quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Sean Spicer, o porta-voz de Trump que engole 35 pastilhas elásticas até ao meio-dia

PRESIDENTE TRUMP


O porta-voz de Trump, Sean Spicer, já se tornou uma figura de grande notoriedade. Homem intenso, nervoso, tem um vício – engolir pastilhas elásticas. O médico diz que "não há problema".
Canela. Este é o sabor predileto de Sean Spicer para as pastilhas elásticas que devora ao longo do dia de trabalho. Devora mesmo — “engulo dois pacotes e meio antes da hora de almoço. Já falei com o médico — ele diz que não há problema“. É um homem intenso e nervoso, Spicer, o porta-voz da Casa Branca e gestor de campanha de Donald Trump que saltou para a ribalta com a conferência de imprensa em que atacou a imprensa pela polémica em redor dos números da tomada de posse. O Washington Post traçou-lhe o perfil em agosto.
Nada é mais importante para Sean Spicer do que o partido — o Partido Republicano tomado de assalto pelo agora Presidente Trump. Spicer foi diretor de comunicação do Comité Nacional Republicano entre 2011 e 2017. Seis anos, um recorde. Apesar de ser visto como um moderado e ter criticado o candidato Donald Trump pelas suas declarações a respeito dos mexicanos, Spicer assumiu o cargo de chefe de estratégia de campanha do magnata ainda em 2015, acumulando até agora com a comunicação do Comité Nacional Republicano.
As sensibilidades políticas podem não ser exatamente as mesmas, mas o The Washington Post retrata Spicer como alguém que se adaptou bem a Donald Trump porque Spicer só se interessa por uma coisa: ganhar. “A cada dia, o meu objetivo é colocar pontos no marcador. É só isso que me interessa, mais do que qualquer outra coisa“, afirma. Esta atitude granjeou-lhe um “tremendo respeito” por parte de novo presidente dos EUA, algo que o magnata não parece ter por muitas mais pessoas que fizeram carreira em Washington.
O “tremendo respeito” de Trump recebe em troca uma dedicação total, com uma intensidade que o The Washington Post chama de “overdrive“, isto é, com o ponteiro das rotações sempre no vermelho.
WASHINGTON, DC - JANUARY 23: White House Press Secretary Sean Spicer speaks during a daily briefing at the James Brady Press Briefing Room of the White House January 23, 2017 in Washington, DC. Spicer conducted his first official White House daily briefing to take questions from the members of the White House press corps. (Photo by Alex Wong/Getty Images)
Sean Spicer fez carreira militar mas esteve sempre ligado à comunicação. É um homem de Washington, mas Donald Trump respeita-o “tremendamente”. (Foto: Alex Wong/Getty Images)
Agora é o porta-voz da Casa Branca, portanto será da sua boca que irão sair algumas das principais mensagens da Administração Trump (a somar, claro, aos tweets do Presidente). E é na boca de Spicer que a sua energia se concentra. E também o seu nervosismo. Spicer está constantemente a mastigar pastilhas elásticas. Orbit é a sua marca favorita — canela, o sabor ideal. E as pastilhas elásticas não são deitadas fora — Sean engole-as. Todas. A um ritmo alucinante.
Dois pacotes e meio, antes do meio-dia“, diz Spicer. Cada pacote tem 14 pastilhas — contas de merceeiro: 35 pastilhas em poucas horas. Não tem medo que isso possa fazer mal à saúde? “Falei com o meu médico sobre isto, ele disse que não há problema“.
A boca de Sean Spicer não pára, seja a mastigar pastilhas, a falar em nome da Administração de Trump, ou a gritar ao telefone com jornalistas. A boca só ficou imobilizada uma vez, em 2006, quando levou com uma bola de baseball em cheio na mandíbula.
Sean Spicer, de ascendência irlandesa, tornou-se assim um dos membros mais mediáticos de uma equipa recheada de nomes controversos, em que se incluem Steve Bannon, com alegadas ligações ao movimento alt right, o conselheiro para a Segurança Nacional Michael Flynn e, claro, o genro, Jared Kushner.
Os seus críticos, conhecedores do vício de Spicer, dizem que ele precisa das pastilhas elásticas para eliminar o sabor desagradável que sentirá na boca, todos os dias, por ser um grande defensor do comércio livre a trabalhar com o Presidente mais protecionista da História recente.
Falta de consistência? Spicer não se importa com isso. Mais importante é a lealdade e, claro, a vitória. “Há médicos que tratam pessoas que fizeram coisas horríveis, há advogados que defendem pessoas terríveis. Não julgo que seja algo exclusivo da minha profissão”, justifica.

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