terça-feira, 5 de junho de 2018

PSP acusado de racismo: "Estou desiludido. Não consigo desempenhar mais as minhas funções"

Decorrei esta segunda--feira a segunda sessão do julgamento dos 17 polícias de Alftragide
Na segunda sessão do julgamento dos 17 agentes da PSP de Alfragide a defesa tentou por em causa a investigação da PJ. Revelado que o número 3 da PSP de Lisboa esteve na esquadra na tarde dos acontecimentos
Renato Fernandes, um dos agentes da PSP acusado de tortura e racismo, está "desiludido com a sociedade". Confessou-o, voz embargada, à juíza do tribunal de Sintra que lhe perguntou porque se encontrava de "baixa médica", quando estava a ser ouvido na segunda sessão do julgamento dos 17 polícias, que decorreu esta segunda-feira. "Vim para a polícia para ajudar as pessoas e vejo-me nesta situação. Estive várias vezes para entregar a farda e a carteira. Não consigo desempenhar mais as minhas funções. Fui a uma ocorrência normal e vejo-me numa situação destas, com os meus sonhos destruídos", desabafou Renato, que estava apenas há uma semana a fazer patrulhas na Cova da Moura. Renato Fernandes está de "baixa psicológica" desde agosto de 2017, cerca de um mês depois de ter vindo a público a acusação do Ministério Público (MP).
Ele e os outros 16 colegas respondem por denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, num caso que remonta a 05 de fevereiro de 2015, por alegadas agressões a jovens da Cova da Moura na esquadra de Alfragide, estando ainda acusados de outros tratamentos cruéis e degradantes ou desumanos, de sequestro agravado e de falsificação de documento. Na sua acusação MP considera que os agentes agiram com ódio racial, de forma desumana, cruel e tiveram prazer em causar sofrimento.
"Negativo, negativo, negativo", repetia Renato às perguntas sobre se tinha agredido, injuriado, visto alguém a fazê-lo contra os seis jovens detidos (um detido no bairro, os outros cinco por, na versão da PSP, tentarem invadir a esquadra). "Não sou desse tipo de pessoas, Sra. Juíza", sustentava. Sincronizadamente, os três arguidos ouvidos nesta audiência mantiveram a versão que foi dada na investigação da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e que resultou no levantamento de nove processos disciplinares, sete dos quais arquivados, dois com proposta de sanção mas ainda em recurso da defesa.
Segundo esta versão, a carrinha da Equipa de Intervenção Rápida (sete elementos) que fazia a patrulha na Cova da Moura foi apedrejada, um suspeito foi detido e levado para a esquadra. Depois, um grupo de jovens - entre os quais Flávio Almada e Celso Lopes, mediadores da Associação Moinho da Juventude, que presta apoio social na Cova da Moura - tentou invadir as instalações da esquadra, tendo cinco deles sido detidos. Alegam que no bairro só foi disparado um tiro para o ar, para dispersar alguns moradores que atiravam pedras e garrafas, e negam que tenham sido os autores dos disparos de shot-gun, com balas de borracha, que atingiram duas moradoras.
Nunca se queixaram
Luís Anunciação, o chefe da PSP que comandava a esquadra e que a IGAI concluiu que tinha prestado falso testemunho nos autos que redigiu sobre os acontecimentos, foi perentório: "Se fosse hoje escrevia exatamente o mesmo", asseverou. Anunciação garante que havia "entre 20 a 25 indivíduos a atirarem pedras à esquadra" e que Flávio e Celso foram os primeiros a tentarem "invadir". Sobre a detenção de Rui Moniz, um jovem com deficiência numa das mãos em consequência de um AVC, Anunciação confirmou que foi ele próprio a fazê-la, porque o viu "escondido" junto à rotunda em frente à esquadra e que os colegas lhe disseram que "era um dos que estavam a atirar pedras". "Quando o confrontei ele disse-me mesmo que estava a tentar filmar os acontecimentos, mas não tinha conseguido", recordou.
O ex-comandante, que agora está colocado na divisão da PSP do aeroporto, assegurou ao tribunal que os jovens, nessa ocasião ainda arguidos, "nunca se queixaram, nem pediram para ir ao hospital". No entanto, como lembrou a advogada dos jovens, Lúcia Gomes, "no auto de notícia que redigiu, escreveu: 'em virtude dos detidos se queixarem de dores diversas foi acionada uma ambulância dos bombeiros'". "Mas eles só se começaram a queixar quando chegaram os bombeiros", respondeu o chefe, corroborando o que já tinha sido dito antes por outros agentes sobre Celso Lopes, atingido na perna com um bago de borracha da shot-gun. "Ele nunca se queixou. Esteve sempre com a mesma postura".
