sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

"Entourage” Guebuza entre os arguidos do caso da “dívida oculta”


Entre os 18 arguidos do processo crime da “dívida oculta” (diferente do processo cível agora em julgamento pelo Tribunal Administrativo) estão as principais figuras que rodeavam o antigo Presidente Armando Guebuza. Inês Moiane, a secretária particular do ex-presidente recebeu milhões de USD de pagamentos feitos a partir das contas da Privinvest, o grupo de Abu Dhabi que rendeu lucros sem fornecer as encomendas correspondentes aos dinheiros que facturou. Inês Moiane anda se passeando fora do país, mas já está a ser procurada pela justiça moçambicana. Aliás, o Ministério Público deverá, dentro de poucas semanas, deduzir acusação contra os 18. Alguns deverão receber ordem de prisão preventiva.
Outra figura próxima do Guebuzismo também arguida é Renato Matusse, que era seu Conselheiro. Matusse também recebeu largas somas de dinheiro cujo rasto mostrava origem na Privinvest. Parte do suborno foi alegadamente gasto na compra de gado em Gaza, sua terra natal, e em apartamentos em Maputo. Um dos apartamentos comprados por Renato Matusse localiza-se no prédio do antigo Cinema Xenon, na zona nobre da Polana, na “Julius Nyerere”, em Maputo.
O apartamento pertencera à jurista Neuza de Matos, que foi conselheira legal de Armando Guebuza e mais recentemente estava afecta ao gabinete do Primeiro Ministro, tendo-se reformado há poucos meses. Quando Neuza de Matos informou aos colegas que estava a vender uma casa, Matusse ofereceu-se para comprá-la, alegando que era autor-residente da Editora Macmillan e que estava a receber tranches de seus honorários. Mas o dinheiro não chegou da Macmillan mas sim da Privinvest. Matusse estava a fazer lavagem. Neuza de Matos, mesmo sem saber a proveniência dos fundos, acabou participando na lavagem, de forma alegadamente inocente. E, por isso, ela também é arguida.
A referência de Matusse à Macmillan baseava-se num antecedente: em 2004 ele publicou um livro biográfico de Armando Guebuza com o título “Guebuza: A Paixão Pela Terra”. “Carta” vasculhou o website da Macmillan e descobriu que Matusse não está na lista dos autores considerados da casa. O único livro por ele publicado sob aquela chancela foi esse sobre a vida e percurso político de Guebuza. É improvável que, com esse livro, ele tenha ganho vários milhares de USD suficientes para adquirir um apartamento na "Julius Nyerere". Uma fonte do sector imobiliário disse à “Carta” que um apartamento no prédio em referência, construído recentemente custa em média 500 Mil USD.
O investimento no imobiliário foi uma das formas recorrentes de lavagem de dinheiro apurada pelos investigadores do Ministério Público moçambicano. Inês Moiane tem vários apartamentos em prédios nobres de construção recente. Outra arguida também “cheia” de dinheiro e casas é Ângela Diniz Buque. Ela é casada com Gregório Leão José, antigo director do SISE, também arguido. Leão foi uma das figuras por detrás da orquestração inicial do calote, protegendo todos os passos sinistros de António Carlos do Rosário, com que tem laços familiares. Ângela Leão tem um império imobiliário em Maputo e contas bancárias chorudas. Logo que a Privinvest iniciou a distribuição de subornos, com base numa planilha controlada por Iskandar Safa (o mestre do suborno), ela se multiplicou em negócios de variada natureza, um dos quais era um serviço de transporte de luxo.
Mergulhada na dinheirama, fundou a MozCeleb, uma revista luxuosa que se dedicava ao jetsetismo local de pés de barro. Os detalhes sórdidos de como uma falsa riqueza foi usada por figuras do elitismo nacional beneficiária do calote ainda vão ser desbobinados. A ostentação nas redes sociais era uma das marcas de àgua de outro arguido, Teófilo Nhangumele. Pessoas próximas estranhavam como ele evoluiu rapidamente na posse de bens de luxo, incluindo uma paixão repentina por motorizadas de alta cilindrada.
Muitos pagamentos de suborno da Privinvest entraram em Moçambique por via de empresas privadas, algumas do sector imobiliário, também elas arroladas. Ainda não apuramos os seus nomes, mas constam da lista conhecidas entidades comerciais de moçambicanos de origem indiana ou árabe, e proprietários de casas de câmbio que participaram nos esquemas de lavagem. Uma grande empresa de construção também está na lista. Os investigadores estão a fazer um inventário minucioso dos bens adquiridos pelos arguidos com os dinheiros dos subornos pagos pela Privinvest. A ideia é tentar confiscar o máximo possível mesmo antes de o julgamento do caso relacionado terminar nos EUA, uma vez que a acusação americana pretende fazer um “confisco alargado” das propriedades dos visados.
Nos próximos dias, a lista completa dos 18 será conhecida. O Ministério Público espera deduzir a acusação contra os 18 arguidos muito brevemente. Mas o número poderá aumentar. Houve muita gente que se beneficiou destes dinheiros sujos. Alguns já contactaram o Ministério Público para declarar que são inocentes, que apenas receberam dinheiro fácil. Uma nota curiosa: nem o nome de Armando Guebuza nem dos seus filhos Dambe e Mussumbuloko, que estavam na lista de quebra de sigilo bancário de 2017 constam entre os 18. Outra nota curiosa: Inês Moiane, a ex-secretária de Guebuza, que se tem declarado inocente em conversas privadas, não constava naquela lista do sigilo bancário. Aquando da sua publicação, essa ausência foi estranhada por muita gente integrante da “entourage” guebuzista. Inês era a toda poderosa, que mandava e desmandava em todos, e ostentava um poder excessivo, não apenas decorrente dessa sua estreita proximidade a Guebuza mas também porque encaixara muitos tostões do calote. Era apenas o poder simbólico e efémero do dinheiro...de um dinheiro que tinha sido lavado para parecer limpo.
(Marcelo Mosse).
NOTA:
Imagens:1. Renato Mathusse, 2, Gregorio Leão e 3. o "Tó" (individuo A)
Comentários
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  • Unay Cambuma INBOX
    Boa tarde ilustre .venho por este meio lamentar a corrupcao na escola primaria do 1/2 grau de rio das pedras no distrito de massinga.os alunos sao cobrados 100 mt cada ,para a construcao de salas estragadas pelo ciclone dineo e constucao de outr
    a escola para servir de secundaria .caso nao pagar nao faz matricula .afinal quem é responsavel pela construcao de escolas ?é o governo ou é a populacao? Ajuda me mano unay
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  • Nire Ernesto Manhalo Sem palavras...
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  • Watson Jamaica Winesse Winesse Ainda não fizemos nada, épaize amercana qui xtaõ adever? Nachina não nte divida?????
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  • Joaquim Mavone Ainda vamos descobrir mais arguidos nesse caso das Dívidas.
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  • Subterrâneo MC Ras Samuel Estou a duvidar dessa confiscação, e também reage a confiscação pelos EUA.
  • Paulo Tome Felisberto O partido de camarada esta pra terminar,RDC quem ganhou é oposição, sabem porque?????
  • Pedro Ginaio Nem esses que receberam aquele dinheiro de 7 milhoes de meticais nos distritos vao ser ouvidos nos tribunais e vao ser sacionados aquem nao devolveu este dinheiro ,mocambique vai ficar vasio
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  • Levi Timana Assim tem que ser... E é o fim do partido dos camaradas...
  • Mauricio Naife Naife Por mim os tubaroes deveriam desfilar todos com o MC no USA e o peixe miudo ca em Moz , uma vez que acho ser mais facil pra a mana BIA escamar sardinha do k. Tubaroes ! ! !
  • Jorge Ermelindo A justiça moçambicano demorou, os Americanos vão levar esse dinheiro porque querem construir muro na fronteira, os seus cúmplices vão denunciar Gubas
  • NicriSs Manejo Jr. Ainda vai rolar muita tinta e muitas cabeças de lista pras grades.

5 comentários:

Anónimo disse...

PEDRO PEDRO, UM MOÇAMBICANO
Vale a pena tarde que nunca.
Obrigado Governo dos Estados Unidos de América

Nós os moçambicanos vivemos como um rebanho sem pastor, desde que saíram os portugueses de Moçambique. Todo o Mundo sabe disto.
Os Portugueses quando saiam disseram firmemente, vocês hão-de se comer uns aos outros. Governar não é fácil.
Não passou muito tempo, a profecia tomou lugar.
Logo que Portugal entregou a chamada independência à Moçambique, todos os Portugueses foram espoliados e em seguida foram todos escorraçados. Mas o principal alvo da Frelimo eram os Moçambicanos, principalmente os moçambicanos do Norte, os chamados chigondos, pelos moçambicanos do Sul.
A Frelimo pretendia pisar-nos sem oferecer resistência, sem podermo-nos defender.
Planificaram que todos os moçambicanos vivessem em aldeias comunais sem direito a propriedade pessoal.
Na década 80 iniciaram a criação de aldeias comunais, lá as pessoas viviam como propriedade de um dono. A pesar de fazerem produção, recebiam comida em bichas nas horas de refeições para irem comer nas suas casas. Para além das aldeias comunais havia cadeias de reeducação ou campos de concentração onde as pessoas eram duramente castigadas por tudo e por nada.
Foram os campos de concentração que produziram a Renamo que veio combater não só campos de extermínio, mas também aldeias comunais, execuções sumárias extrajudiciárias, governo de puder absoluto e monopartidário e exclusão social. Contudo, a Renamo ainda não venceu estas batalhas, precisa de ajuda. O seu ditoso presidente Dhlakama acabou por morrer de diabete no mato, depois de sofrer três emboscadas militares por ordem secreta do governo central para silenciar reclamações sobre fraudes eleitorais. Corriam os anos 2015 e 2016.
Sabe se que diabete é uma doença geralmente causada por um prolongado estado de stress.
Na década 60 foram sacrificados Filipe Samuel Magaia e Eduardo Mondlane.
A partir da segunda metade da década 70 foram espalhados por todo Moçambique centros de extermínio, também conhecidos por campos de concentração ou de reeducação, ou de vergonha, com base no princípio de limpeza do chamado inimigo interno.
Alguns dos campos de extermínio
Província de Gaza – campo de Manjacaze
Província de Inhambane – Campo de Panda
Província de Gorongosa – Campo de Sacuzo
O campo de extermínio de Sacuzo foi o berço da Renamo, é lá onde saíram André e seus primeiros companheiros.
Província da Zambézia – campo de Milanje em Mulumbo – para testemunhas de Jeová, por objecçaõ de consciência e recusa de saudar a bandeira.
Província de Niassa – campo de Mswaize no Distrito de Sanga; campo de Naisseko; campo de Musause no Distrito de Mataca; campo de Luplichi; campo de Ilumba; Campo de Muembe ; campo de Mutelela no Distrito de Majune.
O campo de Mutelela ou M’telela foi o mais tenebroso; dos mais de 1800 prisioneiros sobreviveram menos de 100; este centro recebeu prisioneiros de Nachingweia.
Primeira Parte

Anónimo disse...

Em Mutelela esteve Adelino Guabe, o fundador da Frelimo e da Coremo, Reverendo Urias Simango vice presidente da Frelimo e sua esposa Celina, Paulo Gomane, Narciso Imbule; estiveram antigos comandantes de elite entre eles Pasqual Almeida Nhampulo, Pedro Simango, Januário Napululo, Lazaro Kavandame, Verónica, Dr. João Unhai, Engenheiro Marqueza, o Professor Doutor Kambeu de direito internacional, Dra Joana Simeão da FRECOMO, O primo de dr. Mondlane – Pedro Mondlane e outros.
A maior parte dos prisioneiros de Mutelela foram queimados vivos depois de terem sido regados com gasolina por cima de lenha numa vala cavada para o efeito.
Província de Cabo Delegado - campo de Bilibiza, campo de Ruarua, na povoação de Machomue, ao longo do rio Omba, perto da Montanha de Litibula; campo de Liqueni, perto de Ruarua; campo de Muatide, conhecido por Moçambique D.
A Frelimo não tem legitimidade de existência como Partido, vejamos!
No primeiro Congresso da Frelimo realizado de 23 a 28 de Setembro de 1962, foram tomadas duas importante e fundamentais decisões que serviam de alicerce para a própria existência da Frelimo.
As duas decisões rezavam o seguinte:
Primeiro, foi decidido que a Frelimo não devia existir como partido, mas apenas como uma organização militar. Esta decisão provém do facto da Frelimo ter sido resultado da fusão de três partidos, MANU, UDENAMO E UNAMI. Pretendia-se evitar o surgimento de atritos provenientes de convicções partidárias, durante a luta armada. Por isso a organização militar foi designada uma frente de libertação.
Segundo, igualmente no primeiro Congresso foi decidido que logo depois da Independência, a Frelimo devia deixar de existir, para os seus membros formarem novos partidos para concorrerem nas eleições gerais numa base de estado multipartidário.
Durante a luta armada, ainda na década 60, surgiu no seio da Frelimo uma luta desenfreada pela hegemonia do puder. Um grupo liderado por Samora Machel, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano entre outros, mataram Filipe Samuel Magais, chefe do Departamento de Defesa e Segurança, Eduardo Mondlane, Urias Simango e muitos ouros. Assaltaram o puder, inviabilizaram o Congresso, formaram novo comité central que proclamou Samora Machel como presidente da Frelimo, sem ser por via do congresso e desencadearam limpeza de inimigos internos.
Conforme os estatutos da Frelimo, o presidente da Frelimo é eleito pelo Congresso.
A independência de Moçambique não foi conquistada no campo da Batalha, a Frelimo está a mentir. A Independência de Moçambique foi concedida no dia 25 de Junho de 1975.Nessa altura a Frelimo estava confinada apenas em três províncias, Niassa, Cabo Delgado e Tete. E nestas províncias não chegou de ocupar se quer 20% de superfície. Por outro lado, o exército Português era de longe muito numeroso e altamente equipado. A independência das colonias portuguesas deveu-se ao golpe de estado em Portugal no dia 25 de Abril de 1974 devido a formação e integração de novos oficiais militares. Esse fenómeno de ocorrer golpe de estado devido a formação de novos oficiais militares não é único no Mundo. Portugal levou muito tempo sem modernização no exército, exatamente com receio de golpe de estado, durante o governo de Salazar. Assim, os oficiais eram maioritariamente velhos. Quando entra Marcelo Caetano, muitos países europeus já tinham exercito modernizado o que constituiu uma pressão para o governo de Marcelo Caetano. Mas quando se abre uma escola de oficiais militares, os primeiros oficiais formados fizeram golpe. Contudo a Frelimo anda a apregoar em toda parte e em todos os dias que conquistou a independência de Moçambique no campo da batalha e por isso é libertador, o que é pura mentira. Não estamos aqui a dizer que a guerra de libertação levada a cabo pela Frelimo durante 10 anos foi inoportuna e inútil, mas a independência foi concedida enquanto a Frelimo estava ainda no seu berço. E que Niassa, Cabo Delgado e Tete foram Províncias berçárias da Frelimo.

Segunda parte

Anónimo disse...

