PAULO WHITAKER

Genival Inácio da Silva tinha 79 anos e lutava contra um tipo de cancro raro que afetava os vasos sanguíneos.

A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva pediu à justiça que o ex-Presidente brasileiro saia temporariamente da prisão, onde se encontra, para assistir ao velório e funeral do seu irmão mais velho, que morreu na terça-feira.
Genival Inácio da Silva tinha 79 anos e lutava contra um tipo de cancro raro que afetava os vasos sanguíneos, confirmou o Partido dos Trabalhadores (PT) em comunicado.
Os advogados solicitaram que Lula da Silva deixe a prisão para poder assistir ao velório do irmão, previsto para esta terça-feira, e ao funeral, que está programado para a manhã de quarta-feira, na cidade de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, de acordo com o pedido.
A defesa recordou ainda que a lei estabelece que se trata de "um direito do cidadão em situação de prisão, deixar temporariamente as instalações em que se encontra, na hipótese de falecimento de um irmão, como é o caso".
O PT lamentou a morte do irmão mais velho de Lula e expressou o desejo de que o ex-chefe de Estado possa sair da prisão, onde está detido desde abril de 2018, para comparecer ao funeral do irmão, conhecido como 'Vavá'.
"Lula tinha em 'Vavá' uma figura paterna. As nossas condolências à família. Um abraço afetuoso e de força a Lula. Esperamos que possa ver 'Vavá' pela última vez", frisou a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, numa mensagem partilhada na rede social Twitter.
A ex-Presidente Dilma Rousseff afirmou que "recebeu com grande tristeza a notícia" e, tal como Hoffmann, disse esperar que "o Presidente Lula possa pelo menos despedir-se do seu querido irmão".
Lula, que chefiou o Brasil de 2003 a 2010, encontra-se preso na sede da Polícia Federal Curitiba, depois de ter sido condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, numa investigação da operação Lava Jato.
Na sua sentença, um tribunal de segunda instância deu como provado que Lula recebeu um apartamento de três andares, localizado numa praia de São Paulo, em troca de favores concedidos à empresa construtora OAS, situação que o ex-Presidente nega veementemente.
Os advogados de Lula pediram em várias ocasiões a liberdade do antigo governante, que consideram uma vítima de "perseguição política e judicial", mas as exigências foram descartadas em todos os casos.
Além desta condenação, Lula responde ainda por outros processos na justiça, a maioria deles por corrupção.
Lusa