quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Assassino de taxista linchado em Tete

Um suposto ladrão que assassinou um taxista, na cidade de Tete, foi esta segunda-feira linchado pela população que lhe surpreendeu com a motorizada que tinha roubado à sua vítima, após ter simulado tratar-se de um cliente.
O crime ocorreu na passada quarta-feira, na estrada que liga a cidade de Tete e a fronteira de Cassacatiza, junto a vizinha Zâmbia.
Segundo alguns taxistas entrevistados pela AIM, o assassino terá antes telefonado à vítima a quem aliciou com valores monetários sugestivos.
 “Eram 21 horas de quarta-feira, quando o criminoso ligou para o nosso colega, mais conhecido por Kabhotoro, no bairro Matundo, numa altura que já estava a descansar em sua casa. A família contou-nos que tentou resistir, mas o criminoso deu uma boa proposta de pagamento até ao cruzamento da Zâmbia. Foi assim que aceitou sair de casa para transportar o cliente”, contou João Saimone, um dos taxistas.
Saimone revelou que quando os familiares se aperceberam da demora, tentaram comunicar-se com ele através do seu telemóvel, mas sem sucessos, porque estava fora da rede e logo pensaram que algo estranho teria lhe acontecido. Assim, iniciaram as buscas na mesma noite na zona do cruzamento da Zâmbia.
“Os colegas do malogrado tinham lhe visto a passar, com alguém, pelo cruzamento da Zâmbia, mas ficaram desatentos se ele tinha ou não voltado. Foi assim que os familiares perseguiram e encontraram o jovem estatelado na berma da estrada. Pensa-se que o criminoso estivesse na companhia de outros membros da quadrilha, que apertaram o pescoço da vítima até morrer, porque o corpo não apresentava ferimentos”, explicou Saimone.
Ainda na semana passada, segundo a fonte, um dos seus colegas escapou à morte, quando na calada da noite foi espancado até perder os sentidos por um falso cliente, que indicou um destino onde estavam escondidos os seus comparsas, e de imediato arrancaram-lhe a motorizada-taxi, abandonando a vítima numa mata, na zona de Mpadwe.
“Ele não morreu, mas já não está a fazer este serviço de táxi. Preferiu abandonar a actividade, porque é de grande risco, tendo em conta que as pessoas aparecem como clientes verdadeiros. Muitos ladrões estão sempre a tentar roubar-nos as motorizadas. Estamos numa situação grave, porque, por um lado tentamos sustentar as nossas famílias, por outro, enfrentamos esta situação de risco de vida”, frisou.
A porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Tete, Lurdes Ferreira, disse que após ter tomado conhecimento do assassinato do taxista foram empreendidas as operações de busca e captura dos presumíveis criminosos.
Falando à AIM, a porta-voz condenou a atitude da população por ter feito a justiça pelas próprias mãos.
“É crime fazer a justiça pelas próprias mãos. Por isso, condenamos esta atitude. Apelamos para que encaminhem os cidadãos indiciados de prática de crime à esquadra mais próxima, em vez de matar, porque é crime”, aconselhou.
Lurdes Ferreira apelou ainda à denúncia dos criminosos, para que sejam capturados e detidos para os procedimentos subsequentes. “Deve haver denúncia dos criminosos para a tomada de medidas”, disse.
(AIM)

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