Exames vs Gráficos
Eu penso que as medidas anunciadas, ontem, pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano não mudam em nada à qualidade do ensino. Por exemplo, a eliminação do exame na 2ª classe é apenas uma medida económica. De facto, aquela avaliação não tinha efeito nenhum: as crianças continuavam (e continuarão) a seguir para as classes seguintes sem saberem o mínimo. Apenas gastava-se dinheiro.
A polêmica eliminação da dispensa nos exames da 5ª, 7ª, 10ª e 12ª classes também nada muda. Levar aos exames os alunos com o mínimo de 8 à 9 valores, idem.
Eu acho que o grande problema do nosso ensino são as políticas de educação. Aquela versão de que temos que satisfazer os "Objectivos" sabe-se-lá-de-quê, traçados sabe-se-lá-por-quem e num contexto sabe-se-lá-qual.
Esse problema começou quando decidimos desenhar metas baseadas em quantidades em detrimento da qualidade. A mania do MUITO: até ao ano "xis" temos que ter "ípsilon" pessoas na universidade.
Foi aí que começamos a desenvolver uma ociosidade intelectual colectiva asfixiante e complexos baseados em canudos e togas. E, por causa disso, começaram a germinar "teiki-eweis" de venda de diplomas em cada cruzamento de avenidas.
O problema não é o exame, nem a dispensa, nem o professor. Esses são o elo mais fraco e a ponta do "aici-bergui". Enquanto continuarmos com a mania dos gráficos quantitativos para enfeitar relatórios, não sairemos daqui.
- Co'licença!
Há académicos e académicos!
Há poucos dias, os nossos amigos e vizinhos kenianos lançaram o seu primeiro nano-satelite desenvolvido pela Universidade de Nairobi.
ENQUANTO ISSO...
Aqui, neste pedaço de terra com apelido de jóia, os cientistas naturalistas andam no Facebook discutindo bandeiras no rabo de adolescentes ou nas tê-vês estatais papagueando hosanas para larápios.
As academias, essas então, só cabe-lhes fazer estatutos e códigos de conduta para uma equipa de bajuladores e oferecer honoris-causas a "indivíduos" com alcunhas de personagens de banda desenhada.
Avante Moçambique!
- Co'licença!
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