Aumenta a tensão na Gâmbia
O chefe das Forças Armadas gambianas acaba de reafirmar
a sua lealdade ao Presidente. Yahya Jammeh garante que não deixará o
cargo, que ocupa há 22 anos, antes de uma decisão da Justiça. Várias
rádios foram encerradas.
Mandato presidencial de Jammeh (na foto) termina a 19 de janeiro, data prevista para a tomada de posse de Adama Barrow
A cada dia que passa, a tensão social aumenta na Gâmbia. Várias
rádios foram encerradas e o próprio presidente da comissão eleitoral,
Alieu Momar Njie, fugiu do país com receio de ter a vida em risco depois
de declarar o líder da oposição vencedor do escrutínio.
O chefe do Exército gambiano, o general Ousman Badjie, reafirmou quarta-feira (04.01) que está do lado do Presidente, depois da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter ameaçado enviar tropas para a Gâmbia caso Jammeh não saia do poder.
Yahya Jammeh recusa-se a aceitar a derrota nas presidenciais de dezembro. Na próxima semana, a 10 de janeiro, o Supremo Tribunal da Gâmbia vai analisar o requerimento do partido do chefe de Estado para anular as presidenciais ganhas por Adama Barrow.
À espera de 19 de janeiro
Halifa Sallah, porta-voz da coligação da oposição Aliança Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, diz que neste momento resta esperar por 19 de Janeiro, data em que termina o último mandato de cinco anos do atual chefe de Estado.
"O Presidente recém-eleito disse a todos os gambianos que o Governo cessante tem um mandato de cinco anos para cumprir. O Presidente cessante Jammeh é ainda o Presidente da República e não se espera que as forças de segurança simplesmente cheguem lá e removam o Presidente do seu cargo. Isso constituiria um golpe de Estado", afirma.
Jammeh, de 51 anos, admitiu inicialmente a derrota no sufrágio, mas uma semana depois voltou atrás e recusou aceitar o resultado, alegando irregularidades na votação. Entretanto, o partido do Governo pediu ao Supremo Tribunal para anular o sufrágio, ganho por 19 mil votos de diferença.
A CEDEAO já enviou uma missão de quatro chefes de Estado a Banjul para convencer Jammeh a deixar o poder, mas sem sucesso. Também o representante da ONU na África Ocidental, Mohamed Chambas, defende que o Presidente gambiano deve ceder o poder a 19 de janeiro.
Já a União Africana (UA) considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende a transferência de poderes rápida e pacífica para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia.
"Jammeh ficará sozinho"
Halifa Sallah acredita que a 19 de janeiro as rédeas do país passarão a estar nas mãos de Adama Barrow, ainda que Yahya Jammeh teime em não abandonar o poder.
"Neste
momento, ele está protegido pela Constituição, porque está no poder.
Mas, no dia 19, ele não será apoiado pela Constituição e acreditamos que
todas as instituições vão ser transferidas para estarem sob a alçada do
Presidente eleito Barrow", diz em entrevista à DW África.
O porta-voz da coligação da oposição acredita que, então, "Yahya Jammeh ficará sozinho". "Não sei o que é que ele vai dizer nesse momento, mas não acho que ele seja capaz de continuar a dizer que vai continuar no poder", afirma.
Yahya Jammeh, de 51 anos, tornou-se Presidente da Gâmbia em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de torturar e assassinar opositores.
O chefe do Exército gambiano, o general Ousman Badjie, reafirmou quarta-feira (04.01) que está do lado do Presidente, depois da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter ameaçado enviar tropas para a Gâmbia caso Jammeh não saia do poder.
Yahya Jammeh recusa-se a aceitar a derrota nas presidenciais de dezembro. Na próxima semana, a 10 de janeiro, o Supremo Tribunal da Gâmbia vai analisar o requerimento do partido do chefe de Estado para anular as presidenciais ganhas por Adama Barrow.
À espera de 19 de janeiro
Halifa Sallah, porta-voz da coligação da oposição Aliança Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, diz que neste momento resta esperar por 19 de Janeiro, data em que termina o último mandato de cinco anos do atual chefe de Estado.
"O Presidente recém-eleito disse a todos os gambianos que o Governo cessante tem um mandato de cinco anos para cumprir. O Presidente cessante Jammeh é ainda o Presidente da República e não se espera que as forças de segurança simplesmente cheguem lá e removam o Presidente do seu cargo. Isso constituiria um golpe de Estado", afirma.
Jammeh, de 51 anos, admitiu inicialmente a derrota no sufrágio, mas uma semana depois voltou atrás e recusou aceitar o resultado, alegando irregularidades na votação. Entretanto, o partido do Governo pediu ao Supremo Tribunal para anular o sufrágio, ganho por 19 mil votos de diferença.
A CEDEAO já enviou uma missão de quatro chefes de Estado a Banjul para convencer Jammeh a deixar o poder, mas sem sucesso. Também o representante da ONU na África Ocidental, Mohamed Chambas, defende que o Presidente gambiano deve ceder o poder a 19 de janeiro.
Já a União Africana (UA) considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende a transferência de poderes rápida e pacífica para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia.
"Jammeh ficará sozinho"
Halifa Sallah acredita que a 19 de janeiro as rédeas do país passarão a estar nas mãos de Adama Barrow, ainda que Yahya Jammeh teime em não abandonar o poder.
O porta-voz da coligação da oposição acredita que, então, "Yahya Jammeh ficará sozinho". "Não sei o que é que ele vai dizer nesse momento, mas não acho que ele seja capaz de continuar a dizer que vai continuar no poder", afirma.
Yahya Jammeh, de 51 anos, tornou-se Presidente da Gâmbia em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de torturar e assassinar opositores.
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- Data 05.01.2017
- Autoria Jane Ayeko-Kümmeth, nn, AFP
- Assuntos relacionados Eleições em Angola, Eleições em Cabo Verde, Eleições na Guiné-Bissau, Eleições em Moçambique, Eleições em São Tomé e Princípe, Eleições de 2017 em Angola, Comissão Nacional de Eleições (CNE), Gâmbia, Democracia, Desemprego
- Palavras-chave Gâmbia, Yahya Jammeh, Adama Barrow, crise política, crise, Halifa Sallah, oposição, Presidente, eleições
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