Nesta sessão a defesa começou a tentar desmontar a acusação, focando-se na investigação da PJ que a sustentou, conduzida pela Unidade Nacional de Contraterrorismo (por haver indício do crime de tortura o MP remeteu o caso para esta equipa). O contra-ataque foi essencialmente dirigido às perícias sobre os disparos na Cova da Moura e sobre os reconhecimentos dos agentes feitos pelos jovens. Os arguidos têm dito que só foi feito "um único disparo para o ar" no bairro para dispersar a multidão que atirava pedras e garrafas à carrinha, os peritos da PJ sustentam, com provas materiais e testemunhas, que foram feitos mais disparos, dois deles em direção a duas moradoras que ficaram feridas. A PJ desmente também que o local da da detenção seja o que os polícias alegam. A defesa dos agentes nega que a PSP utilize os cartuchos recolhidos pela PJ e confrontado pela juíza sobre como se explica os ferimentos nas moradoras na mesma altura, o chefe Anunciação recordou que "já foram apreendidas no bairro armas iguais às da PSP".
Quanto aos reconhecimentos feitos na PJ, os agentes revelaram que, apesar de no dia dos incidentes estarem sempre fardados, foi pedido para estarem à civil. "No meu caso, nenhum dos inspetores da PJ que estavam comigo na sala tinham as minhas características e eu era o mais alto", disse Anunciação. Questionado porque não tinham reclamado logo, uma vez que se trata de um procedimento crucial numa investigação e que não pode deixar margem para dúvidas, o chefe encolheu os ombros. "Não nos apercebemos do erro na altura, reconheço. Fomos mal aconselhadas e foi também por isso que mudámos a equipa de advogados", afirmou.
Os três arguidos ouvidos confirmaram a presença naquele dia na esquadra de três oficiais, entre os quais o comandante da esquadra e do comandante de operações do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS), Luís Moreira, o número três da hierarquia da PSP na capital (que designavam por "C3"). Segundo os agentes Renato Fernandes e Paulo Santos, o superintendente Moreira foi "dar os parabéns ao pessoal pelo serviço", mas o chefe Anunciação corrigiu: "Foi inteirar-se se tinha havido algum abuso na nossa ação". Segundo estes polícias, os detidos podiam ter falado com ele, caso tivessem achado necessário. Outra figura, cuja presença na esquadra, tem sido sempre referida pelos polícias, é a de um advogado, André Pereira, que faz parte da equipa de Lúcia Gomes e estava também no tribunal. De acordo com os PSP este advogado esteve sempre com os detidos. "Porque é que não disse logo aos oficiais que lá foram que tinham havido agressões e racismo", questionou Anunciação. Lúcia Gomes lembrou que a denúncia sobre esses crimes deu entrada no MP logo no "próprio dia".
Apesar de alguns momentos de tensão, principalmente quando eram confrontados por Lúcia Gomes com as contradições nas suas declarações, os agentes saíram da sala notoriamente satisfeitos. Ouviam-se palmadas sonoras nas costas que recebiam de camaradas que os tinham ido apoiar. "Grande Renato, é isso mesmo!", dizia um deles enquanto se abraçavam. À saída do tribunal tinham à espera, para os transportar, uma "velhinha" carrinha azul da PSP. Talvez tão velhinha como a "rainha", como a chamou o chefe Anunciação, a "única carrinha do comando da Amadora", que os levou naquele dia fatal à Cova da Moura.
Joao Meneses · 
Trabalha na Empresa Exército Português
alguns agentes tem a mania que tem o rei na barriga e trata os cidadaos como se fosse animais .... estes agentes tem que ser punidos e nao podem estar acima da lei , seja feito justiça... disse
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José Jesus Serra
Nem sabes escrever direito, idiota.
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Jorge Paulo
-Gostava ver o exercito (ou a capela onde trabalha) a ter que intervir, e repor a ordem e a legitimidade da lei...Como o fizeram no 25 de novembro, os Comandos, liderados pelo General Ramalho Eanes, e Coronel Jaime Neves...-Que resultou na restituição do direito de escolha, do povo Portugues. -Não uma imposição (esquerdas) de Otelo Saraiva de C... e Tomé, entre outros...chulos, assaltantes de bancos, terroristas (hoje, herois)...
