25/01/2011
comments
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umBhalane said...
Sem limpar o passado não há, nunca houve presente, como TODOS cansamos de saber.
Sem passado e sem presente não haverá futuro.
Futuro em paz, harmonioso, em unidade progressiva.
É imperativo LIMPAR o passado, que se repercute, transitou, e está a envenenar o presente.
NÃO VAMOS ESQUECER O QUE PASSOU, O QUE SE PASSOU, O PASSADO, O PRESENTE.
A LUTA É CONTÍNUA.
A dinâmica do norte de áfrica vai chegar:
- Sudão do Sul
- Tunísia
- Costa do Marfim
- Egipto
- Logo, logo a Somália...
A hora está a chegar.
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Francisco Moises said...
Pedro Mondlane de que se fala no paragrafo 7 deste excerpto era primo de Eduardo Chivambo Mondlane, primeiro presidente da Frelimo, cujo problema com os dirigentes da Frelimo foi o de duvidar a versao de Samora Machel e dos seus colegas que Eduardo Mondlane tinha sido morto pela PIDE.
Um homem com uma semelhança remarcavel com Eduardo Mondlane, careca, corpulência e tudo, que apareceu numa fotografia dum jornal tanzaniano, a qual foi tambem foi publicada num jornal nairobense no Quénia aquando dos chamados julgamentos de Nachingwea onde Sérgio Vieira foi o grande juiz -- Pedro Mondlane estava mais do que certo que o seu primo, Eduardo Mondlane, tinha sido eliminado pela camarila samorista num complô interno -- é o que muita gente acreditava na Africa Oriental, principalmente na Tanzânia e na propria Frelimo.
Joana Simeao, a colega de Maximo Dias no GUMO (Grupo unido de Moçambique) que operava em Lourenço Marques sob o governo português na década de 1970, e Pedro Mondlane, estiveram no grupo de individuos que foram exibidos e humilhados em Nachingwea na Tanzânia. Foram internados mais tarde em 1977 em Mitelela no Niassa juntamente com Uria Simango, Paulo Gumane, Faustino Kambeu, José Nhaunga, Joao Unhai, Basilio Banda, Lazaro Nkavandame, Pedro Simango e centenas doutros moçambicanos e moçambicanas como traidores (a palavra swahili utilisada pela Radio da Tanzania: wasaliti).
Depois veio a informaçao fulminante e horrorosa -- todos aqueles individuos e aquelas individuas foram eliminados e eliminadas. Ninguem sobreviveu. E os acima nomeados foram chacinados no dia 24 de Junho de 1977 numa ceremonia presidida por Sérgio Vieira, Sérgio Vieira este que viria a dizer em California que os prisioneiros tinham morrido num ataque da Renamo ao campo. Mas em 1977, a Renamo nao tinha começado a operar no Niassa.
Carregados em jeeps depois de terem sido informados que iam a Lichinga donde partiriam para Maputo para serem amnistiados por Samora Machel, os carros pararam a alguma distância do campo de concentraçao. Os individuos foram tirados dos carros, aspergidos com gasolina e metidos numa valeta que tinha sido aberta para o proposito de queima-los vivos. Foram incendiados vivos. Durante aquela cerimonia macrabra, os militares da Frelimo, com armas nas maos e punhos acenando para o ar, cantavam cantos revolucionarios em volta da cova de insultos contra os morrentes em flamas (carta enviada de Maputo por um clandestino a este autor cujo nome nao publico aqui).
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Beirense da Manga said...
É muito simples de explicar.
Os que políticamnete controlavam Portugal e as colónias, pós 25 de Abril, viviam fora do País.Desconheciam a realidade e a evolução das políticas marcelistas.
Daí terem atitude "pilatistas"!
Deviam ser responsabilizados, caras sem vergonha!
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JJLABORET said...
Um comentário pequeno, porém fundo!
Parabéns Srª ANA RAMOS!
Meus respeitos!
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ana ramos said...
Enfim, uma sucessão de vergonhas, quer para Moçambique quer para Portugal; nem uns nem outros souberam lidar com o povo e com o verdadeiro racismo;
É passado, mas a ver vamos no futuro, qual deles terá a coragem de limpar toda esta Vergonha ignóbil...