quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Reflexões ou inconsistências da Professora Fátima Mendonça em torno da literatura moçambicana


"A professora comete um erro metodológico de que a conduz inevitavelmente a um logro" 
Li, de forma desinteressada, o artigo Reflexões em torno da literatura moçambicanada Professora Fátima Mendonça,  publicado no Jornal O País,  dia 05 Setembro. Apesar da aparente clareza de ideias  que costuram o corpo do texto, a um leitor atento ao processo de crescimento  da literatura moçambicana, sobressai de imediato que o mesmo foi escrito  sob a nublada da  pressa que sempre rouba espaço a uma boa pesquisa ou intenção de ludibriar a memória da mais recente história literária. Uma terceira hipótese indica que a autora  desconhece uma série de aspectos ligados à matéria que se propôs tratar, na medida em que o texto em apreço está ferido de imprecisões e distorções que acabam por prestar um falso testemunho à verdade histórica. 
Ignorando as hipoteses já avançadas, provavelmente a reflexão tenha sido nublada  por acontecer na óptica  de um Caleidoscópio assente na Península Ibérica, causando um gravíssimo erro de paralaxe. Pois, apesar de colorido, o efeito da visão que produz é notoriamente assimétrico aos factos do processo que, de forma sumária, procura descrever. Misturando no mesmo saco o fenómino literário emergente nos anos 90, onde já dominava a impressão offset para divulgação de textos,  e o embrionário  nestes últimos sete anos, marcado pelo suporte electrónico, à partida, a Professora comete um erro metodológico de  que a conduz inevitavelente a um logro.
Iniciemos a contra-argumentação, que espero seja entendida como mero exercício de “cidadania literária”, atentos à afirmação  no início desta década a situação evoluiu para outro patamar mercê de um fenómeno que se vinha manifestando desde os anos 90  com surgimento de grupos de jovens escritores que de alguma forma se afirmavam fora do quadro da protecção institucional de que tinham beneficiado os seus antecessores através da AEMO.” Não há dúvidas de que esta colocação insere uma meia verdade, se atendermos o facto de, em 1997, durante a vigência do Secretariado de Suleimane Cassamo, a Associação dos Escritores Moçambicanos ter convidado jovens, através de um anúncio, publicado numa edição do Jornal Notícias da época, com objectivo de criar uma nova revista. Num encontro bastante concorrido, a futura revista seria denominada Oásis, sob proposta do poeta Sangare Okapi. Nessa reunião, havida na AEMO,  surgiram outras propostas, como “Arena”, ou “Makalelo”. Entre dezenas de jovens desta nova etapa da literatura moçambicana, destacamos o envolvimento de Osvaldo Jaime[1], Chagas Levenne, Celso Manguana, Domi Chirongo, Hélder Faife, Jorge Matine, Rui Ligeiro, Sangare Okapi e, por extensão, Amin Nordine, Leo Cote, Lucílio Manjate, Jorge de Oliveira, pois embora estes não tenham publicado algum texto na revista, associaram-se intelectualmente ao núcleo oásis, mais tarde chamada “Geração Oásis”. Mas, também surgiram outras revistas, fora do espaço físico da AEMO, das quais destacamos, de Xai-Xai, a revista Xitende (1998). A Revista Xitende foi a antecâmara da aparição, em 2005, Edições Fundac, do  livro “A Febre dos Deuses”, de Andes Chivangue.  Dom Midó das Dores lança “A Bíblia dos Pretos”, edição da Índico ( 2008). Mas,  daí a afirmação de que “a  intensa actividade cultural e nalguns casos editorial de outro tipo de instituições nomeadamente  a Fundação Fernando Leite Couto e a Escola Portuguesa em Maputo,  a Casa do Artista na Beira e os vários  Centros Culturais ligados a diferentes embaixadas principalmente em Maputo e Beira abrem espaço para que estes grupos encontrem reconhecimento próprio  quer através de edições quer através de iniciativas culturais de índole diversa, tomando a seu cargo diversas formas de estimular a recepção das obras que editam,” a Professora Fátima começa a confundir perigosamente os factos, assarapantando as circunstâncias e o momento de  reconhecimento de duas gerações  completamente distintas.
  surgimento de grupos de escritores,[2]  com caminhos abertos pela Internet corresponde, de facto, a esta década e não deve, de modo algum, ser metido no mesmo saco com o dos grupos acima descritos. Como que a seguir uma verdadeira marcha pelo eixo do tempo[3], depois do primeiro número da revista Charrua, (1984),  passaram 13 anos para a publicação da  Oásis (1997), e daqui transcorreram outros 14 (2011), até surgir a primeira revista electrónica, Literatas, feita por um grupo de jovens,  o Movimento Kuphaluxa. Surpreendentemente,  sobre a matéria, a Professora Fátima sugere:


São uma geração das novas tecnologias, aberta a um mundo em que as fronteiras se tornam porosas, que conscientemente aproveita as vantagens dos caminhos abertos pela Internet, no Facebook, nos blogs em todo esse aparato tecnológico que integra soluções culturais para o nosso presente e que no caso de países como Moçambique em que existe uma hipertrofia dos  grandes centros urbanos, permite colmatar as assimetrias existentes.

O surgimento paralelo neste ambiente, dos  romances de João Paulo Borges Coelho, ele que do ponto de vista etário e social provém de um Tempo onde se sucederam regime colonial, guerra de libertação e toda a Utopia trazida por um discurso que se pretendia libertador, não deixa de ser um fenómeno que rompe com a uniformidade criada por esta nova geração em ascensão.


Qualquer paralelismo a estabelecer entre a “Geração Internet” e o surgimento dos romances de João Paulo Borges Coelho conduz a um anacronismo que deturpa a imagem do processo. Como é que este escritor, que publicou o seu primeiro livro em 2003, “As duas sombras do rio”, pode ser arrogado força que  rompe com a uniformidade criada por esta nova geração em ascensão, que surge em 2011, oito anos depois da sua estreia em livro? A “Geração Internet”, a das novas tecnologias, tem erupção nesse ano, com a publicação da revista Literatas. Anote-se, em 2011, Borges Coelho estava o nono livro, “Cidade dos Espelhos.  Da geração dos anos 90, difícil apontar um sequer que, pelo menos, tivesse um aparelho celular. Grosso modo,  computadores eram pertença de instituições aos olhos dos jovens literatos de então, hoje na faixa etária dos quarenta e três anos, em média. Tentando fazer a reposição histórica dos factos, este autor, embora distante da interacção dos jovens que publicaram as principais revistas nos anos 90 até os primeiros dois ou três anos do Século XXI, em suporte de papel[4], surge em livro a coincidir com a publicação dos primeiros livros de autores da efervescência do último decénio do século XX; “Amor Silvestre” (2001), de Rogério Manjate, Inventário de Angústias ou Apoteose do Nada (2005), de Sangare Okapi, excluindo um de 2003, para evitar o risco da parecença com pretensiosismo. Tendo-nos referido ao Rogério Manjate, é lícito questionar: Como é que um escritor atribuído o Prémio Guimarães Rosa/RFI, em 2002, pode ser associado, como se, pretende à esta recentíssima “Geração Internet”?  
Apenas para demonstrar o nível de deturpação derivada deste anacronismo, a  Professora Fátima adianta; “São jovens com formação superior e ocupação profissional estável o que lhes retira alguma da aura boémia os seus antecessores mas lhes confere em contrapartida capacidade para as engenhosas soluções editoriais e de marketing que praticam.”, no ano de surgimento do primeiro romance de João Paulo Borges Coelho, 2003, o coordenador da revista Literatas,  Eduardo Quive,  tinha 12 anos,  frequentando a Escola Primária Patrice Lumumba.  Dany Wambire, da revista Soletras, contava 14 anos.
Uma ressalva chama aqui alguma razão ao  papel de alguns Centros Culturais ligados a diferentes embaixadas, pois dois autores do fenómeno literário dos anos 90, publicaram os seus primeiros livros mercê prémios instituídos pelo Centro Cultural Português, na altura Instituto Camões, em parceria com a AEMO e AMOLP. Todavia seria esticar demasiadamente a corda, para os situar nesta década em que a “Geração Internet se  mostra  em ascensão, atendendo que foram laureados com o Prémio Revelação AEMO/ICA[5] e Prémio Revelação de Texto Dramático AMOLP/ICA, em 2003 e 2005. 
Outrossim, apontar uma “intensa actividade cultural e nalguns casos editorial de outro tipo de instituições nomeadamente  a Fundação Fernando Leite Couto e a Escola Portuguesa em Maputo, a Casa do Artista na Beiraé no mínimo estranho, sobretudo quando nos fixamos a actividade editorial desta década, na qual as edições da Editora Alcance foram muito acentuadas[6]. Admito a possibilidade de, por hipótese mesmo, ter andado algo distraído, não tendo assim me apercebido do impacto da nova dinâmica editorial nos anos mais recentes. Tendo a Professora se referido a uma intensa actividade editorial, alguém pode actualizar-me dos títulos publicados pela Fundação Fernando Leite Couto, ou a Escola Portuguesa em Maputo ou a Casa do Artista na Beira? 
A concluir, procurando entender as razões deste desastre de ideias, desastre porque reconheço grande mérito aos estudos anteriores da Professora Fátima Mendonça, primeiro chamamos à análise o facto de a professora Fátima ter escrito o texto Reflexões em torno da literatura moçambicana para apresentação num determinado fórum, circunstância que, provavelmente, poderá ter exigido alguma pressa, roubando assim o tempo necessário ao trabalho de pesquisa, mesmo a altura dos créditos que detém. Por outro lado, este despiste prende-se ao facto de os estudiosos de literatura em Moçambique terem ficado distantes do processo criativo dos movimentos literários iniciados nos anos 90, reconhecida hoje por muitos como “Geração Oásis”, sendo esse o preço que muitos académicos irão pagar nos próximos tempos, fazendo leituras apressadas para responder a aspectos circunstanciais, sobretudo quando os seus próprios estudantes já apresentam sugestões de temas para monografias de fim de curso, buscando obras de autores desta geração, que permaneceu quase que esquecida, ignorada por um período de quase vinte anos. Para simplificar o trabalho, na sua reflexão, a Professora Fátima juntou duas gerações distintas, a fim de construir a sua tese de ruptura de um paradigma, por parte de João Paulo Borges Coelho. Nesse corta-mato, ficamos diante da chefe de cozinha que, na mesma panela, confecciona  carne de lebre e gato, agora, apenas quem conhece a anatomia de cada bicho saberá que pedaço levar à boca na madrugada deste convívio literário. Raras excepções,  os primeiros estudos sobre alguns autores da “Geração Oásis” advêm do Brasil. De Portugal, e cá entre nós, depois de negligenciada, não havendo tempo para pesquisa, melhor o silêncio de sempre que a deturpação.