-Como vê é tão facil identificar os vermes, de esquerda... Finalmente, conseguiram tomar de assalto, o poder, sem legitimidade do voto, popular...(teve que ser na secretaria)...
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Jorge Paulo
-Mama sume...
-Escolher o certo...
-Quando outros vacilam...
-No final o azimute será muito diferente, o oposto.
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Nuno Guerreiro Lobito · 
José Jesus Serra E Tu certamente ACAB
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Andrea Valomo
José Jesus Serra e tu és o que seu racista?
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Pedro Martins · 
Tu deves fazer parte da escomalha!! Se precisares de mim eu doute um balde de massa ignorante já estás na reforma também a aproveitar do sistema palhaço🤡🖕👌😆
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Vítor Manuel
José Jesus Serra Que tristeza de comentário o seu. Talvez uma vergastadas sem motivo a si ou alguém próximo, pelas autoridades, o pusessem a pensar o que é abuso do poder.
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Carmo Matos
Jorge Paulo
Você está todo baralhado!
Este artigo é sobre segurança pública e direitos de cidadania, não tem NADA que ver com política!
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Jorge Paulo
-No periodo e tempo certo...
-Estaremos, fazendo o que é correto...
-Ainda que alguns,(ao redor) olhem para trás...
-O caminho, é em frente...
-O futuro, é glorioso, como a luz do sol...
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Helena Antunes · 
João Meneses é fácil falar. Por vezes acho que há quem mereça mais e já presenciei casos em que nem sei como os polícias conseguiram lidar com a situação. Uma autêntica provocação de miúdos aos próprios agentes.
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Helena Antunes · 
Jorge Paulo vermes de esquerda? Interessante... dentro e fora está mais que confirmada a sua legitimidade.
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Joao Nazare · 
Errare humanum est, mas terá limites de ambas as partes.
E pergunto: Não andará pela Cova da Moura, há muito tempo a formação de uma cabala a encaixar em momento exacto nos chuis?
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Carlos Branquinho · 
Este é um processo que entre acusadores e acusaos deve existir culpa mutua formada. Uns desrespeitam as autoridades, quando se encontram surge a desconfiança mas quem não deve não teme, outros e felizmente é uma minoria por serem autoridade sobem demasiado ao pedestal. Os polícias acusados podem estar a ser vitimas de invenções maliciosas, também pode haver alguma verdade no assunto. Não sou a favor da indelicadeza, da maldade, do abuso, do tratamento a pessoas que não podem defender-se, sou sim a favor da ordem, da justiça, dos direitos e deveres de cada pessoa. Numa frase que me parece certa - é sempre o indefeso que perde erm todos os sentidos - enfim ser pobre é o defeito.
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Jorge Paulo
-Sacrificam-se "alguns" em prol de um ideal, ou uma fantasia, tão facciosa e fútil... Que para desmascarar "nosso" eterno racismo...
-Digo, que basta ir até á Assembleia da República, ver quem nos governa e gere a Justiça...(por Ex)...
-Poderemos ver isso, nos Paises Lusófonos ???
-Haverá, resposta ???
-Mas, sim !!! -Vivemos "num" racismo, mas não num País racista !!!
-Apenas constato que uma "pequena" minoria, manipula toda a sociedade, alimentando-se e servindo-se do ódio. Para atingir ou justificar, o injustificavel... "Eles, os defensores da causa dos oprimidos"...
-Para mim são instigadores da violência, que gostam de pousar sobre grafites do Martin Luther king...
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Manuel Serra
A sociedade caminha a traços largos para a impunidade dos comportamentos sociais agressivos de certos grupos etnicos que resolvem assaltar esquadras e vandalizar o que entendem... E as autoridades que os recebam com flores, chá e bolachas...
Um dia teremos na Europa a segurança da Somalia mas garantindo o respeito pelos legítimos direitos das minorias étnicas que não respeitam ninguém...
Depois se verá a segurança que vivemos, resultado de acusarmos e punirmos os inocentes...
Viva a anarquia do terror, abaixo os que se lhe opoem...
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Vítor Manuel
Pergunto-me se as "carícias" policiais lhe tivessem sido ternamente dedicadas a si ou alguém próximo se teria o despudor de escrever o que escreveu.
