terça-feira, 31 de janeiro de 2017

"Foi o município da Beira com o financiamento do Governo alemão"

Beira_PlacainauguracaoAlemanha dá razão a Daviz Simango na polémica do Chiveve
A cidade da Beira parou, na segunda-feira, para as cerimónias de entrega da primei­ra fase do projecto de reabilitação e ampliação do Canal do Chiveve, uma importante empreitada mu­nicipal milionária, sobre a qual o Governo da Frelimo a nível cen­tral, em conluio com o Governo Provincial, tentou a todo o custo ludibriar a opinião publica, com vista a colher fraudulentamente os louros pela empreitada. Na segun­da-feira, foi para lá despachado o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, para dar um rosto a essa campanha de desvalorização dos esforços do Conselho Munici­pal da Beira e de Daviz Simango.
Mas quando menos se espera­va, o embaixador da Alemanha, Detlev Wolter, que participou na cerimónia, tratou de dissipar o equívoco, tendo afirmado que o projecto foi financiado pelo seu Governo, em apoio ao Conse­lho Municipal da cidade da Beira.
Detlev Wolter disse que o seu país tem acompanhado com atenção as notícias sobre a ci­dade ca Beira e sobre o projec­to do Chiveve, que, segundo dis­se, demonstram a importância do mesmo no combate a possíveis fenómenos climáticos prejudiciais
Detlev Wolter disse que o financia­mento do projecto do Chiveve resul­tou de uma longa negociação e par­ceria entre o Governo da Alemanha e o Conselho Municipal da Beira.
"Sem os esforços do município da Beira, que manifestou de viva voz o desejo de pôr em prática o projecto, hoje não estaríamos aqui. Por isso, junto dos nossos parceiros, digo-vos que esta é mais uma prova de que o meu país está aberto para tornar os sonhos dos beirenses e tantos outros numa realidade, disse Detlev Wol­ter, que louvou a iniciativa do Conselho Municipal da Beira em tornar o Chiveve navegável novamente,
O projecto vai continuar, com a segunda fase, que consiste na construção de irfra-estruturas, jardim botânico, hotel e merca­do, para restaurar a imagem que a cidade da Beira sempre teve.
Por sua vez, Daviz Simango, pre­sidente do Conselho Municipal da Beira, disse que, apesar de haver oportunismo por parte co Governo, os munícipes da Beira sabem, na verdade, quem lutou para tornar este sonho visível. Afirmou também que o seu elenco está pronto a partilhar ideias construtivas para fazer da Beira uma cidade moderna e acolhedora.
Segundo foi divulgado, os fundos para a segunda fase do projecto já foram garantidos pelos parcei­ros, e as obras deverão começar no princípio do mês de Junho oes­te ano, devendo durar dois anos.
"Beirenses. está aqui o vosso sonho realizado. No Chiveve  se pode na­vegar, por isso digo de viva voz, cuidem destas infra-estruturas. por­que para além de manterem a nossa cidade modernizada, salvar-nos-ão de muitas doenças e de possíveis mudan­ças climáticas”, disse Daviz Simango.
Governo insiste na mesma tecla
O primeiro-ministro moçambi­cano, Carlos Agostinho do Rosário, que participou na cerimónia em representação do Conselho de Ministros, reafirmou que o projecto só existiu graças aos esfor­ços do Governo de Moçambique. Segundo Agostinho Rosário, o Conselho Municipal da Beira só acompanhou as obras de Chive­ve, pois não sabe o quanto se lu­tou juntos dos parceiros (KFW e Banco Mundial) para desembolsa­rem os 13 milhões de euros, que foi o total de investimento aplica­do na primeira rase deste projecto. "O Governo ouviu atentamente as preocupações dos beirenses em re­lação ao problema de saneamento que a cidade apresenta. Com este projecto, é o início de mais inves­timentos para combater os diversos problemas que a 8eira tem, e nós. como Governo central, vamos injec­tar mais fundos para tal disse o primeiro-ministro. (José Jeco, na Beira)
CANALMOZ – 31.01.2017

