quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

"As armas estão prontas para defender" Maduro diz ministro da Defesa


O ministro da Defesa da Venezuela disse hoje que "as armas estão prontas" para defender o país e o Presidente Nicolás Maduro, cuja legitimidade é contestada pela Assembleia Nacional venezuelana e por vários países, nomeadamente os Estados Unidos.

"As armas estão prontas para defender" Maduro diz ministro da Defesa
Notícias ao Minuto
HÁ 13 HORAS POR LUSA
MUNDO VENEZUELA
"As armas estão prontas para defender o país e está também o espírito libertário, bolivariano, chavista das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) para executar com força, eficácia e com mística e com espírito militar a tarefa constitucional que nos confere", afirmou Vladimir Padrino, numa cerimónia com militares que também contou com a presença de Nicolás Maduro.
Junto a Maduro, o ministro da Defesa reiterou a sua lealdade, frisando na ocasião que todos os militares reconhecem o líder do regime chavista como o único Presidente e o único comandante chefe das FANB.
"Estamos prontos para defender o Presidente Nicolás Maduro (...) defender tudo o que representa a institucionalidade à luz das nossas leis, do nosso povo e da sua vontade", prosseguiu.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional (parlamento), o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que "colaborarem com a restituição da democracia".
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
Na mesma intervenção, Vladimir Padrino reafirmou que o alto comando militar rejeita manobras golpistas e de traição, declaração que foi interpretada como uma resposta à proposta de Guaidó de amnistiar os funcionários e militares que desobedecessem a Maduro.
Durante a mesma cerimónia, o comandante estratégico operacional das FANB, Remigio Ceballos, denunciou movimentações suspeitas a partir da Colômbia e de outros países, momentos depois de Maduro ter acusado militares que desertaram de se terem tornado "mercenários" e de estarem a conspirar contra a Venezuela a partir do território colombiano com o objetivo de dividir o exército venezuelano.
Remigio Ceballos também reiterou o seu apoio e reconhecimento a Maduro, considerando que a união cívico-militar é "a melhor arma" para "vencer e resistir a qualquer agressão".
"A união é onde está a nossa maior força, a lealdade ao nosso presidente", acrescentou.
Na terça-feira, Nicolás Maduro anunciou a criação de 50 mil unidades cívico-militares para defender o país dos "ataques do império norte-americano", que, insistiu, estão a promover um golpe de Estado contra o seu Governo.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
A União Europeia (UE) fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram, na sexta-feira, ser de oito dias, findo o qual o bloco comunitário reconhece a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

Sem comentários: