Luanda - O Desporto que é uma actividade que entre nós merece particular atenção não tem sido tratado da melhor maneira. Desde o Ministério que se fossilizou e se esconde no manto da crise, com uma ministra que só aparece a distribuir sorrisos pela televisão e a cortar fitas de obras que não são suas, e outras coisas assim meio esquisitas, dão para ver que a criatividade em tempos de crise não mora naquela casa. Desportos e Juventude num país cheio dela (Juventude, claro) é coisa para outra gente menos naquela. 
Fonte: Club-k.netA falta de dinheiro tem justificado a inactividade que reina, faz tempo, desde que o Executivo se lembrou de projectar duas figuras, que, pelos seus pergaminhos na senda desportiva deveriam dar melhor prestação. Naquela casa chora-se em velório assombrado pela crise e as lágrimas não dão lugar a soluções que outros organismos estão a encontrar para fintar a desgraça que se abateu na nossa economia, com o esvaziamento dos cofres pela nossa elite governante e seus acompanhantes.
A ministra foi vista há pouco tempo numa romaria cultural que juntou algumas personalidades lá de cima, numa exposição de artes plásticas do anterior titular, de seu nome Albino da Conceição, que decidiu ganhar coragem e apresentar-se como artista plástico. Bom artista, por acaso, a julgar pela qualidade do seu pincel em variadíssimos temas da nossa realidade sócio cultural. Deu para ver, nesta exposição que o homem das artes plásticas andou muito tempo enganado com o lugar que lhe foi reservado durante um ano, na condução do pelouro da Juventude e Desportos. Devia quem o nomeou verificar que o lugar de Secretário de Estado das Artes Plásticas caía como uma luva, num artista que aparece em grande estilo, com barba grisalha bem arrumadinha, a mostrar um lifestyle, muito apurado, a fazer as delícias dos cronistas da Lux Angola.
Temos a certeza de que o pintor “Albas Co” enquadra-se mais neste estilo de vida que deu luz à sua glamourosa exposição de artes plásticas. Falta-lhe para completar a sua aparência de homem abastado, a barriga cheia, que tem agora, depois da golpada que deu, na véspera da sua saída do MINJUD, ao rapar o pouco que havia de trocos, que as Finanças “atiraram” para os cofres do Ministério sem rosto e sem “rebuçados” para distribuir aos nossos jovens desportistas e empreendedores que constituem o futuro deste país e que agonizam de tanto esperarem por soluções que satisfaçam as suas necessidades de trabalho e de valorização e artística nos campos desportivo e do trabalho.
Há dias o Jornal de Angola questionou a gestão do MINJUD sobre o destino que dá aos dinheiros do arrendamento dos espaços comerciais à volta do Estádio da Cidadela e a manta destapou-se de tal forma que deu para ver como se exibem alguns chefes da área, com as suas viaturas topo de gama, mostrando de que, afinal, nem tudo vai mal no MINJUD. Há dinheiro afinal que não entra nas contas do Ministério, mas nos bolsos de um grupo refinado de pessoas, que tira a barriga de misérias à custa de dinheiro público não justificado.
O Estado angolano gastou milhões a construir uma Galeria dos Desportos, que só tem nome para alugar espaços de eventos desportivos, não paga salários aos colaborades e funcionários e nem sequer tem a iniciativa de reunir os troféus e verdadeiros heróis do nosso Desporto, como Demóstenes de Almeida, Fernando Peyroteo, Dinis, NDungidi, Arlindo e Manecas Leitão, Muabungi, Bernardo Manuel, António Andrade, Rui Mingas, Jean Jacques, Miguel Lutonda, Carlos Guimarães, Carlos Morais, Bonga e sobretudo as mulheres que se entregaram à causa desportiva e deram louros ao país. A GD é mais uma casa assombrada pelo espectro do imobilismo, onde tudo se degrada à luz do dia. A água e energia são problemas frequentes e o desânimo tomou conta dos seus funcionários, que deixaram de receber salários há bom tempo.
O Desporto e a Juventude são sectores gêmeos da vida angolana, que nunca deveriam ser entregues a pessoas sem incompetência como são o casal Albino e Ana, dois casos paradigmáticos da má gestão, ausência de ideias, prepotência e nepotismo, males crónicos denunciados pelo actual Chefe de Estado, empenhado de dar a Angola a imagem de civilidade e esperança de futuro melhor que todos almejamos. Vamos ajudar o novo Presidente dando razão de ser à suas ideias e acções para o verdadeiro desenvolvimento do país. Vamos todos rezar por um Desporto com líderes mais competentes, que os há por aí, tão somente à espera de uma soberana oportunidade.


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