Paulo Oliveira
Nascido em Lisboa em Setembro de 1959, Paulo ‘Makwákwa’ Oliveira vai com a família para Moçambique em Agosto de 1960, residindo em Lourenço Marques - Maputo - até Setembro de 1979, altura em que volta a Portugal. Entretanto foi praticante e instrutor de paraquedismo com licença de queda-livre no Aeroclube de Moçambique em 1978 e 1979, e cursou Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane.
Em Portugal integra em Agosto de 1981 a ala externa da Renamo, vindo a assumir, de Fevereiro de 1983 a Março de 1984, o cargo de director da emissora Voz da África Livre, na África do Sul. Vive no mato, com a guerrilha, e em ‘departamentos especiais’ militares de Pretória ligados à guerra psico lógica, análise de informação e propaganda.
De novo em Lisboa, no seguimento do Acordo de Nkomáti entre Moçam bique e a África do Sul, assume a direcção da revista da Renamo, sendo nomeado porta-voz e delegado do movimento para a Europa Ocidental. Simultaneamente exerce funções de jornalista e colaborador free lancer em diversos órgãos de informação portugueses.
Após sete anos de envolvimento com o movimento de guerrilha, abandona a Renamo em Outubro de 1987 por divergências quanto ao excessivo controlo sul-africano e à linha de actuação do grupo. Ainda em finais desse ano edita um primeiro número de um boletim independente sobre Moçambique e a África Austral. Em 14 de Março de 1988, e contando com uma certa liberalização do regime, regressa a Maputo, onde vive até fi nais de 1991.
Possuindo alguns conhecimentos e amigos no Cairo e, mais ao norte, no delta do Nilo, em Mahalla al-Kubra, e nos meios árabes da banlieu parisiense, o facto permitiu-lhe arranjar material para um romance de ficção - ‘Mak: Operação D7’ - que classifica como um ‘quase-manual de terrorismo’, escrito em 1997, e actualmente em fase de ultimação.
Nascido em Lisboa em Setembro de 1959, Paulo ‘Makwákwa’ Oliveira vai com a família para Moçambique em Agosto de 1960, residindo em Lourenço Marques - Maputo - até Setembro de 1979, altura em que volta a Portugal. Entretanto foi praticante e instrutor de paraquedismo com licença de queda-livre no Aeroclube de Moçambique em 1978 e 1979, e cursou Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane.
Em Portugal integra em Agosto de 1981 a ala externa da Renamo, vindo a assumir, de Fevereiro de 1983 a Março de 1984, o cargo de director da emissora Voz da África Livre, na África do Sul. Vive no mato, com a guerrilha, e em ‘departamentos especiais’ militares de Pretória ligados à guerra psico lógica, análise de informação e propaganda.
De novo em Lisboa, no seguimento do Acordo de Nkomáti entre Moçam bique e a África do Sul, assume a direcção da revista da Renamo, sendo nomeado porta-voz e delegado do movimento para a Europa Ocidental. Simultaneamente exerce funções de jornalista e colaborador free lancer em diversos órgãos de informação portugueses.
Após sete anos de envolvimento com o movimento de guerrilha, abandona a Renamo em Outubro de 1987 por divergências quanto ao excessivo controlo sul-africano e à linha de actuação do grupo. Ainda em finais desse ano edita um primeiro número de um boletim independente sobre Moçambique e a África Austral. Em 14 de Março de 1988, e contando com uma certa liberalização do regime, regressa a Maputo, onde vive até fi nais de 1991.
Possuindo alguns conhecimentos e amigos no Cairo e, mais ao norte, no delta do Nilo, em Mahalla al-Kubra, e nos meios árabes da banlieu parisiense, o facto permitiu-lhe arranjar material para um romance de ficção - ‘Mak: Operação D7’ - que classifica como um ‘quase-manual de terrorismo’, escrito em 1997, e actualmente em fase de ultimação.
«RENAMO, UMA VIAGEM AO CORAÇÃO DAS TREVAS»
Por Antonio Carmo • 23 Dez , 2008 • Categoria: 08. JÁ LEMOS E... Print
Autor: Paulo Oliveira
Editora/Distribuição: EUROPRESS
Colecção: HISTÓRIAVIVA
Lisboa, 2006, 368 pp.; 16 cm X 22,5 cm
(Capa mole com badanas; 63 fotos a preto e branco)
Massacres, terrorismo, propaganda muito característica do período da “guerra fria”, raptos de cidadãos portugueses, intriga política, traições, espionagem, contactos e convivência com o Comandante das “Forças Armadas” da RESISTÊNCIA NACIONAL MOÇAMBICANA (RENAMO), Afonso Dhlakama, um pouco de tudo, o leitor encontrará nas páginas deste livro, um documento ilustrativo da constante manipulação dos processos políticos e militares do nostálgico continente africano.
