quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Obama pede a democratas firmeza contra esforços para revogar lei da Saúde


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Presidente norte-americano pediu aos congressistas democratas firmeza contra os esforços republicanos para revogar a sua reforma da Saúde.
MICHAEL REYNOLDS/EPA
Autor
  • Agência Lusa
O Presidente norte-americano, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira aos congressistas democratas firmeza contra os esforços republicanos para revogar a sua reforma da Saúde, argumentando que tal teria “consequências devastadoras” para milhões de pessoas, indicou a Casa Branca.
O porta-voz da Presidência dos Estados Unidos, Josh Earnest, falava na sua conferência de imprensa diária sobre a reunião que Obama manteve hoje com congressistas democratas no Capitólio com o objetivo de delinear uma estratégia que permita proteger a sua lei da Saúde, promulgada em 2010 e popularmente conhecida como ObamaCare.
Segundo Earnest, Obama falou com os congressistas do seu partido sobre as consequências “óbvias e tangíveis”, bem como “devastadoras”, que teria para os cidadãos de todo o país desmantelar o ObamaCare, sobretudo para os mais de 20 milhões que passaram a ter acesso à cobertura de um seguro de saúde graças a essa lei.
Revogar o ObamaCare “não é uma melhoria”, alertou o porta-voz, depois de referir que o próprio Presidente reconheceu que a lei não é perfeita mas nunca encontrou “vontade política” entre os republicanos para corrigir as suas debilidades.
Obama também aconselhou hoje os democratas a não “socorrerem” os republicanos ajudando-os a aprovar medidas para substituir o sistema ObamaCare, de acordo com informação de vários responsáveis presentes no encontro, que decorreu à porta fechada, citados pela estação televisiva CNN.
Apesar da insistência dos jornalistas, o chefe de Estado não fez declarações ao abandonar o Capitólio, tendo apenas dito que a sua mensagem para os democratas foi: “Cuidem do povo norte-americano”.
Após a reunião com o Presidente, os principais responsáveis democratas do Congresso compareceram numa conferência de imprensa para dizer que os republicanos “não têm qualquer ideia ou plano concreto” para substituir o ObamaCare.
O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, frisou que a consequência de derrogar o ObamaCare será “voltar a pôr o país doente” e não “torná-lo grande”, como dizia o lema de campanha do atual Presidente eleito, Donald Trump.
Por sua vez, a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, declarou que os cuidados de saúde “são um direito, não um privilégio” e que Obama lhes perguntou hoje se estão “preparados” para lutar pelo ObamaCare no Congresso.
Em paralelo à reunião dos democratas, o vice-Presidente eleito dos Estados Unidos, Mike Pence, manteve um encontro com congressistas republicanos no Capitólio para lhes transmitir a mensagem de que a primeira ação do novo Congresso, que iniciou na terça-feira os trabalhos, deve ser “revogar e substituir o ObamaCare”.
Numa conferência de imprensa após a reunião, Pence indicou que Trump começará a desmantelar o sistema de saúde instaurado por Obama no seu “primeiro dia” na Sala Oval, 20 de janeiro, com a assinatura de várias ordens executivas.
Segundo o “número dois” de Trump, depois de prestar juramento, o novo Presidente usará a sua autoridade executiva para complementar os esforços iniciados no Congresso pelos republicanos, com maioria em ambas as câmaras, para elaborar um projeto de lei que permita revogar a reforma da Saúde do seu antecessor.

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