A fraca qualidade no sector da saúde tem consequências profundas nos diversos sectores públicos e privados. Investir só em meios técnicos não basta. É necessário que as escolas e universidades elevem os estudantes ao patriotismo e a humanizarem-se.
Por Yuri Ch. Bento
Angola está localizada na costa ocidental da África, é um país banhado pelo Oceano Atlântico, que faz fronteira com países como a República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia.
O país esta ligado, geograficamente, por terras, lagos e rios de pouca profundidade exceptuando à província de Cabinda, que constitui um enclave, ou seja, um território politicamente pertencente a outro, mas ao qual não está ligado fisicamente.
Após a proclamação da independência, Angola viveu um intenso período de guerra, que destruiu muitas das infra-estruturas que suportavam serviços de saúde e educação no tempo colonial. Depois de longos anos de guerra civil, o país chegou a contemplar a paz em 2002, entrando numa fase de reconstrução.
O sector da Saúde e Educação pareceram prioritários após o término da guerra, enviando estudantes de Angola a Portugal através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), atribuindo em 2003 bolsas de estudos. Em relação ao Brasil, as relações datam da década 90, vindo a intensificar-se em 2003 aquando da governação de Luís Inácio Lula da Silva.
A luta pela independência e o conflito político-militar interno, colocou Angola numa posição constrangedora, que condicionou substancialmente o desempenho das instituições públicas, particularmente o sector da Saúde e Educação. Para buscar soluções emergentes e profícuas, o estado preocupou-se em qualificar os recursos humanos, para dar sustentabilidade às instituições do Estado e a primar na continuidade do desenvolvimento. Com efeito, estabeleceu-se acordo de cooperação com outros Estados, ao nível da saúde e educação.
Apesar dos esforços dedicados ao sector da saúde e educação, ainda registamos elevado índice de mortalidade e analfabetismo.
Com todos os esforços conjugados para fazer frente aos problemas ao nível da Saúde e Educação, como se pode justificar actualmente, o elevado índice de mortalidade, e a fraca rentabilidade estudantil?
São desanimadores os resultados práticos, dos estudantes que passam pelas escolas angolanas. Apesar de muitas dessas escolas serem suportadas por docentes com o ensino superior feito, ainda registamos debilidade no sistema de ensino, suportado por ideologias contrárias à nossa cultura. Falta patriotismo no nosso sistema de ensino.
Ora, todo enfermeiro ou médico é consequência das escolas ou universidades, e os professores são os profissionais que nelas operam. Bons professores produzem excelentes alunos que tenderão (segundo as seus desígnios) a ocupar os sectores público-privados. Como: o sector da saúde, ou da educação. É imperioso investir na Saúde e na Educação, para solucionar de facto os problemas que afligem os angolanos. A doutrina ocidental afirma, que um país em via de desenvolvimento aposta na educação e no sistema de saúde que os governos submetem às populações.
“Um plano de saúde pode ser feito por médicos, mas a saúde é feita fundamentalmente de enfermagem”.
O sector da saúde é o importante meio para prestação de serviços, que garante a saúde dos profissionais de diversos sectores público-privados. Por consequência, o Estado angolano determinou através da sua carta magna (a Constituição) no artigo 21 alínea F: “Promover políticas que permitam tornar universais e gratuitos os cuidados primários de saúde”.
A falta de um sistema de saúde eficaz tem consequência profunda no desenvolvimento dos seres humanos. A falta de um sistema de saúde atenta contra a dignidade do ser humano, que por vontade própria, através da sua natureza socializadora, institui por meio de eleições periódicas o poder público-político. Todavia, o poder político é uma consequência da vontade dos indivíduos, por isso, deve o poder público-político procurar realizar as necessidades básicas das populações. Para uma boa execução de políticas públicas deve-se exaltar o mérito.
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