Caro José Mendes
Estou a ver o vídeo que se tornou viral, das tuas declarações no programa do Gilberto. Infelizmente sugerem que os dirigentes da época eram ignorantes, irresponsáveis ou corruptos. Aconselho-te a informares-te melhor.
(1). 6 milhões de Gj, correspondiam a 5% do imposto sobre a produção, quando ainda era de 120 milhões(MM) de Gj. Depois que passou para 183MM Gj é necessário considerar 5% desse valor.
(2). O governo pode receber os 5% em dinheiro ou em espécie, conforme estime conveniente.
(3). Apesar de não existir mercado interno na altura, o Governo conseguiu que fossem reservados 27MMGj para Moçambique. Assim, somados aos 6MMGj de imposto, iniciamos o processo com uma reserva de 33MMGj.
(4). Tomou-se como referência para essa quantidade as necessidades do projecto muito falado da altura de construção de uma unidade de processamento de ferro que viria de Palaborwa, na RSA, por emulação, através do chamado Slarry Pipeline.
(5). Esse projecto não aconteceu mas o gás está a ser usado para diversos fins como Produção de Energia eléctrica; alimentação de viaturas, produção de alumínio, cinento e outras indústrias, tendo mais recentemente justificado a construção de uma rede de distribuição em Maputo. Em todas essas aplicações o gás ganha valor acrescentado e contribui para a criação de postos de trabalho.
(6). Certamente saberás que para além do imposto sobre a produção já referido de 5% há lugar ao pagamento da contribuição industrial sobre os lucros, apesar de ter beneficiado dos benefícios fiscais previstos na lei para a fase inicial.
(7). Certamente está a par de que para além do dinheiro pago ao governo como imposto, a ENH tinha 30% do projecto. Desta percentagem ficou com 25% através da CMH e cedeu 5% ao IFC, international Finance Corporation, do Grupo do Banco Mundial. Mais tarde, a CMH vendeu 10% a moçambicanos através da Bolsa de Valores.
(8). Como empresário certamente estás a par de que os bancos só financiam um projecto que faça sentido do ponto de vista económico, a menos que no interesse público seja financiado com dinheiro dos contribuintes. Não havendo mercado em Moçambique ficaria grato em elucidares-me de que forma deveríamos ter feito para trazer a maior parte do gás para Moçambique.
(9). Esta foi seguramente a razão que fez com que o gás descoberto na década de 60 só viesse a ser comercializado em 2004, após a construção da planta de processamento em Temane e de cerca de 900Km de gasoduto.
(10). Para além de quadros moçambicanos de reconhecida reputação e seriedade, na altura contamos com o aconselhamento dos melhores consultores disponíveis a nível mundial, entre Noruegueses, Britânicos outros, para além da troca de experiências com países amigos como a Argélia.
(11). Certamente te recordas de que o acordo com a SASOL veio no seguimento de um tremendo braço de ferro com a empresa americana ENRON que contava com apoio de uma certa imprensa nacional mas que pouco tempo depois veio a provar-se que se tratava de grandes vigarista.
(12). Escrevi de memória mas existe documentação e estou disponível para o que julgares de utilidade para não deixar mal entendidos perniciosos na sociedade.
Abraço!
Castigo Langa
Estou a ver o vídeo que se tornou viral, das tuas declarações no programa do Gilberto. Infelizmente sugerem que os dirigentes da época eram ignorantes, irresponsáveis ou corruptos. Aconselho-te a informares-te melhor.
(1). 6 milhões de Gj, correspondiam a 5% do imposto sobre a produção, quando ainda era de 120 milhões(MM) de Gj. Depois que passou para 183MM Gj é necessário considerar 5% desse valor.
(2). O governo pode receber os 5% em dinheiro ou em espécie, conforme estime conveniente.
(3). Apesar de não existir mercado interno na altura, o Governo conseguiu que fossem reservados 27MMGj para Moçambique. Assim, somados aos 6MMGj de imposto, iniciamos o processo com uma reserva de 33MMGj.
(4). Tomou-se como referência para essa quantidade as necessidades do projecto muito falado da altura de construção de uma unidade de processamento de ferro que viria de Palaborwa, na RSA, por emulação, através do chamado Slarry Pipeline.
(5). Esse projecto não aconteceu mas o gás está a ser usado para diversos fins como Produção de Energia eléctrica; alimentação de viaturas, produção de alumínio, cinento e outras indústrias, tendo mais recentemente justificado a construção de uma rede de distribuição em Maputo. Em todas essas aplicações o gás ganha valor acrescentado e contribui para a criação de postos de trabalho.
(6). Certamente saberás que para além do imposto sobre a produção já referido de 5% há lugar ao pagamento da contribuição industrial sobre os lucros, apesar de ter beneficiado dos benefícios fiscais previstos na lei para a fase inicial.
(7). Certamente está a par de que para além do dinheiro pago ao governo como imposto, a ENH tinha 30% do projecto. Desta percentagem ficou com 25% através da CMH e cedeu 5% ao IFC, international Finance Corporation, do Grupo do Banco Mundial. Mais tarde, a CMH vendeu 10% a moçambicanos através da Bolsa de Valores.
(8). Como empresário certamente estás a par de que os bancos só financiam um projecto que faça sentido do ponto de vista económico, a menos que no interesse público seja financiado com dinheiro dos contribuintes. Não havendo mercado em Moçambique ficaria grato em elucidares-me de que forma deveríamos ter feito para trazer a maior parte do gás para Moçambique.
(9). Esta foi seguramente a razão que fez com que o gás descoberto na década de 60 só viesse a ser comercializado em 2004, após a construção da planta de processamento em Temane e de cerca de 900Km de gasoduto.
(10). Para além de quadros moçambicanos de reconhecida reputação e seriedade, na altura contamos com o aconselhamento dos melhores consultores disponíveis a nível mundial, entre Noruegueses, Britânicos outros, para além da troca de experiências com países amigos como a Argélia.
(11). Certamente te recordas de que o acordo com a SASOL veio no seguimento de um tremendo braço de ferro com a empresa americana ENRON que contava com apoio de uma certa imprensa nacional mas que pouco tempo depois veio a provar-se que se tratava de grandes vigarista.
(12). Escrevi de memória mas existe documentação e estou disponível para o que julgares de utilidade para não deixar mal entendidos perniciosos na sociedade.
Abraço!
Castigo Langa
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