A Resolução 1514 de ONU sobre a Descolonização
O texto institucional da descolonização surgiu em 14 de Dezembro de 1960, exprimindo o desejo de que os territórios autónomos ou sob tutela atingissem rapidamente sua independência. “I) A sujeição dos povos a uma subjugação, a uma dominação e a uma exploração estrangeira constitui uma negação dos direitos fundamentais do homem, contrários à Carta das Nações Unidas e comprometedores da causa da paz e da cooperação mundiais. 2) Todos os povos têm direito à livre - determinação; em virtude deste direito, eles determinam livremente seu estatuto politico e buscam livremente seu desenvolvimento económico, social e cultural. 3) A falta de preparação no domínio político, económico ou social ou no campo da educação não devem jamais servir de pretexto para o retardamento da independência. 4) Será posto fim a toda acção armada e a todas as medidas de repressão, de qualquer tipo que sejam, dirigidas contra os povos dependentes, para permitir a estes povos exercerem pacífica e livremente seu direito à independência completa, e a integridade de seu território nacional será respeitada. 5) Serão tomadas medidas imediatas nos territórios sob tutela, os territórios não - autónomos e todos os outros territórios que ainda não atingiram a independência, pela transferência de todo poder aos povos desses territórios; sem nenhuma condição nem reserva, conforme a sua vontade e seus votos livremente expressos, sem nenhuma distinção de raça, de crença ou de cor, a fim de permitir-lhes gozar uma independência ou uma liberdade completas. 6)Toda tentativa visando destruir total ou parcialmente a unidade nacional e a integridade territorial de um país é incompatível com as finalidades e os princípios da Carta das Nações Unidas. 7) Todos os Estados devem observar fiel e estritamente as disposições da Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a presente Declaração sobre a base da igualdade, da não - ingerência nos assuntos internos dos Estados e do respeito aos direitos soberanos e à integridade territorial de todos os povos”.
Aqui está a resolução da Organização das Nações Unidas que foi o motor das Independências das colónias portuguesas, depois do golpe de estado em Portugal, no dia 25 de Abril de 1974. Esta resolução explica porque no ano de 1960 10 colónias africanas obtiveram independência mesmo sem guerra.
Entende-se que as Independências dos territórios ainda sob o jugo colonial constituíam uma inevitabilidade histórica e, a Democratização de Moçambique é também uma inevitabilidade histórica. E ainda é uma inevitabilidade histórica a integração de Moçambique na Globalização.
A Frelimo manifesta forte ignorância quando insistentemente recusa a democratização do País e só aceita quando rebocada.
Logo depois da Independência de Moçambique surge guerra que levou 16 anos por causa de uma administração criminosa da Frelimo, formada na sua maioria por indivíduos semianalfabetos que agiam atabalhoadamente.
O povo foi mergulhado em campos de extermínio, em aldeias comunais, em execuções sumárias extrajudiciárias, o que obrigou a organizar-se a Renamo cujos líderes saíram da Frelimo.
Quando eclodiu a guerra, a Frelimo em vez de usar o dialogo para resolver os problemas internos, preferiu mobilizar armas nos países ditos socialistas, URSS, China, Cuba e RDA. E levaram uma guerra até que saíram praticamente derrotados no campo da batalha, com todos os distritos afetados. Durante esse período que foi de 16 anos, mais de 1,5 milhões de moçambicanos foram mortos, a produção ficou praticamente nula, o governo caio na banca rota, a guerra ficou insustentável, diariamente soldados morriam às centenas.

Terceira parte

Anónimo disse...

O que os pacatos membros da direcção da Frelimo ousaram fazer já que pela guerra não eram capazes, foi orquestrar um plano para a morte do teimoso e cobarde presidente Samora e, conseguiram, no dia 19 de Outubro de 1986, em Mbuzine na Africa do Sul. Em seguida planificaram artimanhas para controlar a Renamo por via negocial através de promessas sem seriedade, para se manterem no puder com toda hegemonia.
Deve-se então entender que o único culpado da guerra dos 16 anos é a Frelimo. Como frisamos, a Renamo viu-se obrigada a pegar em armas para lutar contra a implantação de puder absoluto monopartidário, lutar contra campos de extermínio, lutar contra a obrigação de viver em aldeias comunais, lutar contra execuções sumárias extrajudiciárias.
Durante a guerra dos 16 anos, a Frelimo andou a mentir, dizendo que os moçambicanos estavam a ser atacados por imperialista e que a Renamo era formada por moçambicanos inconscientes e aliciados para trabalhar para o imperialismo.
Feito o acordo de paz em 1994, ficou estabelecido que o comando do exército da República de Moçambique devia ser formado por 50% de oficiais da Frelimo e 50% de oficiais da Renamo. A Frelimo sempre maliciosa, agindo contra o acordo, passou a tirar os oficiais da Renamo poucos aos poucos ao mesmo tempo que promovia exclusão social em relação a todos os moçambicanos que não são membros da Frelimo e, em particular a oposição. Consequentemente embarcamos numa nova guerra em 2013 e a Frelimo promove e lança esquadrões de morte em todo o país. Todos os membros da oposição passaram a ser alvos incluindo Portugueses residentes em Moçambique.
Os esquadrões da morte assassinaram:
O Doutor Gilles Cistac - assassinado em 3 de 3 de 2015, depois de lhe terem acusado como persona no grata pelo então porta-voz da Frelimo, Damião José, por ter dito como constitucionalista que as exigências da Renamo, de governar as províncias onde saiu vencedor nas eleições de 15 de Outubro de 2014, bem formuladas podem ter enquadramento legal.
Jeremias Pondeca Munguabe - assassinado em 8 de 10 de 2016 na praia da Costa do Sol, por ser a figura fundamental da equipa que preparava o encontro entre Nyuse e Dlhakama. Jeremias Pondeca Munguabe chefiava a equipa da Renamo na subcomissão que preparava a proposta da revisão da legislação para introdução de autonomia das Províncias e ainda era membro do Conselho do Estado. António Muchanga, porta-voz da Renamo, para deixar entender que não tem dúvidas que foi a Frelimo que matou, disse na altura:
- Pensávamos que estávamos a negociar e temos este tipo de situação.
O Português Américo Sebastião – rapto e desaparecimento e possivelmente assassinato. Aflito, o filho pediu audiência, mas não foi recebido pela então governadora Helena Taipo deixando fortes suspeitas. Américo Sebastião foi quem transportou os jornalistas para o local onde haviam corpos fuzilados e espalhados nas matas. Isto foi no dia 4 de maio de 2016. Os assassinos, ou seja, esquadrões de morte souberam que o português é que teria ajudado a equipe de jornalistas que despoletou o massacre. Dali inicia a perseguição ao homem. A caça prolongou até dia 29 de julho. Foi interpelado pelos seus perseguidores nas bombas de abastecimento de combustível localizada em Nhamapaza, distrito de Maringwé. Os homens que o raptaram estavam fardados com uniforme da UIR, Unidade de Intervenção Rápida moçambicana e, estavam de carrinha Mahindra, marca fornecida aos esquadrões de morte.