[1] Primeiro Coordenador do movimento de jovens  do Núcleo Oásis da AEMO, cujo secretariado propunha Jorge de Oliveira para a coordenação, tendo prevalecido a vontade da maioria dos jovens.

[2] Por questão de memorização tratarei, ao longo do texto, estes grupos como Geração Internet. 

[3] Neste eixo fazemos questão de trazer apenas as revistas que constituem marcos do progresso sócio-tecnológico; as primeiras do período da Independência Nacional, pluripartidário e do uso das novas tecnologias de informação. A primeira, de impressão chumbo quente, a segunda offset e terceira, naturalmente, suporte electrónico.

[4]Nos anos  90, em Moçambique, contava-se com os  préstimos das gráficas para a materialização física  do livro.

[5] O primeiro livro do poeta Sangare Okapi, Inventário de angústias ou Apoteose de Nada, é  resultado deste Prémio, edição 2003.


[6] Dados fornecidos pela  Editora alcance indicam 60 títulos, entre poesia e prosa.
Com "debates" assim...
Não é fácil ser intelectual em Moz. Os hábitos de discussão típicos de ambientes políticos polarizados estão também presentes nas hostes intelectuais. Parece haver uma maior preocupação em destruir o adversário do que, através da discussão, contribuir para um melhor esclarecimento de qualquer que seja o assunto. Ainda ontem tive uma brevíssima troca de comentários com alguém que gratuitamente atacava outra pessoa – sem coragem de a nomear, mas mostrando a sua fotografia – apenas por essa pessoa ter feito opções que aos seus olhos eram incoerentes. Ao invés de trazer à discussão a questão da incoerência política ou intelectual, trazia a pessoa ao pelourinho para ser executada como mandam as boas regras da miséria do debate.
Hoje li o texto que reproduzo abaixo da autoria de Aurélio Furdela sobre um texto escrito por Fatima Mendonça sobre a literatura moçambicana. Os argumentos que o texto apresenta para não concordar com o que a Fátima Mendonça escreveu parecem-me plausíveis. Como sou leigo na matéria, não tenho como julgar até que ponto ele está certo. Dito doutra maneira, há nesse texto matéria para uma excelente discussão entre intelectuais especialistas da área com muito proveito para nós que somos leigos. Mas é muito difícil ler o texto até ao fim porque não perde uma única oportunidade para desvalorizar a Fátima Mendonça.
Só o parágrafo inicial dá a entender que o autor não parece estar interessado numa discussão entre intelectuais. Ele escreve “[A]pesar da aparente clareza de ideias que costuram o corpo do texto, a um leitor atento ao processo de crescimento da literatura moçambicana, sobressai de imediato que o mesmo foi escrito sob a nublada da pressa que sempre rouba espaço a uma boa pesquisa ou intenção de ludibriar a memória da mais recente história literária. Uma terceira hipótese indica que a autora desconhece uma série de aspectos ligados à matéria que se propôs tratar, na medida em que o texto em apreço está ferido de imprecisões e distorções que acabam por prestar um falso testemunho à verdade histórica.”
Não sei como é que se pode reagir a um texto que começa assim sem fugir aos méritos das questões colocadas. Eu posso não estar de acordo com alguém, mas quando para defender o meu ponto de vista tenho de fazer recurso à ideia de que alguém escreveu às pressas, quer ludibriar ou não conhece as coisas sobre as quais escreve corto logo a possibilidade duma boa discussão. E não é só isso. O facto de a autora não viver no país é também usado contra ela para desvalorizar o conteúdo dos seus argumentos. Há toda uma postura soberba que tira a vontade de leitura e, em minha opinião, empobrece o campo literário moçambicano, pois o debate que devia promover é negado pelo tipo de retórica privilegiado no texto em causa.
Há quem veja erudição numa postura soberba. Eu vejo um empobrecimento do debate. Esta postura manifesta-se de várias maneiras na nossa esfera pública. Muitos colegas “fogem” ao debate directo e preferem usar a sala de aula e os círculos fechados de amigos para desvalorizarem os seus colegas que se pronunciam públicamente. Daí a grande hostilidade que se tem contra aqueles que participam em programas televisivos de debate. São todos eles burros e lambe-botas. Outros colegas preferem a insinuação do alto da sua sabedoria, muitas vezes a reprodução como lei natural do que vem nos manuais das suas disciplinas. Se não concordam com alguém, mas não se atrevem a entrar em debate directo, mandam indirectas nos seus murais em forma de aforismos, vituperam contra os que “sabem tudo”, etc. Outros ainda prefaciam os seus reparos críticos com expressões do tipo “o conceituado fulano de tal”, “uma pessoa com a estatura intelectual de beltrano...”, “respeito muito sincrano...” em manifestações de falsa modéstia cujo objectivo não é discutir os méritos das questões apresentadas, mas sim de desvalorizar os argumentos pondo em causa a integridade intelectual da pessoa com quem se pretende discutir. Muitas vezes isso é feito deturpando propositadamente o que os outros disseram, ou quiseram dizer.
Eu continuo a pensar que o único que vai realmente “desenvolver” este país é o debate. Está claro que não vai ser a EMATUM, a dignidade dos deputados, engenheiros que analisam soluções, tseke nem a fragmentação da Universidade Pedagógica. O que vai desenvolver o país é a melhoria da qualidade do debate, pois só isso é que nos vai permitir identificar e formular melhor os nossos problemas e, por via disso, permitir que aqueles cujo trabalho consiste em resolver problemas identifiquem as melhores soluções. A classe intelectual tem um papel importante a desempenhar através do exemplo.


