31 de Janeiro 22h05 - 67 Visitas
Electricidade de Moçambique acusa Mateus Magala, anterior Presidente do Conselho de administração da empresa, de se ter precipitado ao afirmar que havia esquemas de corrupção na compra de contadores de energia.
Um dos maiores marcos da administração de Mateus Magala, enquanto Presidente do Conselho da Administração foi a descoberta de possíveis esquemas de corrupção na compra de contadores de electricidade.
Magala fundamentava a sua descoberta dizendo que, na verdade, os contadores que eram comprados a 120 dólares custavam 30 dólares. Ou seja, 90 dólares estavam a ser perdidos.
Mas Magala também levantou a possibilidade dessa verba ser perdida no processo de procurement que era usada pela firma na altura, por isso decidiu que iria introduzir novas regras de procurement para o processo.
Ontem (30), passados poucos meses depois da partida de Mateus Magala para a vice-presidência dos Recursos Humanos do Banco Africano de Desenvolvimento, o actual elenco desmente toda a informação dizendo que “houve precipitação na forma coimo as contas foram apresentadas”.
A nova versão dos factos foi apresentada ontem pelo porta-voz da instituição, Luís Amado, numa conferência de imprensa sobre o exercício económico 2018.
Amado explica que, afinal, nem todos os contadores custavam 120 dólares e nunca houve nenhum valor desviado.
E a explicação é a de que, por um lado, “desde que a empresa está a comprar contadores de credelec”, “o contador monofásico na empresa sempre custou 55 e 60 dólares”. E por outro lado, “o contador que custa 120 dólares é o contador trifásico”.
O porta-voz explica que pode ter havido uma baixa nos preços deste instrumentos, mas nada que tenha haveria com possíveis esquemas e sim deriva do “avanço da tecnologia que torna as coisas mais baratas”.
Mais adiante Luís Amado disse que uma vez não ter havido nenhuma irregularidade, o sistema de procurement da empresa continua intacto.
Mais um contraditório ao que Magala defendia. Este queria que a EDM fosse comprar directamente os contadores, ao invés de contratar uma empresa para o efeito.
Mas, curiosamente, e apesar de, supostamente não haver nenhuma irregularidade, a EDM contratou uma empresa estrangeira para fazer uma assessoria sobre os processos de procurement na Electricidade de Moçambique.
E Luís Amado justifica isso dizendo que o objectivo é “tornar a empresa melhor auditável”.
PREJUÍZO 2018: USD 100 MILHÕES
Sobre o exercício económico 2018, a empresa registou um prejuízo de 100 milhões de dólares norte-americanos.
São perdas que se podem dividir em perdas comerciais, tal como roubo de material eléctrico e ligações clandestinas, assim como perdas técnicas, como o facto de o equipamento já estar em estado avançado de degradação, sendo que “algum dele é do tempo colonial e precisa de ser melhorado, temos de colocar redes e subestações para se fazer energia com menos perdas”, explica Amado.
Mas nem tudo correu mal no ano passado. A EDM fez mais 247 mil ligações ao longo de todo o país, aproximando-se cada vez mais do objectivo do Programa de Energia para Todos até 2030, que é que todas sedes distritais tenham acesso à Rede Nacional de Energia.
Projecto de Panda Nkuwa espera pelo fecho financeiro
Electricidade de Moçambique revelou ontem que o projecto de exploração de Panda Nkuwa está neste momento refém do fecho financeiro e também de um parceiro para comparticipar com a EDM e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa, que são actualmente os únicos integrantes do consórcio que se repartiram as acções ao meio.
“Com a chegada de um parceiro privado cada um de nós vai tirar uma parte para esta particpação”.
Neste momento o maior impasse é a falta de um comprador dos cerca de 1 500 megawatts energia que poderá ser produzida naquela hdroeléctrica durante 40 anos.
Luís Amado revelou, porém, que a África dio Sul é um potencial comprador de grande parte desta quantidade. “Ficámos a saber que a África do Sul está a fazer restrições na distribuição da electricidade”, ou seja, falta energia naquele país.
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