Quarta parte

Anónimo disse...

Há imagens captadas por câmaras de vigilância que mostram um dos homens que usaram o cartão de Américo Sebastião num banco. Há também imagens da câmara de vigilância da bomba de gasolina onde Américo foi raptado. Mais tarde, esses registos desapareceram do processo. O governo de Moçambique já instaurou um despacho de arquivamento do processo de Américo Sebastião, por não existir arguido identificado. Admite-se que o Américo Sebastião foi raptado e morto juntamente com um quadro da Renamo, Manuel Mole, admite-se também a existência de testemunha chamado Elias Tomucane e quem chefiou o rapto foi um tal Chicalengo que se encontra enlouquecido.
De 1975 a 2019 passam 44 anos, mesmo assim verifica-se excessiva exclusão social na administração do Estado: Todos os governadores das Províncias, todos os administradores dos Distritos e das Localidades, todos os directores distritais, provinciais e nacionais são exclusivamente membros do partido Frelimo. E só são membros do partido Frelimo, todos os juízes de todos os tribunais e todos os Polícias. Assim todo o cidadão que não é membro da Frelimo está relegado na condição de estrangeiro no próprio País.
Posto este ambiente tenebroso, assistimos uma desenfreada corrida ao saque dos recursos do Estado por parte dos chefes. A Frelimo recrutou Nigerianos, Bangladeses e Chineses para criarem barreia aos Moçambicanos na procura do desenvolvimento económico e social. Os Chineses em particular, promovem a destruição dos recursos florestais, faunísticos e minerais em cumplicidade do próprio governo.
O enriquecimento ilícito dos chefes é expresso em várias espertezas incluindo contracção de avultadas dividas bancárias, sobrefaturação nas compras, transferência do dinheiro roubado para bancos no exterior. Tudo isso para o sufocado e excluído cidadão moçambicano pagar através de impostos.
Como vêm de independência de Moçambique só temos nome.
O que aconteceu no dia 25 de Junho de 1975 foi mudança de moscas continuando a mesma merda. E desta merda estamos fartos.
Perante esta anormal montanha de crimes, na minha pobre consciência, teimosamente cresce uma singela árvore de perguntas:
Irmãos dos EUA, os mais idóneos de sempre!
Aonde estiveram quando a Frelimo procedia execuções sumárias extrajudiciárias, particularmente em todos centros de extermínio, os chamados centros de reeducação?
Aonde estiveram quando a Frelimo espoliou e escorraçou todos os Portugueses de Moçambique?
Aonde estiveram quando a Frelimo entregou o País aos Chineses para destruírem as respectivas riquezas naturais?
Aonde estiveram quando a taxa geral de mortalidade da população Moçambicana se tornou muito alta e crescente devido a esta barbaridade em que estamos mergulhados?
Graças a Renamo que Moçambique não foi capturado pela China, como é o caso da Zâmbia, Quénia e Madagáscar.
É com lágrimas no rosto que digo: irmãos dos EUA chegaram muito tarde para nos acudir. Ou melhor a comunidade internacional através da ONU devia já ter interferido.
Mas, vale a pena tarde que nunca!


Agradeço que esta missiva seja traduzida em inglês e publicada de novo na net.

Agradeço a publicação.