quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Maduro diz que vai criar 50 mil milícias para defender o país de “ataques do império norte-americano”


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O Presidente da Venezuela insistiu na necessidade de atingir os dois milhões de milicianos até 13 de abril. E invocou o rabisco num caderno com que John Bolton apareceu: 5000 tropas para a Colômbia.
Maduro pretende criar "umas forças profissionais, um sistema de armas e uma capacidade de desdobramento operacional"
AFP/Getty Images
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  • Agência Lusa
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou esta terça-feira a criação de 50 mil unidades cívico-militares para defender o país dos “ataques do império norte-americano”, que, insistiu, estão a promover um golpe de Estado contra o seu Governo.
Anuncio ao país a criação de mais de 50 mil unidades de defesa populares em todos os bairros e cidades do território nacional. Vamos, milícia, organizar o povo para que complete a vitória das nossas Forças Armadas”, disse.
Nicolás Maduro falava no estado venezuelano de Arágua (100 quilómetros a oeste de Caracas), na Base Aérea Libertador, durante uma iniciativa em que foram realizadas manobras militares conjuntas entre a Aviação Militar Bolivariana e a 42.ª Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Bolivariano. São manobras preparatórias dos exercícios “Bicentenário de Angostura” 2019, que vão decorrer entre 10 e 15 de fevereiro em várias regiões do país.
Nicolás Maduro vincou que “a Venezuela necessita de umas Forças Armadas Bolivarianas ao nível das necessidades, para garantir a integridade territorial, a paz da República, a união cívico-militar e o respeito pela Constituição”.
O chefe de Estado insistiu na necessidade de atingir a meta de dois milhões de milicianos antes de 13 de abril (data em que, em 2002, o ex-Presidente Hugo Chávez regressava a Miraflores, depois de um golpe de Estado que o afastou temporariamente do poder) para conseguir criar as unidades de defesa em todo o país.
Umas forças profissionais, um sistema de armas e uma capacidade de desdobramento operacional que garantam a persuasão suficiente para que jamais o império norte-americano pense tocar um palmo do território sagrado da pátria”, disse.
Nicolás Maduro acusou ainda o conselheiro de Segurança dos Estados Unidos da América de tentar fazer uma “guerra psicológica” contra o país.
“Ontem [segunda-feira], John Bolton apareceu [nas televisões] com uma pasta, provocando uma guerra psicológica, dizendo que vão enviar cinco mil tropas para a Colômbia. Isso é uma forma infantil de dirigir uma política externa desde a Casa Branca”, disse. O chefe de Estado referia-se ao caderno que o conselheiro da Segurança Nacional dos EUA levava na mão e em que estava escrito “5000 tropas para a Colômbia”, país vizinho da Venezuela.
Maduro explicou que nos primeiros seis anos de mandato desencadeou “uma revolução militar para fortalecer as capacidades técnicas, morais e tecnológicas de todo o tipo, para fortalecer o poder militar” da Venezuela.
“Hoje posso dizer que a Venezuela tem as melhores e mais poderosas Forças Armadas Bolivarianas”, frisou.

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