30 de Janeiro 21h11 - 9 Visitas
Samora Machel Júnior defende convocação de uma reunião magna da Frelimo, para discutir a actualidade do partido e do país. A ideia consta de uma carta enviada pelo Samito ao Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi.
Através desta carta que já circula nas redes sociais desde já há alguns dias, Samora Machel Júnior fala da situação actual da Frelimo, que segundo escreve, trava hoje aquela que classifica como a “batalha mais complicada de todas.?
Diz Samito, em alusão ao seu partido que o “inimigo conseguiu infiltrar-se entre nós e, mais grave ainda, o Povo está a abandonar-nos.”
Com as dívidas ocultas no centro da questão, Samito fala de oito assuntos que considera estarem a gerar efeitos negativos para a Frelimo, nomeadamente,
O envolvimento de altos quadros do Partido no esquema da fraude;
O posicionamento do Partido na legitimação das garantias soberanas ilegalmente concedidas.
A inclusão dessas dívidas, contraídas por empresas privadas, no orçamento do Estado, fazendo que o seu pagamento atravesse, pelos menos, duas gerações de Moçambicanos;
O crescimento e perpetuação da insegurança de bens e pessoas no norte do país, sem capacidade de controlo do crescente extremismo étnico que está evidente;
Destruição económica das empresas públicas e privadas da nossa economia;
A degradação de Moçambique nos índices de negócios e corrupção internacionais;
A instabilidade do sector monetário, com a agravante do processo que nos levou, de forma absurda, ao apagão dos sistemas de pagamento electrónico por vários dias;
A exploração cartelizada dos nossos recursos naturais e minerais, do gás às florestas, passando pelos recursos hídricos e agrícolas;
Ainda da situação interna, recorda o seu afastamento da corrida nas internas para a candidatura ao município do Maputo e diz mesmo que nunca o nosso Partido foi tão propenso a atropelos estatutários como o foi nos últimos anos, onde, a vários níveis da hierarquia, imperou um desrespeito pelas normas que deveriam servir para o não funcionamento das instituições.
Por estas e vários outros aspectos que descreve na carta, Samito ergue a voz que considera ser em nome das bases e de milhões de moçambicanos, para pedir uma atitude da direcção do partido.
“Camarada Presidente, é tempo de se tomar acções decisivas e voltar a encarreirar o Partido no caminho certo, ao lado do Povo. A convocação de uma reunião magna, para discutir, sem reservas e limitações, o estado atual do Partido e do País, é uma obrigação inevitável à luz do seu mandato. Eu, como milhões de Moçambicanos, aguardamos a sua posição” conclui.
A carta é datada de 25 de Janeiro corrente e tinha como destinatário Filipe Nyusi, com o conhecimento de Roque Silva, o secretário-geral do Partido, e os antigos presidentes do partido, nomeadamente, Joaquim Chissano e Armando Guebuza
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