HISTORIA QUE SULISTAS EVITAM CONTAR
I – Introdução
A identidade histórica de um povo depende de como as verdades históricas foram criadas, moldadas e transformadas num “evangelium” para as gerações posteriores. Muitas vezes, novas perspectivas desenvolvendo-se numa “verdade – falsidade”, paulatinamente se transformam na identidade do povo.
Na verdade, numa tentativa de se quebrar com o passado sangrento, nasceu na história de Moçambique heróis laboratorialmente criados por conivências políticas e frustração histórica. No entender de muitos avantajados, para definir bases históricas e dar sentido as evidências históricas existentes e reconstituir um passado colectivo, e finalmente compor uma narrativa hipoteticamente conclusiva, era preciso criar heróis e reaccionários com vista a dar forma a história desejada.
Toda essa ginástica histórica resume-se no excesso de “EUS” que reclamam para si um certo protagonismo na reconstrução da memória colectiva. “EUS” que transformaram Moçambique num país dominado por mercenários e corruptos políticos, que perderam a noção da ética.
por exemplo:
II – O “EU” DE MATEUS SANSÃO MUTHEMBA (1906 -1968): o Poder Étnico e o heroísmo laboratorial
A história de Muthemba escrita sob influência do Comité Central da Frelimo descreve-o como predestinado libertador, líder nato, grande lutador dos interesses comuns, e que deixou legado acima da memória colectiva. Nascido a 25 de Junho de 1906, em Chicumbane, província de Gaza, juntou-se a Frelimo, primeiro na clandestinidade e depois na Tanzânia, em 1964.
Já na Tanzânia, Sansão Muthemba, exerceu a função de “assistente de Secção de Comunicação”, cargo de viria a assumir no período da “purga tribal” encabeçado pelo Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, sobretudo depois da morte de Magaia, em 1966.
Impregnado por ideologia étnica, Mondlane empreende uma politica de conquista em função da etnia, elemento necessário para alargar “Lebensraum”, com vista a garantir a sobrevivência política dos Tsongas. O peso étnico e o poder das ”botas e esporas”, na lógica de Napoleão Bonaparte, tornaram-se fundamentais para alcançar a ”estruturação” étnica desejada.
Foi neste processo da aplicação do conceito Ratzeliano que Mondlane fez de Muthemba um TELEGRAFISTA, com a missão de criar o “Centro de Comunicações da Frelimo”: “instrumento valioso” no combate contra os “Heróis - reaccionários Moçambicanos”.
Afirmaria 40 anos mais tarde Disse Zengazenga, “cada pessoa proveniente do Sul recebeu uma promoção, enquanto cada uma do Norte não obteve nem um uniforme para cobrir o seu cadáver, nem caixão de caniços. Apenas algumas balas para certificar a sua morte”.
Com este instrumento, a Frelimo de Mondlane e mais tarde de Samora Machel conseguiu destruir a imagem heróica de Uria Simango, Mateus Gwengere, Adelino Gwambe, Lazaro Nkavandame, Jaime Sigauke, Silvério Nungu, e transformar um bando de tribalistas e criminosos em heróis.
Na lógica de grandes pensadores, “o que fica hoje na História de Moçambique, destes grandes heróis e outros”, senão reaccionários? Onde reside o heroísmo de Muthemba?
Conclusão: dos descontentamentos crescentes no seio da frente coadjuvada com a fome de uma estruturação justa e globalizante, “suscitou e excitou turbulência”, que por “circunstâncias históricas necessárias”, conduziu para a morte de Muthemba a 6 Maio de 1968. O acto penosamente celebrado pela “ala correcta da Frelimo?”, produziu o “EU” de Mateus Sansão Muthemba. Um “EU” que deixa Moçambique sem história.
III: o “EU” DE FANUEL GIDEON MALHUZA: Da frustração histórica ao homem esquecido da história
Dotado de manipulações e de um tribalismo disfarçado, Malhuza jogou tudo a seu favor e a dos Tsongas, os quais prenderem-no anos mais tarde. Co-fundador da UDENAMO e vice-presidente do mesmo, o homem foi sem dúvida um dos fundadores da Frelimo, na perspectiva de Zengazenga. (cf. Fundadores da Frelimo – Quem são?). o nome Frelimo dele nasceu. (cf. Jaime Khamba: os Fundadores da Frelimo).