A narrativa é da autoria de PAULO OLIVEIRA, um praticante e instrutor de pára-quedismo desportivo civil no histórico Aeroclube de Moçambique (1978-1979) que frequentou a faculdade de Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane, equadro político da ala externa da RENAMO em Portugal.
Desde 1981 que o autor acompanhou, numa situação privilegiada, os desenvolvimentos políticos e militares do confronto armado RENAMO-FRELIMO tendo, ainda, convivido com figuras de relevo deste movimento que desenvolveu uma guerra de guerrilha nesta ex-possessão portuguesa, e que a imprensa anglo-saxónica, sempre considerou um produto genuíno de “serviços secretos” rodesianos (criado em 1975 pelo Rhodesia’s Central Intelligence Organization) e, posteriormente sul-africanos e norte-americanos.
Após sete anos de profundo envolvimento com a estrutura politica e militar da RENAMO, Paulo Oliveira abandona as suas fileiras (1987) e acusa o movimento de “excessivamente controlado pela África do Sul”, ou seja, denuncia o controlo militar e político exercido pelo General VAN DER WESTHUISEN, Director dos Serviços Secretos Militares da África do Sul.
De facto, a guerra de desestabilização de Moçambique, vulgarmente conhecida como a “GUERRA DOS 16 ANOS” (1976-1992), foi um conflito armado violento travado entre as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) e os guerrilheiros da RENAMO, fortemente apoiados pelas Forças Armadas da África do Sul, principalmente depois da independência do Zimbabué.
Com a Base Central Operacional implantada na Gorongosa (uma espécie de Quartel-General), a RENAMO alarga as suas acções armadas a todas as províncias de Moçambique, gozando sempre de um apurado e eficiente apoio logístico sul-africano.
Os apoios que alimentaram esta “máquina de guerra” não se limitaram somente a facilidades de trânsito ou a cedência de “espaço” no território sul-africano para implantarem as suas estruturas políticas e militares.
Avultadas quantias monetárias e preparação militar a centenas de guerrilheiros nas suas infra-estruturas militares nacionais são, hoje, episódios suficientemente explicados.
É aqui neste particular que o nosso interesse se concentra e, pasme-se! é comprovado o treino de um selecto grupo de guerrilheiros da RENAMO no domínio das técnicas do “envolvimento vertical”.
A narrativa é da autoria de PAULO OLIVEIRA, um praticante e instrutor de pára-quedismo desportivo civil no histórico Aeroclube de Moçambique (1978-1979) que frequentou a faculdade de Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane, equadro político da ala externa da RENAMO em Portugal.
Desde 1981 que o autor acompanhou, numa situação privilegiada, os desenvolvimentos políticos e militares do confronto armado RENAMO-FRELIMO tendo, ainda, convivido com figuras de relevo deste movimento que desenvolveu uma guerra de guerrilha nesta ex-possessão portuguesa, e que a imprensa anglo-saxónica, sempre considerou um produto genuíno de “serviços secretos” rodesianos (criado em 1975 pelo Rhodesia’s Central Intelligence Organization) e, posteriormente sul-africanos e norte-americanos.
Após sete anos de profundo envolvimento com a estrutura politica e militar da RENAMO, Paulo Oliveira abandona as suas fileiras (1987) e acusa o movimento de “excessivamente controlado pela África do Sul”, ou seja, denuncia o controlo militar e político exercido pelo General VAN DER WESTHUISEN, Director dos Serviços Secretos Militares da África do Sul.
De facto, a guerra de desestabilização de Moçambique, vulgarmente conhecida como a “GUERRA DOS 16 ANOS” (1976-1992), foi um conflito armado violento travado entre as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) e os guerrilheiros da RENAMO, fortemente apoiados pelas Forças Armadas da África do Sul, principalmente depois da independência do Zimbabué.
Com a Base Central Operacional implantada na Gorongosa (uma espécie de Quartel-General), a RENAMO alarga as suas acções armadas a todas as províncias de Moçambique, gozando sempre de um apurado e eficiente apoio logístico sul-africano.
Os apoios que alimentaram esta “máquina de guerra” não se limitaram somente a facilidades de trânsito ou a cedência de “espaço” no território sul-africano para implantarem as suas estruturas políticas e militares.
Avultadas quantias monetárias e preparação militar a centenas de guerrilheiros nas suas infra-estruturas militares nacionais são, hoje, episódios suficientemente explicados.
É aqui neste particular que o nosso interesse se concentra e, pasme-se! é comprovado o treino de um selecto grupo de guerrilheiros da RENAMO no domínio das técnicas do “envolvimento vertical”.