Os temas que fazem a actualidade Moçambicana e Internacional em várias áreas de interesse. Os destaques do dia.
OPAIS.SAPO.MZ
Comentários
Jorge José Jone Com certeza, Professor. Muitas vezes perde-se o foco nos debates por se deixar de discutir ideias e centrar-se em pessoas. É uma pena.

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Ontem às 11:07Editado
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Brazao Catopola Infelizmente aqui é assim. Não há mérito ou até demérito da questão. Não li o texto mas tenho na Profa Fatima Mendonça uma referência nos estudos da literatura, aliás, foi minha óptima professora. Quanto ao debate como algo para levantar o país, fiquei muito desapontado ao ouvir um alguém que passou pela universidade até ao mestrado e dizer " o erro de Mandela e Mbeki foi querer gerir a RSA com base na intelectualidade " . Entendi como a gente pensa. Melhor é não pensar. Fica difícil discutir para ir em frente.

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Ontem às 11:46Editado
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Elisio Macamo triste.

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ResponderOntem às 12:26
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Pedro Comissario Não sabia que a Prof. Fátima Mendonça vive no exterior como o resto de nós. Os seus livros foram fundamentais na compreensão da literatura Mocambicana. Por amor à literatura, li os que estiveram disponíveis no nosso mercado.

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7 h
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Elisio Macamo creio que vive, mas não tenho a certeza.

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7 h
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Brazao Catopola Está morando em Portugal sim...
Arcenio Cuco Uma ressalva, eu não vou deixar de discutir as suas ideias com os meus putos na sala de aulas. Hehe!

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Ontem às 18:27Editado
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Pedro Comissario Achei extremamente interessantes os textos da Prof. Fátima Mendonça, do (será Prof.) Dr. Aurélio Furdela e agora do Prof. Elísio Macamo. Aprendi muito, cada um com seus argumentos. Gostei.

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19 hEditado
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Fatima Mendonça Sr Embaixador Pedro Comissário Obrigada pelas amáveis palavres. Acrescento um esclarecimento: desde que me reformei e deixei de dar aulas completamente em 2007 e porque encontrei condições para prosseguir o meu trabalho de investigação fiquei como Investigadora Integrada no CLEPUL da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O livro João Albasini e as luzes de Nwandzengele é resultado dessa investigação. Paralelamente sempre que a ocasião se oferece participo na organização de colóquios como foi o caso do Colóquio que assinalou os 50 anos do Nós matámos o cão tinhoso e que deu origem igualmente a um livro com as comunicações e do Colóquio que assinalou os 40 anos de Independência que organizei em colaboração com a nossa Embaixada em Lisboa. Por isso estou reformada em part-time! !Acresce que por razões familiares (dois netos franceses) posso agora passar uma parte do meu tempo em Nantes junto à Bretanha. Não creio que esta minha transumância e os ventos Ibéricos e Pirenaicos perturbem o que escrevo ou digo; pelo contrário dão-me o afastamento necessário para reflectir. De vez em quando apanho um avião até Maputo... não estou propriamente em parte incerta mas às vezes até parece. E temos liberdade de circulação não é verdade?😆

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1 h
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Pedro Comissario Estimada Professora Fátima Mendonça, muito obrigado pelo seu esclarecimento que nem mereço mas que me enche de enorme satisfação. Felicito-a muito sinceramente pela excelente produção na semi-reforma. A Professora honra muito Moçambique. Não há dúvida que deu uma enorme contribuição à nossa cultura é às nossas letras. Considero que viver fora do país é absolutamente irrelevante para o nosso vínculo à Pátria ou para o mérito da nossa produção intelectual. Creio que li tudo o que publicou em livro e, embora eu seja jurista, gosto muito da literatura. Goze a vida e a companhia preciosa dos seus netos. Li o seu artigo no País bem como o do Dr. Furdela. Mas, como pode compreender, não estou equipado para me pronunciar com conhecimento de causa. Reagi ao post do Prof. EMacamo porque o admiro muito e creio que ele tem uma inteligência brilhante e por vezes um pouco perturbadora. Mas aprendo muito dele. Votos de boa saúde e bom trabalho!

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