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Carmo Matos
Quem está desiludido somos nós os cidadãos honestos e pagadores de impostos por descobrir que há policias assim, que espancam cidadãos sem motivo e falsificam as provas e se encobrem mutuamente.
Tão valentes para bater e humilhar escondidos na esquadra e tão cobardes na hora de assumirem o que fizeram !
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John Kalagary Guarany Kaioa
Ontem foram os da Cova, hoje os ciganos, e amanhã?
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Fernando Dias · 
A policia nunca pode defender o cidadão por que está ao serviço sistema de injustiça. A policia faz parte do sistema.O sistema é injusto desigual logo a começar nos salários. Enquanto uns tem boas reformas e alguns tem reforma milionarias outros recebem menos que o salários minimo nacional (SMN) que mal dá para comer. Por isso as reformas tem de ser indexadas no mínimo aos SMN. Os salários tem de ser aumentados para os debaixo. Neste regime democratico nada há a esperar a não ser rebuçadinhos que o sistema nos dá para que os os pobres os trabalhadores e o povo não se revoltem contra o sistema.
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Jorge Alves
Um PM escuro,uma ministra da justica escura,o que esperavam?Um Pais a deriva.Depois destes,venha outro Trump
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Jorge Paulo
-Não se trata de rotular as pessoas, pela cor da pele...
-Mas, de deitar por terra, os falsos argumentos que "somos" um País racista.
-Porque, na verdade, "eles" são racistas, vêem em cada "branco" um inimigo...
-Nós, não !!! -Só denunciamos os brancos e pretos e a todos, que incentivam, a "anarquia", seja sobre racismo ou qualquer outro tema...
-Será tão estúpido, explorar o assunto racismo, como o facto de o ser, ainda hoje...
-Discordo, totalmente da (sua) opinião sobre Trump...
-E, Portugal precisa de uns quantos Trump, sim...
-Se quiser, saber se Trump, é bom ou mau para E.U.A. pergunte a pessoas, informadas e residentes, não dependa dos "midia" ...
-Esses, falam por dinheiro, não informam, como a generalidade da imprensa, aqui também....
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Vítor Manuel
Repugnante o seu comentário.
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Mário Alves
Se a polícia quisesse mesmo resolver o problema de ordem pública na Amadora não escolheria para esta zona os piores classificados dos cursos de polícia
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Mário Alves
Tadinhos dos bófias toda a gente que mora na Amadora sabe bem que não passam de um gang fardado
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Sergio Ribeiro
existem pessoas que nem para limpar os escrementos dos outros quanto mais expressar opinioes...
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Pedro Martins · 
É verdade que não tenho pena do que ele está a passar a maior parte destes agentes pensão que têm o poder pourque usam uma farda que não sei se a merecem vai para a reforma não tenho pena nenhuma vanda de corruptos☻🖕
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Francisco Teixeira · 
Da Suíça só pode vir um comentário tão atrasado como o teu. Pega no balde de massa e vai lá trabalhar seu escravo.
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Fernando Santos
Dedica-te a discutir futebol.É um tema que precisa de grande inteligencia.
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Vítor Ramalho · 
Temos que defender os nossos policias.
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Andrea Valomo
conhece-se à distância um skinhead, seu miserável! se trabalhasses em vez de andares a meter para a veia para alimentar o físico é que ganhavas seu inútil
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Vítor Ramalho · 
ahahahahahaha
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Duarte Marques · 
Não tenho problemas em defender quem merece. Isso não se passa com o GRUPO de agentes que estavam na Esquadra de Alfragide que se comportavam como bandidos. Sei que os treina, ou algo parecido. Só vê parte dos "seus seres".....
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Vítor Manuel
Mas não são os polícias que supostamente deveriam proteger e defender os cidadãos ao invés de os agredir e discriminar? Tenho a certeza que a maioria dos polícias não se identificam com aqueles comportamentos, por isso, deixo a defesa desses outros para si. Eu apoio, certamente, os nossos polícias, mas a maioria, aqueles que cumprem e fazem cumprir a lei, não o que abusam do seu estatuto e agridem cidadãos.
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Fernando Dias · 
ESTE FREGUES E DO PNR.
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Kuka Beludo · 
Grande Renato .........portanto, de baixa há 9 meses. !?!?!?!?!? vai trabalhar chulo
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Sofia Nunes · 
E triste tudo isto, muito triste , só posso lamentar.

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