TROPAS PÁRA-QUEDISTAS DA “RENAMO”
Um dos capítulos mais interessantes deste livro tem início na página 103, com o subtítulo “OS SECRETOS PARAQUEDISTAS DA RENAMO”.
Nele, o leitor é informado de alguns pormenores muito interessantes, sobre a selecção, o treino, e a preparação de um numeroso grupo de guerrilheiros da RENAMO que frequentou e concluiu um CURSO DE PÁRA-QUEDISMO MILITAR, ministrado por instrutores pára-quedistas sul-africanos.
Este acontecimento já tinha sido tornado público, em Fevereiro de 2000, num artigo documentado com excelentes fotografias e da autoria do Dr. Tom Marks. Porém, como foi publicado pela controversa revista “SOLDIER OF FORTUNE”, e apesar das fotografias que aqui reproduzimos, foi-lhe atribuído pouca credibilidade.
Do citado capítulo (págs. 103 e 104) extrai-se o seguinte texto:
«… Os aviões só regressam à África do Sul de madrugada. E largaram também, de pára-quedas, mais de duzentos militares do movimento que haviam terminado cursos de sabotagem, técnicas de guerrilha, armamento e…pára-quedismo, obviamente. E obviamente que tudo isto é “top”, “top secret”, pois oficialmente Pretória nunca deu um alfinete que seja à RENAMO.
Pois, os paraquedistas do movimento…o esquema de formação acelerou-se imenso nestes últimos tempos. Há todo um incremento do vector que leva gente e material de território da África do Sul até aos confins de Moçambique. E eu estivera precisamente, nos dois dias anteriores, a acompanhar estes saltos de treino, tanto na zona de aterragem como de bordo do avião, um DC-3”Dakota”.
É demasiado radical estar a bordo, o piloto deve ser um dos loucos destas coisas, a aterrar nesta simples estrada de terra batida, o mecânico de bordo desfolha uma revista com gajas, e eu sem paraquedas algum estou aqui em pé à porta, a incentivar a saída desta malta toda, a uns mil pés (trezentos metros de altitude) a levar com estes golpes de vento tremendo, agarrado apenas à moldura da saída ou aos cabos onde engancham as tiras amarelas dos paraquedistas, estes “espantas-galinhas”, como no Aeroclube, antes, apelidávamos os que saltavam em “automático”. Deliro com este barulho, o troar dos motores, a chicotada bem sonora da ventania…»
«…A pista de areia e a zona de saltos, separadas uns quatro quilómetros entre si, ficam mais ou menos a vinte quilómetros a noroeste de Phalaborwa e a uns quinze quilómetros para sudoeste do campo de treino que visitei em Agosto. Bom, creio que é mais ou menos isso. O “Voluntário” efectuou nove saltos de treino, juntamente com outros oficiais ligados à RENAMO. E na tarde deste dia 30 ocorreu a cerimónia de entrega das “asas” de páraquedistas a todos do curso.»
Da leitura atenta deste pequeno extracto, podemos concluir que os pára-quedistas ao serviço da RENAMO tiveram de efectuar nove saltos em pára-quedas para poderem ostentar o seu distintivo de qualificação pára-quedista “sobre o bolso esquerdo”, e que o curso de pára-quedismo foi frequentado em infra-estruturas militares nos arredores de PHALABORWA.
Recordo que Phalaborwa é uma grande cidade situada nas proximidades do Parque Nacional Kruger e rica em cobre e fosfatos. Esta cidade é, também, conhecida por ter temperaturas muito elevadas (35 graus) e o seu nome, dado pelas tribos de Sotho, significa “melhor que o sul”. Em 1980 foi seleccionada para acantonar uma unidade de tropas especiais: o 5º REGIMENTO DE FORÇAS ESPECIAIS.
O distintivo de qualificação pára-quedista em causa (ver foto) foi fabricado localmente (África do Sul), possuindo uma sólida construção metálica. O “Escudo-de-Armas da RENAMO”, ao centro, é uma peça independente fixada por um parafuso.
Existe outra versão semelhante, mas com os espaços entre os cordões do pára-quedas preenchidos a vermelho.
Informação não oficial e sujeita a confirmação histórica atribuem o pormenor das duas cores para distinguir os guerrilheiros da RENAMO que executavam saltos de abertura manual (vermelho) dos que saltavam em pára-quedas de abertura automática (azul).
O livro, escrito numa linguagem simples e acessível, acaba por em cada um dos quatros capítulos principais, conclusões e apêndices, revelar outros pormenores que “cruzados” com o artigo da revista “SOLDIER OF FORTUNE” de Fevereiro de 2000, permite-nos reconstruir um pouco da pequena, mas frutífera, história dos “pára-quedistas secretos da RENAMO”que o ACORDO DE PAZ estabelecido em Roma (1992) extinguiu.
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