Das conflitualidades étnicas ao controlo do poder efectivo, nasce a imagem de um homem empreendedor, que aproveitando-se do vacum estrutural, passa por cima dos seus “compagnion de route” , e promove a superioridade étnica como condição sine qua non da existência etno - política. Foi na perspectiva da aplicação da teoria conspiratória, que Malhuza esboça um plano étnico que surtiu efeitos. Afirmaria anos mais tarde que “com instinto participou não só no afastamento de Simango, mas também no de outros potenciais candidatos a presidência da Frelimo”. Na percepção de Malhuza, a “liderança da Frente tinha de ser feita por um Tsonga”, e não ao contrário. Escreve carta para Mondlane, convidando-o a abraçar a causa étnica, camuflado por uma causa nacional de luta contra o inimigo visível: o colonialismo Português.
Outrossim, do oportunismo político coadjuvado por circunstâncias históricas, cria uma aliança estratégica perigosa com José David Mabunda, João Paulo Gumane num complô aberto, advoga a substituição imediata de Mondlane, ausente de Dar-es- Salaam, a 3 de Outubro de 1962. Uma acção frustrada por Uria Simango, Rafael Silvério Nungu e António Disse Zengazenga.
Em 1963, Malhuza abandona a Frelimo junta-se a uma nova organização política, o COREMO (Comité Revolucionário de Moçambique), onde assume a pasta de “Secretário da Defesa”. Um movimento que acredita ter travado batalhas contra o colonialismo português em Tete e Manica.
Preso em Lusaka, em 1974, sob ordens de Kaunda em conluio com os novos timoneiros da Frelimo, Malhuza foge da prisão e junta-se a outros militantes do Coremo. Fuga atrás de fugas, cairia nas mãos da Frelimo em 1975,em Lourenço Marques e posteriormente transferido para Ruáruá: uma Cadeia Subterrânea: a famosa “MOÇAMBIQUE D”: em Cabo Delgado.
Conclusão: aqui reside o “EU” de um homem que procurou ser “herói vivo”. Um EU que nasce da “frustração histórica” e que o transformou em “homem esquecido da historia” recente de Moçambique.
fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
I – Introdução
A identidade histórica de um povo depende de como as verdades históricas foram criadas, moldadas e transformadas num “evangelium” para as gerações posteriores. Muitas vezes, novas perspectivas desenvolvendo-se numa “verdade – falsidade”, paulatinamente se transformam na identidade do povo.
Na verdade, numa tentativa de se quebrar com o passado sangrento, nasceu na história de Moçambique heróis laboratorialmente criados por conivências políticas e frustração histórica. No entender de muitos avantajados, para definir bases históricas e dar sentido as evidências históricas existentes e reconstituir um passado colectivo, e finalmente compor uma narrativa hipoteticamente conclusiva, era preciso criar heróis e reaccionários com vista a dar forma a história desejada.
Toda essa ginástica histórica resume-se no excesso de “EUS” que reclamam para si um certo protagonismo na reconstrução da memória colectiva. “EUS” que transformaram Moçambique num país dominado por mercenários e corruptos políticos, que perderam a noção da ética.
por exemplo:
II – O “EU” DE MATEUS SANSÃO MUTHEMBA (1906 -1968): o Poder Étnico e o heroísmo laboratorial
A história de Muthemba escrita sob influência do Comité Central da Frelimo descreve-o como predestinado libertador, líder nato, grande lutador dos interesses comuns, e que deixou legado acima da memória colectiva. Nascido a 25 de Junho de 1906, em Chicumbane, província de Gaza, juntou-se a Frelimo, primeiro na clandestinidade e depois na Tanzânia, em 1964.
Já na Tanzânia, Sansão Muthemba, exerceu a função de “assistente de Secção de Comunicação”, cargo de viria a assumir no período da “purga tribal” encabeçado pelo Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, sobretudo depois da morte de Magaia, em 1966.
Impregnado por ideologia étnica, Mondlane empreende uma politica de conquista em função da etnia, elemento necessário para alargar “Lebensraum”, com vista a garantir a sobrevivência política dos Tsongas. O peso étnico e o poder das ”botas e esporas”, na lógica de Napoleão Bonaparte, tornaram-se fundamentais para alcançar a ”estruturação” étnica desejada.
