Segundo informou há dias o portal online EurActiv, por iniciativa dos ativistas do movimento Pegida, em Dresden pelo menos 10 mil pessoas, segundo dados da polícia, saíram à rua em manifestação. Nos seus discursos e slogans eles apelaram ao aumento do combate aos abusos cometidos pelos imigrantes, que são sobretudo originários de países muçulmanos da África e do Oriente Médio, relativamente ao direito à habitação, ao crescimento do radicalismo islâmico, assim como contra a “diluição”, como eles o qualificam, da cultura nacional alemã devido ao alastramento no país dos costumes e tradições muçulmanas. Manifestações idênticas também foram realizadas, segundo se informa, numa série de outras cidades daAlemanha. Além disso, esse tipo de manifestações está ganhando um caráter sistemático.
Temos de referir, contudo, que na mesma cidade de Dresden, simultaneamente com a marcha do Pegida decorreu uma manifestação de seus adversários. Quanto ao novo movimento, o ministro da Administração Interna da Alemanha Thomas de Maizière qualificou o comportamento de seus participantes como “insolente”.
“Nós não precisamos de lições adicionais de patriotismo”, declarou ele em entrevista televisiva. Além disso, segundo Maizière, os ativistas do Pegida se tornaram conhecidos por atos nada patrióticos e por um respeito pela lei que está longe de ser impecável. A essência do problema dos imigrantes é simples, diz o ministro. Temos de ajudar aqueles que merecem ser ajudados e extraditar aqueles que não merece ser apoiado.
Segundo considera o ministro da Justiça Heiko Maas, as manifestações mostram que os apoiantes do Pegida não constituem uma maioria dos cidadãos alemães. Claro que da altura das cadeiras ministeriais o problema do cumprimento da lei pelos imigrantes e da sua integração na sociedade pode não parecer, certamente, tão dramático. Mas na prática essa questão, ao longo dos últimos anos, não tem abandonado os primeiros lugares da agenda política da Europa unida. A próspera Alemanha, que representa o destino de sonho para os que procuram uma vida melhor, será uma espécie de indicador para a solução desse problema.
Pela quantidade de imigrantes, entre os países ocidentais, a Alemanha só fica atrás dos Estados Unidos. Se no ano passado aqui foram apresentados pedidos de asilo por parte de 127 mil imigrantes, este ano esse número deverá representar previsivelmente 200 mil pessoas. Segundo as previsões, no próximo ano ele irá crescer em mais 30 mil.
Podemos entender os sentimentos dos cidadãos alemães quando, digamos, por razões de correção política, o nome da tradicional Feira de Natal é alterado para Feira de Inverno. Esse tipo de metamorfoses acontece também em França e noutros países do Velho Continente.
Em resumo, para regressarmos à questão do movimento Pegida, podemos dizer que seus participantes tentam introduzir suas correções nos padrões europeus de democracia. Aliás, o Pegida não é o único neologismo na Alemanha. Já apareceram denominações como Kagida, Dugida e Mugida, nas quais as primeiras letras representam os nomes das cidades de Kassel, Dusseldorf e Munique e as últimas representam a mesma expressão “contra a islamização do Ocidente”. Isso terá um ponto final?
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