Moscou não permitirá que os responsáveis da catástrofe do Boeing na Ucrânia escapem à responsabilidade
Ainda não todos os corpos das vítimas da catástrofe foram identificadas e enterradas, mas parece que todos no mundo tinham esquecido o desastre. A mídia ocidental riscou esse tema dos boletins noticiários. Ele não se discute também em reuniões de organizações internacionais. Não há resposta a pergunta alguma, mas isso já não preocupa ninguém, destaca o chefe do departamento diplomático da Rússia, Serguei Lavrov:
“Cria-se a impressão de que todos os outros tinham perdido interesse em relação à investigação. Após as primeiras acusações bruscas, no limiar de histeria, contra a Rússia e as milícias, parece que todos que se manifestaram com tal ardor não abrem mais a boca. No fundo, nós sozinhos tentamos manter atenção a este problema muito sério. Estamos apelando a que seja cumprida a resolução 2166 do Conselho de Segurança. Quando no dia seguinte após a catástrofe foi aprovada esta resolução, ela manteve um apelo a que seja posto o fim imediato ao fogo ao redor do local da queda de destroços da aeronave. Praticamente fomos sozinhos a expressar séria preocupação, quando a direção ucraniana havia afirmado publicamente que não seria declarado um cessar-fogo, devendo primeiro os militares reconquistar esse lugar controlado por rebeldes. Quando havíamos apelado a que o Conselho de Segurança da ONU dispensasse atenção a esse fato e exigisse cumprir sua resolução, os americanos, britânicos e lituanos não permitiram que isso fosse feito”.
Uma aeronave da Malaysia Airlines seguia em 17 de julho de Amsterdã para Kuala Lumpur. O corredor aéreo internacional passava através da Ucrânia em estado de guerra. Inesperadamente, o Boeing alterou os parâmetros de voo, afastou-se para a zona de ações militares ativos e baixou a altitude. O aparelho caiu no território controlado por milicianos de Donbass.
Qual foi a razão de a tripulação ter alterado o itinerário traçado? A resposta a essa pergunta podem dar dados gravados por registadores de voz de bordo que se conservaram em perfeito estado e foram entregues à Inglaterra. Podem esclarecer a situação as conversas gravadas entre os controladores aéreos que monitoravam naquele dia os voos no céu ucraniano. Funcionários de serviços aéreos terrestres da Ucrânia também podem lançar luz sobre a causa da tragédia.
Mas todos esses dados foram tornados secretos. Ao mesmo tempo, os familiares das vítimas e a opinião pública dos países atingidos pela tragédia estão calados, esperando com paciência que alguém se digne a conceder-lhes informações sobre os autores da morte de 298 pessoas, aponta Azhdar Kurtov, perito do Instituto de Pesquisas Estratégicas da Rússia:
“Não posso dizer por que os familiares das vítimas estão calados. Talvez, eles digam algo, mas sua voz não é ouvida. Mas entende-se perfeitamente por que não fala a mídia estatal e privada de países ocidentais. Ela é controlada por respetivas estruturas governamentais através do sistema de impostos e através do sistema de administração. Pelo visto, foi indicado que este tema deixe de ser discutido”.
Contudo, Kiev e seus aliados não conseguirão silenciar essa história e desviar da responsabilidade as pessoas culpadas da catástrofe. Moscou tenciona fazer tudo para que a verdade seja revelada, declarou responsavelmente o chanceler russo, Serguei Lavrov.
Trata-se não apenas do caso do Boeing malaio. Moscou não permitirá esquecer o bombardeio da sede da administração regional em Lugansk por um avião de combate, o crime terrível em Odessa quando foram queimadas vivas dezenas de pessoas que tentavam esconder-se de perseguições de nacionalistas, o uso militar de helicópteros com símbolos da ONU por militares ucranianos.
Os crimes cometidos nos últimos meses na Ucrânia serão investigados. Serão entregues à justiça todos que haviam cometido esses e muitos outros crimes na Ucrânia.
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