“O que segue a justica e a bondade, achara a bondade, a justica e a honra” – Prov. 21:23
São muitos os males e as consequências resultantes da colonização no nosso País. E não só. Os colonos traíram-nos, transformando-nos em brinquedos seus. Um desses piores males que o colonialismo implantou, alimentou e disseminou na mente dos nossos antepassados durante longos anos e passou para alguns de nós até hoje infelizmente é o de termos vergonha de sermos nós próprios!
O desprezo por aquilo que devia orgulhar-nos. A nossa identidade. A nossa genuinidade. O orgulho de sermos autênticos. A destruição da nossa auto-estima. Por exemplo, alguns comunicadores das redes sociais da nossa praça, (repórteres das televisões e locutores das rádios) são exemplos dessa negação por nós mesmo. São uns papagaios que se limitam a ler sem entender nem sentir o que dizem.
São mercenários que trabalham motivados pelo desejo de receber o seu ordenado e mais nada. Não têm cultura. “Despacham-nos”, lendo, sem entender nada do que dizem, quando se trata daquilo que é genuinamente nosso. Isso revolta-me profundamente. A começar pelas nossas línguas. Os nossos pais e avós foram ensinados a reconhecer como “Línguas de Cão” ou no máximo “Dialectos”.
“Aportuguesaram” os nossos nomes e apelidos. Disso resulta que alguns desses profissionais da comunicação social acham ser deselegante pronunciar “Khongoloti”, que é o nome dado em língua “tsonga” a uns animais pertencentes à classe dos diplópodes, “mil pés”, “myriapodes” ou “maria café”, como se queira. Acham que o mais bonito, o mais português, é pronunciar-se “Congolote”, como se essa palavra fosse portuguesa, quando na realidade, nem para nós nem para eles (português), significa em absoluto NADA!
“Wukanyi”, por exemplo, nome dado ao sumo dos frutos de “N’Kanye”, acham bonito dizer-se Canhú”, como se essa palavra fosse portuguesa, quando também rigorosamente, nem cá, nem lá, diz NADA!
Sabe-se que em todo o mundo e em todas as culturas os nomes têm um significado. Alguns exemplos: Ana, do hebraico”Hannah”, significa “graciosa ou cheia de graça”; Maria, também de origem hebraica “Myriam”, que significa “senhora soberana” ou “a vidente”; Isabel, que significa “casta”, “pura”, ou “consagrada a Deus”; Miguel, do hebraico Mikhael, significa “quem é como Deus?”; Guilherme, de origem germânica Willahelm, significa “protector”, etc..
Chegaram os portugueses e cá na Região Sul mudaram-nos de Mawundlani, que para nós significa“aquele que acolhe”, passaram a chamar-nos de Mondlane ou Monjane; Malaweni passou paraManuel; N’Kande passou paraCândido; Khatwani passou para Caetano; Wub’isi para Leite; Khosa paraCossa ou Costa; Mapulango passou paraMadeira e Khumbane ou Khumalo passou paraLeitão.
No Centro do País, os colonos baptizaram-nos com os seus nomes, adicionando-lhes objectos ou números como apelidos. Por exemplo António Trinta, Vasco Ardósia, Velasco Manteiga, etc..
Na Região Norte arabisado do País, figuram nomes e apelidos islâmicos como Said, Nourdin, Mustafa, Mohammed, Ibrahim, Hassan, Hamid, etc..
Tudo bem que não se pode apagar o passado, mas cultivar a nossa autoestima e orgulharmos do que somos é um imperativo de consciência. Uma dessas formas é termos orgulho em sermos Khosas e não Cossa, pronunciarmos KaTembe e não Catembe, Matlazini e não Malhazine, Ka Mahota e não Mahotas, só para dar como exemplos. Que tal!
Kandiyane Wa Matuva Kandiya
DOMINGO – 08.01.2017
Posted at 20:38 in Antropologia - Sociologia, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink ShareThis
Fuzilado aí depois de para lá deportado por Mobuto."
MORAL da questão?
FUNGULANI MASSO
A LUTA É CONTÍNUA
As fronteiras que o aterrorizam (Prof.) podem ter razão de ser, entretanto, penso que a seu foco deve virar para os tribalistas exclusivamente aqueles que na tribo encontram factores divisionistas pois eu ainda acho factores de união que jazem na inegável cultura comum BANTU, os aspectos do bom preto, mau preto e do Bom rapaz e do mau rapaz, sulista que não bom e do nortenho civilizado não são meus assuntos pois constituem um acto de masturbação mental sem paralelo, acho ainda que os meus irmãos mulatos, brancos, indianos, chineses, paquistaneses e os que involuntariamente omiti acho que não tem que se preocupar porque não são o cerne do problema estamos a falar de erros cometidos no período colonial e que ainda não se fez nada para mudar essa ofensa a raça negra e aos nativos moçambicanos, esse e o meu problema e todo aquele que não me entender peco para que não me julgue eu sei do que estou a falar, entre ser chamado “Faz-bem Gafanhoto” e Mabulukwane Zandamela eu prefiro o ultimo nome que o primeiro.
Exemplo:
Eu chamo-me Mufeketo Guambe, vamos supor que pelos infelizes acidentes históricos na acto do meu registo de nascimento o tuga em serviço se tenha engraçado com um gafanhoto e decida negar o nome escolhido pelos meus pais e ele imponha que me chamem “Gafanhoto Atrasado Tanque”, ora bem, não caberia no actual período histórico de acordo com o Prof. Carvalho, o sujeito “Gafanhoto Tanque”, reconquistar sua dignidade mandando apagar do seu Bilhete de Identidade o nome insultuoso escolhido por um rosto-pálido com poderes plenipotenciários que num acto de pura gozação assim optou.
É só uma sugestão.
Na luta do povo ninguém cansa.
FUNGULANI MASSO
A LUTA É CONTÍNUA
Na luta do povo ninguém cansa.
FUNGULANI MASSO
A LUTA É CONTÍNUA
Prof. Doutor Carlos Serra
Prof. Doutor Severino Nguenha
Prof. Doutor José Castiano
Prof. Asp. Doutor Elidido Vaz
Prof. Doutor Castelo Branco
Doutor Mungoi
Prof. Doutor Perreira
Exemplo: Carlos Ferreira de Bastos; Arlindo Madeira; Caetano Avdentino de Barros, Sousa Costa Joao Cintra; Sergio Castelo Branco (Nomes de moçambicanos aportuguesados).
Hi minha gente será que a sapiência e esta?
Mais de 40 anos volvidos após a independências e você, simplesmente, é incapaz de explicar a miséria em que está o país. Um país onde as pessoas passam mais de um terço da sua curta esperança de vida, a procura de gafanhotos, para saciar o fome. Nem os animais, na selva, perdem tanto tempo a procura de capim.
Os maiores esclavagistas são os próprios africanos.