Membros da Polícia da República
de Moçambique
(PRM) em Sofala foram
forçadas a repelir cidadãos
que portando facas, catanas e
outros instrumentos contundentes
pretendiam retalhar a baleia azul,
que morreu domingo último, depois
de dois dias de agonia na praia
dos Biques, no Macuti, na cidade da
Beira.
A baleia, com mais de 30 toneladas,
apareceu naquela praia no fim do
dia da passada sexta-feira. O animal
apresentava ferimentos no seu corpo
que se supõem terem sido causados
por algum embate com os navios que
se fazem com frequência ao porto da
Beira
A morte daquele mamífero aconteceu
depois de goradas as tentativas
de devolvê-lo ao mar. A batalha de
salvar o animal teve menor impetuosidade
do que a travada para retaliar
depois de morto.
A polícia teve de se reforçar para
dispersar as pessoas. Nem com ameaças
de disparos se recuava porque o
desejo pela carne do animal raro era
maior.
Um cordão de segurança foi criado
enquanto uma embarcação era mobilizada
para efectuar o reboque do
animal.
O director provincial do Mar, Águas
interiores e Pescas, Carlos Sendela,
disse que o reboque do animal morto
para o alto mar foi uma medida de
prevenção para que as pessoas não
consumissem a carne cuja causa da
morte se desconhece.
No entanto, os populares que perderam
a referida carne referiram haver
algo escondido por detrás do impedimento.
Muitas especulações foram
levantadas. Algumas das quais que a
carne foi vendida a uma firma de fabrico
de conservas.
Dauto Esmail Tinde, um dos cidadãos
que trazia duas bacias e um machado,
achou estranha a atitude das
autoridades em devolver ao mar o
animal morto.
“Porque é que não querem que a gente
consuma o animal. É papel deles
fazer testes e concluir que é ou não
bom para o consumo humano. Noutros
países a carne é consumida. Se
a carne apareceu aqui é uma dádiva
de Deus. Parece-me que esta carne
foi vendida lá na Ásia para fazer sardinha,
porque não é possível que se
gaste combustível de uma embarca-
ção para deitar um animal que podia
muito bem ser consumido”, lamentou
o nosso interlocutor.
O director do Mar, Águas interiores
e Pescas, Carlos Sendela, disse que o
animal foi destruído no alto mar para
servir de alimento para outros peixes.
Justificou ter sido imperiosa a decisão
de se excluir a alimentação pública
para o seu bem.
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