domingo, 11 de fevereiro de 2018

Processamento do feijão-bóer cancelado na fábrica da Beira

Feijao_boer1A decisão, que é declarada dois anos depois da entrada em funcionamento do empreendimento, que, na actualidade, emprega pouco mais de 100 trabalhadores, foi, formalmente, tomada em Dezembro do ano passado mês no qual os gestores da fábrica viram o seu negócio a ruir, de forma generalizada, tudo pelo facto de o mercado dependente das vendas ter decidido suspender as compras.
A Export Trading Group (ETG), fábrica de capitais indianos, que se dedica à compra, processamento e exportação de feijão-bóer, uma das culturas bandeiras em Sofala, centro de Moçambique, acaba de anunciar a paralisação das suas actividades tudo por conta de uma alegada falta de mercado na Índia, principal destino da referida leguminosa, , soube esta quinta-feira o “Diário de Moçambique”, junto daquela empresa.
A decisão, que é declarada dois anos depois da entrada em funcionamento do empreendimento, que, na actualidade, emprega pouco mais de 100 trabalhadores, foi, formalmente, tomada em Dezembro do ano passado mês no qual os gestores da fábrica viram o seu negócio a ruir, de forma generalizada, tudo pelo facto de o mercado dependente das vendas ter decidido suspender as compras.
Narasimham Nagala, gerente da ETG, na cidade da Beira, classificou de preocupante o actual cenário porque, na sua opinião, vai penalizar os trabalhadores e produtores que tinham apostado no cultivo do feijão-bóer em grande escala, sobretudo, nos distritos do Búzi, Gorongosa e Cheringoma, locais onde a firma compra o produto.
“Portanto, a situação é esta. Moçambique decidiu atribuir uma meta de exportação do feijão na ordem de 100 mil toneladas por ano. A ETG, sendo a principal empresa do ramo comprometeu-se a fazer a sua parte, mas vários factores estão a influenciar este processo. Por exemplo, no ano passado exportamos 40 mil toneladas e ficamos até hoje com cerca de 15 mil toneladas armazenadas. Temos muito feijão-bóer nos nossos armazéns que não está a ter mercado porque Ásia suspendeu as compras”, disse.
Um comunicado da ETG, recebido pelo “Diário de Moçambique” indica que aquela empresa, localizada ao longo da antiga Estrada Nacional número seis (N6), na cidade da Beira, cancelou mesmo as suas actividades devido a este problema. O mesmo acontece com as fábricas de Nacala, em Nampula (norte), e Gurué, na província da Zambézia (centro).
“Com esta situação, a entidade empregadora assim como os empregados, entraram em decadência, o que vai resultar na diminuição da mão-de-obra correspondente a cerca de 100 trabalhadores a nível da cidade da Beira. Assim, mesmo os camponeses praticantes desta cultura ao nível destas províncias ficaram afectados”, lê-se no comunicado que a seguir sustenta que, devido ao problema, neste momento, as instalações da ETG estão, cheios do feijão-bóer.
Os sinais de colapso nas vendas do feijão-bóer, datam desde Agosto do ano passado, quando a Índia, principal comprador, anunciou a queda do preço de compra e, consequentemente, a suspensão da exportação da leguminosa para o seu país.
Já em Setembro de 2017,o Alto-Comissário da Índia, RudraGaurav, assegurava ao sector privado moçambicano que o seu país iria continuar a ser mercado para o feijão-bóer produzido no país, ao abrigo do memorando de entendimento vigente entre os dois países.
AIM – 09.02.2018

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