Acusado de sete crimes e sem acesso à defesa
- Esposa do arguido lamenta o procedimento, mas, jurando inocência do marido, diz-se tranquila na fé de que tudo vai terminar bem
Inicialmente “raptado” no dia 1 de Agosto do ano passado, à entrada de um estabelecimento hoteleiro no centro do distrito de Palma, Andre Hanekon já tem uma acusação formal lavrada pela Procuradoria Provincial de Cabo Delgado.
Entretanto, o arguido não tem acesso a qualquer advogado. Nem a família, incluindo a esposa, Francis Hanekon, tem acesso ao acusado para, pelo menos, perguntá-lo sobre o conhecimento que tem em torno da acusação das autoridades de defesa, segurança e judiciais da República de Moçambique.
Ontem, o mediaFAX falou com Francis, que voltou a jurar inocência do seu marido e diz-se tranquila na fé e crença de que “um dia tudo se vai esclarecer”. Ela lamenta o facto de o seu marido estar privado completamente de defesa e de contacto com a família e recorda que não existe qualquer crime no mundo que prive os acusados de acesso à defesa e de contacto familiar, pelo que apela as autoridades a agirem de outra maneira.
Inicialmente, recorde-se, as autoridades encenaram que o desaparecimento de Andre Hanekon, a 1 de Agosto de 2018, tinha resultado de um rapto protagonizado por malfeitores com objectivo de extorquir dinheiro. Mais tarde inventaram um resgate e chegaram mesmo a obrigar o acusado a dizer publicamente que tinha sido recuperado pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS). Foi ainda coagido a dizer que continuava nas mãos das autoridades policiais por uma questão de segurança dele próprio. “É muito triste tudo que está a acontecer com o Andre. Ele não tem nada a ver com tudo isso. Ele está a sofrer sem culpa nenhuma” – disse Francis, para quem, apesar de tudo “estou tranquila ecalma e acredito que no fim, tudo se vai explicar e ficara provado que o Andre é inocente”. “Eu conheço o Andre e as pessoas também o conhecem. Ele não pode ter nada a ver com esta confusão toda. O importante agora é ele ter acesso a advogado e à família” – pediu Francis Hanekon, contabilizando 85 dias sem qualquer contacto com o seu marido, por impedimento das autoridades ligadas à defesa e segurança.
A acusação da Procuradoria Provincial de Cabo Delgado aponta Andre Hanekon como líder e financiador do grupo que desde Outubro de 2017 tem estado a criar terror nos distritos da região norte de Cabo Delgado, em acções caracterizadas por assassinatos, incêndios e destruição de residências e ainda pilhagem de bens alimentares pertencentes às populações. Diz a acusação que Hanekon pagava um salário mensal na ordem de 10 mil Meticais a cada integrante do grupo. São, no total, sete os crimes pelos quais o empresário sul-africano é acusado.
- Esposa do arguido lamenta o procedimento, mas, jurando inocência do marido, diz-se tranquila na fé de que tudo vai terminar bem
Inicialmente “raptado” no dia 1 de Agosto do ano passado, à entrada de um estabelecimento hoteleiro no centro do distrito de Palma, Andre Hanekon já tem uma acusação formal lavrada pela Procuradoria Provincial de Cabo Delgado.
Entretanto, o arguido não tem acesso a qualquer advogado. Nem a família, incluindo a esposa, Francis Hanekon, tem acesso ao acusado para, pelo menos, perguntá-lo sobre o conhecimento que tem em torno da acusação das autoridades de defesa, segurança e judiciais da República de Moçambique.
Ontem, o mediaFAX falou com Francis, que voltou a jurar inocência do seu marido e diz-se tranquila na fé e crença de que “um dia tudo se vai esclarecer”. Ela lamenta o facto de o seu marido estar privado completamente de defesa e de contacto com a família e recorda que não existe qualquer crime no mundo que prive os acusados de acesso à defesa e de contacto familiar, pelo que apela as autoridades a agirem de outra maneira.
Inicialmente, recorde-se, as autoridades encenaram que o desaparecimento de Andre Hanekon, a 1 de Agosto de 2018, tinha resultado de um rapto protagonizado por malfeitores com objectivo de extorquir dinheiro. Mais tarde inventaram um resgate e chegaram mesmo a obrigar o acusado a dizer publicamente que tinha sido recuperado pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS). Foi ainda coagido a dizer que continuava nas mãos das autoridades policiais por uma questão de segurança dele próprio. “É muito triste tudo que está a acontecer com o Andre. Ele não tem nada a ver com tudo isso. Ele está a sofrer sem culpa nenhuma” – disse Francis, para quem, apesar de tudo “estou tranquila ecalma e acredito que no fim, tudo se vai explicar e ficara provado que o Andre é inocente”. “Eu conheço o Andre e as pessoas também o conhecem. Ele não pode ter nada a ver com esta confusão toda. O importante agora é ele ter acesso a advogado e à família” – pediu Francis Hanekon, contabilizando 85 dias sem qualquer contacto com o seu marido, por impedimento das autoridades ligadas à defesa e segurança.
A acusação da Procuradoria Provincial de Cabo Delgado aponta Andre Hanekon como líder e financiador do grupo que desde Outubro de 2017 tem estado a criar terror nos distritos da região norte de Cabo Delgado, em acções caracterizadas por assassinatos, incêndios e destruição de residências e ainda pilhagem de bens alimentares pertencentes às populações. Diz a acusação que Hanekon pagava um salário mensal na ordem de 10 mil Meticais a cada integrante do grupo. São, no total, sete os crimes pelos quais o empresário sul-africano é acusado.
A detenção de Hanekon aconteceu em Agosto do ano passado, depois de ele ter recebido alta do Hospital Provincial de Pemba, mas as autoridades nunca admitiram a detenção dele, tendo sempre justificado que estavam a garantir a segurança daquele porque estava a ser seguido por supostos raptores. A detenção, entretanto, só foi confirmada, segundo a procuradoria, em Dezembro último. Mesmo assim, a Polícia nunca admitiu isso.
O processo tem o numero 354/2/P/2018, de 17 de Dezembro, com a acusação a apontar o empresário sul-africano e mais outros quatro cidadãos, dos quais dois moçambicanos e dois de nacionalidade tanzaniana.
Refere o MP que as investigações do Serviço de Investigação Criminal conseguiram encontrar, na residência de Hanekon, catanas, arcos, pólvora, foguetes e flechas. Por serem armas proibidas, foram consideradas provas contra o acusado.
Há ainda, de acordo com a acusação, provas documentais, periciais e ainda a confissão de alguns arguidos. Entende a acusação que a ideia de anexar a região norte de Cabo Delgado à região sul da Tanzânia é o principal objectivo do grupo comandando pelo empresário sul-africano, ao mesmo tempo que pretende impedir a exploração do gás natural de Palma.(I. Bata)
MEDIA FAX – 04.01.2019
NOTA: Tudo isto não passa de uma fantasia policial. Nada disto tem lógica.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted at 12:47 in Defesa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos, África - SADC | Permalink
Entretanto, o arguido não tem acesso a qualquer advogado. Nem a família, incluindo a esposa"
Já tem acusação lavrada para uma pessoa que já foi assassinada pela Frelimo. Para a Frelimo é claro, se está morto para quê precisa de advogado. A Frelimo não entende essa linguagem advogado de defesa.