brian Gitta e a sua equipa, já não existe essa necessidade.
Quando uma pessoa está infectada, o parasita da malária “cuida” do vacúolo de células vermelhas e o remodela de forma significativa, enfraquecendo-as. E o Matibabu funciona de seguinte forma: ele é posto no dedo da pessoa e, com um raio vermelho de luz percorre o dedo em busca de mudanças na cor, forma e concentração dos glóbulos vermelhos.
O resultado é produzido em apenas um minuto e envia toda a informação para um smartphone conectado ao dispositivo. O Matibabu é barato, reutilizável e, como o procedimento não é invasivo, não requer tratamento especializado.
Enquanto lês este artigo, perguntas-te o que há de novo desde a invenção do Matibabu? A resposta está abaixo.
Brian Gitta é o primeiro vencedor do Uganda e o mais jovem a ganhar o “African Prize”, o maior prémio de África dedicado à inovação em engenharia, fundado pela Royal Academy of Engineering, no Reino Unido.
“Estamos muito orgulhosos do vencedor deste ano. É um exemplo perfeito de como a engenharia pode desbloquear o desenvolvimento – neste caso, melhorando os serviços de saúde “, disse Rebecca Enonchong, júri do prémio.
A malária afeta cerca de 300 milhões a 600 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, segundo a Unicef. Só a África subsaariana representa 90% das 580 mil mortes anuais de malária no mundo.
No entanto, em África, o número de óbitos foi reduzido significativamente em 66%, devido a um número alargado de intervenções, como as redes de distribuição gratuita de tratamentos e aumento do financiamento para a compra de medicamentos mais eficazes.
Marrocos e Egito foram os únicos países africanos declarados livres da malária. África do Sul, Senegal, Botsuana, Comores, Argélia e Cabo Verde estão no mesmo caminho para eliminar a doença até 2020.
Em 2015, cientistas da Nigéria desenvolveram com sucesso um produto para testar a urina de um paciente com malária, em vez de um exame de sangue. Além disso, cientistas da Universidade da Cidade do Cabo descobriram um composto que tem o potencial de bloquear a transmissão humana do parasita da malária, e no Burkina Faso também foi desenvolvido um sabão repelente contra mosquitos feito a partir de ervas naturais.
Os cientistas e engenheiros africanos, juntamente com a Matibabu, estão na frente das inovações e descobertas para consignar a malária e outras doenças à história.
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