AFRICA DO SUL / ANC LAMENTA READMISSÃO DO MARROCOS À UNIÃO AFRICANA

Marrocos regressa à União Africana apesar de diferendo sobre Sara Ocidental
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Destaques - África
Escrito por Agências  em 31 Janeiro 2017
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A União Africana (UA) aceitou Marrocos como membro oficial, mais de três décadas depois de Rabat ter deixado a Organização da Unidade Africana (o organismo antecessor) em conflito pelo estatuto do Sahara Ocidental.
"É um belo dia quando regressamos a casa depois de uma ausência demasiado longa. África é o meu continente e a minha casa. Estou finalmente em casa e estou feliz por vos ver", disse o rei Mohammed VI, que desde o ano passado fazia campanha para a adesão. "Senti a vossa falta", acrescentou no final da cimeira da UA na Etiópia (sede da organização).
Numa votação realizada na segunda-feira, 39 dos 54 Estados-membros da UA aceitaram a reintegração de Marrocos, apesar da resistência da Argélia e da África do Sul devido ao estatuto do Sahara Ocidental.
Marrocos abandonou a então chamada Organização da Unidade Africana (OUA) em 1984, depois de a organização admitir a República Árabe Sarauí Democrática (RASD). Marrocos sustenta que a antiga colónia espanhola é uma parte integrante do reino, rejeitando a posição da Frente Polisário, que luta pela independência do território, de convocar um referendo sobre a autodeterminação.
O Sahara Ocidental está na lista de territórios não-autónomos das Nações Unidas desde 1963. "Marrocos foi admitido na UA como o 55º membro do organismo continental. Tal foi feito com o entendimento de que o Sara Ocidental permanecerá membro da União Africana", disse lamine Baali, embaixador do Sara Ocidental para a Etiópia e a UA.
O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na vizinha África do Sul, considera lamentável a decisão da União Africana (UA) de readmitir o Reino de Marrocos àquela organização continental.
A decisão foi tomada durante a 28ª Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), um evento de dois dias, em curso na cidade de Adis Abeba, capital etíope. 
O regresso do Marrocos, que havia deixado a organização continental em 1984 para marcar o seu desacordo sobre a questão do Saara Ocidental, contou com o voto de 39 dos 54 países membros da UA.
Contudo, num comunicado divulgado hoje no seu portal da internet, o ANC considera que Esta decisão representa um retrocesso significativo para a causa do povo saharawi e a sua busca pela autodeterminação e independência no Sahara Ocidental. O Sahara Ocidental é um dos últimos postos coloniais de África.
O ANC explica que goza de laços fraternais de longa data com a Frente Popular para a Libertação de Saguia el-Hamra e Rio de Oro (POLISÁRIO) e com a República Árabe Saharawi Democrática (RASD).

O ANC nota que esta decisão abre o caminho para o Reino de Marrocos tomar o seu lugar no seio da comunidade das nações e desfrutar os benefícios da adesão UA, enquanto o povo saharawi continuar a sofrer sob uma injusta ocupação de sua terra ancestral.
Ao readmitir o Marrocos, a UA está tacitamente a apoiar a ocupação de longa data do Sahara Ocidental. Até à data, Marrocos não cumpriu com as sucessivas resoluções da ONU sobre a questão do Sara Ocidental, sobretudo para a realização de um referendo sobre a autodeterminação, afirma o ANC.
Frisa que a maioria dos países que contestou o regresso do Marrocos é liderada por antigos movimentos de libertação, entre os quais a África do Sul, o Zimbabwe, a Namíbia, Moçambique, bem como o Botswana e Argélia. 
O ANC conclui afirmando que respeita a decisão da UA, mas espera que nos próximos meses a UA não permita que a questão da independência do Sara Ocidental seja esquecida por conveniência política. 
SG/LE
AIM – 31.01.2017



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