Foi neste processo da aplicação do conceito Ratzeliano que Mondlane fez de Muthemba um TELEGRAFISTA, com a missão de criar o “Centro de Comunicações da Frelimo”: “instrumento valioso” no combate contra os “Heróis - reaccionários Moçambicanos”.
Afirmaria 40 anos mais tarde Disse Zengazenga, “cada pessoa proveniente do Sul recebeu uma promoção, enquanto cada uma do Norte não obteve nem um uniforme para cobrir o seu cadáver, nem caixão de caniços. Apenas algumas balas para certificar a sua morte”.
Com este instrumento, a Frelimo de Mondlane e mais tarde de Samora Machel conseguiu destruir a imagem heróica de Uria Simango, Mateus Gwengere, Adelino Gwambe, Lazaro Nkavandame, Jaime Sigauke, Silvério Nungu, e transformar um bando de tribalistas e criminosos em heróis.
Na lógica de grandes pensadores, “o que fica hoje na História de Moçambique, destes grandes heróis e outros”, senão reaccionários? Onde reside o heroísmo de Muthemba?
Conclusão: dos descontentamentos crescentes no seio da frente coadjuvada com a fome de uma estruturação justa e globalizante, “suscitou e excitou turbulência”, que por “circunstâncias históricas necessárias”, conduziu para a morte de Muthemba a 6 Maio de 1968. O acto penosamente celebrado pela “ala correcta da Frelimo?”, produziu o “EU” de Mateus Sansão Muthemba. Um “EU” que deixa Moçambique sem história.
III: o “EU” DE FANUEL GIDEON MALHUZA: Da frustração histórica ao homem esquecido da história
Dotado de manipulações e de um tribalismo disfarçado, Malhuza jogou tudo a seu favor e a dos Tsongas, os quais prenderem-no anos mais tarde. Co-fundador da UDENAMO e vice-presidente do mesmo, o homem foi sem dúvida um dos fundadores da Frelimo, na perspectiva de Zengazenga. (cf. Fundadores da Frelimo – Quem são?). o nome Frelimo dele nasceu. (cf. Jaime Khamba: os Fundadores da Frelimo).
Das conflitualidades étnicas ao controlo do poder efectivo, nasce a imagem de um homem empreendedor, que aproveitando-se do vacum estrutural, passa por cima dos seus “compagnion de route” , e promove a superioridade étnica como condição sine qua non da existência etno - política. Foi na perspectiva da aplicação da teoria conspiratória, que Malhuza esboça um plano étnico que surtiu efeitos. Afirmaria anos mais tarde que “com instinto participou não só no afastamento de Simango, mas também no de outros potenciais candidatos a presidência da Frelimo”. Na percepção de Malhuza, a “liderança da Frente tinha de ser feita por um Tsonga”, e não ao contrário. Escreve carta para Mondlane, convidando-o a abraçar a causa étnica, camuflado por uma causa nacional de luta contra o inimigo visível: o colonialismo Português.
Outrossim, do oportunismo político coadjuvado por circunstâncias históricas, cria uma aliança estratégica perigosa com José David Mabunda, João Paulo Gumane num complô aberto, advoga a substituição imediata de Mondlane, ausente de Dar-es- Salaam, a 3 de Outubro de 1962. Uma acção frustrada por Uria Simango, Rafael Silvério Nungu e António Disse Zengazenga.
Em 1963, Malhuza abandona a Frelimo junta-se a uma nova organização política, o COREMO (Comité Revolucionário de Moçambique), onde assume a pasta de “Secretário da Defesa”. Um movimento que acredita ter travado batalhas contra o colonialismo português em Tete e Manica.
Preso em Lusaka, em 1974, sob ordens de Kaunda em conluio com os novos timoneiros da Frelimo, Malhuza foge da prisão e junta-se a outros militantes do Coremo. Fuga atrás de fugas, cairia nas mãos da Frelimo em 1975,em Lourenço Marques e posteriormente transferido para Ruáruá: uma Cadeia Subterrânea: a famosa “MOÇAMBIQUE D”: em Cabo Delgado.
Conclusão: aqui reside o “EU” de um homem que procurou ser “herói vivo”. Um EU que nasce da “frustração histórica” e que o transformou em “homem esquecido da historia” recente de Moçambique.
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